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História Os três clãs - A primeira vez


Escrita por: Ninicky

Notas do Autor


Nunca sei o que falar aqui xD
Voltei e cedo dessa vez >.< Escrevi tudo durante o caminho para a faculdade e sempre que tinha umas pausas, então é possivel não estar perfeitooooo
Qualquer jeito é um capitulo tenso e safado kkk Espero que se divirtam!
Boa leitura.

Capítulo 11 - A primeira vez


 

 

Luhan

 

Não passava muito da hora de jantar mas não pensei duas vezes quando abri a porta de saída e corri rua fora, sem me importar com o facto de o sol se estar já escondendo atrás dos prédios e as primeiras luzes de exterior começavam a se acender.

Estava cansado da mesma conversa, e de me sentir quase como um objecto. Omma, achava eu, devia ajudar me com a dor que sentia no peito, na alma e cabeça, mas a única coisa que se dava ao trabalho de afirmar desde o começo é que era uma coisa natural da nossa espécie. Talvez eu tivesse uma mentalidade diferente por ter crescido sempre no meio dos comuns humanos, e por isso essa resposta apenas despertava em mim raiva e ódio.

Pensava que se preocupavam comigo, com o meu bem-estar e felicidade. Mas isso parecia não estar a acontecer naquele momento difícil.

O ar da rua era agradável mas não o suficiente para me animar. Tudo parecia cinzento naquele anoitecer, espelhando os sentimentos dentro de mim. Suspirei entristecido quando parei na grande praça onde vários comerciantes, guias turísticos, e restaurantes mantinham se ao serviço. Queria chorar. Deitar para fora em forma de pequenas gotas a explosão de confusos sentimentos aprisionados no meu peito. Mas ali, sobre os olhares atentos de todos, não tive essa coragem. E mais uma vez odiei onde morava… Por não conseguir ter um porto seguro e sossegado para me deixar desabar.

Sentei-me num dos bancos, junto de um senhor de cabelos grisalhos que se mantinha entretido a alimentar aquela praga voadora a que chamavam de pombos. Sentia o estômago revirar. Não comia há várias horas pois não havia o que quisesse ficar dentro do meu corpo por muito tempo. Estava fraco e cansado. Triste e resignado. Eu era novo e inexperiente para saber lidar com tudo aquilo que me estava a acontecer. Sentia náuseas. Não apenas por me lembrar do que me haviam feito passar, mas também graças à consequência dessa acção.

Algo crescia dentro de mim, contra a minha vontade, tal como fora a brutalidade daquele acto. O que fizera eu para merecer tal castigo? Suportar a vida de um ser feito num acto bárbaro de pura satisfação física de um Alfa nojento. Arruinara a minha vida, os meus sonhos, e a esperança de um dia encontrar o alguém que quisesse ficar comigo sendo que, ser um Beta já nem era problema que chegasse, quanto mais com um filho de algum desconhecido. O destino jogava contra mim, como se me quisesse obrigar a viver exactamente do jeito que eu não desejava viver.

Enrosquei-me mais dentro do meu hoodie, mesmo que não sentisse frio, pelo menos dava-me a falsa sensação de aconchego. O senhor idoso a meu lado pareceu querer dizer alguma coisa, mas nunca passou do abrir trémulo de lábios enquanto olhava na minha direcção.

Pequenas e inofensivas nuvens iam e vinham no céu de tons laranja, rosa e púrpura. Não havia ameaças de chuva, mas a brisa lançava o cabelo das pessoas que por ali passavam, numa dança frenética no ar.

Pensei sobre elas, sobre se seriam igualmente infelizes ou se estavam numa situação pior do que a minha. Sobre como seria ser outro alguém, noutro corpo, noutra vida… Sobre… Sobre o intenso odor , quase irresistível e ao mesmo tempo repugnante que senti não muito longe dali e que me estava a começar a perturbar.

Alarmei-me!

Aquele cheiro era inconfundível, pertencia a um Alfa! Olhei ao meu redor tentando identificar o sujeito ao qual pertencia aquele aroma forte. Levantei-me com a mesma rapidez com que fugi de casa, mas sem correr para lugar algum. Apenas mantive-me observador. No meio de toda uma densidade de pessoas, senti alguma dificuldade em perceber quem era o dono daquele cheiro… O meu corpo reagia à eminente ameaça, devia correr dizia o meu cérebro.

Mas tão rápido me perdi em pensamentos, como tão rápido aquele cheiro passou a estar demasiado próximo de mim. Senti uma mão em meu ombro e o coração falhou uma batida. O meu sangue gelou e tive a certeza que empalideci até à raiz dos cabelos. Quis gritar, mas a minha educação alertou-me para não o fazer, ou chamaria a atenção desnecessária dos ingénuos humanos.

- Desculpa… - Ouvi a sua voz calma e baixa dizer, libertando em mim um medo inexplicavelmente aterrador. – Eu preciso…

- Me solta! – Esbracejei, retirando aquela mão do meu ombro com agilidade. – Não fales comigo! – Andei alguns passos para trás, tentando aumentar a nossa distância, mas não valia a pena fazer escândalo. Os seus passos acompanharam os meus, insistentes, e via-me cada vez mais sem escapatória.

- Espere, me ouve… Eu só preciso de indicações… - Pedia. Mas e se aquilo fosse só uma mentira para me levar para algum lugar. Para me encurralar.

- Não sei nada, não conheço nada. Deixa-me em paz. – Ripostei, sem olhar para si e sem abrandar o passo.

- Por favor, eu não sei mais o que fazer. Estou aqui há dois dias. Preciso falar com Junmyeon… - Falou num timbre mais alto, mostrando que estava a ficar para trás. Talvez desistindo de me seguir. – Por favor. Eu só preciso saber onde o encontrar.

Um lado meu dizia “aproveita, foge”, mas outro não conseguiu ficar indiferente as suas palavras inocentes de alguém perdido. Parei o meu passo, mas não me virei nem me aproximei. Sabia o quanto era difícil ser novo naquele mundo diferente do nosso, quase vi um pouco de mim naquele individuo… Mas não podia parar de julgar a má escolha do Alfa, estava bem onde quer que estivesse antes sem ser nesta cidade. Mas não o podia censurar. Cada um era livre de tomar as suas próprias decisões.

- Ninguém se deu ao trabalho de dizer isso antes de vires? Muito sensato… - Ironizei, sem lhe dar muita confiança.

- Vim por vontade própria, sozinho. Não tive quem me ajudasse.

- Que idiota… - Murmurei para mim mesmo.

- Vais dizer ou não. Estou desesperado... Só preciso que me ajudes a chegar até ele. – Insistiu, mantendo um olhar sério sobre mim desde que me havia dado ao trabalho de virar para si.

- Eu posso te levar até lá. – Decidi meio relutante. Mas como seria difícil explicar a um novato como lá chegar sem o fazer se perder a meio caminho preferia guia-lo. – Ainda é um pouco longe daqui. Uma hora a pé. Se pegarmos transporte talvez em alguns minutos estejamos lá.

- Sério? – O seu olhar mudou de sério para surpreso. – Não sei como agradecer! Tem sido horrível estar na rua de noite. É tão mais assustador do que na floresta!

Ah! Ele veio da floresta…

- Mas eu sei como podes me agradecer. Mantendo uma distância de segurança de mim de pelo menos um metro.

- Porquê? Eu tenho um ar assim tão ameaçador?

- Prefiro assim, peço que me respeites. – Deixei claro.– Vamos, já não é propriamente cedo.

- Ok, ok. – Ouvi um suspiro seu, lento e discreto. Parecia mais aliviado, embora temeroso. – Posso perguntar o teu nome?

- O que isso importa? – Fui um pouco rude. Mas não queria aproximar me dele nem física e muito menos psicologicamente.

- Importa para mim. É o mínimo que devo saber sobre a pessoa que me está a ajudar. Foste o primeiro da nossa espécie com quem cruzei. Por momentos achei que nunca encontraria alguém.

- O meu nome é Luhan. – Decidi ceder-lhe tal informação ao ter em conta que ele mantinha a sua palavra em não se aproximar.

Parámos numa estação de trem, o transporte mais rápido e eficiente para nos levar até Junmyeon. Sabia passar as cancelas sem pagar melhor do que ninguém. O sujeito alfa seguia sem contestar, um pouco atrás de mim. Observava-o pela visão periférica, mas não sentia que ele estivesse a preparar algum tipo de ataque…

- Eu me chamo Sehun. Então, Luhan… O que faz alguém da tua idade aqui sozinho na rua, numa hora destas… - Conversou, inconvenientemente. Deveria responder como? De momento só me surgiam formas irónicas de lhe responder a uma pergunta tão idiota.

- Isso tem alguma importância? Eu sei me virar. Isso que porta. – Resmunguei. Qual era a ideia de me acharem sempre alguém que precisa de cuidado e protecção?

- Nada… Apenas fiquei curioso. Não é todos os dias que se vê alguém no teu estado sozinho… - Comentou entre dentes no momento que o trem chegou e sentamos num dos poucos lugares livres.

- Como assim no meu estado? Que queres dizer? – Questionei, já que não compreendia qual a mensagem que ele estava a tentar passar.

- Então… - Sehun, o jovem Alfa que surgira para me moer o juízo, levou uma das mãos à nuca e coçou nervosamente. – Esperando um bebé…

- O QUÊ! – Gritei, tapando a boca no momento imediatamente a seguir, ao lembrar que estávamos num espaço publico. – Como sabes isso?

- Desculpa, não queria te perturbar. Apenas comentei porque achei invulgar…

- Mas… Mas… Como foste capaz de perceber? – Questionei, sentindo a mesma tristeza de momentos atrás por estar a relembrar tal episódio da minha vida.

- Simples. O teu cheiro… Como não marquei ninguém sinto todos com grande intensidade… E cheiras a uma mistura de Alfa e Beta. – Explicou-se, e a cada palavra proclamada, as imagens do estupro repetiam se na minha mente. Dolorosamente frescas na minha memória. – Luhan…?

Não tive coragem de dizer muito mais. Engolia um emaranhado de lágrimas para que não as revelasse em frente a este estranho. Contudo, a minha expressão não devia ser a melhor porque ele fitava-me com um ar preocupado.

- Ofendi-te? Desculpa… Não era minha intenção.

Neguei com a cabeça e baixei o olhar para as minhas próprias mãos. Não era uma ofensa mas sim a constante lembrança do que me tinha acontecido. Estava sempre a vir à superfície quando o que eu mais queria era que desaparecesse.

Senti o Alfa levantar se do seu lugar em minha frente e ajoelhar-se ao pé de mim. Segurou as minhas mãos quebrando o nosso acordo. Não podia recuar mas tentei livrar me do seu aperto. Não queria ser tocado. Me fazia sentir sujo. Mordi o lábio inferior na tentativa de continuar a conter todos aqueles sentimentos dentro de mim.

- Não encosta… - Relembrei. Ele entendeu rapidamente o meu desconforto mas manteve ajoelhado à minha frente, olhando me de baixo.

- Tudo bem. Já percebi que algo em mim te incómoda seriamente. – Reformulou, com expressão de indagação. – Lamento o que quer que tenha deixado tão atormentado.

- Não precisas fingir que te importas.

- Não sou do tipo de pessoa que finge o que sente…

- Não tens motivos para estares a perder tempo com outros que não tu. Vamos sair na próxima paragem. – Avisei, apontando para o visor que actualizava o nome da estação para a seguinte.

- Tenho mais que motivos para me preocupar… Mas se achas que temos de ser todos indiferente uns para os outros já é contigo.

- Não sou eu. Aqui vivemos assim. Preocupa-te contigo e com os teus… que eu farei o mesmo.

- Neste momento não estou preocupado comigo e os "meus" serão quem eu quiser que sejam, ok?! – Falou no seu tom autoritário, o que não me deixou nada confortável.

Não voltei a responder e o resto da caminhada após sairmos na paragem certa, ocorreu num completo e constrangedor silêncio. Já não havia resquícios dos últimos raios de sol e a noite tinha caído sobre a cidade, fria e misteriosa. Mas não dei espaço ao meu corpo para se queixar do frio. Tinha outras coisas bem piores a habitar a minha mente…

 

 

 

Baekhyun

Segui com Chanyeol pela floresta dentro, sem rumo, sem destino, como dois idiotas… Achava eu. A cada passo sentia a minha temperatura aumentar. Não era muito agradável pois deixava uma sensação de desconforto e ansiedade crescer dentro do meu peito. Sabia que não tinha muito mais do que no máximo umas horas até que fosse dominado por aquele estado a que denominação de cio. Tinha sido avisado por outros mais velhos e mesmo assim preferi sair do perímetro de minha casa.

Se era imprudente estar junto de um Alfa numa altura daquelas... Era. Para quem se importasse com isso. Coisa que não acontecia comigo. Confiava em Chanyeol a minha vida mas ele parecia também cada vez mais apreensivo. Não mais voltou a rodear o braço no meu ombro e mantiver um silêncio pesado. Já notava ele o que estava acontecendo comigo?

- Estás tão calado que chega a ser estranho. – Tentei ser o primeiro a quebrar o gelo.

- És muito sem noção, Baek. – Riu nervoso enquanto tentava acompanhar o meu passo a uma distância maior que antes. Cobria a boca e o nariz discretamente, provavelmente o meu odor começava a mexer consigo.

- Talvez eu seja mesmo. Mas agora não há muito a fazer. – Provoquei-o com um sorriso e chamando-o para mais perto.

- Vamos… Eu quero mostrar algo antes que não consiga pensar mais por mim mesmo. – Num instante acelerou o seu passo, subindo a íngreme passagem de arbustos que nem mesmo eu tinha dado conta.

Segui-o sem compreender a repentina mudança de rumo. Uma coisa para me mostrar? Ali no meio do nada? Bem, não estávamos tão longe assim da aldeia… Conseguia sentir o cheiro do lume das fogueira e ouvir ao longe um burburinho de animadas vozes infantis… Mas mesmo assim parecia um local estranho para mostrar a alguém o que quer que fosse. No entanto, não o contestei nem questionei. Chanyeol sempre tinha os seus motivos para fazer as coisas e não tinha motivos para não acreditar nele.

Não levou mais do que uns minutos em passo apressado. Fomos dar a uma abertura da cúpula de árvores que provia uma luz fantástica e um espaço aberto. E a uns poucos metros erguia-se uma construção humilde sobre uma das árvores mais densas. Uma casa de árvore com aspecto de recém construída. Além de bonita tinha aparência de espaçosa e bem cuidada.

- Onde estamos nós? Quem mora aqui? – Perguntei ingenuamente, tentando chegar mais perto para ver.

- Não mora aqui ninguém, ainda. – Sorriu largamente ao que puxava a corta para que pudéssemos subir lá a cima.

- E vamos invadir assim? – Não me parecia sensato entrar daquela maneira clandestina numa casa que alguém estava claramente a preparar.

- Não te preocupes com isso. Podemos sim. – Subimos em questão de segundos e lá dentro pude averiguar melhor os pormenores. Estava acabada de fresco, o chão bem liso e limpo, a madeira sem mossas... Tinha um espaço de arrumações e um depósito de água em madeira de uma dimensão considerável.

- Wow. Conheces as pessoas que vão viver aqui? É um espaço fantástico! – Comentei animadamente.

- Conhecer… Conheço. Melhor do que ninguém. – Não esperava sentir os braços do meu gigante pegarem me por trás num abraço apertado.

- Jongdae e Minseok vão mudar? – Questionei, sendo que eram grandes e próximos amigos de Chanyeol.

- Não. Esta casa… Fui eu que fiz. – Revelou. Fiquei sem reacção. Como assim ele fez? Porquê?

- O quê? Porquê? – Virei no seu abraço até estar de frente para si. – Tu?

- Para nós. Fiz para nós. Estamos a entrar numa fase nova, mais adulta e como tais precisamos de um espaço para nós. – O seu olhar estava vidrado no meu e demorei para processar tais palavras. Nossa. Casa. Que surpresa tão inesperada.

- Chanyeol… Eu nem sei o que dizer.

- Já entendi que gostaste. É o que importa.

A surpresa tinha me abalado. Não no mau sentido. Chanyeol tinha pensado em nós e no nosso futuro e tinha construído um espaço para nós dois. Como nunca suspeitei de tal coisa naqueles dias que ele desaparecia por horas  com Jongdae! Era tão óbvio que andavam ocupados com algo! Não havia palavras para descrever a minha felicidade. Apertei-o nos meus braços até estar quase fundido contra o seu peito.

- Foi a melhor surpresa do mundo. Nem posso acreditar!

- Eu é que não posso acreditar que estás a entrar no cio bem neste dia… - Comentou ao que tinha o nariz enterrado nos meus cabelos. – O teu cheiro está tão doce e convidativo…

- Sabes, é uma sensação muito estranha. Sinto me quente, um ardor e especialmente ansioso. – Expliquei. Desde o começo do dia que me sentia diferente mas com o passar das horas apenas piorava.

Naquele momento sentia uma necessidade absurda de estar próximo de Chanyeol. De lhe tocar e de ser tocado por ele. Sempre sentira, mas naquele momento era algo incontrolável. Algo que não podia ser reprimido.

Procurei alcançar os seus lábios que vieram de encontro aos meus como se tivéssemos partilhado pensamentos. Não num daqueles beijos simples mas antes caloroso e cheio de desejo. As suas mãos desceram pela minha cintura mais marcada que a de um Alfa até chegar nas minhas coxas onde pegou pela barra da minha túnica acastanhada e a ergueu ligeiramente.

- Não vou ser capaz de me controlar a partir daqui. – Ele avisou, tomando o meu pescoço com os seus lábios de um modo frenético.– Não tem mais volta…

Não vi necessidade em responder mais. Apenas queria sentir. O calor intensificou-se levando a minha sanidade e o meu fôlego. Lentamente nos deixamos ir até ao chão. Chanyeol puxava com urgência a minha roupa, revelando as minhas coxas pálidas e pouco definidas.

Num baque surdo as minhas costas foram de encontro à superfície de madeira alisada e senti o peso dele sobre mim.

- Chanyeol… - Murmurei, cada vez mais envolto em todas aquelas sensações diferentes.

Segurei nos seus braços bem torneados, numa procura de encontrar suporte. A sua pele estava tão quente quanto a minha. Sentia-o na ponta dos meus dedos. Os seus lábios percorreram o meu maxilar, queixo, pescoço, devorando…

Um momento intenso quando não sentia mais qualquer roupa a cobrir a minha nudez. Estava completamente exposto, mas não me envergonhava por isso. Tinha confiança no meu corpo e no que ele despertava no meu Alfa, que em momento nenhum se viu incerto em me tocar. Pelo contrário. As suas mãos passavam por onde quer que conseguissem, guardando para si todos os traços que passava a conhecer com maior profundidade, como nunca antes tinha visto e sentido.

Senti novamente os meus lábios serem roubados num beijo profundo de Chanyeol. O seu jeito era um pouco bruto e apressado mas sem magoar. Era uma atitude comum num Alfa descontrolado. Os instintos não deixavam muito espaço para pensar além de agir.

Separamos por breves momentos quando Chanyeol se ergueu para retirar o tecido que ainda nos separava. O seu corpo era escultural agora que podia apreciar na totalidade. Os músculos eram evidentes mas sem parecer monstruoso. E perderia mais tempo a apreciar se não tivesse a louca vontade de ser tomado por ele, até esquecer o meu próprio nome.

Puxei-o para mim, enlaçando as pernas na sua cintura. O meu membro pedia por atenção e o seu não estava diferente, encostado ao meu. Sabia que nenhum de nós estava disposto a prolongar desnecessariamente o momento. A urgência era maior. Havia um pequeno fio de medo, por ser a primeira vez que me entregava, mas não o suficiente para me impedir de deslizar as não pela extensão das suas largas costas puxando Chanyeol mais contra mim.

Apertei mais as pernas ao redor da sua cintura, provocando um roçar deleitoso que nos fez aos dois gemer. A sua voz rouca ecoou na minha mente deixando me ainda mais alterado. Queria sentir mais. Ter mais de si.

Chanyeol, mostrando quem mandava ali, segurou em meus pulsos por cima da cabeça. Um sorriso que beirava o fofo e o pervertido adornava os seus lábios e eu sabia, que a partir dali, quem determinaria o ritmo seria ele.

Com uma mão manteve me preso. Uma estranha opção porque não fazia tensão de fugir. No entanto, a sua outra dedilhou o meu abdómen até chegar aos nossos membros. Senti um arrepio de excitação correr pela minha coluna e foi impossível conter o suspiro que se formou na minha garganta. Arqueei ligeiramente as costas involuntariamente mas que agradeci pois aumentou o nosso contacto.

- Beija-me… - Pedi meio sôfrego. Vi-o sorrir animado mas correspondeu ao meu pedido.

Era um vício aqueles lábios carnudos sobre os meus. A sua mão começou com um vai e vem ritmado mas um pouco apressado aos nossos membros em conjunto. Mordi o seu lábio inferior numa tentativa de conter parte do que o meu corpo queria expressar. Porque era difícil guardar para mim tudo o que ele me provocava.

Nem ágil e nada premeditado, Chanyeol segurou pelas minhas coxas, abandonando assim os meus lábios. As minhas pernas ficaram encostadas ao meu peito. Foi o único momento que me senti realmente nervoso e exposto, enquanto Chanyeol tocava mais a baixo, na minha entrada. Os meus pensamentos estavam nublados e o meu corpo descontrolado. Estava sensível e os seus toques faziam me contorcer ligeiramente. Senti um primeiro dedo ameaçar a minha entrada mas disso não passou.

- Vai logo... - Murmurei, sem paciência para esperar por mais.

- Se não estivesse com uma vontade tão louca até provocava um pouco mais.

Afastou um pouco as minhas pernas para o lado para dar espaço para conseguir me beijar. Senti nesse mesmo beijo o seu membro roçar na minha entrada. Quando menos esperasse ele iria investir. Suspirei a meio do beijo e foi o pretexto suficiente para que fosse com tudo. Chanyeol forçou o seu membro numa única investida que me deixou sem fôlego ao mesmo tempo que me dava uma sensação de realização.

Se doeu? Sim. Bastante até. Mas o que era essa dor de quem é corrompido comparado com o prazer provocado logo após? O ardor dentro de mim acalmava conforme Chanyeol deferia cada investida. Brutal. Certeiro. Os seus ofegos saiam baixos, perto do meu ouvido ao que ele se dedicava a mordiscar no lóbulo com mais ou menos pressão. Como sabia ele bem que eu gostava de ser provocado ali. Já o tinha feito em algumas brincadeiras provocadoras que tínhamos às escondidas.

Sentia-me como se estivesse com febre, mas sabia perfeitamente que era um dos sintomas que não mudaria durante todo o cio. Mas pelo menos a ânsia, o desejo, o desconforto, tudo isso aliviara relativamente no momento que fui preenchido. Abracei Chanyeol pelos ombros, deixando que os meus dedos enlaçarem nos cabelos desgrenhados da sua nuca.

Gradualmente o seu ritmo tornou-se absurdamente rápido e forte. Sentia o meu interior contorcer-se e o seu membro ir bem fundo dentro de mim. De meros gemidos, urros quase agonizados escapavam roucamente da sua garganta, num jeito sexy e que me excitava ainda mais. Ele devia estar perto e eu tinha a certeza que não aguentava mais dois minutos que fossem.

Mais umas investidas e o roçar dos nossos abdómens e senti o gozo abandonar o meu corpo em jactos descontrolados entre os nossos corpos suados. O meu corpo contraiu-se antes de amolecer e foi o suficiente para provocar uma sensação de prazer tão grande que o fez gozar. Senti ser preenchido e depois o nó. Algo que custou um pouco por um curto tempo, mas que se desfez pouco depois, deixando-me aliviado. Chanyeol se deixou estar de joelhos mas eu tive de esticar as pernas para recuperar da dormência que aquela posição me deixara. Não tinha sido perfeito, mas tinha sido agradável. Tudo aquilo que alguém devia esperar de uma primeira vez.

- Tenho medo de descobrir como vamos ser quando calhar o cio aos dois no mesmo tempo. – Comentou em brincadeira enquanto estendia a mão para mim. Aceitei e logo estava sentado em seu colo. – Estás bem?

- Não podia estar melhor… Ok, talvez um pouco dolorido mas nada que mate.

- Não queria ser bruto, mas sei que me descontrolei. Não tens a noção como o teu corpo chamava pelo meu…

- Sou capaz de ter uma noção… - Ri baixo, lembrando que também eu sentia essa mesma vontade louca. – Só não sei bruto.

- Não sei como não te amar Baekie. – Chanyeol não soube resistir à vontade de me apertar as bochechas.

- Não te preocupes… É recíproco. – Afirmei, roubado logo de seguida um selinho seu.

Agora só me restava acreditar que aquela imprudência não trouxesse consequências.

Mas tentei não pensar muito nisso quando o calor voltou a subir enumeras vezes naquele dia e Chanyeol investia a apagar aquele fogo.

 

 



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