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História OUAT em Storybrooke - Daniel Colter


Escrita por: onlyouparrilla

Notas do Autor


Oi meus amores, obrigada pelas mensagens de apoio no capítulo anterior. Capítulozinho novo para vocês. Boa leitura!

Capítulo 30 - Daniel Colter


Fanfic / Fanfiction OUAT em Storybrooke - Daniel Colter

– Daniel Colter? – repetiu Robin como quem pensa – Não me lembro de nenhum Daniel aqui em Storybrooke. – nega com a cabeça.

– Mais todas as pistas indicavam aqui... – sussurrou para si mesma, mas pôde ser ouvida pelo loiro.

– Pista? – entortou a cabeça curiosamente a fitando.

– Você é o Xerife, não é? – soltou retoricamente e hesitou antes de explicar algo a ele.

– Sim? – respondeu Robin como se fosse obvio por ele já ter lhe dito isso.

– Eu trabalho para a polícia de Nova York – falou mais baixo dessa vez – E estou em busca desse homem. Na verdade não estou aqui pela polícia, é mais uma busca pessoal mesmo.

– Da polícia? Mas do que se trata? Posso ajuda-la se for o caso.

– Robin? – chamou Zelena já se levantando com Roland e se aproximando dos dois – Vamos? – fitou Emma com cara de poucos amigos e acariciou a sua barriga cheia de si.

Emma soltou um riso baixo pela reação da ruiva, claramente enciumada pela presença dela.

– Já vou, Zelena. Estou conversando, não está vendo?  – Robin respondeu taciturno.

– Não... Tudo bem, Locksley. Pode ir com sua esposa e seu filho. Posso encontrar você na delegacia durante essa semana ainda?

Robin suspirou pela conclusão errônea de Emma, mas preferiu deixar assim mesmo.

– Tudo bem, senhorita Swan. É muito fácil achar a delegacia, a cidade é pequena e qualquer coisa pode ligar nesse número. – estendeu um cartão que tirou do bolso com o número da delegacia e o endereço.

– Obrigada. – pegou da mão dele e Zelena bufou ainda na cola dos dois – Boa noite. – dirigiu-se a Zelena que apenas limitou-se a um riso amarelo e sem graça para a loira.

(...)

– Você não tem vergonha de ficar dando em cima de uma mulher na minha frente e na frente do seu filho?

– Qual é o seu problema Zelena? – perguntou Robin já no carro.

– Ah tá. Vai me dizer que não era isso? – bufou.

– E se fosse isso, qual seria o problema? – irritou-se Robin.

Atualmente ele estava mais amargo como nunca visto. Depois da separação com Regina e de todos os recentes acontecimentos, o homem andava irritado e muitas vezes rabugento no jeito de tratar as pessoas, principalmente Zelena que o tirava a paciência com muita falicidade. Robin havia cansado de tentar que tudo desse certo e assumia uma postura de quem não ligava mais para nada, mesmo que no seu íntimo, seu coração ainda fosse bondoso e apaixonado.

– Hein, Zelena? Responda-me, qual seria o problema? – perguntou mais uma vez – Não temos absolutamente n-a-d-a e eu posso ficar com quem eu quiser e você não tem o direito de se intrometer nessa área da minha vida. – vociferou baixo para não acordar Roland que dormia no banco de traz.

– Você é um canalha, Robin! – disse Zelena com ódio em seus olhos se levantando e saindo do carro que acabara de parar em frente a casa de Robin.

Zelena batera a porta tão forte que acordara o pequeno Roland.

-❖-

Era sexta-feira pela manhã daquela mesma semana. Regina ainda não havia pisado na prefeitura e negou-se a atender qualquer telefone de Graham, ao ver seu celular vibrar mais uma vez, suspirou cansada e decidiu atender.

– Oi Graham. – atendeu sem entusiasmo.

Regina! Meu Deus, eu já estava preocupado. Onde esteve? Por que não apareceu a semana toda aqui na prefeitura?

– Eu decidi que vou passar uns dias afastada do trabalho, não tiro férias há muito tempo e vou me dá-las agora. – limitou-se.

Hum... Entendi. Então não virá para nada aqui na prefeitura?

– Não.

Tudo bem, eu cuidarei de tudo.

– Obrigada. – respondeu Regina secamente.

Regina... Se isso for por causa da nossa noite juntos...

Regina sentiu seu estômago embrulhar em um misto de raiva e nojo ao se lembrar do ocorrido.

– Graham, por favor, eu não quero falar mais disso. – tentou falar da forma mais calma possível.

Regina, você não precisa se sentir mal por causa daquele idiotinha do Robin, ele não vale nada e vamos combinar, vocês nunca dariam certo. – disparou Graham sem filtro algum.

Regina quase pediu para ele repetir o que havia dito, pois estava incrédula com a cara de pau do homem.

– Como é que é, Graham?

Ah Regina, não vai dizer que você não sabe que você é uma mulher muito acima do nível daquele aproveitadorzinho.

Antes que Graham proferisse mais algum insulto sobre Robin, ela o interrompeu:

– Aproveitadorzinho, Graham? Ora, faça mil favor! Eu posso não estar com Robin, mas ele nunca foi um aproveitador e eu não vou permitir que diga isso. Limpe a sua boca para falar de quem você não conhece. – a raiva que Regina pareceu conter por semanas pareceu sair de uma só vez e a sua voz havia elevado-se alguns oitavos – E mais, não se meta mais na minha vida pessoal, com ou sem Robin, isso só diz respeito a mim. Você foi um canalha por me levar para cama comigo naquele estado! Eu não queria você, ou melhor, eu não quero você! Agora, pare de me ligar e vir até a minha casa ou eu terei que demitir você até da prefeitura. Não se esqueça que eu posso estar em uma fase difícil, mas eu continuo e sempre serei Regina Mills. Estamos entendidos? Eu espero que sim.

Regina nem esperou para ouvir a sua resposta e bateu o telefone na cara dele. Ela estava bufando de raiva e mal podia acreditar que permitiu que Graham entrasse assim em sua vida. Respirou fundo algumas vezes e discou o número tão conhecido por ela.

Oi. – atendeu Robin já sabendo que era ela.

– Oi Robin... – pigarreou – Eu... Tô ligando para saber se posso pegar Roland hoje. É sexta-feira e gostaria de passar esse final de semana com ele. Posso? – mordeu o lábio um tanto nervosa.

Robin pareceu pensar, pois um silêncio se instalou.

– Robin? – o chamou.

Tudo bem. Pode pegar ele. Vou mandar algumas roupas com ele. – respondeu friamente.

Era tão estranho ouvir a voz de Robin daquela forma.

– Certo. Obrigada. – disse Regina no mesmo tom gélido e logo desligou o telefone.

-❖-

– Senhorita Swan? – exclamou Robin ao vê-la entrar na delegacia.

Ele estava sozinho, pois com a chegada de Elisa, David iria passar alguns dias em casa com Mary.

– Olá, Locksley. Apenas Emma, por favor. – estendeu uma mão e o cumprimentou.

Ele retribuiu e apontou para a cadeira em frente a sua mesa para que ela tomasse assento e assim a loira de cabelos longos o fez.

– Diga-me, Emma, em que posso lhe ser útil?

– Bom, antes de tudo quero pedir descrição por tudo que eu vou lhe contar aqui. Como já disse, trabalho para a polícia de NY. Sou uma detetive particular, então, tudo é com muita discrição, poucos sabem que eu realmente sou da polícia. Eu ajo de forma sorrateira a ajudo a pegar homens... Maus. – estreita os olhos aplicando eufemismo na última palavra.

– Entendo...

– Como estava dizendo, vou lhe contar uma história porque acho que é a pessoa certa para saber, afinal, você é o xerife da cidade e após eu não ter encontrado quem eu estava procurando, não poderia ir embora sem dizer nada sobre isso. Bom, há pouco tempo atrás, eu não estava a trabalho e conheci um homem em um bar de Nova York. Envolvemos-nos de forma... Você sabe, pessoal. Ele disse que estava há pouco tempo na cidade e...

Robin a interrompe:

– No caso, o tal do Daniel Colter, certo?

– Sim, ele mesmo. Eu e Daniel nos envolvemos e passamos algum tempo juntos, nada muito longo. Ele morava em um apartamento alugado, mas raramente me levava lá e como uma boa detetive, a minha curiosidade é sempre mais aguçada que o normal. Claro que ele não sabia do meu verdadeiro trabalho, até porque sou proibida de informa-lo para alguém a não ser os meus país ou autoridades, e eu sempre tentava saber mais a seu respeito, porém sempre recebia respostas vazias e sem muito nexo. As poucas vezes que pude ir até o seu apartamento tentei fuçar um pouco para ver se descobria algo sobre ele. Não me orgulho disso, pois parece até infantil, mas eu sabia que Daniel escondia algo, lido com pessoal que escondem coisas o tempo todo e digamos que, tenho um dom para saber quando estão mentindo, e com certeza, Daniel mentia a respeito de algo. Um dia eu esperei ele sair de casa e aproveitei para dar uma checada melhor no apartamento. Com as minhas habilidades, entrei facilmente e procurei em todos os lugares alguma coisa que me fizesse saber o que aquele homem escondia de mim e porque era sempre tão misterioso. Para minha surpresa, não havia nada demais, nem documentos pessoais eu achei, ele parecia um estranho no universo. Havia apenas uma gaveta trancada e mais uma vez, com meus talentos, consegui abri-la sem nem ao menos ter as chaves. Quando abri aquela gaveta me deparei com papeis, anotações e uma arma. Nesses papeis havia algo como informações sobre uma mulher chamada Regina Mills, eram históricos psicológicos. Storybrooke também estava nas anotações e havia dois nomes também, na verdade, seus nomes estavam anotados em um pequeno bloco de notas com seus números de telefone abaixo. Apenas “August e Leroy”, sem nenhum sobrenome. Claro que tentei ligar para os dois números, mas ambos sempre davam na caixa postal. Eu não entendi muito o que tudo aquilo significava, mas com certeza era um tipo de conspiração, isso eu tinha certeza.

Robin estava atônito ouvindo aquilo tudo, principalmente quando o nome de Regina havia sido proferido. Serie essa a chave que faltava para ele dar um ponto final a tudo que estava acontecendo na cidade e finalmente descobrir tudo?

– Emma... Você não faz ideia de quão valiosas essas informações estão sendo para mim, mas, por favor, prossiga, quero ouvi-la em tudo que tem a dizer. Pode confiar em mim para falar qualquer coisa a esse respeito.

Emma assentiu e continuou:

– Eu fiz imagens no meu celular das anotações e dar arma e deixei tudo lá do mesmo jeito que achei, fui embora e alguns dias se passaram, achei estranho e o liguei para saber dele, afinal para todos os efeitos, estávamos tendo um “rolo”, mas o número dele havia sido cancelado, ou pelo menos o que ele me deu, e eu fui até o apartamento e já estava vazio. Eu não sei se ele descobriu que eu soube de algo e foi embora, ou se apenas partiu de NY. O que eu sei é que algo dentro de mim dizia que ele estava vindo para cá e que não faria coisas boas, principalmente pelas anotações dele... Pareciam psicóticas... Falava da morte também de alguém, eu não me lembro o nome...

– Dr. Archie Hopper? – perguntou Robin.

– Sim! – exclamou surpresa – Exatamente! Como sabe?

– Emma, há uma série de coisas acontecendo na cidade desde que cheguei aqui e acho que você acabou de nos dar a pista final de todo o quebra-cabeça. Tudo começou quando uma mina...

Robin contou toda a história da mina, de Leroy e August, da cabana onde os três homens se encontravam, das ameaças, do roubo na loja de Gold, do casaco vermelho que apareceu em suas coisas para incrimina-lo e claro, da morte do Doutor Archie.

– Meu Deus! Então só pode ser ele! O Daniel está fazendo isso! – Emma parecia surpresa com toda a história que ouviu, mesmo sabendo que ele não era nenhum santo.

– Sim... Mas eu nunca vi nenhum Daniel aqui, a única vez que eu ouvi esse nome foi... Meu Deus. – Robin fitou a parede e pareceu ver um fantasma.

– O quê? – perguntou apreensiva.

– Ouça, além de Xerife e saber todas as questões daqui, eu estou mais envolvido nisso do que se pode imaginar, pois eu e Senhorita Mills tivemos um relacionamento há pouco tempo.

– A prefeita que estava nas anotações de Daniel? – perguntou Emma para ter certeza que não se perderia nos fatos.

– Isso, ela mesma. E certa vez ela me contou sobre um homem do seu passado e o nome dele era Daniel, aconteceu algo muito sério com os dois e não terminou nada bem... Eu não lembro o sobrenome dele, tampouco sei se ela realmente me disse o sobrenome, mas agora eu me lembro bem, o nome dele era Daniel! Tudo começa a se encaixar...

– Precisamos pegar esse homem, eu não sei o que ele pode fazer, não sei o que ele planeja, mas se essa Regina Mills ainda está bem, com certeza tem algo aí.

Robin sentiu sua garganta embargar só de pensar em algo acontecendo com Regina. Mesmo separados, ele jamais iria permitir que algo a fizesse mal. Mesmo com toda mágoa, ciúme e distancia, ele amava Regina mais que tudo e não suportaria vê-la machucada por alguém. Robin passou as mãos pelo cabelo e suspirou como de praxe.

– Sim, vamos procura-lo na cidade toda, ele deve estar em algum lugar aqui, mas peço muita descrição sua, afinal, a cidade é pequena e isso pode chegar até os ouvidos dele. August e Leroy fugiram, certamente não estão mais na cidade, mas é sempre bom estarmos atentos. Falarei com Regina e com meu companheiro de trabalho David Nolan. Peço também que não deixe Storybrooke antes de resolvermos isso, Emma, é muito importante para nós.

– Claro, claro... Sabendo disso tudo eu ficarei e ajudarei vocês. Pode contar comigo.

– Você poderia me enviar as imagens que tirou para o meu celular? Essas provas são valiosíssimas. Tome, esse é meu número pessoal. – Robin anotou em um papel e deu para ela.

– Claro, te mando todas as imagens por mensagem. Como sabe, estarei na pensão, qualquer coisa é só ir lá ou me ligar. Muito obrigada, Locksley. – levantou-se.

– Obrigado você, Emma, finalmente sinto que estamos perto desse sujeito.

-❖-

Roland ao passar pela porta da casa de Regina começa a correr de um lado para o outro. Fazia tempo que ele não esteve em sua casa e sua animação estava a mil. Regina sorria e era preenchida por todo aquele amor inocente que Roland esbanjava. Como combinado, Regina havia ido buscar ele na escola e já eram quase seis da noite.

– Vamos ver desenho, titia! – pulava como um coelhinho em cima do sofá calçando apenas as suas meias.

– Ei mocinho, na-não! Nada de desenho agora, antes o senhor vai trocar de roupa, lavar as mãos e vamos jantar. “Depoooois”... Muito desenho. Fechado? – disse Regina ainda segurando sua mochila da escola e outra com as coisas dele.

– Ah... Quero desenho. – resmungou baixinho.

Regina apenas levantou uma sobrancelha para ele com cara de mandona, mas com os olhos acolhedores.

– Tá bom, titia... Meu papai disse para eu me comportar, então eu vou obedecer. – desceu do sofá.

Regina sorriu graciosamente e passou a mão em sua cabeça bagunçando seus fios pretos e lisos.

– Bom garoto!

Eles preferiram logo tomar banho e já jantarem vestidos com seus respectivos pijama. Regina amava estar tão à vontade com ele. Roland sempre proporcionava isso a ela e adorava essas atividades infantis que tinha com o garoto, elas representavam um momento descontraído em meio a sua vida tão conturbada. Após o jantar, eles estavam abraçadinhos na sala com seus pijamas vendo os desenhos preferidos do garoto, e que por sinal, Regina já conhecia todos. Eles foram despertos pela campainha que tocou e Regina estremeceu. Das últimas vezes quem esteve em sua casa fora Graham e depois de tudo o que disse para ele no telefone, não estava nem um pouco a fim de tê-lo em sua casa e muito menos com Roland lá. Mais uma vez o som ressoou pela casa.

– Titia, tem alguém na porta. – Roland a alertou quando viu que Regina não se moveu.

– Eu ouvi, meu amor. Fica aí que eu vou ver quem é. Espera eu voltar, tá?

Ele fez que sim com a cabeça e logo voltou à atenção para a TV. Regina passou a mão no cabelo e ajustou mais a sua blusa no corpo. Ela vestia uma camiseta regata e uma calça de pano confortável. Abriu a porta e para sua surpresa não era Graham.

– Robin? – disse sem conter o susto.

– Oi. Nós precisamos conversar. Posso entrar? – perguntou.

Robin estava claramente com o seu tom sério dos últimos tempos. Com o silencio e pela falta de ação de Regina, ele insiste:

– É importante, Regina. Se não eu não estaria aqui. – disse firme.

Ela assentiu com a cabeça e deu espaço para ele entrar. Robin foi adentrando devagar e pareceu sentir um misto de sentimentos, há quanto não esteve naquele lugar? Ali, tinha tantas lembranças felizes com Regina, seu primeiro beijo, as primeiras noites de amor... Tudo havia sido ali naquela casa. Robin é despertado de seus pensamentos ao ouvir a voz da morena:

– Roland está na sala. – disse caminhando atrás dele, meio que para “avisa-lo” da presença do menino, ela estava extremamente nervosa com a presença dele, afinal, não conseguia imaginar o porquê de ele estar lá.

– Sei que ele está aqui, não vim fazer nada demais, Regina. Não vim aqui para falar de nenhum assunto pessoal, vim como xerife.

Ao terminar a sua fala, eles chegam até a sala em que Roland estava esparramado no sofá. Logo ele escuta a voz do pai e se levanta correndo.

– Papai! – sorri o abraçando.

– Oi meninão! – abaixa na altura dele e o beija no rosto.

– Papai, eu comi tudo e obedeci a titia, agora estamos vendo desenho! – aponta para a TV todo animadinho.

Robin sorri ao vê-lo tão animado, pois fazia tempo que ele não se comportava dessa maneira.

– Que legal, filhão. O papai veio aqui conversar com a Regina, tá?

– E depois vamos embora? – seu rosto mudou e em um segundo já se formou uma caretinha de choro em seu rosto – Mais você disse que eu podia dormir aqui... – começou a chorar sem lágrima, puro dengo.

– Ê Roland... Precisa chorar? Calma, o papai não veio buscar você. Você vai ficar aqui e só vai para a casa depois, certo? – explicou-se Robin.

– Tá bom, papaizinho... – disse cheio de manha.

Ele ficava extremamente mimado na presença de Regina e Robin sabia muito bem disso, mas guardou para si qualquer brincadeira sobre o assunto e apenas negou com a cabeça olhando para seu filho. Regina observava a cena um pouquinho de longe e sorriu ao perceber o quanto seu anjinho amava estar com ela, mas logo o nervosismo voltou ao ver Robin se levantando e caminhando em sua direção.

– Podemos conversar na cozinha? – perguntou o loiro.

– Sim, vamos.

Os dois foram até a cozinha e não chegaram a se sentar. Havia um clima estranho entre eles, ambos não estavam a vontade e isso massacrava cada um deles. Era torturante sentir que todo o amor que eles sentiam ao estarem juntos e a sensação de segurança pareceram desaparecer. Como toda a distancia e discussões haviam sido violentas para aqueles dois.

Regina colocou as duas mechas de cabelo para trás de sua orelha e o encarou.

– Regina, o homem com quem você se envolveu no passado se chama Daniel Colter? – foi direto ao ponto.

Regina franziu o cenho e entortou a cabeça na mesma hora com várias interrogações em seu olhar. De todas as perguntas, essa era a que menos esperava.

– S... Sim, Robin. Daniel Colter. Mas, por quê?

– Acho que ele está em Storybrooke e é a pessoa responsável por tudo que anda acontecendo.

– O quê?! – sua voz elevou-se na mesma hora.

– Acho que você está em perigo, Regina, precisa se manter protegida e... – Robin a advertia com seu tom sério, mas por dentro, só ele sabia o quanto estava preocupado e não apenas como um Xerife.

Regina o interrompeu:

– Ei, ei... Calma! Como assim Daniel está aqui? Robin, eu não o vejo há muitos anos atrás, eu tinha 17 anos! Por que ele estaria aqui e faria tudo isso? Não faz sentido. – proferiu incrédula.

Agora sentados, Robin contou-lhe sobre toda a história de Emma, arrancando suspiros surpresos da morena a cada frase.

– (...) E agora vamos procura-lo em toda a cidade, ele tem que estar em algum lugar, mas enquanto isso, você não pode ficar saindo sozinha para lugar algum. Ou melhor, o ideal seria que você não saísse de casa até apurarmos algo. – mais uma vez a voz dura era presente, ele não parecia pedir, e sim ordena-la.

– Sinceramente, Robin, isso só pode ser loucura, sério. Não é possível ele estar aqui, nada se encaixa e eu não consigo ver nenhum sentido nisso! – insistiu Regina.

– Regina, você pode fazer o que eu estou pedindo pelo menos uma vez? – Robin pareceu irritar-se, pois seu tom elevou-se alguns oitavos.

– Não se trata disso! Mas isso não faz sentido, Robin, não encaixa na minha cabeça. Eu não vou deixar de sair da minha casa por causa de uma suposição dessas. – disse teimosamente.

Regina Mills sendo Regina Mills. Seu gênio forte pareceu querer matar a saudade justo naquele momento.

– Mas que merda, Regina! – gritou Robin – Eu só to querendo fazer o meu trabalho, será que você pode cooperar? Meu dever é proteger as pessoas daqui, seja ela qual for. – um misto de magoa e raiva amargou as suas últimas palavras e Regina pareceu beber do veneno.

“Seja ela qual for.” Regina se sentiu partida ao ouvir aquilo. Quem era aquele Robin na sua frente? Nunca imaginou vê-lo tão ríspido e muito menos a tratando assim. Ela sabia que além de toda a separação deles, havia o agravante “Graham” nisso tudo, sabia que ele estava enciumado e irritado com ela, mas ela também estava decepcionada com ele, frustrada pelo filho que ele iria ter de outra mulher e a conversa “profissional” e civilizada que eles começaram a ter pareceu descer pelo ralo em milésimos.

Regina tirou a sua mascada de “está tudo bem” e pareceu não se importar mais em fingir que não estava tão mal pela presença dele, ou melhor, por eles.

– Seja ela qual for? – repetiu a morena negando com a cabeça – O que quer dizer com isso Robin? O que eu sou, hein? Eu sou tão ruim que não valho ser protegida, é isso? – tomou-se de sarcasmo.

– Eu não vim aqui para brigar com você, eu só quero que você faça o que eu estou dizendo para eu fazer o meu trabalho direito. – mais uma vez Robin disse taciturno e muito, muito frio.

[POV REGINA]

Eu não conseguia explicar o quanto estava sendo difícil ver Robin me tratando como uma desconhecida. Eu sei que eu o deixei e a escolha foi minha e fiz isso por não suportar vê-lo ser o pai de uma criança gerada por outra mulher que eu não fazia ideia que existia, eu praticamente fui coagida pela vida a deixa-lo. Ele merecia alguém melhor do que eu, não era justo prender Robin a uma mulher infértil, pois era assim que eu me sentia cada vez que via aquela barriga de Zelena carregando uma vida, uma vida gerada por Robin. Porém, não é porque eu escolhi “deixa-lo” que estou imune a qualquer coisa, muito pelo contrário, ver Robin tão sombrio dessa forma me faz sentir um vazio imensurável em mim. Aquele comportamento estava estraçalhando-me, por mais que eu tivesse sido uma mulher muito dura no passado, depois de Robin todas as suas minhas defesas pareceram ter se esvaído e apenas uma mulher sensível fazia marada em meu interior. Odiei-me por estar em uma fase tão vulnerável e de sentir-me tão frágil na frente dele. Queria trata-lo com indiferença como havia vindo agindo, mas algo dentro de mim dizia não suportar mais. Não ver mais os oceanos em seus olhos e sim uma nuvem turva que lhe cegava a visão era desesperador para mim. Senti naquele momento que não conseguiria mais ocultar aquilo e todo o meu ressentimento ficaria evidente. Mesmo lutando contra a minha alma, algo mais forte dentro de mim quase bradou em meu ouvido para que eu tocasse no assunto que claramente Robin não gostaria de tratar comigo naquele momento, ou talvez, nunca mais, mas esse algo tão forte derrotou-me e eu permiti que saísse:

– Você não tem o direito de me tratar como uma desconhecida por causa daquilo com o Graham. – proferi as palavras e quase não acreditei que me permiti mexer nisso.

O rosto de Robin mudou e pude notar que seu maxilar se enrijeceu ao ouvir o nome do homem. Sua mão fechou em punho e o sangue de seus dedos parecera sumir devida a força em que ele apertava-os. Engoli a seco.

– Eu já disse que eu não quero saber do seu caso com esse homem. – disse baixo entre dentes.

– Que caso, Robin? Que caso? Eu não tenho caso nenhum com ele! – por algum motivo eu senti necessidade de me explicar para ele, meu Deus, como eu queria que ele soubesse que eu não tinha nada com Graham.

As narinas de Robin subiram e toda raiva que ele pareceu esconder naquela manhã pareceu sair:

– Não se faça de tonta, Regina! Você acha que eu sou algum tipo de idiota? Quer dizer, eu estava sendo um quando tentei correr atrás de você depois de ter te machucado, mas você, você preferiu abrir as pernas para aquele desgraçado e sabe-se lá se já não ficou com outro ho...

Não deixei Robin nem terminar a frase e em um súbito levei a minha mão até a sua face acertando-lhe com força. O rosto de Robin virou-se para um lado com o impacto de minha palma e logo uma vermelhidão atingiu a sua bochecha. Eu fiquei estática no meu lugar e pareci me assustar com a minha própria reação. Lágrimas já povoavam os meus olhos, mas me concentrei o máximo que pude para não deixa-las cair.

– Você não tem o direito de falar assim comigo. – consegui dizer as palavras com dificuldade e meu tom era tão baixo que não tive certeza se ele pôde me ouvir.

Robin levou sua mão até o seu rosto, aquilo pareceu ter doído. Seus olhos anuviados atingiram uma vermelhidão e não sei se ele havia se dado conta do que acabara de me dizer, mas por um segundo vi a sua fortaleza rígida se transformar em um pesar doído.

– Eu vou embora. Quero Roland em casa até o meio dia amanhã. – disse ele.

Eu permaneci calada ainda tentando afastar as teimosas lágrimas e senti seu vulto passar por mim saindo da cozinha. Ao perceber a sua ausência total, deixei as lágrimas correrem soltando uma baforada quente de ar. Ouvi ele se despedindo do filho e lembrei-me que precisava estar bem para Roland. Engoli todo o choro e enxuguei as lágrimas indo me acolher naqueles bracinhos tão pequenos. Nesse dia não deixei Roland dormir no quarto de hospedes, mas o levei para a minha cama. Velei o seu doce sono e finalmente deixei as lágrimas saírem livremente enquanto repassava as duras palavras de Robin em minha mente.

[POV OFF]

-❖-

Era sábado de manhã e Regina já havia deixado Roland na casa de Robin. Ela se despediu dele antes mesmo que Robin abrisse a porta e o viu entrar em casa observando-o de dentro do carro e logo partindo. Não queria ter que encarar mais uma vez os olhares gélidos de Locksley. Decidiu passar na prefeitura, pois já havia feito uma semana que não estava lá e sabia que Graham não estaria presente.

Chegando lá sentou-se em sua mesa como de costume e analisou todas as pendências que haviam sido resolvidas. Logo depois, abriu no computador a planilha financeira da cidade, pois durante essa semana que havia se passado foi feita a distribuição de verbas para as instituições públicas. Regina sempre foi muito boa nas questões financeiras e administrativas, justamente por isso conseguiu se tornar a prefeita de Storybrooke. Passou seus olhos pelos valores e franziu o cenho. Havia algo errado. Rapidamente Regina pegou a planilha do mês anterior em sua gaveta e comparou com a atual ainda no computador. Os números estavam muito diferentes e eles não batiam. Fez inúmeras vezes o mesmo cálculo e o resultado era sempre o mesmo. Regina imprimiu a planilha nova, colocou em uma pasta e saiu de lá como um foguete para a casa de seu subordinado.

-❖-

Robin estava em seu quarto analisando todas as imagens enviadas por Emma. Na verdade, ele já havia decorado tudo, pois havia passado a noite lendo e relendo aquelas informações embaraçadas. Ele andava de um lado para o outro e sua mente parecia que iria explodir tamanha a sua ansiedade. Algo não batia, algo não fazia sentido naquilo tudo. Robin havia buscado por Daniel Colter na internet, mas não achou nada. Tentava lembra-se da história que Regina havia contado para ele sobre como eles haviam se conhecido e mesmo achando idiota decidiu buscar: “Daniel Colter cavalos”. Para sua surpresa o resultado da pesquisa indicou um link de um artigo em um blog de animais. Ele clicou no mesmo e abaixou o mouse rapidamente procurando por algo. Em uma das postagens leu o seguinte título: “Daniel Colter ganha concurso de melhor montaria e afirma que gastará todo o dinheiro viajando com a esposa e seus dois filhos para férias de seis meses no México.” Robin limpou a vista para ver se estava vendo aquilo e só podia ser o mesmo Daniel de Regina, afinal, ele era seu professor de montaria. Foi até a data da postagem e ela não era tão antiga, ou seja, pelas datas Daniel ainda estaria com a família no México. Robin abaixa a cabeça em frente ao computador e passa a mão em seu cabelo, ele estava exausto. Ele permanece com a cabeça baixa e mirava os seus pés enquanto parecia pensar. Em um súbito, Robin arregala os olhos e parece ser atingido por uma dedução que fez a sua espinha arrepiar-se.

Levantou-se nervosamente e foi direto para o seu celular chamando Emma por mensagem:

“Emma? Está aí? É Robin.”

Em poucos segundos ela já havia visualizado a mensagem e respondera:

“Oi Robin, estou sim. Pode falar.”

“Emma, me diga, esse homem é Daniel Colter que esteve com você em NY há pouco tempo atrás?”

Robin tirou foto do computador, mas não de Daniel Colter e sim de outro homem que havia buscado no Google e enviou para a loira.

“Sim, Robin, esse é Daniel. Você o achou?”

Ao ler, Robin sentiu a sua cabeça girar levemente.

“Emma, esse homem não é Daniel Colter. Esse homem se chama Graham Humbert.”

-❖-


Notas Finais


Olha só quem estava se escondendo... Eu só digo uma coisa: O próximo capítulo será o capítulo mais chocante de toda a fic! Já podem colocar o cinto porque vai vir turbulência.


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