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História Our love are timeless - CANCELADA - Ryland's Birthday


Escrita por: xx_monster

Notas do Autor


OIOI
Gente, PERDÃO PELA DEMORA!
Foram meses corridos pra mim e para a Duh... Eu não sei nem como me desculpar com vcs sério... <3

Capítulo 18 - Ryland's Birthday


Fanfic / Fanfiction Our love are timeless - CANCELADA - Ryland's Birthday

Uma semana havia se passado, desde minha conversa com a Niina. E exatamente uma semana que eu não via mais nenhuma foto, noticia, ou tuíte sobre a loira, parece que ela decidiu ficar trancafiada em casa.

Não tinha mais nenhuma foto dela comprando roupa para a filha da Lilly - que eu descobri o nome a pouco -, Luna, tampouco qualquer outro tipo de foto. Ela não ia mais a nenhum pub, festa, balada, nada, nem mesmo na casa dos meus pais ela aparecia!

Peguei a mão do Pedro e saí do taxi, que nos levou até meu antigo lar, junto com o pequeno.

Respirei fundo, encarando a fachada da casa onde passei tantos momentos bons e segui pelo caminho do jardim, puxando minha mala, com a mão livre.

- Ross! - Delly abriu a porta entusiasmada, pulando no meu colo e me enchendo de beijos. - Eu estava morrendo de saudades, loiro! E esse pequeno? - ela pegou Pedro no colo, que riu e a abraçou. - Está cada vez mais lindo, eim, rapaz! - brincou, fazendo-o gargalhar e corar, ao mesmo tempo.

- Eu também estava morrendo de saudades, loira! - consegui me pronunciar, por curtos instantes, antes da tagarela voltar a falar. Sorri, eu estava com saudades das loucuras dela.

- Vamos entrando, mamãe está morrendo de saudades! - ela nos empurrou para dentro, fechando a porta com força. Típica Rydel, toda desastrada.

Assim que entrei, todos me cumprimentaram com saudade, falando o quanto estavam felizes pelo sucesso da série e a nova fase da banda, mas nem sequer tocaram no assunto sobre a minha estranha “separação” - ou estranho “namoro” - recente, pelo visto ninguém queria estragar o dia do Ryland falando sobre a megera da Courtney. Passei os olhos pela sala, observando rostos mais do que conhecidos, menos um...  Maluh, Lilly, Riker, Rocky, meu pai, minha mãe, Ryland, Rydel e até Rattlif, sentados nos grandes sofás. Todos estavam ali, menos ela. Niina. A minha Niina. De todos ali, por mais que fossem meus amigos e família, por mais que eu sentisse saudades deles e os amasse, a única que eu queria realmente ver, tocar, ouvir a voz e olhar nos olhos, não estava presente. Engoli seco, mordendo o lábio inferior, imaginando o porquê dela não ter vindo para cá. Torturei-me com pensamentos ruins, pensando que ela - provavelmente - não quisesse olhar na minha cara, mas os afastei, não podia, e não queria, cogitar essa possibilidade. Sentei-me ao lado da Lilly, passando a mão pelo cabelo, enquanto suspirava, para tomar coragem e perguntar sobre a Niih.

- Lilly, por que a Niina não veio me receber com vocês? - questionei apreensivo, talvez estivesse com medo da resposta.

- Ela passou mal e disse que não vinha, mas pediu para que eu levasse Pedro até lá em casa. - sorriu.

- Passou mal? - pronunciei, preocupado, vendo-a assentir. Pressionei os lábios, triste por saber que eu não estava aqui para cuidar dela, quando ela precisou, e isso doía. Suspirei e voltei a atentar-me à Lilly.

- Deixe-me levar o Pedro, assim, quem sabe, eu consiga vê-la! - pedi, esperançoso, só de pensar em estar cara a cara com ela novamente já me deixava ansioso.

- Sabe, Ross, a Niina anda um pouco nervosa desde que soube que você viria para L.A, por isso passou mal. - Mordi o interior da bochecha, franzindo o cenho, decepcionado. - Ela não come há dois dias e anda tendo alguns pequenos surtos de ansiedade, acho que vê-lo agora não será uma boa ideia. - ela sorriu forçado. - Só... Dê um pouco de tempo à ela, Ross. - assenti, tristemente, enquanto ela pegava Pedro no colo e saía de casa, indo até o carro.

Passei as mãos pelos cabelos novamente e levantei do sofá, pegando minha mala, que havia deixado próximo à escada. A puxei para meu antigo quarto, sentido meu coração apertado, enquanto subia os degraus.

Entrei no cômodo, dando uma boa olhada em tudo. Tantos momentos bons se passaram naquele quarto. Momentos melhores, até mesmo, do que os que passei em minha casa. Suspirei e entrei, colocando a mala sobre a cama, começando a abri-la.

- O que você tinha na cabeça quando não leu o contrato? - a voz do Riker soou mais acusativa do que questionadora, fazendo-me engolir em seco.

- Que susto! - virei-me para ele. - O que você...

- Não venha dar um de quem não sabe o que está acontecendo! Você machucou a Niina, Ross, e está machucando a si mesmo e ao Pedro! Por que você não resolve tudo logo? - quase ri de escárnio, por sua pergunta. Ele realmente acha que é simples assim? Como num estalar de dedos? Se ele soubesse o quanto eu estou tentando, não me julgaria de tal forma.

- Por que não dá! - exasperei-me. - Você não está entendendo! Não. Dá. Eu estou tentando, Riker, mas não consigo driblar nenhuma regra! Nenhuma cláusula! Nenhuma quebra!  Nada! - suspirei, sentindo meu coração acelerado.

- Não interessa, corra atrás da burrice que você fez! - cuspiu as palavras, apontando para mim. - Tente mais, se vire, contrate dez advogados, mas cuide logo disso, antes que a Niina desista. - disse e retirou-se do recinto, deixando-me pensativo.

Como assim “antes que Niina desista”? Será que ela falou algo para Lilly? Será que ela quer desistir de nós? De tudo? NÃO! Ela não pode! Eu não posso perdê-la de vez, não posso! Eu não sei viver sem ela, sem o amor dela. Desaprendi a ser vagabundo, para ser um homem de um único amor. Desisti de ser desapegado, para entregar-me à uma única mulher. Joguei anos de uma vida sem pudor fora, para constituir uma família. Descobri que amar dói, mas é uma metáfora que mais te recompensa do que machuca. Descobri que minha vida sempre teve um sentido, eu só precisava acordar e enxergá-lo. Descobri que sempre amei a pessoas certa, e agora eu corro risco de perdê-la. Encontrei uma razão pra viver, e tenho medo que ela me deixe.

Encontrei a Niina...

Niina P.O.V

Ouvi o barulho da porta sendo aberta, Lilly falava animadamente com alguém, que descobri ser Pedro, pela voz fina de bebê.

- Mamãe! - assim que me viu, ele saltou dos braços da Lilly, correndo direto para o meu colo.

- Meu amor! - corri até ele também e o abracei com força. - Mamãe estava com tanta saudade, meu pequeno! Você está cada vez mais lindo, igual a mamãe! - o beijei na bochecha, agarrando-o com força, eu estava com muita saudade do meu bebezinho. Virei-me para Lilly, com Pedro agarrado em meu pescoço, ainda me apertando naqueles bracinhos gordinhos dele. - Como...

- Triste, bem triste... - suspirei. - Ele parece bem abatido, desanimado, magro, a cara do sofrimento, pra ser mais precisa. Ou, se quiser uma analogia, pra entender onde eu quero chegar, ele está igual a você, sem brilho no olhar, não dá um sorriso sincero... Aliás, se ele sorriu duas vezes, desde que o vi, foi muito. - Lilly respondeu, sem eu, ao menos, precisar terminar a pergunta.

‘Tadinho’ pensei, mas não verbalizei. Não queria que a Lilly - nem ninguém - soubesse como eu queria que ele estivesse sofrendo menos. Como eu queria consolá-lo e dizer que tudo ficaria bem, que eu o amo... Mas não podia fazer isso. Não sei como fazer, não consolei nem a mim, como poderia diminuir o sofrimento dele, se não consigo nem diminuir o meu? Afastei meus questionamentos internos, virando-me para minha irmã.

- Culpa dele. - dei de ombros, mas no fundo, bem no fundo, aquilo doeu muito. E eu sei que só doeu dessa forma, porque eu o amo. - E aí, meu bebê? O que você quer fazer? - perguntei ao pequeno loiro, mas na verdade, isso era mais uma tentativa de me distrair, do que a ele. Precisava evitar pensamentos tristes.

- Eu quelo a Clistal! - ele colocou o dedinho na boca, fazendo-me sorrir.

- Então vamos ver a Cristal! - o girei no ar e ele riu, enquanto seguíamos para fora do quarto.

Descemos as escadas, enquanto ele me falava sobre a Courtney, contando-me algumas coisas, mas daquele jeito de criança.

Ele disse que ela era boazinha com ele, mas não era eu. Apenas eu era a “mamãe” dele.

Sorri, mas, por um segundo, não pude evitar pensar que eu também não era a mãe dele. Brittany era sua mãe, mas, por circunstâncias da vida, ela não estava mais aqui para cuidar dele. Será que devo contar isso para ele, quando crescer? E como eu vou contar isso para ele um dia?

- Vai lá brincar com a Cristal! - o coloquei no chão, vendo-o correr para o quintal, gritando pela cachorra.

- Você vai ir nos Lynch cantar parabéns pro Ryland, pelo menos, né? - Lilly se escorou na porta de vidro.

- Acho que sim... – virei para olhá-la e suspirei.

- Que bom! Ryland já estava falando que ia vir te puxar pelos cabelos, se você não desse as caras!

Dei risada e voltei a olhar para Pedro, o seguindo com os olhos. Tão pequeno. Tão indefeso. Mas com tantas coisas pra lidar, mesmo que não entenda toda essa bagunça. Meu coração apertava por toda essa situação na qual me via.

- Ei, o que foi? - Lilly perguntou preocupada, fazendo-me perceber que eu estava chorando. Sequei as lágrimas finas que rolavam pelo meu rosto, controlando-me.

- Nada... Eu só to pensando... Um dia eu vou ter que contar pro Pedro que eu não sou a mãe dele, mas não consigo nem me imaginar dizendo isso. Como ele vai reagir? E quando será a hora certa pra contar? Isso se existir hora certa! - falei, ainda sentindo-me angustiada.

- Niina, respira! Pode ser piegas mas, Deus vai te ajudar a superar isso. Eu sei que você está passando por uma situação muito delicada, sendo obrigada a aturar coisas que não precisava, afastada, à força, do homem que você ama, por pura falta de respeito e compaixão de uma gente mesquinha e hipócrita, que acha que pode controlar a vida dos outros, eu sei de tudo! Mas não arrume mais um martírio para sua vida, Niih! Não procure problemas onde eles não existem. - a olhei, sentindo minhas poucas lágrimas ainda descerem. -  O Pedro pode até ter sido gerado pela Brittany, mas ela, infelizmente, se foi, e o deixou para você, confiou aquele pequeno menininho - apontou para o loirinho, que ria das palhaçadas da Cristal. - À você, e desde então, quem o cria, ama, cuida e vive todos os momentos da vida dele é você. - senti as lágrimas pararem de rolar, enquanto ela falava. - Não importa se você não o gerou, Niih, ele é seu filho, pois quem o educa é você. Ele não precisa saber que outra mulher o gerou e que essa mulher está morta, pois, para ele, você o gerou, isso nunca vai mudar. Saber ou não saber da história dele não vai mudar o fato de que ele é fruto do seu amor, e você sempre será a mãe dele.

Ouvi tudo com bastante atenção, absolutamente calada. Aquelas palavras realmente mexeram comigo. E o fato dela ter razão mexeu ainda mais. Pedro é meu filho, eu o amo, me preocupo, sofro por estar afastada dele, mas infelizmente sou obrigada a passar por isso. Novamente, senti as lágrimas correrem por meu rosto, eu não estava conseguido segurar minhas emoções, principalmente quando eram fortes desse jeito. Abracei a Lilly, permanecendo assim por um tempo, até ouvi-la se manifestar.

- Okay, agora chega de chorar, certo? Vamos sorrir, mostrar o quão bem esses dois meses fizeram pra você. Ross precisa da sua confiança, Niih, precisa achar que você está conseguindo segurar, ao menos um pouco, a barra, para ele se sentir mais confiante também. Eu não queria te contar, mas preciso, a merda já ta feita mesmo! - a olhei confusa, franzindo o cenho.

- Contar o quê, Lilly? E por que todas essas “instruções”, para quando eu encontrar com o Ross? - a vi suspirar.

- Okay, vou te explicar. O bocó do Riker encheu a cabeça dele de baboseiras, dizendo que você poderia “desistir” de tudo, e provavelmente, isso deve tê-lo deixado ainda mais inseguro e deprimido.

- Espera... Como? O que o Riker fez? E como você sabe disso? - ela me mostrou o celular em sua conversa com Riker. – Isso é maldade, Lilly! Eu nunca desistirei do Ross. Nunca! Nunca! Ouviu bem? Nunca! – repeti freneticamente, poxa, o Riker não deveria ter feito isso!

- Em alto e bom som. – fez sinal de rendição.

- Bom mesmo! - revirei os olhos, passando a mão pelos cabelos. - Agora só falta o bocó do seu namorado entender isso! - falei, vendo-a dar de ombros, resmungar qualquer coisa sobre estar com fome e sair dali, seguindo para a cozinha. Orca esfomeada!

- MAMÃE! - virei-me e olhei para Pedro, que vinha correndo em minha direção. - Posso entrar na piscina?

- Não, Pedro, está frio. Não estamos no verão!

Ele fez bico, tentando me convencer.

- Own, essa mania de família é tão fofa! - beijei seu bico, e ri. - Mas não vai entrar na piscina! - mantive-me irredutível.

- Mais eu quero, mamãe, por favor! - ele começou a fazer birra e gritar.

Revirei os olhos, o pegando no colo, chamei Cristal para dentro e fechei as portas que davam para o quintal - passando a chave -, e coloquei o birrento no chão, assim que entramos, enquanto ele ainda esperneava. Que criança insistente! Como pode ser tão parecido com o pai? A diferença é que o Ross não berra, ele enche o saco mesmo, falando feito “CD arranhado”, até conseguir o que quer. Definitivamente irritante! Bom, ao menos era... Agora que eu to longe, admito: como eu sinto falta de ser irritada pela droga do “CD arranhado”! Suspirei e agachei, ficando de frente para ele.

- Se você não parar com essa birra feia, vai ficar de castigo, rapazinho! - disse firme, o encarando brava.

Ele colocou o dedo na boca, cessando o choro esgoelado, e ficou me olhando com aqueles grandes olhos azuis, um pouco vermelhos e inchados.

- Quer assistir o quê, Pedro?

Ele ficou me olhando, com aquela cara de “por favor, me deixa”.

- Pedro, você veio aqui pra ficar com a mamãe!

- Não podemos ficar juntos na piscina? - esperto, menino esperto.

- Não, a mamãe não quer ir na piscina!

- Pute?

- Porque não, Pedro! - reclamei, mas logo me xinguei mentalmente. - Desculpe, a mamãe só não quer molhar o cabelo. Daqui a pouco nós voltamos para a casa da tia Delly, e a mamãe não pode molhar o cabelo, porque não vai dar tempo de secar.

- Por favor, mamãe! - ele fez bico, querendo abrir o berreiro.

- Pedro, você não prefere ficar aqui com a mamãe, para brincarmos e assistir TV?

- Tá. - ele fez bico.

Sorri aliviada e me sentei no chão.

- Quer brincar de quê, pequeno?

Ele pegou alguns carrinhos que ele tinha deixado aqui em casa, sentou no chão e me empurrou dois. Droga, sou péssima com carrinhos!

- Vai mamãe, mais rápido! O Papai corre muito rápido!

- Seu pai é homem, a mamãe não sabe brincar!

- Então você é chata. Até a Cotney sabe! - meus olhos se estreitaram, agora Pedro mexeu com fogo.

- Ah, é? Aquela... - respirei fundo. - A fofa da Courtney sabe? - apertei o carrinho nas minhas mãos. - A mamãe também sabe. E bem melhor que a Courtney! - disse tentando obter alguma vantagem.

Pedro deu de ombros e continuou aquela corrida.

A frase de Pedro ecoava a cada cinco minutos “até a Courtney sabe”, bosta! Droga, merda, porra, cacete! Aquela vagabunda está conseguindo bandear meu filho pro lado dela? É isso? Antes ele a odiava, agora vem me dizer que a Courtney sabe brincar? Aposto que ela só fez isso para alegrar o Pedro e Ross achar que ela é uma princesa! Ah, eu vou mostrar que de princesa essa vagabunda não tem nada!

A princesa dessa família sou eu!

Ross P.O.V.

Fiquei a tarde toda enfiado no quarto, deitado na cama, olhando para o nada. Minha mãe e Rydel vinham falar comigo, mas ninguém estava muito afim de ficar na presença da depressão em pessoa, por dois simples motivos:

• Eu ferrei com a minha relação com a Niina;

• Eu não estava no ânimo pra conversar e zoar.

- Ross, vamos descer! - Rydel apareceu, abrindo a porta.

- Não quero, Rydel. - falei, desanimado, fitando meu celular.

- Nós vamos cantar parabéns. - tamborilou os dedos no batente da porta. - Ah, e a Niina acabou de chegar.

Os pelos na minha nuca se arrepiaram e todo meu corpo entrou em erupção, minhas mãos começaram a tremer, só por ouvir o nome dela. Travei o celular e levantei.

- Haaaaa, tá vendo? Falou em Niina, ele levanta rapidinho! - ela riu. - Desce logo.

Fui ao banheiro, escovei os dentes e baguncei o cabelo, escorei as mãos na pia e fiquei me encarando.

Que droga eu to fazendo da minha vida?

Bufei, afastando os pensamentos que queriam retornar, e saí do banheiro, descendo as escadas, após sair do quarto. Observei todos se dirigindo para a cozinha, passei os olhos por ali até ver a Niina. Ela estava no fim da fila, vestindo uma jeans alta e uma blusa solta, com um tênis nos pés, sorrindo com Pedro no colo. Distraí-me naquela visão.

- Vem logo, Ross! - ouvi alguém gritar.

Continuei meu caminho até a cozinha, vendo aquele aglomerado de gente se ajeitando, para cantar parabéns para o Ryland.

Olhei para o outro lado do cômodo, Niina e Pedro sorriam, pareciam felizes, e aquilo me fez sorrir junto, como se nada de ruim estivesse acontecendo.

Após cantarmos - e zoarmos -, minha mãe cortou o bolo e foi dividido os pedaços entre todos. Eu fiquei por último e a Niina veio entregar meu pedaço.

- Oi. - ela cortou um pedaço e deu para o Pedro, evitando manter contato visual.

- Oi. - monossilábico, não?

- Então... Tudo bem por lá? Sabe, o Pedro não está dando trabalho?

- Não. A escolinha o tem cansado bastante...

- Ah, sim... - ela assentiu. - Eu vou cumprimentar seu irmão. - soltou, meio desconcertada, assenti e ela colocou um sorriso no rosto, indo atrás do Ryland.

Ela sorria e o abraçava, não parecia aquela Niina triste e com um semblante de morte que saiu da nossa casa, meses atrás.

- Vamos pra sala, Ross! - Rydel me chacoalhou, puxando-me pra sala.

Todos sentaram-se em algum canto e começaram a cantar, contar histórias vergonhosas, mostrar fotos, tirar mais fotos, gravar vídeos e etc...

Eu estava quieto, comendo bolo, olhando para a Niina, que estava sentada ao lado do Ryland, enquanto o mesmo a abraçava sobre os ombros, num estilo “protetor”, e Pedro estava no colo dela, brincando com alguma coisa. Por um segundo, o pensamento de que eles sim pareciam uma família feliz atravessou minha mente, o que me fez apertar o copo de plástico.

E se Riker disse que ela poderia desistir de nós para ficar com o Ryland? Será que ela faria uma coisa dessas? Claro que faria, né, bocó? Ela já trocou o Riker por você, e, analisando bem a situação, tudo está dando errado, por minha causa. Eu fiz merda, e, talvez, a maior consequência da minha extrema idiotice seja perdê-la. Para o meu irmão mais novo. Tudo bem que o Riker quem terminou com ela, já que gostava da Lilly e tal... Mas... Aff, eu não sei se a minha Niina me trocaria pelo Ryland! Afinal, o que ele tem que eu não tenho? Posso listar muitas coisas, mas fora isso, nada que seja melhor do que eu! Na verdade o contrário seria bem mais triste, já que eu protagonizo uma série famosa, canto, danço, toco vários instrumentos... Exato! Por que a Niina me trocaria por ele? Bom, infelizmente, essa pergunta tem resposta:

Ele poderia ficar com ela o tempo todo, sem ser burro o suficiente para destruir a vida dela.

Afinal, eu posso até ter todas aquelas qualidades, mas quase não tenho tempo para a mulher da minha vida. To sempre cansado, irritado, ocupado, chego tarde, saio cedo, fico decorando roteiro, músicas, coreografias e nunca consigo dar atenção suficiente para Niina. Isso é uma falha, admito, mas que eu vou consertar o mais rápido possível, assim que resolver a última merda feita.

- Por que está tão quieto, querido? - desliguei-me dos devaneios, sentindo meus pelos da nuca se eriçarem. Ela estava perto demais, sua boca colada na minha orelha me fazia sentir um frio na barriga de saudade.

- É... Eu... Ahn... - pigarreei. - Só não tenho nada pra dizer. Não quero estragar o dia do Ryland.

- Hum... - ela se sentou no braço do sofá. - Vou pegar mais bolo, quer?

- Cuidado, hein? Vai ficar gorda. – brinquei, pra quebrar a minha tensão.

- Cale a boca, eu estou gostosa!

- Isso você sempre foi. - me aproximei para beija-la, mas ela recuou.

Suspirei frustrado.

- Quer mais bolo ou não?

- Eu vou buscar, pode deixar. - peguei o prato de sua mão e fui até a cozinha.

Ela ficou sorrindo boba e me olhando, provavelmente pensando “onde está o traste do Ross e o que fizeram com ele?”.

Servi os dois pratos e voltei para sala, ela continuava sentada no braço da poltrona, de pernas cruzadas, notei que sua blusa não estava colada - como normalmente - era bem larga, não marcava a bela barriga que ela tem.

- Você engordou nesses últimos meses?

- Por quê? - ela parecia assustada.

- Não usa mais roupa colada, sei lá. – dei de ombros.

- Ah, não! - ela riu nervosa. - Eu engordei só um pouco, mas não é por isso! É que eu quis mudar um pouco, sabe? - ela deu de ombros.

- Hum... - levantei uma sobrancelha, assentindo, e logo voltei minha atenção para a sala.

Agora todos brincavam com Pedro, que era o centro das atenções, todo mundo o filmando e dizendo “aí que fofo” ou “ olha como ele é inteligente”, mas o infeliz do Riker teve que soltar um “espero que não seja ‘inteligente’ como o pai” e me lançar aquele olhar fulminante. Quis mandar o dedo do meio, mas minha reação foi bem diferente. Meu nariz começou a arder e meus olhos ficaram marejados, levantei rápido, coloquei o prato no chão e subi correndo para o meu quarto, escondendo o rosto.

Por algum motivo, aquele olhar do Riker me machucou mais do que eu esperava, como se finalmente eu tivesse me tocado de TODA a merda que fiz.

Joguei-me na cama e permiti-me chorar de soluçar.

Puxei meu travesseiro e o abracei, desejando que fosse a Niina, encolhendo-me. Fiquei assim por alguns minutos, chorando dolorosamente e lembrando da vida antes dessa tempestade.

Ouvi duas batidas na porta, meu coração acelerou pensando que poderia ser a Niina, mas assim que olhei, bufei. Era o Riker.

- O que você quer agora? - lancei, com raiva.

- Sra. Stormie me mandou pedir desculpas. - ele deu de ombros, nem entrou no meu quarto.

Fiquei quieto, abraçando mais o travesseiro, sem o olhar.

- Sério, Ross, me perdoa, eu não devia ter falado aquilo, foi maldoso, eu sei, e não consigo apagar, mas... Eu to aqui te pedindo desculpas, poxa, cara, não achei que você fosse ficar tão mal... - ele sentou na minha cama. - Eu sei como você está se sentindo. Lembra quando terminei com a Lilly? Quer dizer, ela terminou comigo, né... - sorrimos torto. - Foram as piores semanas da minha vida! Eu não podia tocá-la, nem dizer que a amava, não podia nem vê-la que me dava vontade de me trancar no quarto e chorar o dia todo... É normal errar, devemos aprender com nossos erros, certo? Então vamos, levanta essa bunda daí, liga pra esse imbecil e bata de frente! Para de ficar sentado esperado que milagres aconteçam, porque se você perder a Niina, meu caro, pode dizer tchau a sua vida. Todos vão te matar. A Niina é um tesouro raro, onde você vai encontrar uma garota linda, fofa, gostosa, carinhosa e que cuida do teu filho com outra?

- Eu sei, Riker. Sei bem o que está em jogo e não quero perder. Eu a amo, bro, como nunca amei nada nem ninguém em toda a minha vida. Dói todos os dias, acordar sozinho e olhar para aquela casa, que eu deixei exatamente como ela queria, e não vê-la. Eu nem sequer durmo no meu quarto mais, durmo com o Pedro. Melhor do que chorar sozinho na cama onde deveria dormir eu e a minha noiva.

- Eu sei que dói, posso até não ter noção da dimensão da sua dor, mas sei que dói estar longe da pessoa que amamos. - suspirei, enxugando uma lágrima com o polegar. - Agora, justamente por estar sofrendo tanto, é que você deveria correr atrás disso logo! Sei lá, entre em um acordo para resolver o problema da multa rescisória. - ri desgostosamente.

- Sua ficha ainda não caiu, Riker. Sabe o que ele colocou na cláusula, caso eu quisesse quebrar o contrato? - ele negou. - Cinquenta por cento dos direitos da R5! Sabe o que isso significa? Que a banda seria metade dele, como se fôssemos 50% contratados, e ele 50% dono. Entendeu? Seríamos controlados por ele, como marionetes, na nossa própria banda, dividindo os direitos de decisão e todo o cachê de absolutamente qualquer trabalho. - ele ficou boquiaberto.

- Não acredito que ele envolveu a banda nisso! - assenti. - Não pode, sério! Deve haver alguma coisa que possamos fazer. Ele não pode envolver a banda sem nosso consentimento. Ou pode?

- E eu que sei? Os advogados estão buscando uma solução, mas acho que, por eu ser um membro fundador, ele teve base para a cláusula. Cara, se fosse uma quantia em dinheiro, eu já tinha pago há meses e a Niina nem saberia, mas envolveu a banda, eu não pude fazer nada.

- Esse cara não deveria mexer com os Lynch! Nós vamos resolver isso, Ross, pode deixar. Vamos procurar mais informações por aqui, para ajudar. - ele me chacoalhou pelo ombro e sorriu.

- Valeu. - tentei sorrir.

- Somos irmãos, sempre vou querer sua felicidade. - assenti. - Bom, eu vou descer, acho que você quer ficar um pouco sozinho. - ele se levantou e abriu a porta. - Desculpa, mais uma vez, tá?

Assenti, sorrindo torto.

Ele saiu e logo Niina entrou, para minha surpresa.

- Posso? - ela perguntou apontando para um canto da minha cama, apenas assenti.

Ela se sentou e ficou encarando a parede, agora, azul.

- Tá tudo bem? - assenti. - Então eu vou indo... Se importa se o Pedro dormir comigo hoje?

- A mala dele tá em cima da minha. - apontei para a mala do Capitão América.

- Ok. - ela pegou e foi seguindo para a porta, mas parou, deixado a mala ali e correu até mim, novamente. - Eu te amo. - e me beijou.

Por um segundo fiquei alarmado, era até estranho estarmos nos beijando novamente, depois de meses longe, mas logo retribuí, aproveitei cada segundo daquele selinho, imaginando que seria apenas aquilo, mas diferente do que pensei, ela quis aprofundar o beijo. Nossas línguas dançavam em sincronia e minha mão corria por seu corpo, com saudade e cheias de vontade.

- Eu te amo tanto, Niina, você não faz ideia...

- Ah, Ross, eu sei... - ela me deu um sorriso safado, mas logo seus lábios foram até meu pescoço, deixando um chupão ali.

Reprimi um gemido, qualquer toque dela estava me deixado maluco, meses sem um beijo nem sexo dão nisso.

Suas mãos foram até a barra da minha camiseta, logo a puxando.

Ela ia começar uma trilha de beijos, mas a puxei novamente, a beijando.

- Eu estava morrendo de saudades de você. - disse doce, passando o dedão na sua bochecha.

- Eu também. - ela sorriu e me deu um selinho. - Boa noite, Ross. - se levantou, sem delongas, foi até a porta e saiu rebolando.

Arqueei a sobrancelha, confuso, mas dei de ombros e joguei-me de costas na cama. Ela gostava de brincar, sempre gostou!

Suspirei, meio frustrado, meio contente, e totalmente confuso. Meu corpo palpitava de desejo por tê-la e meu coração acelerava toda vez que a frase “eu te amo” ecoava em minha mente. Ela não sabe como ouvir essa três palavras, vindas dela, fez-me sentir melhor.

Sorri para o nada e decidi tomar um banho gelado, para esfriar a cabeça.


Notas Finais


Oi.... Bem, a Duh já está corrigindo o 19, não vou prometer nada, pq eu ficou me torturando depois.. Sorry mesmo <3
Até o próximo!


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