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História Otherside - Décimo Primeiro


Escrita por: redwood

Notas do Autor


Ok, eu falei que a história ia avançar agora. A partir de hoje, a história segue mais ou menos um mês após o beijo do capítulo 10, ou seja, Robert e Nico meio que já estão... namorando. Porém, o começo desse capítulo é um flashfoward de mais ou menos 6 meses após o beijo e tudo, ou seja não se assustem. Depois tudo volta. Vocês vão entender. Amo vocês.

Capítulo 11 - Décimo Primeiro


Nico

Houve um tempo em que a calma e o caos andavam de mãos dadas e elas não podiam se separar de forma alguma, caso contrário, o caos se transformava na loucura e apavorava a calma, fazendo-a fugir. 

Veio a tragédia então, e as separou. 

Eu conhecia o caos envolto na loucura agora. O que havia acontecido comigo para ter me tornado tão cego a ponto de desprezar a realidade que agora me cercava na beira da morte? Eu sorri demais? Eu dancei demais? Ou só amei demais? 

Conheci o mundo que ele havia me dado, abracei suas estrelas e deixei que o calor aconchegante da sua pele me envolvesse e nos seus braços eu me entreguei. Logo minha alma estava apaixonada pelo vislumbre da alma dele. Mas não podemos nos deixar levar pelas aparências de um espelho embebido em ilusões. 

E as águas nas quais outrora eu me banhei, hoje são a minha tempestade. Agora as ouço quebrando nas ondas noturnas do mar. A mesma praia que visitei, o mesmo oceano que comtemplei, hoje dá espaço ao palco da desgraça. 

O veículo em que eu e Robert estávamos havia acabado de virar ponta cabeça, após capotar mais ou menos 4 vezes pelo barranco. Isso foi após os disparos vindos de outro veículo atrás de nós. O carro agora começava a se incendiar de dentro para fora, enquanto eu tentava me livrar do cinto de segurança.  

Eu estava ferido. Uma bala agora ardia como ferro queimando na carne em meu ombro, ao mesmo passo de que havia vidro fincado em meus braços e rosto. 

Gritei por ajuda, mas acabei cuspindo meu sangue. Se eu estava daquele jeito, imagine Robert. O carro começou a exalar um forte cheiro de gasolina e eu me desesperei. Consegui me soltar do cinto, me arrastando pela areia até o outro lado. É tudo mais complicado quando se está de cabeça para baixo. 

Vi Robert preso e desacordado, e por um segundo pensei: eu deveria te deixar aí. Logo me condenei por tal pensamento. Puxei os cintos, sem sucesso. O carro agora queimava os bancos bem atrás de nós. Consegui então arrastá-lo com muito pesar para fora, por fim deixando o cinto passar por entre suas pernas. Estávamos longe o suficiente 

O carro agora explodia e eu segurava Robert com força, num instinto de protegê-lo.  

Agora eu comtemplava não o mar, mas as chamas amarelas. Eu fitei o rosto de Robert, segurando em meus braços. Havia sangue, porém ele parecia angelical, mesmo apagado daquele jeito. 

—Meu Deus, eu ainda te amo. — disse eu, vendo o fogo e a água num mesmo ambiente.

36 semanas antes 

—Isso Nico, mais pra esquerda... Oh, isso, mais embaixo... Meu Deus, quem te ensinou a fazer isso? 

Crec. Os ossos das costas dele estalaram como se estivessem voltado ao lugar depois de anos fora do mesmo. Saltei de cima dele, mas continuei contando as sardas em sua pele. 

—Sinceramente, eu acho que nunca lhe fizeram massagens na vida. E olha que você tem... 31 ou 32? 

—31 — resmungou Robert de bruços. Resmungou nada, eu sei que ele estava rindo. E então virou-se. —Ei, tá insinuando que eu sou velho? 

—Uh, desculpa se o adolescente aqui ficou nervoso.  

Robert senta-se na cama e percebo que sua feição logo se altera. O sorriso logo sendo roubado por uma feição triste e pensativa. 

—Aquele lance da idade de novo? — perguntei. 

Ele assente que sim com a cabeça. Eu detestava quando Robert surgia com uma e outra neura. Aos poucos, eu descobria que por trás daquele corpo, havia um cara muito instável. 

—Eu já te disse que eu não me importo nem um pouco com isso. São só números. Uma singela diferença entre nós dois que não afeta o que eu sinto por você, e você por mim. Isso é, se... 

—O quê? — Robert perguntou timidamente, deslizando seus dedos sobre meu rosto e acariciando meus cabelos. —Se eu gosto de você? 

Assenti do mesmo jeito que ele, mas logo desatei a rir. 

—Para de ser bobo! — falou ele, e eu adorava quando Robert falava assim, pois ele fazia uma cara de indignação, seguida de um sorriso torto. — Claro que gosto! Seria não gostar se eu te escolhesse entre tantos outros, não que eu esteja me gabando, e, se eu não me sentisse tão certo de ter você na minha vida porque quando estamos juntos eu só sei pensar que eu te amo e... 

—O quê?! — saltei da cama, chocado. 

—O que foi, Nico?! 

—Você disse... 

—Meu Deus, eu disse mesmo. 

Nos entreolhamos, assustados. Robert então olhou, pensativo, e disse: 

—Foda-se isso. Eu te amo

Não consegui resistir. A mais clichê das declarações havia sido dita tão espontaneamente. Eu voltei a cama e o beijei, repetindo a mesma frase.  

Haviam sido só 5 semanas após nosso primeiro beijo. Eu não me dei conta de que talvez fosse muito cedo para um 'eu te amo'. Tarde demais seriam as consequências. 

- - - 

Existia aquele silêncio que eu não podia acreditar que existia em Londres numa noite de sexta feira. Só o topo da República e conversas vazias entre eu e ela que simplesmente adorávamos. 

De repente então, vinha o metrô, passando pela linha acima de nossas cabeças, fazendo aquele barulho que soava com um avião estourando os tímpanos ao embarcar. 

—Isso assusta, né? 

—Aham. — disse ela, bebendo mais um gole de alguma bebida incerta. 

—Vanessa, você já teve a sensação de que... Algo está indo num ritmo que não deveria? 

—Como assim? — indagou ela. 

—Quero dizer se... Quando uma relação tá indo rápido demais e... 

—Pede pra dar um freio então, meu querido. Sério. Você não quer se casar antes dos 30, isso eu te garanto. Minha irmã casou e virou uma fracassada. 

—Você já fez isso antes? 

Vanessa me encarou, pensativa, e depois fitou para os prédios distantes. 

—Quando eu tinha esse namorado, o que morreu... Quando começamos a namorar, foi aquela coisa muito intensa logo de cara, sabe? Muito cedo a gente falava sobre futuro, até filhos. E eu lembro que falei para ele que a gente devia curtir mais e não pensar nisso. Eu deixei o que poderíamos ter um dia e então ele se foi. 

—Mas... Isso é meio que o contrário do que você tinha me dito antes. 

—Esquece. A vida não faz sentido.  

Voltei para dentro da República e me sentei no sofá vazio. Não havia quase ninguém por lá nas sextas. Fiquei pensativo e estava quase dormindo, quando ouvi um estrondo lá fora. 

—Ouviu isso?! — Vanessa gritou, descendo as escadas. 

Corremos e pela varanda, vimos na rua um carro pegando fogo  e uma árvore golpeada. Logo várias pessoas correram até o mesmo. Alguém gritava para ligarem os bombeiros. 

—Espera, acho que sei de quem é esse carro. — disse Vanessa. 

Eu me aproximei o suficiente. 

—Meu Deus. É a filha da Victoria.


Notas Finais


Dois acidentes num mesmo capítulo. Não tá fácil


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