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História Os três clãs - A jornada


Escrita por: Ninicky

Notas do Autor


Ai eu demorei xD mas tou aqui, não fugi, não emigrei e não desisti xD
Nem acredito que estamos no capítulo 12 e sinto que nem a meio da história estamos. Como é possível? Eu não sei mas espero que isso seja uma coisa boa ^^
Qualquer dúvida em vocabulário digam algo. MAS DIGAM MESMO. EU AS VEZES NÃO LEMBRO SE TUDO O QUE ESCREVO É INTENDIVEL. <3 E quero que compreendam tudo ^^

Boa leitura.

Capítulo 12 - A jornada


 

Jongin

 

Amanhecera nublado e apesar de a temperatura permanecer agradavelmente abafada, Taemin e eu estávamos sentados nas rochas junto do mar, com os pés submersos enquanto comíamos algas secas. Sabia que ele se sentia mais sozinho agora que passava mais de metade do meu dia ocupado, sem lhe poder dar qualquer atenção. Antes, depois da pesca, dedicava o meu tempo a ajudá-lo a aprender tudo o que Appa me ensinara. Ensinava como fazer um anzol, com manobrar um barco, como ter uma luta corpo a corpo sem ganhar muitos ferimentos. Como fazer uma tenda resistente… Éramos irmãos bastante próximos mas agora essa tarefa esta de volta ao Appa, já que eu passava as manhãs a trabalhar e as tardes a treinar.

Hoje era um dia diferente. Não iria trabalhar e era por esse motivo que estávamos a aproveitar o tempo juntos. Depois do almoço seriamos chamados para começar as provas para conquistar a mão de Kyungsoo, o que significava a minha ausência indeterminada. Sentia-me nervoso e entusiasmado. A cada dia me sentia mais perto dele e não havia motivação maior do que essa para seguir o meu sonho.

Mas isso também significava que me afastaria um pouco da minha família. Sabia que Taemin iria sentir mais essa ausência, tal como eu sentia sua falta.

- Qual a sensação de ser adulto? – Perguntou despreocupadamente olhando para onde o mar e o céu se dividiam.

- Acho que ainda não posso responder a essa pergunta. – Comentei sorridentemente. – Ainda não cheguei a essa etapa da minha vida.

- Mas estás tão perto. Nem consigo acreditar. Para mim ainda és o meu irmão com quem construía castelos na areia. É difícil te imaginar num papel responsável.

- Mas eu sou responsável! Por algum motivo comecei a trabalhar este ano!

- Pois… Mas vives connosco. Não tens de gerir uma casa nem nada parecido. Nem criar filhos e cuidar de uma família.

- Por agora. Estás a dizer que não me achas capaz disso?

- Não. Estou apenas a dizer que tenho as minhas dúvidas. – Riu-se.

- Vou lembrar dessas palavras mais tarde, quando chegar a tua primavera dos dezasseis anos.

- Que cruel…

- Cruel é não confiares em mim. – Fingi indignação.

- Mas eu confio. Juro que confio. Só que a minha imagem de ti ainda é a de quando éramos criança. – O senti deixar-se tombar no meu ombro.

- Nós não vamos nos separar. Vou estar ausente durante as provas mas logo tudo voltará ao normal. Especialmente se eu perder.

- Eu sei que isso não vai acontecer. O meu irmão é o melhor. Podes não ser o mais forte, mas o mais inteligente tem tantas hipóteses como o mais forte.

Nunca pensei ouvir tais palavras de Taemin mas me aqueceu o coração saber que tinha o seu total apoio e que acima de tudo acreditava em mim. Podia não ser nada, mas deixava-me mais confiante. E mais do que tudo eu precisava acreditar em mim mesmo.

- Devimos nos despachar. – Suspirei. – Logo tenho de estar à porta do grande Alfa. Vens comigo? – Questionei-lhe, mas apenas tive de resposta um assentir com a cabeça, ainda pousada no meu ombro.

Ficamos mais alguns minutos quietos até que decidi assustar o meu querido irmão, atirando-o para a água fria do oceano. O seu berro ecoou pela praia toda, e esperava que ninguém saísse de sua casa a achar que se tratava de um afogamento. Ri da sua cara de zangado, quando me fitou de olhos semicerrados e lábios apertadamente unidos.

- Já te disse que também te odeio? – Resmungou, salpicando a minha roupa ao sacudir o cabelo como um lobo.

- Umas quantas vezes… - Estendi-lhe a minha mão, mesmo sabendo que estava a entregar-me à fúria de um Alfa de orgulho ferido. E como calculara fui puxado para junto de si.

A minha pele arrepiou assim que as costas tocaram a superfície gelada da água salgada, mas não protestei. Deixei-me afundar na pouca profunda água até conseguir ver Taemin distorcido visto dali de baixo.

Soltei o ar dentro dos meus pulmões e levantei-me. Taemin ria-se como uma criança, o que significava que estava menos chateado. Sorri de volta e comecei a andar para a margem. Ouvi os seus passos a seguirem os meus, pesados demais pelas roupas encharcadas. Teria saudades disto, mas não podia mais viver da infância. Não perderia o meu irmão, mas encerraria este capítulo da minha vida.

 

 

 

 

Baekhyun

Minseok caminhava a meu lado, segurando o seu filho contra o peito, pois este chorava desesperado, não se sabia bem porquê. Talvez cólicas? Ou simplesmente manha… Segurava a minha pequena bagagem que equilibrava com alguma dificuldade. Chanyeol e Jongdae iam um pouco mais à frente, falando animadamente sobre o ritual de transição para adulto que aconteceria no fim da estação.

- Agora que eles dois estão ocupados, já podes me contar. – Minseok insistiu. Quando fomos pedir ajuda para a mudança de casa, ele percebera que algo em mim estava diferente, mas não quis falar assim em roda aberta sobre o meu estado recente.

- Não aconteceu nada de mais. – Comentei. – O cio apareceu cedo. Bastante cedo. Ainda agora começou a estação. – Dei de ombros.

- Isso é o óbvio, mas estás muito calmo para alguém numa semana destas… Tu e Chanyeol… - Cortei-lhe a fala antes de completar o resto.

- Sim. Nós temos estado juntos. – Falei apressadamente, cheio de vergonha.

- Tanto pudor em falar. – Riu-se o meu amigo, que embalava o pequeno para o tentar acalmar. – Depois de teres feito é que ficas com vergonha?

- É estranho falar sim, depois de já ter feito. – Ri também, mas de nervoso.

- Ao menos tiveste o teu primeiro cio com alguém de quem gostas. Nem todos têm essa sorte.

- Tu tiveste, tu e Jongdae.

- Fomos outros sortudos. Mas diz-me, tiveram cuidado?

- Cuidado? – Tentei passar por desentendido, mas sabia bem a resposta para aquela pergunta.

- Sim. Cuidado. Tal como, ele não gozar dentro. E se têm escolhido lugares discretos…

Engoli em seco sem saber o que dizer. Sim, discretos nós fomos, cuidadosos nem tanto. No calor do momento o controlo estava fora do nosso alcance. Era milagre o suficiente ainda não possuir a marca do meu Alfa visível no meu pescoço.

Talvez Chanyeol estivesse a conter para uma altura mais especial. Assim eu achava.

- Não me vais responder? Vou assumir a minha própria conclusão… - Ameaçou e eu sabia que não valia a pena lhe mentir.

- Não. Cuidadosos não fomos. Mas não te preocupes. Nada vai acontecer.

- Confia assim na sorte, confia... Depois não te espantes com os resultados.

- Aiii, Minseok… Eu sei. Sei que posso estar a apressar o que podia ir com mais calma, mas o que está feito, feito está e não se pode alterar isso.

- Tudo bem. Só toma mais cuidado daqui para a frente. Não quero que te arrependas de nada mais tarde, só isso.

- Minseok… - Fitei-o com carinho por se preocupar comigo. – Pareces o meu Appa a falar.

- Se ele também te deu este discurso é porque sabe o filho que tem!

- Se eu não desse problemas, a vida dele teria sido um tédio...

Minhyung remexia e balançava as pequenas pernas gorduchas como se a sua vida dependesse disso. Já não aguentávamos olhar para aqueles olhos avermelhados do choro e para as suas feições contorcidas.

- Queres trocar de bagagem? – Comentou Minseok na brincadeira, estendendo o complicado filho para mim.

- Eu? Mas eu não sei se consigo o acalmar…

- Aprendes. Algo me diz que vais precisar de saber em breve.

- Não digas disparates… Não penso ter uma coisinha destas tão cedo. – Resmunguei ao trocar as minhas tralhas pelo pequeno Minhyung.

Segurei a sua cabecinha contra o meu peito enquanto acariciava os cabelos curtos da sua nuca. Continuou a resmungar na sua birra sem palavras mas mais suave que antes. Talvez só estivesse com sono.

- Ninguém diria que não. Tu e Chanyeol não parecem ter tomado as medidas para prevenir uma coisinha dessas de aparecer... Nunca se sabe no que vai dar.

- Não digas isso, Minseok. Só eu estou no cio. Para haver grande possibilidade tínhamos de estar os dois... – Tentei justificar mas até a mim me soou pouco convincente.

- Tens razão. Mas mesmo que só tu estejas, as possibilidades não são assim tão baixas…

Bem. Talvez, mas só talvez, eu tivesse metido num problema. Um dos tantos que a minha vida estava recheada.

Ainda assim acreditava que nada tinha resultado dos nossos momentos a dois. Pelo menos até prova em contrário.

 

 

 

 

Sehun

Luhan não mais falara. No seu silêncio me guiou passo a passo pelas ruas largas, de habitações monstruosas e pormenorizadas que a meu ver seria um exagero de espaço para apenas uma pequena família.

O sol escondera completamente e agora apenas tínhamos a lua a acompanhar-nos. Mas não estava escuro. Enormes postes iluminavam o caminho em qualquer parte da cidade.

Não levou muito tempo a pé depois de termos abandonado a estação de trem. Uns cinco minutos depois estávamos em frente a uma grande porta de ferro de um verde esmeralda, onde Luhan tocou num botão e aguardamos pacientemente.

- Não precisas ficar chateado. Não queria ofender. – Expliquei.

- Não estou chateado. Só... Não quero que te aproximes. Não gosto que me toquem. – Respondeu num tom aborrecido sem sequer dirigir o olhar para mim.

Alguém desceu umas escadas para lá do protão que nos separava e caminhou a passos largos até onde estávamos. Luhan parecia conhecer o Omega que surgiu vestindo um roupão branco de um material brilhante, ceda ou cetim. O seu rosto parecia surpreso, mas não ofendido por ter visitas tão tardias. Ajeitei a minha mala atrás das costas e engoli em seco, nervoso.

- Boa noite. – Disse o indivíduo que se aprontou a abrir o grande portão. – Que fazes aqui pequeno Luhan, não é um pouco tarde para estares na rua?

- Talvez mas preciso que fales com este Alfa. Nos cruzamos e parece que está um pouco perdido. – Ele explicou ao Omega que me observava com olhos penetrantes.

- Como te chamas jovem Alfa? – Perguntou-me ele, estendendo a mão num comprimento formal.

- Sehun. Vim do clã da floresta e ainda não sei exactamente como me virar aqui. Não tive qualquer instrução e preciso de ajuda.

- Eu sou Yixing, um Omega como se pode ver, marido de Junmyeon o "embaixador" daqueles da nossa espécie que querem morar aqui junto dos humanos. – Sorriu docemente. – Entra por favor. O meu marido vai gostar de conhecer um dos nossos recentemente chegados.

- Obrigado. Com licença. – Passei para o seu lado, um pouco envergonhado por estar naquela enorme construção de habitação e esperei que me guiasse o resto do caminho.

- Se não se importam, eu vou indo… - Comentou Luhan, pronto para dar meia volta e afastar-se.

- Eu preferia que entrasses também, Luhan. Eu posso te levar a casa depois.

- Não é preciso. Obrigado.

- Mas eu faço questão. Entra por favor. Na tua situação não é aconselhável andar por aí a noite…

Vi o olhar do pequeno revirar em fúria. Yixing, que parecia ser alguém importante tinha tocado na ferida aberta de Luhan, da qual ele preferia manter no completo silêncio. Entrou a contra gosto, de braços cruzados contra o peito e a bufar irritado por todos os lados. Sorri discretamente por ter achado graça ao seu comportamento infantil mas tentei que ele não reparasse. Seguimos Yixing para dentro da enorme casa de um ambiente quente e acolhedor.

Havia pinturas penduradas nas paredes e luzes em todos os cantos, iluminando bem o espaço. Luhan parecia conhecer o lugar e seguiu com pressa à nossa frente, sentando-se num confortável acento daquela divisão.

Tudo parecia pensado cuidadosamente naquele espaço. A arrumação, luz, decoração. Muito diferente do que estava habituado. Ainda não compreendia como é que era possível ter luz e água como eles tinham, com a facilidade que tinham… Mas era uma mágica mordomia que agradecia por haver.

Logo um pouco mais ao lado de Luhan estava sentado um Beta, de olhar atento a um pequeno bebé em seu colo, que dormia profundamente. Não devia ter nascido há muito tempo. Ainda era suficientemente pequeno para caber  perfeitamente nas minhas duas mãos.

- Então Sehun, o que te trouxe à cidade? – Questionou-me Yixing, guiando-me para sentar junto de Luhan.

- Não tinha o que me prendesse à floresta. Quis mudar o rumo das coisas. Conhecer o outro lado. Foi isso.

- Que idiota. – Murmurou Luhan, ainda na sua ira.

- Boa noite… - Disse o Alfa que deduzi ser Junmyeon, o “ grande Alfa” dos que habitavam na cidade. – A que se deve esta visita tão tardia? E tu por aqui, Luhan?

- Não arranjei problema nenhum. Os problemas caem sobre mim sem aviso prévio…

- Querido, este jovem Alfa chegou agora à cidade e ainda não se estabeleceu. Precisa da nossa ajuda.

Junmyeon levantou-se e deixou no colo do seu companheiro o pequeno. Aproximou-se e eu fiz reverencia em respeito.

- Na verdade estou aqui há dois dias. Mas não sabia como chegar a vocês. – Comentei envergonhado.

- Então onde tens dormido?! – Perguntou Yixing em espanto.

- Na rua. Arranja-se sempre um canto.

- Temos mesmo de arranjar um jeito de tornar mais fácil de achar o nosso paradeiro para os da nossa espécie.

- Depois pensamos nisso Yixing. Agora o nosso problema é arranjar uma solução para o Sehun. – Junmyeon dirigira-se a mim. – Tens algum dinheiro?

- Eu não entendi bem como funciona mas tenho alguma coisa que um amigo arranjou para mim. – Retirei uma pequena bolsa do meu bolso e mostrei. – É isto, não é?

- É, mas isso não chega para muito. Tens alguém conhecido a morar aqui?

- Também não.

- Vieste mesmo à aventura. Corajoso. Deixa tentar adivinhar… Tens 16 anos. – Tentou adivinhar Yixing.

- Exactamente.

- Isso é outro pequeno problema. Para os humanos só se é adulto aos 18 quando se termina a escola obrigatória. Tu aqui ainda és um menor.

- Não fazia ideia. – Comentei em espanto. – Então quer dizer que não tenho hipóteses aqui… Que tenho de voltar?

- Não. Há sempre solução para tudo. – Junmyeon disse num tom compreensivo. – Acredito que seria desolador chegar tão longe e ter de voltar atrás.

- Mas não estou a ver uma solução para este problema. – Apertei os lábios e olhei para Luhan, que se entretinha a mexer no seu diapositivo tecnológico a que davam nome de telemóvel (celular). Coisa da qual não possuía mas que percebi ser algo comum entre os humanos e da nossa espécie que aqui vivem.

- Por esta noite podes ficar aqui. No nosso quarto de hóspedes. Espero que não te incomode muito o choro do bebé. Ele acorda muito de noite. –Yixing sugeriu amavelmente.

- Isso não seria abuso? – Perguntei um pouco receoso de estar a invadir o espaço deles.

- Claro que não. Temos gosto em ajudar. Mas é uma solução temporária. Precisamos de algo mais permanente. – Yixing divagou nos seus pensamentos, enquanto embalava suavemente o pequenino nos seus braços.

- Já vi que conheceste Luhan. – Começou Junmyeon. – É um ponto positivo.

- Eu? O que tenho eu a ver com ele? – Questionou meio rude.

- Tu, directamente, nada. Mas se a tua família pudesse acolher Sehun o problema estava praticamente resolvido. Ele precisa de alguém perto da sua idade para o ajudar.

- Mas eu sou mais velho. Além do mais ele não pode trabalhar com essa idade. Muito menos entrar na escola sem nunca ter estudado. – Escola?

- Fica a teu cargo ajudá-lo nisso.

- Nem pensar! Não tenho paciência para isso.

- Olhem eu agradeço mas de certeza que há outra solução melhor. – Interrompi, um pouco constrangido com o bolo de problemas com que tinha aparecido ali. Estava a incomodar muita gente já.

- Pensamos nisso amanhã, depois de falar com os XiauLu. Agora o plano é,  ficas aqui esta noite. E amanhã conversamos todos para tomar uma decisão.

- Acho isso tudo uma loucura. – Resmungou Luhan descontente.

- Amanhã. Amanhã o teu Appa e Omma dirão se é mesmo assim tão louco ou não. – Junmyeon ripostou. – Agora é melhor levar-te a casa. O teu Omma deve estar preocupado.

- Duvido muito mas tudo bem. Eu vou. – Luhan levantou-se num pulo e fitou-me irritado. Parecia uma bomba relógio com alto risco de explosão.

Não sabia porque me odiava tanto mas era certo que o motivo estava para além da minha compreensão. Porque não lhe tinha dado motivo algum para tal.

Junmyeon colocou uma mão em seu ombro e os dois seguiram até a porta. Esperava que se acalmasse até chegar em casa. Não parecia saudável todo aquele estado de stress.

- Vou colocar Jaehyun no seu berço e já venho aqui explicar como podes tomar um banho e onde podes dormir. Senta-te um pouco. Não tenhas vergonha.

- Obrigado. E desculpem mesmo qualquer incomodo. – Reforcei, obedecendo ao seu pedido e sentando no confortável sofá.

 

 

 

 

Jongin

O meu coração batia como um cavalo contra o peito. Não conseguia normalizar a respiração e suores frios cobriam o meu corpo. Taemin, um pouco mais atrás observava junto de muitos outros habitantes. Não conseguia imaginar o que me esperava mas imagens de possíveis cenários rodavam pela minha mente.

O grande Alfa apareceu, numa pose altiva, olhando para nós um por um. Como se examinasse até à nossa alma. Kyungsoo também ali estava. Junto do seu Omma, no seu traje do costume e com a minha pulseira a seu braço. Sorri internamente por ele o ter mantido consigo.

- Hoje, estamos aqui reunidos para dar início à derradeira prova. Cada candidato irá provar através de desafios o quanto vale como Alfa.

O silêncio do público era cortante mas quase conseguia ouvir a respiração pesada de todos nós bem coordenada. Não me sentia muito forte ao olhar para os outros por isso dediquei-me a observar o pequeno Omega que parecia tão nervoso quanto nós. Brincava com os próprios dedos num sinal claro de ansiedade. Tudo estava em jogo a partir de agora.

- Durante a próxima semana permanecerão num acampamento em que todos os dias teram uma tarefa a ser cumprida. Uma meta. Aqueles que não a completarem ficaram automaticamente desqualificados.

Assentimos todos em acordo às suas palavras. Preferia saber o que era exactamente eram essas tarefas mas calculei que só seriam reveladas no momento. Havia boatos do que acontecia mas nenhuma certeza.

- Desejo a todos os pretendentes boa sorte e dêem o seu melhor. Só os melhores vencem.

As pessoas bateram palmas atrás de nós e dois guardas nos guiaram até às canoas que pareciam estar à nossa espera na costa. Dois a dois distribuíram-nos pelas canoas, conduzidas por um tripulante extra encarregado dessa tarefa.

O meu parceiro de viagem levava uma bagagem mínima como a minha, diferente de outros pretendentes. O seu cabelo ondulado estava colado à sua testa e via no seu olhar muito mais desespero do que vontade de ali estar. Se pudesse adivinhar qual o seu motivo para ali estar diria que era escolha da família. Não sua.

Logo soltaram-se as canoas e a um ritmo estável fomos para alto mar. As ondas balançavam suavemente as embarcações numa direcção desconhecida. Pelo menos para os outros. Eu sabia que estávamos a ir para sul. Sabia que se falava em haver umas pequenas ilhas perdidas mas que nunca tinha lá pisado.

Pelo menos uma coisa tinha certeza com isso. Estaríamos isolados por uma semana completa. Provavelmente para prevenir ajudas, trapaceiros e outras formas de enganar que fossem contra as regras e os bons princípios dos concorrentes.

Sentia tudo como se fosse um sonho, irreal. Sentia-me dormente. Talvez porque sair da rotina de forma tão abrupta me deixava atordoado. Ou porque ainda não acreditava que tinha mesmo me lançado de cabeça.

Fechei os olhos e deixei a mente divagar. A viagem ainda levaria algum tempo e o melhor que podia fazer era imaginar.

 



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