“Cheguei bem, to procurando a família hospedeira. Amo vocês.”
Passei pelo portão de embarque, e vi meu nome em uma plaquinha de papelão.
“Srta. Lyra Mogson”
Fui em direção a plaquinha, tentando passar entre os muitos turistas e moradores que desciam e paravam no caminho para olhar novamente o nome do hotel ou para abraçar os familiares.
Ainda não conseguia ver quem segurava a placa, mas continuei andando, um pouco receosa.
Quando vi quem era fiquei bem surpresa. De verdade.
Era um garoto alto, de cabelos escuros e pele branquinha. Ele tinha um sorriso bem fofo, sem mostrar os dentes, e não pude deixar de sorrir quando o vi.
-Oi!- eu disse, rindo.
Ele olhou pra mim, sorrindo e continuou a procurar alguém no mar de gente. Mar dentro do possível né não estávamos mais em NYC, só em San Diego...
-É... Eu sou a Lyra.- disse, passando a mão no cabelo.
-Ah! Olá!! Eu sou o Shawn!- ele disse, me abraçando bem forte.
Não esperava aquilo, não sabia que americanos eram tão calorosos.
-Sou a Lyra!
-Você já falou haha.- Ele disse, me fazendo corar. –Bom, acho que sou seu irmão né?- ele falou, quando percebeu que eu estava meio sem graça por ter repetido o nome. Isso é tão Louisa Clark...
-Bom, acho que sim né!- Aproveitei pra abraça-lo novamente.
-Vamos?
Demorei a me tocar que ele tinha 19, e podia dirigir. Na verdade, a ficha só caiu quando vi a BMW fazer o barulhinho quando ele apertou o “unlock”das chaves.
Eu entrei no banco do passageiro, e enquanto ele dirigia, eu olhava a paisagem. O aeroporto ficava longe da praia, e a casa também. Aliás, tinha uma parte da cidade beira-mar, porém, nós não morávamos nela, como eu descobri quando perguntei, mas tanto a “nossa”família quanto uns amigos dele tinham casas na praia, dessas que quando abríamos a porta pisávamos na areia.
Mandei uma mensagem pros meus pais, avisando que estava tudo bem, que estava indo pra casa. Casa.
Vi um parque de diversões, e anotei mentalmente pra voltar lá depois.
-Então.. Soube que você mora em Berlim. Como é lá?
-Ah, lá é incrível. Eu estudo na mesma escola há 12 anos, então era meio enjoativo, mas tinham parques floridos em todos os lugares, todo mundo andava de bicicleta, sentindo o vento no rosto! A melhor estação tinha acabado de começar: o Outono! O vento ainda é suave, e fica tudo laranja, tem um cheirinho tão bom de mudança.
Me livrei pra ele, animada.
-Quando eu voltar, você tem que ir me visitar lá!! Promete Shawn???
Ele riu e me olhou de canto de olho, com seu óculos de sol.
-Mas é claro!
-Então jura de dedinho!
-Que?
-É assim ó, a gente cruza os mindinhos. Promessa de dedinho não pode NUNCA. NUNCA. Ser quebrada!
-Mas eu to dirigindo Lyra.
-Não quero saber, vai jurar assim mesmo.
Ele jurou, com a mão da marcha e continuou a dirigir, enquanto ligava a musica do carro.
(...)
Aqui era uma cidade litorânea, mas não que nem uma grande metrópole como Los Angeles. De qualquer forma, ia ser bom.
Chegamos em um bairro grande, e Shawn se identificou na portaria, e entramos no condomínio. E que condomínio. As casas não tinham portões, eram separadas por longas extensões de jardins floridos, com árvores frondosas. Ele passava pelos quebra-molas devagar, me dando tempo pra ver os detalhes. Tinham crianças andando de bicicleta, skate e patins, e uma piscina enorme, ladrilhada de azul e branco, com luzes internas coloridas, que ainda não estavam acesas.
Tinha um parquinho, duas quadras e mais um bocado de coisas que lembravam um clube, ao invés de só condomínio.
-Chegamos- ele disse, enquanto parava o carro na frente de uma casa de dois andares, com grandes janelas de vidro e detalhes vermelhos.
-Shawn? – uma voz feminina gritou de dentro da casa.
-Voltei!- ele respondeu, abrindo a porta da casa e me deixando entrar primeiro.
O casal estava sentado na mesa da sala, conversando, com canecas de café apoiadas ao lado de pequenos cookies. Imediatamente se levantaram.
-Olá querida! – Emma disse.
-Seja bem vinda, Lyra. Eu sou o Andrew e essa é ...
-Emma. Sim, eu li nos documentos.- abracei ambos.
-Oii, eu sou a Sasha!- a menina dona da voz que gritou antes veio se apresentar, me abraçando. – Já sei um monte de coisas pra gente fazer!!- falou rindo e me puxando pela mão.
- Eu ainda tenho que pegar minhas malas- ri, voltando.
Todos foram me ajudar, mas na verdade não era muita coisa. Shawn me ajudou a levar tudo pra cima.
-Poxa, sua família é bem animada né! Que legal!
Ele me mostrou o meu quarto novo, entre o dele e da Sasha.
-Bom, mas tem um pequenininho também não?
-Ah, o Todd. Ele ainda ta na escola, só chega as 14.
Eu rodopiei, olhando o quarto todo, tinha uma grande cama de casal, uma mesa de estudos, 2 armários e uma penteadeira, alem de uma portinha pro banheiro e um espelho bem grande.
-Eu vou pro meu quarto ok? Daqui a pouco vamos almoçar, daí você desce. A Sasha deve vir te chamar.
Ele mal saiu e eu me joguei na cama. Beep beep.
Meu pai havia mandado mensagem.
“Oi meu lírio! Como foi a viagem? Já estamos com saudade, mande fotos!! Beijos”
Tirei uma selfie e mandei, fazendo o sinal positivo com o polegar pra cima.
Resolvi começar a arrumar as coisas, então abri as malas e organizei as blusas, roupas íntimas, calças, shorts, etc., não seria tão quente quanto em Santa Mônica ou LA, mas ainda era mais quente que o inverno alemão.
Arrumei as maquiagens todas no banheiro, e a toalha vermelha com meu nome bordado, botei os perfumes e cremes nas estantes e fui tomar um banho. Eles já tinham colocado um shampoo e condicionador, alem de um sabonete novo. Uma pasta e escova de dentes também tava lá.
O banho foi gelado, principalmente porque ainda não sabia mexer no regulador térmico, mas foi bom, já que estava um tanto abafado.
Quando saí, com uma toalha no corpo e uma nos cabelos, alguém bateu na porta, e Sasha entrou, com um short jeans desfiado, chinelos e um casaco cinza da GAP.
-Já vamos almoçar, e depois se quiser eu te levo pra conhecer uns amigos. Pode deixar que deslocada você não ficar!!!
Eu vesti um short normal e uma blusa branca da Adidas e descemos pro almoço.
Foi bem rápida a refeição, e muito gostosa, Emma que tinha feito. Nós conversamos muito durante o almoço e foi bom porque me fizeram sentir muito a vontade.
Depois disso Shawn pegou as chaves do carro, e nós três entramos no conversível.
-Então? Pra onde vamos?- perguntei, animada.
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