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História OUAT em Storybrooke - A Vida Continua? (Parte 2)


Escrita por: onlyouparrilla

Notas do Autor


Hey, meu lindos! Obrigada pelos comentários no aviso passado e por não desistirem da fic mesmo depois de um ano e meio de espera. Vocês são incrivéis!
Bom, pros desavisados: Eu fiz uma reforma na história então antes de ler esse cap. o ideal é voltar alguns e ler eles de novo. As música, como sempre, estão nas notas finais (conheçam pelo menos City of Stars pra última cena fazer sentido). Sem mais delongas... Boa leitura!

Capítulo 24 - A Vida Continua? (Parte 2)


Fanfic / Fanfiction OUAT em Storybrooke - A Vida Continua? (Parte 2)

“E assim a vida continua, ganhando, perdendo, sorrindo e chorando... Construímos nossa história em momentos fragmentados no dia a dia, detalhes perpetuados na memória e registros que só o coração é capaz de guardar. Vivemos em um mundo louco e cada dia mais acelerado, vivemos emoções variadas de segundos em segundos, nos perdemos em deslizes que são necessários para nosso amadurecimento. Procuramos desculpas no passado para alimentar melhoras futuras e nos esquecemos de que o momento de se viver é agora, no presente, com todas as emoções e situações possíveis... Viva!”

Havia se passado um mês depois do ocorrido na casa de Robin. Desde então, Regina evitou todo e qualquer contato com Robin. Não atendia ao telefone, não o atendia em sua casa e muito menos na prefeitura. A gestação de Zelena já estava no sétimo mês e ela permanecia hospedada na casa de Robin, seus devaneios pioravam a cada dia. Mary e David curtiam a gravidez como casal e como amigos tentavam dar apoio a Regina e a Robin que sofriam separadamente. Os dias de verão passavam devagar em Storybrooke e mesmo com o calor das ruas, os corações continuavam gélidos. 

(...)

– Papai, quando poderemos ver a tia Regina? – perguntou Roland brincando com o seu patinho na banheira.

– Não sei, filho. – limitou-se Robin esfregando o xampu no cabelinho do filho do lado de fora da banheira.   

Desde o rompimento deles, Roland não havia visto Regina e Robin desconversou sobre ela durante todo o mês sem querer expor a separação para o garoto. Já estava tudo pesado demais para a cabecinha dele.

– Podemos ir amanhã a casa dela depois da escola? – sorriu entusiasmado com a ideia.

– Amanhã não filho, o papai está muito ocupado, lembra?

– Mas pai... Todos os dias você fala alguma coisa, eu quero ver a tia Regina! – abaixa a cabeça.

Robin permanece em silêncio, não conseguia mais mentir para o seu menino. O enrola na toalha e o leva até o seu quarto.

– Ela não gosta mais de mim, pai? É por isso que ela foi embora? – pergunta baixinho ainda cabisbaixo enquanto Robin coloca seu pijama.

– Ei... Claro que não, a Regina ama você e eu tenho certeza que está morrendo de saudade. Olha, o papai e ela estão resolvendo coisas de adultos que você ainda não entende, mas isso não tem nada a ver com você, tá? Não fica assim.

Robin o abraça e Roland começa a chorar.

– Mas eu to com saudade dela... Eu quero a tia Regina... Ela prometeu que assistiria desenho comigo faz muito tempo e ainda não voltou para vermos. – seu choro ia aumentando – Aqui no meu coraçãozinho tá doendo papai, eu sinto falta dela com a gente.

Robin aperta mais o seu filho contra ele e fica de pé o ninando enquanto tenta fazê-lo parar de chorar. Algumas lágrimas molham a face do loiro enquanto sente a pior dor do mundo que é ver seu filho sofrendo.

– Me perdoa, filho... A culpa disso tudo que tá acontecendo é do papai, mas eu prometo que vai dar tudo certo. Eu te amo.

Finalmente Roland adormece depois de muito choro, mas infelizmente, para Robin a noite seria longa.

-❖-

Pela manhã Robin deixa Roland na escola como todos os dias, mas antes de ir embora procura Mary e conta a respeito da reação de Roland na noite anterior.

– Eu faço de tudo pra ele se distrair, mas ele sempre traz o nome dela para as conversas e eu não sei mais o que fazer, Mary. Meu filho está triste e isso tá me matando. – desabafa.

– Meu Deus, Robin... Coitadinho. Eu nem imagino como deve estar sendo difícil pra ele ter a Regina todos os dias e de repente ela sumir sem mais nem menos. Com certeza esses pensamentos de que a culpa é dele são gerados em sua inocente cabecinha. Precisamos fazer alguma coisa, ele não pode continuar assim.

– É, mas o quê? Eu já fiz tudo o que eu poderia fazer. Regina não me atende de jeito nenhum... Ah. – suspira passando a mão no rosto cansado das noites mal dormidas.

– Mas eu sei o que fazer. Eu vou resolver isso, apenas confie em mim, certo? – diz Mary.

– Tá bem. Você sabe que eu confio. Qualquer coisa estarei na delegacia, apenas me ligue.

– Ok, Robin.

Ele se vira já indo embora, mas Mary o chama pelo nome.

– Hum? – pergunta se virando.

– Se cuida, hein... Você está péssimo.  – alerta-o com zelo.

– Não tá tão fácil assim...

– Tenha esperança.

Ele dá um riso amarelo e some entre os alunos da escola. Ao vê-lo sair, Mary vai rapidamente a sua bolsa a liga para Regina.

– Regina?

Bom dia, Mary. Aconteceu alguma coisa?

– Na verdade aconteceu. Podemos nos encontrar agora?

O que houve? Está tudo bem com o bebê? – pergunta Regina preocupada.

– Sim, está tudo bem comigo, não se preocupe. Apenas preciso conversar com você. Onde está?

Já estou na prefeitura.

–Vou até aí agora, pode ser?

Claro, claro, venha. Estou te esperando.

Mary pediu para uma das professoras ficar com a sua turminha e rapidamente foi até a prefeitura.

-❖-

– Regina? – bateu na porta.

– Entre Mary. – disse a morena se levantando para receber a amiga.

– Oi... Meu Deus, como está calor lá fora. – se abanou e abraçou Regina.

Regina retribuiu o abraço e logo a fez sentar.

– Veio andando da escola até aqui com esse barrigão? – perguntou surpresa.

– Sim... Caminhar faz bem para mim e para o bebê, mas confesso que não contava com esse calor.

– Meu Deus, Mary Margaret! Tome água.

Regina deu água e logo se sentou no sofá ao lado dela.

– Obrigada. Onde está Graham? – tomou um pouco de água e olhou ao redor.

– Virá mais tarde. Mas o que aconteceu? Porque veio aqui tão cedo, Mary?

– Antes, me diga, você está bem Regina? Como está hoje?

Regina baixou a cabeça e mirou seus dedos da mão enquanto os enroscava.

– Estou melhor... Já faz um mês, né? – tentou parecer casual, mas não teve êxito.

– Regina, eu to aqui para falar do Roland.

Regina ergueu o olhar em um súbito para Mary.

– O que houve Mary? Aconteceu alguma coisa com ele? – pergunta arregalando os olhos.

– Sim, Regina. Roland não está bem e a culpa é sua e do Robin. – dispara.

Regina engole em seco e ouve as duras palavras de Mary como agulhadas em seu corpo.

– Como assim, Mary? O que está dizendo? – sussurrou.

– Regina, desde que você e Robin romperam você nunca mais foi a casa deles e eu posso imaginar o tamanho da dor que você está sentindo com tudo isso, mas você já parou para pensar como deve estar a cabecinha daquela criança ao tê-la todos os dias como uma mãe que ele não tinha há muito tempo e do nada não te ter mais de uma hora pra outra? Roland não está bem. Robin o deixou na escola hoje e me contou que ontem a noite passou quase uma hora chorando por saudades suas. Robin disse que ele chegou a perguntar se você ainda gostava dele e porque você não o visitava mais e nem via mais desenhos com ele. Acredita?

Regina ouvia e logo lágrimas povoaram os seus olhos. Com toda aquela confusão ela não pensou nos danos que tudo isso poderia estar causando ao seu pequeno anjinho. Ela também sentia falta dele (do mesmo jeito que também sentia falta de seu pai), mas a dor de pensar sobre isso a causava uma inconstância terrível e logo tentava afastar os seus pensamentos disso.

– Mary... Eu não consigo mais ir lá. Não consigo mais ver o Robin e muito menos ver aquela mulher com eles. – falava em meio ao choro que tentava segurar inutilmente.

– Eu não estou pedindo para você ir até lá, Regina. Estou pedindo para você ver o Roland, ele é quem está em questão aqui. Sei o quanto o ama e eu não aguento mais ver aquele garotinho triste. – suspira.

Regina engole em seco e enxuga suas lágrimas.

– Tem razão, Mary, não posso ser tão egoísta assim... Coitadinho do meu anjinho. Meu Deus, como sinto falta dele.

– Posso ligar para Robin e dizer que hoje vai busca-lo depois da escola?

Regina dá um longo suspiro.

– Sim, avise-o. Ficarei um tempo com ele.

Mary segura nas mãos de Regina.

– Você vai ver como isso vai ser bom para vocês. Precisam matar essa saudade.

– Sim... Aquele garotinho ganhou meu coração como nenhum outro.

Mary a abraça e levanta.

– Agora preciso voltar, deixei uma professora cuidando da minha turma.

–Tudo bem.

Regina a acompanha até a porta.

–Ei... Mary. – a chama.

–Oi?

– O Roland sabe que eu e Robin não somos mais namorados?

– Não. Robin nunca conseguiu dizer isso para ele.

– Entendi... – morde a bochecha.

– Vai dar tudo certo. Você sempre soube como agir com ele... Não se preocupe. – diz Mary carinhosamente.

– Obrigada por tudo, Mary. Não sei como estaria lidando com isso sem você. – sorri sem mostrar os dentes.

– Já disse que amigos são para essas coisas. Cuide-se. – manda um beijo e sai.

-❖-

♪ (Home – Gabrielle Aplin) ♫

Regina esperava Roland largar em frente à escola encostada em seu carro com os braços cruzados, estava perdida em seus pensamentos enquanto a brisa suave fazia seus curtos fios voarem levemente. Seu coração estava apertado só em imaginar os maus bocados que Roland estava passando por causa da situação. Pobre menino, não tinha culpa de nada e também estava tendo que pagar a conta. Suspirou e levantou o olhar na tentativa de impedir que as suas, tão constantes, lágrimas caíssem.

Ela foi desperta de seus pensamentos quando ouviu crianças gritando e correndo com suas mochilas nas costas. Logo avistou Mary e Roland de mãos dadas caminhando devagar ao seu encontro.

– Hoje alguém diferente veio busca-lo, Roland. – dizia Mary para o garoto.

– Meu papai não vem me pegar hoje titia?

– Não, meu amor. Uma pessoal muito especial está aqui te esperando.

– Quem titia?

– Olha lá... – aponta para Regina.

Roland olha para a direção que Mary apontava e logo avistou a linda morena e ao vê-la, arfou seu corpinho em surpresa e logo abriu um sorriso capaz de contagiar todo o mundo.

– Tia Regina! – gritou Roland estático em seu lugar.

– Meu anjinho! – retribuiu sorrindo graciosamente para ele – Vem cá vem, vem pra tia... – abriu os braços o chamando.

Roland correu em direção a ela e se jogou em seus braços. Regina o segurou e o ergueu o abraçando de pé. Aquele abraço pareceu parar o mundo para os dois. Perderam a conta de quanto tempo passaram ali, apenas os dois, curtindo os seus braços. Por fim, Regina cheirou a cabecinha de seu menino.

– Ah que saudade desse cheirinho... – o colocou no chão.

– Titia! Que surpresa legal! Eu to muito, muito, muito feliz! – deu pulinhos no asfalto.

Regina sorriu.

– Meu anjinho! A titia também tá muito feliz, eu estava morrendo de saudade de você, sabia?

Mary se aproxima sorrindo enquanto acariciava sua barriga.

– Gostou da surpresa Roland? – perguntou.

– Sim, tia Mary! Essa surpresa me deixou mais feliz do que quando meu pai me deixa tomar sorvete! – disse arrancando risos das duas.

– Nossa... Isso me deu uma ideia incrível... – disse Regina apertando os olhos como quem bola um grande plano.

– Ah é tia? Qual? – pergunta o menino curioso.

– Que tal sairmos daqui e irmos tomar um grande, mega, blaster sorvete?

– Sim! – o menino grita chamando atenção de todos que passavam ao redor deles.

Regina e Mary riem alto.

– Oh! Já vi que gostou, hein? Então... Já pro carro mocinho! – abre a porta para ele.

O menino pula no carro sem pensar duas vezes. Regina agradece a Mary com os lábios e entra no carro também.

(...)

Regina caminhava com Roland por um parque ao ar livre cheio de árvores que balançavam o vento fresco do verão. Cada um levava um sorvete nas mãos.

– O meu tá uma delícia, tia Regina. – disse Roland dando mais uma lambida no seu sorvete de casquinha.

– O meu também, meu anjinho. – imita-o lambendo o dela – Vem... Vamos nos sentar aqui.

Senta com ele em um banco de madeira próximo ao lago que havia no parque. Roland balançava as suas perninhas e continuava devorando seu sorvete. Regina termina o seu e passa alguns segundos apenas olhando-o e sente-se preenchida por uma sensação maravilhosa de leveza.

– Roland...

– Oi titia.

– Sei que eu estou muito distante de você nesses últimos tempos, mas não quero que pense nunca mais que eu não gosto de você.

Roland a olha.

– Sabe tia Regina... Você me disse que veríamos desenhos juntos e se passaram tantos, tantos, tantos dias que eu pensei que você não gostava mais de mim. – abaixa a cabeça.

Regina coloca a sua mão no queixinho dele e levanta seu rosto voltando seu olhar para o dela.

– Ei... Eu sei que eu prometi que estaríamos juntos e acabei não cumprindo. Você pode me perdoar por isso? – seus olhos estavam tão serenos.

– Sim, titia Regina... Eu senti muita saudade, mas eu não estou mais triste porque você está aqui agora.

Seus olhos já estavam marejados. Como era simples lidar com o seu anjinho, como tudo se resolvia fácil quando havia amor. Por que as coisas não poderiam ser assim com Robin também?

– Obrigada por me perdoar, não quero te ver triste por minha causa nunca mais. E mesmo eu não estando na sua casa com o seu pai todos os dias como antes, quero que saiba que sempre estaremos juntos mesmo que eu não esteja lá com você.

– Como assim? – pergunta confuso enquanto dá a última mordida em seu sorvete.

– Eu quero dizer que, quando você estiver com saudade de mim e eu não estiver lá assim, pessoalmente como agora, quero que saiba que eu vou sempre estar com você porque eu estarei aí dentro do seu coraçãozinho e você aqui dentro do meu... – ela coloca a mão dela em cima do coração dele.

Ele parece surpreso e encantado com o que acabara de ouvir e solta um lindo sorriso.

– Sério? – seus olhinhos brilhavam.

– Sim meu amor, porque quando a gente ama alguém e essa pessoa também nos ama, nós passamos a viver dentro do coração dela também e é por isso que eu estarei sempre com você, meu anjinho.

Ele coloca a sua mãozinha em cima do coração de Regina imitando-a.

– Então quando você sentir saudade de mim é só me sentir também, titia.

Uma lágrima finalmente contorna o rosto dela que apenas assente com a cabeça sem conseguir dizer mais nada.

“Porque eles dizem que lar é onde seu coração está gravado na pedra
É aonde você vai quando está sozinho
É aonde você vai para descansar seus ossos
Não é apenas onde você deita sua cabeça
Não é apenas onde você faz sua cama.”

-❖-

– Robin, já faz um mês que íamos prender August e Leroy, não podemos mais adiar, você mesmo disse. – contestou David.

– Eu sei, David, mas mudei de ideia... Não tenho certeza se é uma boa ideia. Vamos esperar mais um pouco, certo?

– Tudo bem, mas depois não diga que eu não avisei. Bom, já tá tarde, vou indo. Boa noite e não demore muito aí. – despediu-se David.

– Sim, senhor. – fez continência com as mãos para ele e logo David desapareceu pela porta.

♪ (Everybody's Gotta Learn Sometime - Beck) ♫

Mary havia avisado a Robin sobre a sua ideia de Regina pegar Roland na escola. Ele ficou aliviado por Regina ter aceitado estar com Roland. Robin aproveitou para passar um tempo sozinho na delegacia. Há muito tempo esteve firme segurando a onda por Roland, contendo a raiva de Zelena e toda essa história de filho que caiu sobre seu colo como uma bomba ativa. Robin sentia falta de sua Regina, de seu toque suave, de seus beijos pela manhã... Um vazio sem tamanho habitava em seu peito. Esse vazio revelava saudade, vácuo... Mas mesmo vazio, a dor o tornava denso, tão denso que se tornava palpável.

Levantou-se e foi até um armário pegando uma garrafa de whisky que havia por trás de algumas pastas na delegacia. Robin havia comprado a bebida e quando tinha oportunidade bebia na tentativa de amortecer seus pensamentos. Despejou um pouco em um copo que havia ao lado da garrafa e tomou um gole longo de whisky puro sem gelo. Apertou sua mandíbula e seus olhos sentindo a bebida queimar por sua garganta e tomou mais um gole. Encheu mais o copo e sentou-se novamente. Suspirou pesadamente e abriu uma gaveta pegando uma foto de Regina e dele que guardava. Olhou a foto tirada por David em que eles estavam na cozinha de sua casa enquanto preparavam bolinhos para Roland que havia insistido toda aquela semana para comer bolinhos feitos em casa. O resultado não poderia ser pior: Queimaram todos e nem o Pongo encarou os mesmos. Sorriu lembrando-se e uma lágrima percorreu sua face contornando-a.

Mais tarde, Robin volta para casa e ao estacionar em frente ao seu jardim sente seu peito apertar em um súbito. Regina. Ele sai do carro devagar e a vê tirando Roland de sua cadeirinha no banco de trás. Ele fica paralisado, sinceramente nessa hora qualquer atitude poderia ser doída para os dois e por mais que desejasse correr e tomar a sua Regina nos braços, sabia que não tinha mais esse direito, ele a havia magoado, a afastado.

– Papai! – Roland percebe a presença do seu pai parado de pé ao lado de seu carro.

Rapidamente Regina lança o seu olhar para o lado e encontra o olhar de Robin. O mundo pareceu ter paralisado naquele momento. Há quanto tempo ela não encontrava aqueles oceanos que agora pareciam tão tempestuosos. Os olhos cor de mel da morena pareceram avivar-se mais e agora brilhavam mais na escuridão da noite. Os dois se encararam por alguns segundos e pareciam dizer tanto um ao outro com os seus olhares. A respiração ofegante e os pelos eriçados de seus rostos transpassaram o que se passava dentro de cada coração ali. Nenhum dos dois ousou dizer uma só palavra. Quanta saudade...

Mude seu coração
Olhe ao seu redor
Mude seu coração
Você vai se surpreender
Preciso do seu amor
Como o brilho do sol

Alguma hora todo mundo tem que aprender.”

Roland falava sem parar sobre seu passeio com Regina para o pai, que, não ouvia nada em seu estado de transe. Roland percebendo que não recebia nenhuma resposta de seu pai, correu e foi até ele o puxando pelo braço em direção a Regina. Com a aproximação, o cheiro dela inundou suas narinas e seus olhos atingiram uma vermelhidão leve. Lágrimas.

– Vai tia Regina, fala para o meu pai que você me chamou pra dormir lá na sua casa quando eu quiser. – disse Roland.

Finalmente o mundo saiu do modo “mute” e o garotinho foi ouvido por eles. Robin desviou o olhar com dificuldade e pigarreou.

– O que, filho? – perguntou confuso.

O menino repetiu a frase.

– Não foi, tia Regina?

Ela respirou fundo e disse em um tom baixo:

– Sim, Roland.

– Você deixa, né pai?

– O que disse, filho? – perguntou novamente.

Estava difícil ouvir o que Roland dizia quando um filme passava por sua mente ao ter, depois de tantos dias, a imagem do amor de sua vida a sua frente.

–Você deixa? – repetiu o menino com impaciência.

– Sim, sim...

Mais um silêncio se instalou entre eles, que, novamente foi quebrado pela criança.

– Obrigada por hoje, tia Regina. Eu te amo.

Regina voltou sua atenção novamente para a criança e sorriu para ele.

– Eu também te amo, Roland. Amei me divertir com você. Agora eu tenho que ir... Durma bem.

Abaixou e depositou um beijo em seu rosto. Roland fez uma carinha triste, mas estava tão feliz por ter estado com Regina que se contentou.

Robin pegou Roland no braço e trocou a primeira palavra com Regina:

– Obrigado.

– Foi pelo Roland. – assentiu com a cabeça.

– Robin, é você? – ouve-se uma voz diferente. Zelena.

A ruiva abriu a porta principal da casa a alguns metros de distância deles.

– Regina... – sussurrou como quem pede socorro.

– Não, não faça isso. – desviou e disparou para o seu carro entrando e saindo o mais rápido que pudesse de perto daquele homem que a causava todas as sensações possíveis.

-❖-

[DOIS DIAS DEPOIS]

Era noite de sexta-feira e Regina havia trabalhado o dia todo. Desde que se separou de Robin, passava horas e mais horas se dedicando a prefeitura, pelo menos assim pensava menos em como a sua vida pessoal estava indo de mal a pior. Nesse mês que se passou, Graham, que agora trabalhava com ela na prefeitura, se tornou um amigo mais próximo e sempre tentava-la anima-la durante as longas jornadas de trabalho. Ela não havia se tornado a temível Dama de Ferro novamente, afinal, ninguém se torna alguém sensível e de repente volta a ser uma pedra de sentimentos, talvez isso seja real apenas em histórias de livro, mas na vida real não. A verdade é que Regina tentava parecer bem para todos, mas seus olhos revelavam o seu estado interior quando estavam sempre assumindo um olhar cabisbaixo e cansado.

– Droga... – resmungou baixinho em sua mesa.

– O que foi, Regina? – perguntou Graham colocando os últimos papéis do dia em uma pasta.

– Esqueci que eu vim sem meu carro e eu só fiquei até tarde aqui hoje porque contava que voltaria rapidamente nele. – bufa.

– Ora, Regina, sinto muito porque realmente terá que gastar a sola dos seus saltos, mas companhia você vai ter. – disse sorridente.

– Como? – franze a testa.

– Eu vou com você até a sua casa e te deixo lá.

– Mas você também está sem carro Graham.

– Quem disse que para dar uma carona a minha chefe eu preciso de carro? Por favor, Regina Mills. – nega com a cabeça.

Ela solta um riso pra dentro bem rápido e logo concorda.

(...)

A noite estava linda, nem tão quente e nem tão fria, perfeitamente agradável e as estrelas preenchiam o escuro céu. Regina e Graham caminham a passos lentos pelas ruas vazias de Storybrooke.

August quebra o silêncio:

– Pago 40 dólares pelos seus pensamentos... – a olhou erguendo a sobrancelha com suas mãos no bolso de sua calça.

Ela, que por sua vez, estava distraída em seus pensamentos, o olha e sorri.

– 40? Pouco demais para saber os meus pensamentos. – continua caminhando.

– Então, será que com esse valor eu consigo um sorriso?

Ela revira os olhos.

– Nem unzinho? – faz uma voz infantil.

Ela, por fim, solta uma risada.

– Isso aí... Bem melhor assim.

Ela nega com a cabeça.

– Você está a cada dia mais bobo.

–Talvez eu esteja mesmo.

Ela balança a cabeça de um lado para o outro como um “talvez”.

– Ei! – finge falsa ofensa – Essa é a hora que você diz que é apenas impressão minha.

– Desculpe, estou tentando não mentir ultimamente. – brinca Regina.

♪ (City of Stars – La La Land) ♫

– Viu como o céu está lindo hoje? Cheio de estrelas... – fala Graham enquanto admira o céu dando passos lentos.

Regina acompanha o seu olhar e olha para o céu também.

– É... Está lindo mesmo.

City of stars… Are you shining just for me?” – Graham canta baixinho os primeiros versos da música.

Regina o olha apertando os olhos de lado com uma interrogação na testa.

“City of stars… There's so much that I can't see?” – continua cantando, mas agora eleva mais o seu tom e passa na frente de Regina como quem canta em um musical da Broadway.

– Puf… Ficou louco de vez? – para de caminhar ainda o olhando com cara de dúvida.

– Talvez. Se me permite... – pega na mão dela com uma mão e com a outra coloca em sua cintura e continua a cantar – “I felt it from the first embrace I shared with you that now our dreams may finally come true...”

Ele começa a balança-la lentamente.

– Graham?! Você bebeu hoje? – permanece parada enquanto ele tenta move-la – Imagina se alguém vê a prefeita da cidade dançando em uma rua silenciosa? – ela olha para os lados certificando-se de que ela está realmente vazia.

– Apenas dance comigo, Regina! – sorri para ela, se afasta e dança sozinho por algum instante – Não há ninguém aqui.

Ela permanece parada o olhando cantar e se balançar de um lado para o outro.

– Você está completamente louco, Graham. – começa a soltar alguns risos.

Ele continua cantando como quem não a ouvia e volta a toma-la pelas mãos a balançando novamente.

– “City of stars... Just one thing everybody wants, there in the bars and through the smokescreen of the crowded restaurants. It's love!” – canta o homem.

Ela nega mais uma vez com a cabeça e dá de ombros deixando o riso tomar conta e permitindo-se mover-se com ele. Ele a segura apenas por uma mão e ela dá uma pequena rodadinha dançando e andando ao mesmo tempo.

“Cidade das estrelas, apenas uma coisa que todos querem

Ali nos bares e através da névoa dos restaurantes cheios

É o amor! Sim, estamos todos procurando pelo o amor de outra pessoa.

Uma adrenalina, um olhar, um toque, uma dança...

A expressão nos olhos de alguém para iluminar os céus

Para abrir o mundo e fazê-lo dançar.

Uma voz que diga: Eu estarei aqui e você ficará bem.

Eu não ligo se souber para onde eu irei,

Pois tudo o que eu preciso é desse sentimento louco!

Acho que quero que isso permaneça...

Cidade das estrelas, você está brilhando apenas para mim?

Cidade das estrelas, você nunca brilhou tanto.”

Os dois continuam rindo até chegarem à frente da casa de Regina.

– Bom, acho que é aqui onde o meu mais novo musical termina.

Graham faz reverencia com o corpo e ela retribui reverenciando como quem segura em um vestido.

– Obrigada por me trazer, eu diria que foi uma experiência... – finge pensar – um tanto irreverente.

– Não a de quê, Mills.  Foi um prazer te trazer. Bom... Vou indo.

Regina assente em agradecimento e ele dá meia volta começando a caminhar.

[POV REGINA]

Vejo Graham caminhando de costas pra mim e me sinto mal por não o convidar para entrar. Afinal, que mal tem nisso? Somos pessoas adultas e Graham foi muito gentil me trazendo até em casa.

– Graham! – chamo o seu nome e torço para não me arrepender disso.

– Sim?

– Gostaria de entrar um pouco? – digo.

Ele pareceu pensar um pouco, mas logo sorriu em resposta.

– Claro. – respondeu.

-❖-


Notas Finais


Comentem, comentem, comentem... Quero ouvir vocês depois de tanto tempo! Obrigada por ler.

Link das músicas:
1. Gabrielle Aplin - Home: https://www.youtube.com/watch?v=EPNgq4ZRxKg
2. Everybody's Gotta Learn Sometimes: https://www.youtube.com/watch?v=V7XVe0FaT-s
3. City of Stars - La La Land: https://www.youtube.com/watch?v=GTWqwSNQCcg


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