História Os Velhos Olhos Vermelhos - Acordar

Acordar

            O comando que eu sempre uso para sair dos meus pesadelos parece tosco, mas realmente me ajuda. Sempre fui acostumado a acordar dos meus pesadelos, olhar para o teto, ser cutucado pela minha irmã e começar meu dia.

Eu esperava algo como acordar com meus amigos resmungando o quão preguiçoso eu era e que estávamos atrasados para algum tipo de festa, comemoração ou algum churrasco de família. Mas a única coisa que eu vi foi o teto branco e ao virar minha cabeça eu consegui ver o rosto desesperado da minha irmã.

- Pelos espíritos! Sokka, você finalmente acordou! Aang vá chamar um médico ou qualquer outra pessoa nesse hospital. – Nem consegui ver a cara do coitado, minha irmã deve ter transformado ele em um bichinho de estimação.

- Katara, o que aconteceu? – Disse com dificuldade.

- Ah, você foi atingido por alguma coisa de metal. Não sei ao certo, mas pelo menos você finalmente acordou!

- Como assim você não sabe o que me acertou? E como assim “finalmente”, eu tô dormindo a quanto tempo?

- Olha aqui, eu não sou obrigada a saber de tudo que acerta essa tua cabeça oca! E você está apagado faz algumas semanas.

“Algumas semanas?”

Eu realmente não sei o que aconteceu para eu estar desse estado no hospital, eu tentava me lembrar de tudo mas minha lembranças sempre acabavam com a Toph falando sobre o quão chato era voar no Appa. Eu realmente não ligava com o que minha irmã estava falando, eu queria saber o que eu estava fazendo no hospital todo detonado.

- Ah, então ele acordou. – O medico falou e ao mesmo tempo verificando se eu estava consciente, acho que a minha cara de “Sokka pensador” assustou eles, mas é aquele ditado: não sou obrigado a agradar ninguém.

Katara e Aang ficaram o tempo todo olhando o medico fazer o trabalho dele, não sei como ele não teve um coiso de tanto que olhavam as mãos dele. Depois que ele terminou ele foi embora dando instruções que não ouvi pelo motivo que eu não vou precisar, a Katara que vai cuidar de mim então não preciso ouvir.

- Então, como está se sentindo? – Aang perguntava com um sorriso olhando pra mim.

- Estou me sentindo violado com você tão perto da minha linda face.

- Deixa de ser indelicado! – Katara sussurrava alto, estávamos em um hospital então ela não podia gritar e nem bater em mim.

- Ta bem eu vou ser legal, to me sentindo quebrado! Ta feliz agora?

- Quando você se recuperar vamos ter uma conversa séria!

- Como quiser. Alias, cadê a... – Toph. Caramba, pra que interromper?!

- Suki? Ela ta lá fora esperando você!

- Ta... Só diz pra ela que eu estou sem condições de ver ela lá fora.

- Tudo bem, eu vou deixar vocês se falarem um pouco. – Minha irmã disse isso e saiu junto com o Aang pra chamar ela.

Quando Suki chegou ao meu quarto ela nem me deu “oi”, ela meio que quase me matou com o peso dela. Ela conversou comigo e tals, mas realmente não tinha noção do que estava acontecendo. As hora passaram rápido, Suki não tocou no assunto do acidente, logo o médico mandou todo mundo dar no pé por causa da hora de dormir. Eu tava quase dormindo quando uma coisa cutucou meu nariz.

- Ei, cabeça de carne! Acorda seu idiota!

- Toph, vai dormir você não deve estar bem.

- Como você abe? Eu achava que você não lembrava a causa de estarmos todos ralados no hospital. - Falava irônica.

- Você sabe? – Perguntei me levantando.

- Que pergunta idiota! É claro que eu sei!

- Então fala ué.

- Tá bom, mas olha a Katara não tava mentindo sobre a coisa de metal.

*FLASHBACK*

 - Qual o problema de ir pra essa cidadezinha de merda a pé? Vocês são muito preguiçosos!

- Você quer parar de reclamar só um pouquinho? Desde antes de subirmos no Appa que você começou a reclamar.

- Deve ser o fato de eu não gostar de voar nesse bicho.

- Então trate de fingir que gosta, ninguém aqui quer saber se você gosta ou não de voar.

- Ninguém quer saber se a opinião da Toph te incomoda, Sokka. Parem vocês dois pelo amor que existe entre nós! – Suplicava a Katara.

- Pelo amor que existe entre nós, nós já chegamos? – Toph falava jogada no Appa.

- Sim, nós já chegamos! – Aang respirava aliviado por não ter que ouvir a Toph reclamando do Appa e nem o Sokka reclamando dela.

O governante da cidade recebeu os quatro com um misto de desespero, felicidade e preocupação.

- Oh, Avatar Aang! Que bom ver você, isso me deixa tão feliz!! - Falava o governante, apertando forte a mão de Aang.

- Ah... Sim, eu acho. Bom, qual é o motivo de me chamar aqui?

- Ah, sim, claro. Por favor, me acompanhe.

E assim o prefeito nos levou até uma sala de reunião para falarmos de uma rebelião que estava e formando.

*ACABOU O FLASHBACK*

Um barulho estava vindo do corredor, Toph se escondeu nas cortinas e esperou a enfermeira ir embora do meu quarto para poder ir embora também.

- Ei, você já vai? Nem terminou de contar o resto.

- Calma, eu volto amanhã. Não posso passar a noite aqui.

- O.k. mas volta, por favor.

- Não te preocupa, eu vou sim.

Então ela saiu e eu dormi. No outro dia o médico fez algumas perguntas sobre eu ter tido algumas alucinações, eu neguei, não menti eu não vi nenhum tipo de coisa pegando fogo ou visto algum bicho indo me atacar. Katara e Aang também ficaram com duvidas sobre as perguntas das alucinações, eu estou bem acordado pra ter alucinações, ele fez alguns testes comigo e perguntou se eu lembrar de alguma coisa, eu falei tudo o que a Toph me disse, conforme eu dizia eu me lembrava do que aconteceu. Quando cheguei na parte da reunião, eu travei, foi o suficiente pro médico ver que eu não lembrava do resto.