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História Madness - Extra - With Or Without You


Escrita por: Lightside

Notas do Autor


✿ Título do capítulo: Com ou sem você.


Como o prometido eis o especial sobre o Itachi.

Recomendo absolutamente que leiam esse capítulo ao som de One More Light da banda mais badass da atualidade: Linkin Park. <3

Eu como fã de carteirinha do grupo, chorei ao tentar encaixar essa música no capítulo pq ela foi uma das últimas canções que o Chester cantou ao vivo… Essa letra transmite tantas emoções, e casou perfeitamente com os sentimentos do Sasuke em relação ao coma do Itachi.

Vou deixar o link nas notas finais, assim como a tradução.

Sério, ouçam… Não vão se arrepender.

Sem mais delongas, boa leitura (:

Capítulo 15 - Extra - With Or Without You


Fanfic / Fanfiction Madness - Extra - With Or Without You

E  X  T  R  A:

 W I T H   O R    W I T H O U T    Y O U

 


“ If they say
Who cares if one more light goes out?
In a sky of a million stars
It flickers, flickers
Who cares when someone's time runs out?
If a moment is all we are
We're quicker, quicker
Who cares if one more light goes out?
Well I do
.”


LINKIN PARK.


A única luz que invadia o cômodo vinha dos fracos raios solares que atravessavam o vidro da grande janela, e o único som realmente notável vinha do monitor de batimentos cardíacos que a cada segundo, mostrava uma baixa significativa de batimentos.


Na cama como de costume, Itachi repousava em profundo coma. Não era uma novidade, infelizmente. A novidade era que dessa vez ele não estava sozinho. Ao seu lado estava Sasuke, os olhos fechados, a cabeça pousada no peito do irmão e um braço abraçando-o de maneira fraterna pela barriga.


Quem olhasse de longe facilmente julgaria que ambos estavam dormindo, se não soubessem da real situação. Mas eles não estavam. Itachi estava em coma e Sasuke estava concentrado demais em ouvir o coração do irmão, suplicando mentalmente para que os batimentos dele ficassem mais fortes.

— Brüder (irmão) ... — falou para o enfermo em lamento. — eu estou afundando.


Ele não pode mais segurar o turbilhão de sentimentos que involuntariamente o envolvia.


— Estou chorando? Eu não posso ter certeza. — confessou num sopro. — Deve ser porque eu estou queimando. 


Havia apenas a tristeza e o remorso em seu peito, causando mais dor, menos dor com passar dos anos.


— Uma pessoa pode cometer um erro e nunca ser perdoada? — sua voz saiu esganiçada. — Onde está a justiça?


Itachi estava envolvido num abraço tão cheio de carinho. Sasuke fez um afago em uma das mãos do irmão, desenhava com o polegar pequenos círculos invisíveis em sua pele pálida, quase sem vida.

— Brüder (irmão), realmente não não quero queimar. — a dor daquela confissão o deixava mais desolado e perdido. O rapaz sentia que seu coração aos poucos estava sendo substituído por um imenso buraco negro. — Eu não quero ficar nesse abismo sem fim.


Por mais vulneravel que se sentisse, ele não podia negar o medo que sentia ao pensar na hipótese de perder a pessoa que ele mais ama nesse mundo.


— Por favor… se você estiver aqui apenas me dê um sinal. — o Uchiha abriu os olhos desejando internamente que o irmão fizesse o mesmo, mas ele não o fez. E ao notar isso, um suspiro baixo escapou pelos lábios do moreno. — Não me deixe enlouquecer em culpa…


Olhou para o monitor de batimentos, a testa se enrugando a medida em que via o quão instável estavam os batimentos de Itachi, mais baixo do que subindo. Desviou o olhar pra face adormecida do irmão notando o cumprimento dos cabelos que estavam longos do que quando fora internado, e a cor não era mesma. A verdade é que o Uchiha mais velho estava mais pálido do que antes. Estava... morrendo.

— Brüder (irmão). — pediu baixinho, fitando o rosto do irmão de cima. — Por favor, acorde.

Mas ele não respondeu ao seu chamado.  Itachi permaneceu imóvel, a respiração sendo regularizada por um aparelho respiratório colocado sob seu nariz e boca. 


Sasuke engoliu em seco.


 — Me ajude Itachi, só você pode fazer isso. Volta pra cá. — o pesar era nítido quanto à dor nas íris.


O jovem fechou os olhos, as mãos cerrando-se em punhos tão firmes que não seria surpresa se as próprias unhas arrancassem sangue.


— Perdoe-me Brüder(irmão)...

Sentiu de repente, uma vontade que quase nunca se permitia sentir: a necessidade de chorar. Mas como esperado de um Uchiha, ele não o fez. Não, de jeito nenhum. Não iria dar o gosto ao seu pai de o julgá-lo fraco por suas lágrimas. Respirou fundo, ajeitando-se melhor na cama de maneira que pudesse encarar o rosto do irmão, enquanto abraçava-o pelos ombros. Fechou os olhos. Estava tão cansado de toda aquela situação. Ele só gostaria que as coisas fossem como antes.


Uma possibilidade passou em sua mente como um breve conforto. Com certeza se Itachi estivesse acordado, não se sentiria tão perdido em relação a vida. O irmão lhe diria o que fazer e o aconselharia da melhor maneira, ou se fosse preciso, ele lhe repreenderia com os petelecos em sua testa, como sempre fizera. A necessidade de relembrar o perfil generoso do irmão só fez com que Sasuke constatasse que ele sempre o ajudara, no entanto, nunca fizera o mesmo pelo mais velho.

Apertando os ombros do enfermo, deixou sua mente divagar pelos sentimentos de nostalgia causados pela infância, sentindo um nó se formar na garganta e o estômago embrulhar. Fechou os olhos com mais força, querendo reprimir tais sensações, entanto,esquecer mostrava-se ser uma tarefa impossível, enquanto memórias bombardeavam sua mente para agradáveis e desagradáveis.

 Töricht kleinen brüder (irmãozinho tolo) – um Itachi de quatorze anos sorridente e brincalhão falara enquanto acertara a cabeça de Sasuke com uma revista. – Que cara é essa?


As pessoas tem essa mania ridícula de ditar o que se deve gostar. – resmungara um Sasuke com seus 6 anos ao entrar na sala e jogar a mochila preta da Adidas no sofá. – Hoje, uma garota chamada Karin me ofereceu um pedaço da barra de chocolate. Bem, eu disse a ela que não gostava de doces e mesmo assim, ela insistia. — explicara com evidente raiva. — A estúpida continuou a insistir argumentando que não tinha como eu não gostar por que todo mundo gosta.


Itachi rira ao ver a expressão furiosa na face do caçula. Ele adivinhara que talvez Sasuke também fosse como ele, péssimo em se socializar. Isso era devido a maturidade que ambos tiveram que obter por causa das exigências de Fugaku que esperava nada menos de seus herdeiros fossem melhores do que qualquer outra pessoa. 


E o que você respondeu? 


Falei que ela é uma idiota por gostar das coisas só porque as pessoas dizem para gostar. — respondera o menor indiferente, com aquele ar de superioridade típico dos Uchiha.


E quanto ao Naruto?


Sasuke o fitou com surpresa. 


O que foi? Eu vi ele se aproximar de você quando estava sentado no balanço. — comentara o mais velho bebericando um delicioso capucchino


Ah, não. Aquele garoto é só um imbecil… Vive pegando no meu pé. — respondera o caçula dando de ombros. — Além de se gabar de um sonho idiota de que um dia se tornará o maior jogador da liga espanhola.


O fato dele implicar contigo significa que ele gosta de você. — Itachi bagunçara os cabelos do irmão. — Naruto me parece ser uma pessoa legal assim como aquela menina loira que vive ao lado dele. Acho que você devia fazer amizade.

 
Sasuke enrugara o nariz e fizera uma careta de reprovação.


Ino é outra imbecil que só sabe falar de si mesma, do quanto é bonita e a menina mais bem vestida da escola. — cruzou os braços em altivez. — Não posso fazer amizade com aqueles aparvalhados. Isso vai contra as leis da natureza.


Pois devia. — insistira o mais velho deixando a xícara de café na mesinha de centro. — Amizade não se faz apenas com as pessoas que tenham o mesmo estilo que o seu. Veja eu, Shisui e Deidara, somos completamente diferentes um dos outros e mesmo assim somos amigos. Devia dar uma chance para eles… 

 
Se não tivesse escutado o conselho do irmão, não teria firmado o maior laço verdadeiro de sua vida. O jovem sorriu com a lembrança, logo após mergulhando em outra.

O que você acha de ser menos Töricht (tolo)? – outrora Itachi lhe perguntara, um sorriso zombeteiro lhe adornando os lábios. Sentado na poltrona vermelha na sala, rabiscando qualquer coisa em um caderno velho, Sasuke mostrou-lhe o dedo médio.

Tsc... sabia brüder (irmão) que você é o pior irmão que existe na face da terra?! – respondera ele fingindo-se ofendido pela brincadeira negativa brincalhona do irmão mais velho.


Pois fique sabendo que todos dariam tudo para ter um irmão como eu. Sinceramente, deveria ganhar um super prêmio por apenas aguentar você  – Itachi zombara e Sasuke jogara as mãos pro alto, rolando os olhos.

Ernst (sério) ? – debochara o Uchiha caçula, antes de aproximar-se rapidamente de onde o mais velho se encontrava e lhe atacar com uma tortuosa e hilariante cócegas; fazendo Itachi espernear e rir enquanto clamava por ajuda.

Meninos que bagunça é essa? Eu levo uma hora para pôr essa sala em ordem e vocês destroem ela em questão de segundos! — repreendera Charlie segurando em uma das mãos uma vassoura. – Saiam já daqui!  – os dois garotos começaram a rir da governanta que aplicara vassouradas em seus traseiros.

Lá estava a mente dele mergulhando em outra lembrança.

 Hm… Isso está ficando muito bom. Devia mostrar a nossa mama (mãe). Tenho certeza que ela vai ficar orgulhosa por ter um músico na família. – um Itachi de dezessete anos estava atrás de Sasuke avaliando sua composição.

Até parece... – zombara o irmão, fechando o caderno.

Eu acredito que você tem talento. Devia mergulhar seus sentimentos nisso. – o irmão puxara uma cadeira e sentara-se de frente para Sasuke. – Diferente do Naruto, você tem uma boa voz.

Tem razão. O Dobe não tem noção das coisas


 Ambos os garotos riram.

Eu sei que seu aniversário é só amanhã, mas eu não vou estar aqui…Você sabe, tenho que ir pra Nova York. – suspirara cansado o mais velho.

Já saquei…negócios. – respondera o mais novo automaticamente.

Por fim, Itachi entregara um belo violão preto elétrico Yamaha.

E independente do que você escolha, mal posso esperar para ver o quão incrível será seu caminho. Apenas se concentre töricht kleinen brüder (irmãozinho tolo). Quero ver suas músicas tocando pelo mundo.

Brüder (irmão)… — murmurara Sasuke com sorriso emoldurando seus lábios. Em seus olhos, havia um turbilhão de sentimentos do qual não conseguira expressar em palavras o quão agradecido estava pelo incentivo. — Definitivamente, minha primeira música vai ser pra você!

Como quem despenca do céu diretamente para o inferno, as memórias boas esvaíram-se completamente da mente do rapaz, e de repente, estava mergulhado nas lembranças daquela noite. Daquela maldita noite. A noite onde tudo deu errado!

Todos tinham nomes atraentes para chamar atenção e seduzir os clientes, enquanto Sasuke mantivera o maldito apelido; rifiuti (lixo). Objetivo de Giovanni era humilhar e lembrá-lo que ele era tudo: um bichinho de estimação, um objeto, menos um ser humano.

Mas isso não funcionou. Quando o cafetão olhou em seus olhos, o Uchiha recusou a reduzi-los. Sasuke sabia que estava prestes a ser punido. Ajoelhou-se no chão e não teve medo. 


Giovanni adorava vence-lo. 


O Uchiha era um dos seus brinquedos favoritos. 


O garoto não lutou contra o homem a sua frente. Ele rangeu os dentes quando o mesmo ordenara que se despisse.

Moleque insolente, eu não sou a putinha da Anna que tem paciência com suas infantilidades. – ele esbravejara em italiano. –  É pra ser estupro, então?

O rosto de Sasuke latejara com tapa que tinha recebido, mas ele suportara em silêncio com os punhos cerrados ao lado do corpo.

Os olhos de Giovanni permaneceram venenosos observando o menino que exibira um sorriso prepotente. Como castigo, recebera outro tapa, forçando o Uchiha a desviar o olhar de sua face. Sasuke desviou o olhar. Suas íris percorriam para todos os cantos, menos para o chão.

Havia barulho atrás dele, mas não daria o gosto ao cafetão a satisfação de despertar sua curiosidade. Não importava o mistério iria ser revelado a qualquer instante.

Um lindo e enorme espelho com armação de ferro fora colocando de frente para Sasuke. Nele, o garoto vira seu porte vacilar. Isso era demais, não poderia assistir a isto. No entanto, suas orbes negras se recusaram a fixarem-se no chão.

Qual é o problema? – provocara o italiano. – Você não gosta de ver o quanto você é lindo?

Giovanni se ajoelhara atrás dele e Sasuke deixara de respirar por alguns segundos.

Qualquer coisa menos isso!


Nada. Ninguém podia ler seus pensamentos pedindo clemência.


Sasuke apenas fechou os olhos sentindo uma corrente elétrica percorrer pelo seu corpo, deixando ser consumido pouco a pouco pelo desespero.

Vou fazer isso pra você nunca mais ter que se sentar. – Giovanni sussurrara friamente no ouvido do menor.

O garoto quase choramingou.

O homem levantara o traseiro do Uchiha e cuspiu em suas mãos se preparando para entrar nele. Não havia nada a se fazer. Era essa humilhação ou a morte.

Sasuke se mexera freneticamente evitando os toques imundos daquele maldito homem. Mas de nada adiantara. 


Ele puxou o cabelo do garoto com força. Sentia seu couro cabeludo arder. Arrastou-o para mais perto do espelho. O garoto ficara cara a cara com o seu reflexo. O espelho o obrigara a ver o que ele tentara fingir que não era real. Lá estava ele: amarrado, preso como um animal. Atrás dele estava Giovanni com um sorriso arrogantemente nos lábios.

 Eu não posso suportar isso. É demais pra mim. – ele abaixara os olhos encarando o chão se rendendo.

O cafetão queria que Sasuke sentisse cada momento: a vontade lutar. E momentos depois, que ele percebesse que não poderia fazer nada.

Um soluço finalmente rompera o a aflição e Uchiha fora forçado a olhar para o menino do espelho. 
Ele odiava seu reflexo, odiava sua fraqueza. Num acesso de raiva, atacara o espelho com sua testa partindo e o derrubando no chão empoeirado. Então lançara-se para os cacos de vidro estilhaçados a fim de cortar a corda em seus braços.

Giovanni rira alto.

Sasuke voara em sua direção com os dedos sangrando. Mesmo sendo forte, sua força não se comparava a do cafetão. O mais velho lançara um chute em seu estômago, fazendo com que o menor cuspisse sangue. 


Sua respiração ficou presa e a visão turva.

O italiano desferira vários chutes pelo corpo do garoto; rosto, peito, barriga, pernas e seu órgão genital.

O garoto rolara de lado para tentar pegar o pé de Giovanni no ar. Nenhum objetivo fora alcançado e ele desmaiara no meio do processo.


Impiedoso, Giovanni o revivera jogando água fria em seu rosto.

Quando despertara, Sasuke expulsara um grito silencioso. Sua pele estava dividida e aberta. Antes que ele soubesse o que estava acontecendo, fora atingido. Tentara mover seus membros para correr ou lutar, mas estava amarrado novamente. 


Fogo dançara ao longo de sua volta e podia ouvir claramente os gritos agoniados de meninos e meninas implorando por suas vidas.

Vaidade é a praga da sua família. É a razão pela qual vocês acham que podem tudo. Quando na verdade Bichano, vocês merecem nada. A morte é tudo que você e sua raça merecem. – as palavras duras de Anna ecoara na cabeça dele.

Então soubera imediatamente que iria morrer naquela noite. 


O chicote caiu de novo em sua pele, outro rasgo.

Por milagre ou não, seu pai surgira. Sasuke dirigira ao mesmo um olhar de dor, nojo, ódio e vingança.

Enquanto Fugaku ficara de guarda na porta, o garoto atirara diversas vezes até acabar a munição, e assim, matara o homem que tinha o atormentado uma parte de sua vida. 


O jovem ficara sobre o corpo jazido, admirando o trabalho bem feito que tinha feito no rosto desfigurado de Giovanni. Em sua mão, segurava uma magnum 44 prateada que seu pai tinha lhe dado.

O Uchiha voltara-se para a sala ao olhar o corpo do cafetão italiano no chão, sorrira orgulhoso para o filho e dissera:

Bom trabalho Hund (cão).

A arma tinha sido dada a Fugaku por um oficial americano como uma demonstração de gratidão ao Uchiha por salvar sua vida. O Uchiha disse que a arma não era uma magnum e sim; Dirty Thomas. No entanto, Sasuke não conhecia esse homem e tão pouco se importava.
A única coisa que ele sabia era que esse maldito objeto tivera feito ele perder todo o espetáculo no rosto de Giovanni. Fora tão rápido que não pudera contemplar a dor do homem por muito tempo.

Cuidadosamente, Fugaku envolvera o filho em um abraço. Sasuke apertara a nuca do pai e encostara a cabeça no ombro direto do mesmo.

Não precisa se fazer de durão meu filho. Em momentos assim você pode chorar.

Fora o que o garoto fizera. Chorara até sua cabeça doer, e seus olhos não aguentarem derramar mais lágrimas e sentir que parte desse pesadelo estava desfeito.

Casa. Era para lá que sempre ansiara voltar.

Algum tempo depois, chegaram ao hotel.

Itachi, cuide de seu irmão. Eu vou terminar de limpar a sujeira por aqui. – Fugaku apertara o ombro do filho caçula e dirigira o comando e o olhar firme ao filho mais velho. – Eu deixei no porta luva as passagens de vocês. 

 
Sasuke vá tomar um banho. – falara o irmão limpando seu rosto de sangue endurecido.

Eu não quero. – ele pedira num sussurro de olhos fechados. Evitando a ameaça das lágrimas.

A mão do patriarca no ombro direto de Sasuke afrouxara.

Por quê? – Itachi perguntara gentilmente.

Eu quero saber que ele está morto. A arma…Tudo foi tão rápido brüder (irmão). Entende? Ele merecia sofrer! Eu queria que ele sofresse o dobro que eu senti. Se eu lavar o sangue dele é como se...

Como se nunca tivesse acontecido... – completara Fugaku.

Sim. – respondera o menor.

Mas você precisa töricht kleinen brüder (irmãozinho tolo). Não podemos viajar com você nesse estado, entende? – argumentara Itachi dando-lhe um de seus petelecos na testa. – Mama e seus amigos estão esperando por você.

Sasuke assentira com a cabeça, mesmo contra gosto.

Por fim ligara o chuveiro na água quente, deixara-se cair na banheira. Se Encolhera na água para se aquecer o mais rápido possível. Arrastara suas roupas molhadas sobre a cabeça e jogara no chão.

Os olhos ardiam com as lágrimas de raiva. Puxara os joelhos para perto do queixo, mordera a pele, raspando com os dentes. As lágrimas não diminuam. Continuavam a sair de seus olhos mais e mais.

Queria gritar.

Queria acertas as coisas em sua vida.

Queria matar a única pessoa que restava de seu passado assombroso.

Raspara as unhas ao longo da carne de seus braços. Dor e alívio ao mesmo tempo, sentindo sua pele se rompendo e gotas de sangue aparecerem. Repetira o processo. Mais dor, mais liberação.

Na água, o sangue de Giovanni se misturara com seu. Não soubera o que sentir ao ver o sangue ao seu redor. O entorpecimento lhe assaltara. Sasuke olhara paralisado o sangue do homem que o torturara por tanto tempo se dissipando na água.

Ele está morto. Morto...

Seus pensamentos voltaram minutos atrás quando tinha levantado a arma no rosto de Giovanni.

Quando se recompusera, pegara as roupas que estavam em cima da cama e se trocara rapidamente. Era uma camisa de linho Armani e uma calça jeans. Colara as meias e calçara um tênis Nike preto. E por fim apanhara a chave do carro que estava em cima do criado mudo e descera.

Itachi? Que merda você está fazendo aqui?  — gritara Sasuke enraivecido, afundando sua cabeça no banco da Mercedes com força.


É meu dever protegê-lo e falhei... — confessara o irmão mais velho com a voz triste, fechando a porta do carro e encarando o caçula com seriedade em seus olhos negros. — Não importa o que aconteça, vou salvá-lo custe o que custar! 


Sasuke arregalara os olhos, seu irmão sempre tivera o poder de deixá-lo sem fala. O garoto passou as mãos pelo cabelo completamente irritado e retrucara:


Lieber ein Spatz in der Hand als eine Taube auf dem Dach (melhor um pássaro voando do que dois na mão).


Em primeiro lugar, não aja como se ninguém se importasse com você. — começara Itachi dando ênfase em suas palavras encarando-o seriamente, cruzando os braços do mesmo modo altivo que ele. Segundo, nós passamos esses dois anos te procurando incansavelmente e jurei para nossa mãe que o traria a salvo.


Sasuke resmungara dando de ombros.


Hunde die bellen, beißen nicht (cão que ladra não morde). — Itachi dissera com descaso rolando os olhos logo em seguida. Era nesses momentos em que Sasuke o amaldiçoava por ser um Uchiha tão obstinado quanto ele. — Para onde quer ir? Eu sei que você sempre quis conhecer a Itália.


Eu quero ir para qualquer lugar e esquecer tudo o que aconteceu durante esse dois malditos anos da merda da vida que eu tenho. — desabafara o irmão caçula.


Então o que está esperando? — o Uchiha primogênito sorrira dando um peteleco na testa do irmão mais novo, um hábito que adquirira desde quando Sasuke começara a falar.


Tem certeza que você pode conviver com um assassino sob o mesmo teto? — o garoto sussurrara as palavras como se fosse uma pequena tempestade forte e destruidora.


Töricht kleinen bruder (irmãozinho tolo). — Itachi o imitara, erguendo-lhe uma sobrancelha. — Até parece que não me conhece,jamais ficaria apontando seus erros!


— Olhe...estamos juntos nisso, falou? — dissera o Uchiha mais velho interrompendo o silêncio ao ver o irmão dando a partida. Com um sorriso ao ver o brilho nos olhos do irmão que suspirara mais tranquilamente. — Die Liebe macht blind (o amor é cego).


Correção. Você está nisso por minha causa. — replicara Sasuke com sorriso de lado típico de seu deboche. Itachi limitou-se em apenas rolar os olhos. — Você arriscando por minha causa o torna o melhor irmão do mundo.


Nossa! Pensei que eu fosse o pior irmão do mundo. — brincara Itachi recordando de quantas vezes o caçula lhe dissera aquilo, em sua maioria em brincadeiras ou discussões estúpidas e logo resolvidas.

 
Com a forte trovoada, Itachi ficara assustado, arregalara os olhos e soltou inúmeros insultos ao ver o Mazda laranja aproximar-se rapidamente do carro deles. Sasuke girara o volante completamente para o lado esquerdo, em uma virada brusca que fizera o carro virar e cair.


A Mercedes capotara como se tivesse sido empurrada com força. Por algumas vezes rodopiara, fazendo os irmãos se chocarem violentamente entre as poltronas e o teto, até que parara de lado, no meio da estrada deserta devido ao horário do acidente.


Vamos, acorde! — havia sangue escorrendo da testa dele e quando Sasuke tocara seu pescoço, a pulsação era tão fraca que ele mal a sentira.


Desgostoso, o rapaz balançara a cabeça berrando o nome do irmão mais velho com mais afinco, recusando-se a aceitar que Itachi estava morrendo.


Itachi! — tornara a olhar para o irmão, chamando seu nome de forma exasperada.

Sasuke voltou ao presente quando sentiu um toque em seu ombro que o fez quase pular para fora da cama. Era apenas a enfermeira. Com sorriso gentil, ela veio lhe avisar que o horário de visitas tinha acabado.


Notas Finais


✿ Música :

One More Light - Linkin Park </3

https://www.youtube.com/watch?v=Tm8LGxTLtQk

✿ Tradução:

https://www.vagalume.com.br/linkin-park/one-more-light-traducao.html

Bom isso é tudo pessoal, até o próximo capítulo.

Xoxo.


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