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História Os Últimos Filhos - Raposas


Escrita por: Skjald

Notas do Autor


P*rra, deu um trabalhão, mas depois de muitas horas de sono perdidas, consegui escrever mais um capítulo.
Não está tããão bom quanto eu queria, mas acho que dá pro gasto.

See ya!

Capítulo 17 - Raposas


Fanfic / Fanfiction Os Últimos Filhos - Raposas


~Camila

Eu estava furiosa.

Deixamos o edifício principal sob o olhar desdenhoso dos cães mafiosos de Arata. K encarou-lhes com olhos venenosos. Agradeci silenciosamente aos deuses por terem impedido K de atacá-los, embora eu estranhamente não saiba se estava agradecendo aos meus deuses ou aos dele. Apesar disso, eu realmente teria ficado muito feliz se K tivesse acertado um soco no rosto sorridente de Arata. O líder da Shindo Renmei era tão sanguerreal quanto eu e K, mas diziam as más línguas que seus poderes não ultrapassavam o rank-B. Ninguém sabia ao certo, já que Arata tinha uma terrível aversão a lutar, ou pior, lutar honestamente. Arata gosta é da bala, da faca nas costas, dos segredos e intimidades dos outros. Seja como for, se K atacasse Arata, ele teria que lidar com Tsurugi, que chegaria antes mesmo que os malditos guarda-costas do shogun engatilhassem suas armas. E K não estava em condições de enfrentá-lo. O xamã Leif Karlson o encarava, parecendo decepcionado.

- Não pense que aprovo essa conduta, Kölbjörn - ele disse, quebrando o silêncio constrangedor que pairava no ar.

- Não pense que eu pedi sua aprovação - K nem se dignou a olhar. Parecia profundamente irritado -  Se espera que eu seja gentil com esse tipo de escória, deveria esperar sentado.

- Essa escória é tão sanguerreal quanto nós - Leif retrucou - e lidera a maior guilda do Estado de São Paulo. Mafiosos ou não, ainda são um perigo.

- Se Lully ainda estivesse viva - K parecia irritado - um chihuahua treinado por ela seria mais perigoso uma dupla desses cães mafiosos.

- Ele não está mentindo - Jaime resmungou.

Ah, Lully. Eu realmente tinha inveja dessa garota. Ela não era a garota mais atraente do mundo, nem era particularmente poderosa - sua força residia em seus cães. Mas ela tinha conseguido algo que eu creio que nunca irei conseguir: o coração de K. Ela era uma pessoa realmente amável, verdade seja dita. Não havia como não gostar dela. Mas quando soube de sua morte, confesso que me senti muito mais triste por K do que por ela. Ele a vira morrer queimada, e por pouco não enlouquecera permanentemente. Mas, mesmo que não tenha enlouquecido, ele perdeu muito do brilho que tinha. Se tornou uma pessoa violenta e impiedosa. E, agora, estava indo consertar seus erros e acertar suas contas.

- O que vai fazer agora, Leif? - 'Noite perguntou.

- Pergunte ao K - Leif respondeu, meio magoado.

- Sugiro que comecemos a reunir suprimentos - ele falou - Imagino que não tardará até que deixemos a cidade.

- Precisamos de munição, comida, remédios e itens utilitários - a garota Sombra da Noite contou - Principalmente munição. Problemas na estrada são quase rotina.

- Posso colocar algumas coisas a disposição - eu me ofereci - Não é muito, mas imagino que seja um começo.

- O que você pode oferecer? - perguntou o piloto Jaime.

- Um rifle Arisaka - eu enumerei - Uma submetralhadora Type 100, duas pistolas Nambu, alguns pentes de munição para cada uma. Fora a comida e alguns medicamentos básicos. claro.

- Um consumo básico para duas pessoas - Leif analisou - Realmente, é um começo. Um bom começo, já que não somos muitos.

- Mas deveríamos ser - K retrucou - Podemos recrutar alguns civis e treiná-los. Armas básicas no começo, até que possamos equipá-los com algo de melhor qualidade.

- Não acho que algum civil queira se aliar a um bando de dissidentes que estão liderando uma revolução incerta - Leif observou.

- Pensei que teríamos o apoio de Campo Vestfold.

- Se depender de mim, e depende, veja só, nós teremos - Leif respondeu - Mas precisamos chegar lá primeiro. Com você vivo. Antes disso, um bando de rebeldes arruaceiros é o que seremos.

- Mais um motivo para recrutarmos voluntários - K continuou - E ainda podemos contar com Helena, se o que soubemos for verdade.

Helena? Até onde eu sabia, ela era só uma garotinha frágil e solitária.

- Realmente - disse Leif, alisando a barba - Talvez eu a ensine uma coisa ou duas.

K sorriu.

- Onde podemos conseguir munição fácil por aqui? - ele me perguntou.

- No arsenal - eu indiquei - Próximo a Praça Central, não tem erro. Ao chegar, peçam para falar com Tsurugi ou com seu assessor, Hayato Higurashi, eles são os únicos autorizados a negociar esse tipo de produto por aqui.

- Eu vou - Jaime se ofereceu - Alguma dica para lidar com os guardas?

- Ignore-os - eu respondi - E se eles te abordarem, vão te fazer uma ou duas perguntas em japonês. Responda qualquer coisa em português, desde que não demonstre dúvida ou medo. Não os desafie também. Bem, quando estiver lá, cite o meu nome. Hayato me deve um ou dois favores e Tsurugi e eu somos amigos próximos.

Jaime assentiu.

- Bom, Leif e 'Noite podem procurar pelos suprimentos restantes - K decidiu - Eu vou acompanhar Camila até sua casa, para ajudá-la a trazer as coisas. Você não mora longe, imagino?

- É perto - sorri - Algumas quadras daqui, próximo aos alojamentos.

Nos despedimos enquanto tomávamos nossos respectivos caminhos. K me deu a mão e entrelaçou seus dedos nos meus, o que me fez abrir um sorrisinho, mas ele ainda continuava tenso. Eu não perguntei a ele qual o motivo: eu fazia uma grande ideia de qual era, e bem, eu estava passando pela mesma situação. Ao invés disso, perguntei-o sobre Helena. Ele me contou, meio distraído, que Sombra da Noite o localizara com o sentido sensor devido a presença de uma outra assinatura de energia, que ela depois descobriu ser de Helena. Perguntei a ele como uma garota tão frágil como ela poderia ter sobrevivido por tanto tempo sem treinamento ou proteção de uma guilda. mas ele tinha essa mesma dúvida. K me contou que ela tinha uma das afinidades elementais mais raras do mundo sanguerreal, a Liberação Psíquica.

- Liberação de fogo é bem comum - K comentou - Liberação de Madeira é mais rara, mas quantas pessoas você já viu com afinidade a Liberação Psíquica? Eu mesmo posso usar algumas técnicas das vertentes secundárias, como Liberação de Ilusão e Liberação de Sonhos, mas a Liberação Psíquica propriamente dita é de ocorrência mínima em sanguerreais. Eu sei de uma única família, descendente da casa real de Vestrarös, assim como a minha, que conseguiu passar essa habilidade de geração em geração. É basicamente uma herança sanguínea nos dias de hoje.

Chegamos ao meu prédio em poucos minutos. Era um prédio comum, como os outros alojamentos, com a diferença que era destinado especificamente como habitação de sanguerreais protegidos ou associados à Shindo Renmei. Sanguerreais de origem japonesa tinham seus próprios alojamentos, ainda que fossem poucos, mas os que tivessem outra ascendência, como eu,eram designados a alojamentos separados. No meu caso, apesar do sobrenome polonês, a minha ascendência sanguerreal é grega. Deméter, o que eu acho particularmente sem-graça. K vem de uma linhagem particularmente poderosa: do lado paterno, descende do nórdico Odin, do lado materno, de Plutão, a versão romana de Hades. Isso o ajudou a desenvolver suas proficiências com outras liberações. Eu, por outro lado, contava com um arsenal mágico de três liberações, e olhe lá. Bem, meu apartamento ficava no segundo andar, então não teríamos muitas dificuldades para descer com as coisas. As coisas estavam um pouco fora do lugar, mas não me importei muito, já que eu ficaria fora por um longo tempo.

- Você vai conosco, não é? - K perguntou.

- Vou sim - respondi - Não tem problema, né?

Ele fez que não com a cabeça, meio distraído enquanto separava alguns itens da geladeira e da despensa. Eu já tinha deixado as armas e a munição separadas em um canto do meu quarto, então fui ao banheiro separar alguns medicamentos: analgésicos, antissépticos, gazes e afins. Após juntar tudo em uma pequena mochila, decidi trocar minha roupa casual pelo uniforme da Shindo Renmei - descaracterizado, é claro. Ouvi K perguntando a distância sobre onde estavam as coisas dele, porque ele precisava de um papel contendo as informações de Helena. Confesso que o ciúme falou mais alto nesse momento, e eu respondi de forma meio grosseira, mas K pareceu não se importar, já que entrou no quarto enquanto eu trocava de roupa e me abraçou por trás.

- Eu estou de calcinha, K - eu falei, soando meio boba - Dá licença, por favor.

- Não podemos ter nossos dez minutos agora? - K deslizou seus dedos pelo meu cabelo e beijou minha bochecha.

Eu me virei, desvencilhando-me, o que o fez recuar um pouco, meio sem graça.

- Você gosta de mim? - perguntei. Eu devia parecer especialmente tola, já que eu me senti corar.

- Que pergunta infeliz, Camila - ele respondeu, levantando uma sobrancelha - É óbvio que eu gosto.

- Mas você também gosta da Helena - eu retruquei, enquanto gesticulava, meio desorientada.

- Gosto também, mas e daí? - ele me respondeu, com um olhar misto de perplexidade e surpresa.

- Então, se você optar por mim - eu disparei - nós teremos esses dez minutos.

Ele me encarou durante um momento. Então riu. Riu não, gargalhou. Uma sonora gargalhada divertida e deliciosa de se ouvir, que preencheu todo o ambiente. E então eu me senti uma completa, não, uma perfeita idiota. Agora, ele provavelmente me via como uma daquelas adolescentes tolas de filme que se apaixonam perdidamente pelo carinha mais popular da escola. Pelo Olimpo! Eu já passei dessa fase a muito tempo!

- Camila, minha raposinha - ele disse enquanto tirava minha blusa - Eu sempre soube desses seus sentimentos por mim, mas juro que não pensei que chegasse a esse ponto

Caralho, K! Não fode! Eu já estava quase desabando de vergonha.

- Sabe, quando eu comecei a namorar Karolyn, ela tinha cabelos ruivos. Não naturais, óbvio: era aquela cor de cobre mesclada com um loiro claro. E isso me fazia pensar em você, sabe?

- Não sabia que você pensava em mim - respondi. Não tinha jeito; a tolice já havia me subido à cabeça.

- Pensava, e penso, de várias formas - não foi bem isso que ele respondeu, na verdade. Se você tiver uma mente um pouco mais pervertida, vai entender bem rápido. Eu prefiro me poupar de transcrever a frase na íntegra.

Certo, nesse momento, provavelmente meus cabelinhos estavam menos vermelhos do que a minha cara. K me puxou pela cintura com uma mão e tentou tirar meu sutiã com a outra, não tendo sucesso até que eu o informasse que esse tipo de sutiã era desabotoado pela parte da frente. Ele soltou outra gargalhada e disse que tinha perdido a prática. E então, eu fiquei na ponta dos pés - malditos caras altos - e o beijei, passando a mão por seus longos cabelos e pela barba que crescia cada vez mais. Por incrível que pareça, foi aí que eu notei o quão diferente ele estava. Quando eu o conheci, era um garoto magrelo com um corte moicano disfarçado, e uma fina penugem acima do lábio, a qual ele provavelmente fora coagido a deixar, para parecer mais nórdico. Agora ele era um rapaz alto, forte, inteligente e bonito além da conta. E incrivelmente carinhoso. Ele me colocou delicadamente na cama, e antes de tirar minha calcinha, me perguntou mais uma vez se eu queria, e eu o respondi com um beijo caloroso. Eu não vou narrar o que fizemos, ou como fizemos, até porque eu tenho certeza que não o conseguiria fazer, mas acho realmente importante ressaltar o quão carinhoso ele: o tempo inteiro preocupado com meu bem-estar, se estava doendo ou se eu queria de outro jeito. Não preciso nem comentar que demoramos mais de dez minutos. E eu definitivamente me derreti quando, ao terminarmos, ele sussurrou em meu ouvido:

- Eu te amo, minha raposinha.

Pelos deuses, juro que passei mal. Eu tentei gaguejar uma resposta, ou puxar-lhe para perto a fim que eu pudesse beijá-lo, mas o meu corpo estava completamente mole, e tudo o que consegui fazer foi lhe dar um beijo em sua mão direita. Bem, eu devia a minha vida àquela mão. No infeliz incidente de uma invasão à um evento de anime, K conseguiu me salvar e segurar sua posição, com todos os seus companheiros mortos ou incapacitados, e o próprio braço direito brutalmente quebrado. K sempre foi o tipo de cara que luta até a morte, a sua própria ou do seu adversário, mas também um estrategista observador e perspicaz: utilizando-se de uma complexa série de fintas e de técnicas ilusórias, K conseguiu subjugar um guerreiro de rank superior ao seu próprio (Um rank-A, sendo que na época ele era um rank-C) tensionando os músculos de seu braço quebrado e liberando uma lâmina oculta no pescoço deste. Ainda me lembro dos reforços da Falange chegando logo a seguir, enquanto K atirava a esmo com sua pistola, até colapsar, com um sorriso no rosto. K girou na cama e me colocou por cima de si, acariciando meu rosto.

- Bem, creio que estamos mais relaxados agora - ele disse, com um tom estranhamente sério para o momento - Então podemos conversar. O que Arata quis dizer com "ela é um jóia muito preciosa"?

Eu engasguei. Não havia como pensar em uma desculpa convincente a tempo. Se eu contasse a verdade, ele iria imediatamente sair e matar Arata. E isso não seria bom para ninguém.

- Não se engane - ele continuou - Eu sei exatamente o que ele quis dizer. Mas eu quero ouvir de você. Detalhes.

Suspirei.

- Caí no conto do "beba sem modéstia" - eu comecei - Infelizmente, o vinho estava batizado. Eu estava tão entretida com o papo-furado de Arata que ignorei o gosto peculiar da droga. E então, acabei sendo coagida a fazer algo que eu não queria, se é que você me entende. O pior é que ele filmou tudo. Eu disse que poderia sumir com quaisquer rastros do vídeo mesmo se ele postasse, mas ele disse que era melhor que eu não o fizesse. "E é bom que você volte sempre. Satisfazer clientes é minha especialidade", ele disse. Eu juro que quase o matei. Mas mesmo eu não poderia esperar viver muito tempo se eu o fizesse, e eu ainda tinha que encontrar você. Felizmente, não demorou para isso acontecer, e o assunto acabou enterrado. Até agora.

K ouviu atento. Eu estava esperando o momento em que ele explodiria, juraria matar Arata, ou mesmo pegaria uma arma e sairia para fazê-lo, mas tudo o que ele fez foi respirar fundo e cerrar os punhos com força.

- Vamos - ele disse, secamente - É melhor que não nos atrasemos.

Pelo seu tom de voz, eu até imaginei que ele houvesse ficado com raiva de mim, mas felizmente, ele não ficou. Pude respirar mais tranquilamente enquanto ele me ajudou a amarrar meus coturnos e me pediu para pentear-lhe o cabelo, que eu havia deixado completamente bagunçado durante o sexo. Ele me ajudou com o colete e eu limpei novamente o seu ferimento, que estava soltando um pouco de pus, e troquei os curativos. Pegamos nossas muitas malas e descemos as escadas, rumo a saída. K é consideravelmente mais forte que eu, então ele se dispôs a carregar a maior parte das coisas, incluindo a mochila de armas. Notando melhor agora, ele parecia bem triste. Senti um aperto em meu coração.

- Kölbjorn Caesar Furia - eu chamei, enquanto passávamos pelo portão.

- Eu - ele respondeu, com um olhar triste.

- Eu amo você.

Ele abriu um sorrisinho, ainda triste, e baixou a cabeça.

- Camila Camomila - ele brincou - Vermelhinha como uma romã.

Eu sorri. Ele não segurou a minha mão dessa vez, mas me abraçou, me puxando para perto de si, como se estivesse me protegendo. Não era fácil andar daquele jeito, mas acho que fizemos um bom trabalho.

- Eu não posso lhe pagar pelo que fez por mim, moranguinho - ele disse, com afeto - Mas sempre que precisar, não importa onde esteja, ou os obstáculos a serem superados, basta me chamar, o mais alto que puder, e eu irei, ainda que eu tenha que rastejar até você. A hora de Arata vai chegar, e nem Tsurugi Urushibara poderá me impedir. Vou fazê-lo pagar pelo que fez.

Eu deixei escapar uma lágrima, o que não é do meu feitio, mas ele havia conseguido me deixar particularmente feliz e emocionada. Posso dizer que ele me proporcionou um dos melhores momentos da minha vida, e eu sabia que poderia confiar nele para qualquer coisa. Ele sugeriu que já guardássemos as coisas no carro blindado da Falange - um enorme utilitário perfeitamente projetado para o transporte de pessoas e suprimentos - para que não chamássemos muita atenção. Chegamos ao nosso ponto de encontro ainda adiantados, embora Jaime obviamente já estivesse lá. Rápido até para negociar, pelo visto. Ele trazia uma mochila similar a nossa, pendurada desajeitadamente sob o ombro, juntamente com seu rifle de assalto. Ele nos mostrou o conteúdo, e francamente, me surpreendeu.

- Uma metralhadora Type 99 - ele falou - E uma quantidade razoável de todos os tipos de munição nipônica. Tive sorte de encontrar os dois no gabinete. Falei da Camila, e rapidinho eles providenciaram essa belezinha aqui. Ah, Tsurugi disse que quer lutar com você em oportunidades futuras, K. Um amistoso, para deixar claro.

- Prontamente aceito. A propósito Mila, que tipos de favores o tal Hayato te devia? - ele pareceu um pouco desconfiado, o que me chateou um pouco, mas resolvi ignorar.

- Hayato é uma boa pessoa, mas um completo idiota - respondi - Se eu não tivesse livrado a cara dele, Arata teria mandado executá-lo. Tsurugi não poderia fazer nada em relação a isso: ele e seu chefe não se dão bem. Não é bem um segredo, mas Tsurugi não sente nada mais do que infinito desprezo por Arata. Ele só o serve porque seu mestre anterior, Nobunaga-san, o pediu para que o fizesse.

- E esse Nobu-sei-lá-o-quê já morreu? - Jaime perguntou - Ouvi esse nome um par de vezes.

- Na verdade, se aposentou. Está em um retiro espiritual no Japão.

Leif e 'Noite chegaram, com suas sacolas repletas de comida, remédios, e alguns itens utilitários, como ferramentas, lanternas e etc. Leif já havia baixado o capuz e tirado o véu e a tintura negra da boca, o que lhe deixava um pouco menos bizarro. 'Noite parecia mais séria do que o habitual. Preocupada, eu diria.

- Más notícias, guys - ela falou.

- Nossos amiguinhos fizeram contato - Leif explicou, antes que alguém perguntasse - Descobriram que K estava em hospital, mas ainda não sabem pra onde ele foi. Não por muito tempo. Ainda tem outra equipe, ou o que restou dela, já que K teve a cortesia de matar dois de seus membros.

- Qual foi a resposta de vocês? - eu perguntei, apreensiva.

- "Estou forrageando suprimentos, não encham a porra do saco. Leif e Jaime já estão no encalço dele, relaxem o cuzinho de vocês" - 'Noite contou. Bem sutil ela, pelo visto.

- Ok - Jaime falou - O que vamos fazer, então? Entregar K está fora de questão, mas não sei se poderemos ocultar o seu paradeiro por muito tempo.

- De fato - Leif respondeu - Os sensores das outras equipes não demorarão a encontrá-lo. Alguma sugestão, K?

- Bom - ele deu de ombros, com um sorrisinho malvado - Deveríamos fazer uma visitinha a eles.
 



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