1. Spirit Fanfics >
  2. Madness >
  3. Two Is Better Than One

História Madness - Two Is Better Than One


Escrita por: Lightside

Notas do Autor


- Depois de 84 anos, a história foi atualizada kkkkk. Mil perdões pessoal, a verdade é que a falta de tempo realmente tem me prejudicado e muito. Olha só o horário que eu tô postando isso? E ainda vou trabalhar :x

Em fim, quero que vocês leiam com muito cuidado essas notas iniciais, pois vou explicar o motivo de deixar Our Love is Madness por hiatus definitivo.

Bom, acredito que todos já estejam cientes da nova regra do Spirit quanto a descrição de sexo com - 18 anos, certo? Eu quis publicar apenas o aviso visto que faz séculos que não atualizo e como esse capítulo não tem nada muito comprometedor, resolvi unir o útil ao agradável.

Aviso que não tenho a intenção de rescrever o enredo apenas mudando a idade do Sasuke já que mudaria totalmente o epicentro da história. Infelizmente, sinto muitíssimo em deixa-los na mão, mas não é pq eu quis. Para não correr o risco de ter minha conta excluída ou a história apagada, decidi que seria melhor parar por aqui.

Agradeço de coração todos os comentários, favoritos e todo carinho que recebi na primeira vez que publiquei a história e também aos novatos que passaram a acompanhar essa nova fase da Our Love is Madness que particularmente estou gostando bastante!

Ah, caso queiram entrar em contato comigo não se acanhem. Podem me mandar Mensagem Privada, e-mail, ou se preferir, me acompanhe no Nyah (sugiro que deem uma olhada no jornal), lembrando que deixarei nas notas finais o link do jornal do meu perfil do Spirit onde detalho melhor o encerramento da história, por isso, não deixem de conferir ^^

Novamente desculpas, e espero que gostem desse capítulo que foi introduzido a Rainha do Byakugan no enredo, hehe.

Capítulo 16 - Two Is Better Than One


Fanfic / Fanfiction Madness - Two Is Better Than One

C A P Í T U L O 08:

Two Is Better Than One 

 

“Você usa tanto uma máscara que acaba esquecendo quem você é.”

— V.

 

 
Nagato se sentou no esfumaçado gabinete da mansão Uchiha e segurava um copo de whisky MacCutcheon, um clássico escocês enquanto ouvia um bando de homens debater sobre o próximo negócios. Ele parecia bem distante.


Seu trabalho na organização era ser o braço e os olhos de Fugaku. O Uchiha estava treinando-o para passar o seu posto para ele, pois não queria que Sasuke se tornasse o novo Príncipe da Akatsuki. O ruivo aceitou seu compromisso honrado por Fugaku depositar sua confiança nele. Embora não parecesse, o fato de ser um bom líder e ser muito bom no que fazia não significava que gostasse de suas atribuições.


Ele começara cedo, tornando-se um dos mais jovens ricaços da história. Em geral, os integrantes tinham de lutar por décadas para provar seu valor; a maioria nem sobrevivia tempo suficiente para prosperar financeiramente. Mas esse não foi o caso de Nagato. Ele estava no lugar certo quando Fugaku o recrutara. Todos estavam ali para discutir o ocorrido na pizzaria Rossetti e a evidente provocação da Bravta.


Os homens discutiam enquanto o subchefe girava o copo de whisky nas mãos sem a menor intenção de bebê-lo. Ele se manteve em silêncio até que a voz inconfundível de Fugaku se dirigiu a ele:
— O que você acha Nagato?


Saco. Gostaria de estar deitado em meu lençol de seda fumando meu charuto cubano.

—  Precisamos ser bem precisos e calculistas. Não estamos falando de qualquer organização, são os russos, nossos inimigos mortais. E devo admitir, a única organização que pode nos bater  — disse simplesmente. Ainda que estivesse entediado demonstrava respeito por seu líder. Os olhos negros como a noite do Uchiha se encontraram com os seus. O Príncipe estava sentado na poltrona de couro preto no centro da mesa. — Acho que se agirmos de modo apressado o tiro ira sair pela culatra.


— Você tem razão  — concordou Kakuzu passando a mão no cabelo.


Quando o líder da máfia mandou todos saírem com um aceno de mão, Nagato foi o primeiro a se levantar. Ele deixou o whisky sobre a mesa e seguiu em direção a porta.


Dentro do escritório, Fugaku remexeu os bolsos a procura da caixa de cigarros. Tirou um maço de lá e deu uma nova tragada, deixando a nicotina fazer o serviço de lhe acalmar, trazendo a falsa ilusão de alivio e paz, antes de começar a preencher as papeladas de algum acordo que a Uchiha Corporation havia fechado com os Canadenses. 


Ao olhar o retrato da esposa uma leveza tomou conta de sua mente.

Verão,  1985 - Berlim.


O jardim da casa de campo de Minato estava em silêncio, exceto pelo barulhos dos pássaros cantarolando.  Os dois jovens descansavam debaixo de uma árvore de pêssego. Mikoto entrelaçou seus dedos aos de Fugaku e levou a mão dele até seu peito. Ele podia sentir a respiração dela pelos lábios que repousavam sobre as juntas de seus dedos. 


Ela sorriu ao sentir que ele estava beijado a mão dela. 


— No que está pensando? 


O medo de que ela descobrisse quem ele realmente era o atormentava. Assim, sua felicidade, a única coisa que conquistou em sua vida sem uma arma apontada, estava prestes a acabar. 


— Estava imaginado algo muito idiota — confessou sorrindo levemente. 


A jovem morena ficou mais curiosa. 


— Fugaku, nada do que pense é idiota.


— Você acha…  — ele começou pausando as palavras, como se estivesse medindo-as. — Acha que pode amar alguém como eu?  — ele sussurrou a pergunta. Antes que Mikoto pudesse reunir seus pensamentos e responder, Fugaku a interrompeu. —  Eu disse que era algo idiota.


— Não tem como eu ter imaginado amar outra pessoa até por que você é o único que me fez sentir assim — ela disse simplesmente com a voz gentil como de costume e o moreno pode sentir a pulsação dela acelerar. — Eu te amo.


O Uchiha estava satisfeito ao ouvir aquelas sete letras que agora formadas nunca fizeram tanto sentido para ele. A sensação de borboletas em seu estômago nunca fora tão gostosa. Amor era aquela sensação. Era o brilho nos olhos castanho claros tão dóceis, sua voz suave e também sua risada escandalosa.  


Era tudo isso e muito mais. 


O amor era representado por aquela jovem de alma pura e lindamente gentil, cheia de vitalidade.


Ele olhou para ela enquanto aquelas palavras pairavam no ar entre ambos. Mikoto passou os dedos pelos cabelos do jovem. Os lábios de ambos se encontraram. O coração dela se acelerou com aquela proximidade. O corpo dele pressionado contra o dela, irradiando calor.

Ele se afastou por um instante para ganhar fôlego e suas testas se tocaram. O nariz arrebitado dela roçou no dele no momento em que o encarou.

Para Fugaku, aquela garota à sua frente é a pessoa mais importante em sua vida. Mikoto não é uma posse, tão pouco um troféu. Ela era a única que o fazia se sentir especial, quando ele era um assassino. Um monstro. Mas ao lado dela, ele podia ser alguém melhor. Não era O Príncipe, filho de Uchiha Madara o líder da Akatsuki. Ele era apenas Fugaku, um garoto de dezoito anos.

— Eu te amo. — Aquelas palavras foram sussurradas pela boca dele de forma voluntária, com extrema facilidade, como se já tivesse sido pronunciada milhões de vezes. No entanto, esse não era o caso. Ele nunca tinha dito isso para ninguém. Sorriu de lado exibindo o sorriso mais lindo que Mikoto já vira. 


Ao voltar a realidade, Fugaku tragou e disse para si mesmo de forma convicta pegando o retrato da esposa em uma das mãos :
— Não me importo com as consequências desde que vocês estejam bem… Eu não me arrependo de nada do que fiz. E se pudesse faria tudo novamente.

[...]


— Alô? Quem incomoda a essa hora? — Resmungou Ino com a voz sonolenta. 


Eram seis e meia da manhã, apesar de ser cedo, a loira não acordava esse horário para ir à escola. A garota chegava todos os dias meia hora antes de começar a aula. 


— Porquinha eu preciso falar com você. Que horas você pode vir pra cá? — Sakura não diminuía sua aflição nas palavras. 


— Não podemos nos falar daqui a pouco não? Eu preciso dormir mais um pouquinho Testuda se não...


Sakura interrompeu a amiga e continuou:


— Não! Precisamos nos falar agora. É caso de vida ou morte. 


— Ta bom, estou indo.  


A Haruno estava tão nervosa que não conseguia parar de andar de um lado para o outro. Decidiu tomar um banho para esfriar sua cabeça. Vinte minutos depois, Sakura estava sentada no sofá ansiosa pela chegada da amiga. 


Gaara ainda se vangloriava pela vitória conquistada. Já Temari escutava tudo com um sorriso orgulho igualmente como o pai. E Kushina, arrumava a mesa do café da manhã animadamente.  


Quando a campainha tocou, Sakura pulou do sofá e foi direto para porta. Lá estava uma Ino de cara de poucos amigos. Ela usava óculos escuros, os cabelos loiros estavam amarrados em um rabo de cavalo alto e usava o uniforme completo de Konoha School. Em suas costas estava a mochila vermelha Prada. 


— Onde estão os corpos? — Perguntou a loira entrando na casa. 


— Corpos? Do que você está falando Porquinha? 


— Testuda, você disse que era um caso de vida ou morte. Para me tirar tão cedo de casa, quero pelo menos, um cadáver ensanguentado atirado no chão. 


As duas caminharam para o segundo andar em direção ao quarto da Haruno.


O quarto era bem simples. As paredes alternavam entre o branco e pêssego. O chão de madeira, o teto curvado, as cortinas de renda. No lado direto ficava a cama de solteiro com vários bichinhos de pelúcia, coberto por uma colcha rosa super macia. De frente ficava a cômoda branca com acessórios de beleza, livros e alguns CDs. Ao lado ficava um guarda-roupa de madeira rústico e muito grande. Por fim, a escrivaninha que ficava ao lado esquerdo - tinha um computador de segunda-mão com o fio do telefone para a internet grampeada pelo chão até chegar na tomada de telefone mais próxima.


Elas se sentaram na cama e começaram a conversar. 


— COMO VOCÊ ACEITA A NAMORAR O MEU IRMÃO E NEM SE DÁ O TRABALHO DE ME INFORMAR ? — falou a rosada eufórica.


— Gaara já te contou? — Suspirou a loira. — Olha eu ia te contar, mas você não voltou a tempo.


— E ai, meu irmão te chamou pra sair? — sugeriu Sakura soando mais uma afirmação do que uma pergunta. 


— Sim! E agora sou oficialmente sua cunhadinha.


— Ah! Parabéns Porquinha! — Sakura abraçou a amiga. — Sempre soube que vocês ficariam juntos.


— Demorou, mas estamos juntos  — disse a loira enrolando a ponta de seu cabelo. — O que rolou entre você e o Sasuke? 


Sakura engoliu em seco.

 
Não se apaixone por mim Gatinha.


— Sakura... — Ino a chamou, percebendo que a rosada estava perdida em seus próprios pensamentos.


— Ah... Desculpe. O que disse?


— Ontem... Você e o Sasuke? Eu vi o modo como ele saiu a sua procura, parecia bem ansioso — comentou a amiga exibindo um sorriso provocativo.


— Eu fui agradece-lo. — A garota corou ao lembrar dos lábios do Uchiha junto aos seus. — Então ele me ignorou como sempre. Acho que ele deve me odiar...

 
— Testuda, você sabe que o Sasuke é bipolar. — Ino segurou a mão da amiga tentando amenizar a situação, pois percebeu que a Haruno estava nervosa.


Ino continuou a falar sobre sua noite com seu irmão. Eles foram ao bar em que Sakura supostamente deveria se informar sobre a vaga de emprego. A loira disse que seu primo, o proprietário, tinha encontrado uma garota, mas não estava satisfeito com ela. Aquele poderia ser a chance da Haruno conseguir o emprego, caso fosse conversar com o dono. 


Ao ouvir batidas na porta, as garotas pararam a conversa.


— Meninas o café está pronto — informou Kushina sorrindo, logo em seguida, fechou a porta. Assim que ouviram os passos da mrs Haruno descendo as escadas, voltaram a conversar.


— Mamãe aceitou o namoro de vocês numa boa? — perguntou a rosada coçando a cabeça. 


— Sim. Ela disse que eu poderia vir aqui almoçar, jantar e tudo mais.


— Meu irmão beija bem? — perguntou a Haruno rindo.


— Super amiga. Eu pensei que ele roubaria todo o meu oxigênio…  —  respondeu a Yamanaka apaixonadamente. — E o Sasuke? O Naruto eu sei que beija super beeeem.  


— Ino! Naruto é seu amigo, como você teve coragem de beija-lo? — repreendeu a amiga. 


— Foi naquele jogo verdade ou consequência, tínhamos uns 13 anos.  — Riu da expressão da amiga. —  E pare de me enrolar.

 
— E-Eu acho melhor a gente descer...


— Espere Testuda! Você ainda não me respondeu.


Pouco depois, encontravam-se todos sentados à mesa para o café da manhã. 


— Meu Deus! A senhora faz um suco de laranja como ninguém — disse Ino sentando-se a mesa ao lado do namorado. — É hoje que eu vou me acabar nesse suco. 


— Fique à vontade querida! — Kushina ficou toda animada como qualquer mãe que adora ser elogiada por alguma coisa que sabe fazer muito bem. Além do mais, ela sabia que aquele suco era seu segredo. — O suco de laranja é a especialidade da casa. 


O café continuava perfeito, todos comiam bem e pareciam estar contentes, exceto Sakura que continuava preocupada. 


Não se apaixone por mim. Aquelas palavras não paravam de se repetir na cabeça da Haruno.


Percebendo a amiga aérea Ino disse:
— Sakura você já contou pra sua mãe que o dono do bar está ansioso pra te conhecer?


Naquele momento as expressões do rosto mudaram. Sakura que parecia preocupada, fez cara de que Ino não gostava nenhum pouco: a de que estava com vontade de matá-la. Orochimaru e Kushina pareciam insatisfeitos com o comentário, olhavam para filha esperando uma reposta. Temari continuou comendo ignorando o clima formado. Gaara por sua vez, sorriu percebendo que aquilo acabaria com a paz do café da manhã.


— Minha filha quem é o dono do bar? Do que Ino está falando? — Kushina olhava para filha com olhar de preocupação e ao mesmo tempo de descontentamento, pois sabia que a caçula estava escondendo alguma coisa.


— Mamãe e Papai me desculpem por não ter falando nada, mas é que nem eu estava pensando nisso depois de tudo. Ia conversar com vocês depois. — Sakura estava totalmente constrangida, pois a chateação da mãe era perceptível.  — É sobre a vaga de emprego que estão oferecendo no bar do primo da Ino.


— Você está procurando um emprego e nem me avisou? — perguntou Orochimaru espantado, ao trocar olhares desconfiados com a esposa.  


— Relaxa pai — disse Gaara tentando amenizar a situação. — Eu fui ontem com Ino. É um bar normal parecido com um pub, às vezes tem show acústico. Falei com o primo dela e ele me pareceu ser gente boa. Expliquei também a condição da Sakura, então ele vai esperar até mês que vem.  


— Papai...    


— Eu não sei Sakura, tenho que pensar a respeito — falou Orochimaru paciente. — Eu sei que está fazendo isso para nos ajudar, mas você é nova e tem seus estudos. Além do mais, não quero que se prejudique por nossa causa. De verdade, gostei da sua iniciativa. Isso significa que você está crescendo e quer se tornar uma mulher independente, mas eu tenho muito medo de vê-la em um bar. 


— Papai não se preocupe, eu sei me virar. Acidentes podem acontecer em qualquer lugar. E você sabe, eu sou um desastre humano — Sakura disse calmamente tentando tranquilizá-lo. 


— Sir Haruno não se preocupe. Eu garanto que bar é de confiança e meu primo também!


— Qualquer coisa, posso levar a Kushina pra conhecer o lugar e falar com dono — sugeriu Gaara.


— Qualquer coisa, posso levar a "mamãe" pra conhecer o lugar — repetiu a mãe dando ênfase em como queria ser chamada.  


Temari rolou os olhos. 


— Vou pensar no caso. — Orochimaru ainda estava incomodado com a situação e não procurou ser agradável com ninguém. Olhou no relógio. — Depois podemos conversar sobre isso, agora terminem o café, se não, vão se atrasar!

[...]


Uma dor aguda ricocheteou a cabeça de Naruto enquanto sentia algo quente escorrer pela lateral do seu rosto. Cada ínfimo de racionalidade rapidamente deixou seu corpo. Ele havia se metido em outra briga, por incrível que pareça, estava sangrando. 


Ele conseguia ouvir uma voz nervosa ao fundo, mas as palavras soavam distantes ao mesmo tempo que o temperamento do Uzumaki se tornava perigosamete violento. O loiro esmurrou a porta do armário que o atingira antes de partir para a agressão física, arremessado o outro rapaz contra a parede oposta, depois de socar-lhe o estômago. 


Foi então que alguém se impôs entre os dois. Naruto se preparava para revidar quando seus olhos azuis celestes se depararam com os olhos fumegantes do professor Asuma. Ele estava parado bem diante dele, bastante irritado. 


— Uzumaki já para detenção! 


Naruto sorriu com deboche.


— Esse merdinha que começa a provocar e eu que me ferro? 


O professor o encarou altivamente com mesma pose superior ameaçou:
— Você sabe que ainda não se formou não é? Sabe que sua decisão de entrar no time principal de Cambridge ainda depende da minha avaliação, certo? Se continuar a arrumar encrencas com resto do pessoal, eu juro que deixarei mofando no banco!


Como zagueiro do time principal do time de futebol de Konoha School, Naruto em geral contava com certas regalias, mas pela aparência do professor, ele sabia que dessa vez não seria o caso. Ele pegou uma toalha, segurou-a junto a testa para estancar o sangue e saiu rapidamente do vestiário. 

[...]


O sinal já tinha soado. Hinata entrou no corredor da Konoha School atrasada. Uma atendente rechonchuda segurava uma prancheta presa sob o bíceps e olhava a garota com um olhar de poucos amigos. 


— Olha só quem resolveu dar o ar da graça — disse a atendente em alto e bom som com mais puro deboche. — Não pense que só por que você é a filha do Primeiro Ministro que terá privilégios.


Hyuuga Hinata parecia ter saído de uma pintura renascentista, pequena e graciosa. Seu rosto era totalmente harmonioso, traços leves e delicados.  A pele era suave e translúcida, o par de olhos cor de pérola combinavam com os escorridos cabelos preto-azulado que desciam até a cintura. 
Corpo cheio de curvas, não demasiadamente exagerado, mas proporcional aos locais certos, seios generosos. Ela sempre exibia um sorriso meigo dos lábios finos.


— Ué...mas como você explica o Uchiha, a Yamanaka e os Uzumakis? — uma voz sarcástica se fez presente.


Inuzuka Kiba é um garoto de aparência selvagem. Seus cabelos são curtos e castanhos, a pele bonita e bronzeada, olhos profundos estreitos nas pontas com acentuadas pupilas verticais, sobrancelhas pretas e cheias, maçãs do rosto altas, lábios grossos e pesado. Mas o que destaca sua presença são seus  dentes caninos muito pontiagudos e o nariz reto contendo um piercing. Em uma de suas orelhas contém o alargador de asa negra. Sua postura é forte e imponente. 


— Não era para você estar a essa hora limpando o jardim Inuzuka? Ou você se esqueceu que você está de castigo?


Os olhos chocolates de Kiba brilharam ao notar Hinata que imediatamente ficou tensa, agarrando com força uma das alças de sua mochila Kipling.


— Hyuuga por ter chegado atrasada você também irá para a detenção — disse a mulher de modo rabugento. — E Inuzuka, você será o babá da Little Miss Shine aqui.


Um sorriso relaxado se abriu no rosto do moreno. 


— E pensar que não queria mais estudar aqui — comentou, se aproximando da Hyuuga.

 
Hinata corou.   


— É bom quando ninguém tem segundas intenções — ele disse num tom de flerte.  


— O quê? Quer dizer que você não tem segundas intenções? — a adolescente se arrependeu na mesma hora em que Kiba deixou escapar um sorriso largo. Tentando reverter a situação formada, Hinata desvia o olhar do garoto para encarar a porta de mármore. 


— N-Nós estudamos juntos na mesma turma ano passado, não foi?  

 
— Será? Você não me parece familiar. — Kiba colocou a mão no queixo de forma pensativa.

 
— E-Eu deixei os cabelos crescerem e também era mais baixa — Hinata respondeu rapidamente tentando conter a vergonha.

 
A morena normalmente não se interessava por roqueiros, mas aquele em questão era muito atraente. 

 
— Hm... — ele resmungou. — Em que turma você vai ficar? — o rapaz indagou enquanto desceram as escadas. Ficaram parados na entrada onde o asfalto do estacionamento dava lugar a um terreno pedregoso cheio de ervas daninhas.


— Sala três — respondeu com as sobrancelhas arqueadas. Ela não estava gostando do clima que estava se formando entre ela e Kiba, pois nunca se envolveu com garoto algum.

 
— Isso deve ser obra do destino. — Ele piscou para ela.


Passaram pelo belo jardim, onde não havia ninguém. A Hyuuga começou a sentir calafrios, estavam entrando em uma espécie de cemitério. 

 
— Ei! A miss Watson não disse que a detenção era no jardim? — a garota relembrou o que a atendente disse alguns minutos atrás. 

 
— Isso aqui é uma detenção e não um bosque encantado. Acha mesmo que ficaríamos arrancando matos ou varrendo as folhas secas? — Kiba respondeu de forma sarcástica.

 
Hinata olhava com olhos espantados, nunca tinha visto essa parte sombria do colégio. Os portões delicados eram tudo que separava ala escura e sombria do belo jardim florido do colégio. Era estranho, o resto do campus era liso como uma folha de papel, mas o cemitério tinha forma côncava. De onde estava Hinata, podia ver o declive da vasta região à frente. Fileira após fileira de lápides simples se alinhavam na lareira como espectadores numa arena. E também, havia uma bela catedral de arquitetura gótica. O caminho pelas lápides se retorcia num labirinto de túmulos maiores e esculpidos, estátuas de mármore e mausoléus. Pareciam ser lindas quando vistas de perto. 


Hinata ensopou seu All Star preto em poças de lama encobertas por folhas mortas. Vozes se fizeram percebidas.

 
— Mais cinco minutos e tô fora! — reclamou um garoto de mau gosto. 


— Pena que sua opinião não me interessa Shino. — Uma voz geniosa que Hinata reconheceu ser da mrs Kurenai, a professora de artes e música. 

 
Yuhi Kurenai possui uma sensualidade que não passa despercebida por ninguém. Absolutamente bela. Alta, pele clara, macia e lisa como seda. Seu sorriso é de tirar o fôlego de qualquer um. Seus olhos são avermelhados tão vibrantes como rubis. Ela usa uma maquiagem composta por batom vermelho e sombra preta esfumaçada. 


— A não ser que alguém queria perder seus privilégios sociais dessa semana. — Todos ouviam atentamente. — Vamos todos esperar pacientemente como se não tivéssemos nada melhor para fazer, até o sir Inuzuka decidir nos agraciar com sua presença. 


— Estou aqui — anunciou Kiba animadamente, segurando a mão de Hinata para não escorregar nas poças d'água. Deram uma volta gigantesca na estátua de Shakespeare.  


Kurenai parou com as mãos nos quadris e seus olhos-rubis revelavam irritação com a chegada do rapaz.


Atrás da professora estava Shino e mais dois garotos, de pé em volta de um círculo de pedestais que circulavam uma grande estátua central de Isaac Newton. Comparada as outras estátuas, essa parecia mais nova, limpa e maior. E encostado numa das pernas esculpidas do físico, ela viu um garoto loiro de olhos azuis. 


 Seu físico de gladiador, o rosto tinha traços de inocência nem sempre visto em um homem (quase) adulto. Seus belos, grande e calorosos olhos azuis celeste encaravam-na com um sorriso evidenciando suas covinhas.


A Hyuuga sentiu uma sensação estranha, seu coração começou a bater cada vez mais forte. Uma corrente elétrica percorreu sua espinha e suas mãos começaram a gelar. Tudo aquilo apenas por conta de um simples sorriso que vinha de brinde com um belo par de olhos azuis. A garota saiu de seus pensamentos quando sentiu a mão de Yuhi em seu ombro direto.  


 — O que faz aqui Hinata?  — perguntou a professora impaciente. 


 — E-Eu cheguei atrasada. — A morena engoliu em seco. 


 — Já conhecem o esquema. — A professora olhou para Hinata e soltou a respiração. — Ok. Quem quer uma protegida? 

 
 — Eu fico  — disse Kiba se voluntariado.  


Os olhos chocolates estavam encarando os perolados de Hinata. Parte dela queria desviar os olhos porque o jeito que o Inuzuka a encarava na frente de todos era embaraçoso.

 
— Vaza, eu vou ficar com ela  — Naruto falou em seu tom mandão, se colocando no meio dos dois. 


 — Vaza você, Uzumaki. Eu falei primeiro  — retrucou o outro.

 
— Você seu sarnento que não ouviu do poleiro esquisito ali atrás  — o loiro insistiu. — ELA É MINHA.


Hinata sentiu o sangue ferver, toda aquela discussão estava lhe dando nos nervos. Aqueles dois idiotas estavam brigando por ela como se ela fosse um pedaço de bife e eles, dois cães famintos. Não podiam simplesmente deixar pra lá? Ficar de castigo num trio.  


 — Sua o caralho seu mauricinho filho de uma puta!  — Kiba explodiu, partindo para a ofensa.


— Se não quiser ter a fusa estourada é bom que fique longe ou eu...


— P-Para! — gritou a garota espalmando a mão em ambos afim de afastá-los dela. — Não sou um pedaço de carne e não quero ficar com nenhum de vocês! Professora não posso ficar sozinha?


— Não — respondeu Kurenai — , mas pode ficar com Uzumaki porque eu não quero que ele quebre nada por aqui.


Naruto sorriu prepotente, mais uma vitória conquistada. 


O Inuzuka enfiou a mão no bolso da calça e tirou uma palheta azul com número do seu telefone impresso. 


 — Me liga, tá?  — disse o moreno como se fosse uma promessa.


Naruto rolou os olhos enojado. 

 
— Tudo bem  — respondeu  ela dirigindo a ele um sorriso gentil e guardou rapidamente o telefone no bolso da mochila. 


 — É melhor deixar suas coisas aí. O trabalho é duro e não sei se suas mãos de fada vão durar por muito tempo.  — provocou o loiro entregando à ela uma bucha.  


 — Uzumaki, não fale como se me conhecesse. — Hinata pegou o balde azul com água molhou a bucha e começou a esfregar o pé de Leonardo Da Vinci. 


Ele sorriu de canto.  

[...]


O sinal tinha tocado denunciando o intervalo, Sasori avistou Sakura que o olha sem sorrir. Desapontado, ele se aproxima da garota, notando que ela parecia estar com pressa.


— Oi — ele saldou-a com um sorriso amistoso. — Você quer ir na lanchonete, sei lá tomar um lanche?


Ela suspira parando no meio do caminho apenas para encarar o rapaz que se assusta por dar de cara com aquele par de esmeraldas que pareciam estar sérias. 


— De verdade, muito obrigada Akasuna — disse simplesmente. — Não entendo o motivo de você ser tão legal comigo. Além do mais, seus amigos podem não gostar de vê-lo conversando com uma bolsista. 


O ruivo da de ombros. 


— Eu não sou como eles  — respondeu com sorriso e sem pensar, o adolescente segura na mão dela. Sakura arregala os olhos, estava tão surpresa quanto ele. 


— Vamos lá… Só quero que você não tenha uma má impressão — o garoto diz de forma muito simpática apertando a mão direta da Haruno. — Amigos? 

 
Ela sorri. 


— Amigos — ela confirma soltando sua mão da dele. — Eu realmente preciso ir na biblioteca agora. Mas no próximo intervalo, podemos andar por aí.  


Ele assente então beija a bochecha dela fazendo-a corar levemente. 


— Sasori — ela o chamou ainda com um sorriso entre os lábios. — Obrigada. 


Ele sorri em resposta.


Sakura virou-se e foi para o caminho oposto do ruivo. Uma sensação de felicidade tomou conta da rosada quando olhou em volta da biblioteca. Ela sempre gostara do cheiro de livros levemente doce e mofado. Puxou o ar com força e imediatamente, o cheiro de livros antigos com novos invadiram suas narinas. A garota se reconfortava com o barulho de páginas sendo folheadas. 


As orbes verdes analisaram o local, as paredes eram de um mogno escuro e o pé-direito era alto. Uma lareira com espelhos de tijolos ficavam numa das paredes. Havia mesas de madeira iluminadas por abajures antigos esverdeados, e corredores de livros que se estendiam além do alcance dos seus olhos.  


Alguns alunos estudavam. Nenhum que a Haruno conhecesse por nome, mas até mesmo os garotos mais rebeldes pareciam menos ameaçadores com as cabeças enfiadas nos livros. 


Sua atenção voltou-se então para a porta a azul, da qual com passos lentos se aproximou. Engoliu em seco, parada diante da porta, hesitante, e com a mão esquerda na maçaneta espichou os olhos para dentro da sala novamente através da pequenina janela, que na verdade não era uma janela mais sim uma pequena abertura quadrada, apenas para ter certeza de que não havia tido uma alucinação e que ele realmente estava lá. 


Suspirou, enchendo o peito de coragem para tentar encará-lo nos olhos sem se perder nestes, sonhando acordada e sem mais abriu a porta, entrando na sala. 


Lá estava ele: Sasuke Aron Uchiha.


O moreno estava de frente para a janela, de costas para ela, inclinando sobre um pódio com inscrição: Coleção especial de Liev Tolstoi em letras brancas.  


As mangas da jaqueta de couro estavam enroladas até os cotovelos, o cabelo negro brilhava sob às luzes. Seus ombros estavam curvados para frente, mais uma vez, Sakura teve o instinto de se emaranha nos braços reconfortantes dele. Tirou a ideia da cabeça e ficou na ponta dos pés para enxergar melhor. Ela não podia ter certeza, mas Sasuke parecia estar escrevendo algo.   


Então seus olhos se encontraram com os belos ônix. Ele voltou sua atenção para a porta quando ouviu o som dessa sendo fechada. Não esboçou nenhuma reação ao ver a Haruno ali, preferindo voltar a escrever, embora internamente tivesse se perguntado o que diabos ela queria.


Ainda encostada na porta, Sakura mordeu levemente o lábio inferior. Ela mesma se perguntava o que fazia. Não entendia o porquê de estar ali, de querer estar ali, ocupando a mesma sala que ele, no entanto, havia uma estranha necessidade. Sua mente dizia não, mas todos os ossos do seu corpo e claro, aquele estúpido órgão que chamam de coração, pareciam movê-la em direção a ele, a insistir para ela estar ao menos próxima a ele, pra ao menos vê-lo, estar na presença daquele garoto arrogante e indiferente, o que era exatamente o modo como Sasuke estava agindo naquele momento.  


Enquanto observava os sutis movimentos de seu corpo enquanto ele escrevia rapidamente, o estômago da rosada parecia estar queimando por dentro, como se tivesse engolido alguma coisa quente. O mais silenciosamente que pode, tentou bisbilhotar o caderno por cima do ombro dele. A caligrafia dele era pequena e fina, muito elegante e legível.


 Aquilo é...Uma letra de música?  – ela se perguntava.  


Desligou-se daqueles pensamentos, voltando sua atenção em Sasuke. Ele não prestava atenção nela, fingindo não dar importância à presença dela ali, Sakura notou. Ele era bom naquilo, em fingir. Fingir não sentir nada. Pelo menos era nisso que rosada acreditava. Preferia acreditar que ele fingia não sentir nada, do que se deixar ser convencida de que ele realmente não sentia nada.


A jovem respirou fundo, desviando os olhos rapidamente do moreno para melhor avaliar o local. Com passos calmos, desviando das cadeiras perfeitamente alinhadas uma atrás da outra, Sakura caminhou até ele, sentando-se em uma cadeira ao lado da sua, bem próxima.


O garoto fechou o caderno .


— Gatinha, só porque eu salvei sua vida, isso não significa que eu queira sua companhia ou qualquer outra coisa de você. — O rapaz quebrou o silencio entre eles, falando com a maior calma do mundo, ainda com os olhos fincados no céu. 


— Eu consegui a vaga no bar. — Ignorando a rudeza, ela comentou e sorriu tão docilmente fazendo Sasuke encara-la. — Quer dizer, ainda vou conversar com gerente mês que vem. É tempo suficiente pra mim tirar a tipoia e mover meu braço.


— E as suas costelas? Acha que vai conseguir trabalhar assim? — perguntou ele. 


— Sim. Não fraturei e nem nada.  


Sasuke maneou com a cabeça.


Ela estreitou levemente os olhos, ao deparar-se com os dele. Ela viu antes que a indiferença e arrogância tomassem por completo daqueles olhos; uma tristeza profunda ali. Sakura soube de imediato que em todo o tempo em que estivera naquela sala – e ela não fazia ideia de quanto tempo. 


Sasuke estava com os pensamentos focados no irmão, na situação de Itachi e sendo corroído pela culpa que não escondeu sentir. O coração da Haruno se apertou no peito. Por quê? Por que estava se importando tanto com a dor dele? Ele não merecia isso afinal, era um idiota.

 
— Eu sinto muito — a garota sussurrou com a voz tão baixa que o Uchiha a encarou, esperando que ela repetisse. — Eu realmente lamento muito pelo seu irmão. Ino me contou, seus pais pretendem... 


A posição sempre tão altiva e imponente do rapaz veio abaixo por alguns segundos, e tudo o que a jovem viu nos olhos dele foi uma agonia gritante que a despedaçou por dentro. 


— É o que eles acham que vão fazer! — ele respondeu seco. 

 
— Sasuke... — ela respirou fundo procurando as palavras certas. — Você não tinha me contado que tinha ficado em coma e também sobre o que aconteceu na...Itália. 


Ao ouvir Sakura citar no nome do país europeu, seu estômago começou a revirar. 


— Você fica muito bem de trança, Gatinha.

 
Ele estava fugindo do assunto, Sakura notou. Ela decidiu não insistir. Aparentemente o irmão e tudo o que envolvia o acidente e seu passado era algo proibido de se falar com ele, pelo menos por enquanto. 

 
— Então... Nós somos amigos agora? — Ela estendeu a mão para ele. O Uchiha por sua vez, estava avaliando-a.

 
— Amigos... — Sasuke meditou em dúvida. — Com benefícios?

 
— O que você quer dizer com...benefícios? — ela indagou, arqueando a sobrancelha. 


Sasuke sorriu de lado.  

 
— Você sabe Gatinha... — ele a provocou. 


O beijo. Uma voz em sua cabeça gritou e ela apenas engoliu em seco.


— Bem, nós podemos tentar, suponho. — ela respondeu, tentando acalmar o nervosismo em seu estômago e manter sua voz calma. 


— Gatinha você é muito insistente — ele respondeu. — Eu estou esperando que você acredite em mim. E se você for esperta, você vai me evitar.

 
Por trás do seu sorriso, seu aviso era verdadeiro. 


—  Eu acho que você também já deixou clara a sua opinião sobre o meu intelecto. — A garota rebateu irritada. 


Ele sorriu desdenhoso.  


— Então, enquanto eu estou sendo...idiota, nós vamos tentar ser amigos. — Ela lutou para entender a confusa mudança de humor em seu cérebro. 


— No que você está pensando? — ele perguntou curiosamente.


A Haruno olhou para seus profundos olhos negros, ficando abobalhada. Suspirou, tentando buscar resposta para a pergunta feita não quebrando nem por um segundo o contato visual entre eles.


— Eu não sei bem, não ao certo — ela confessou, realmente confusa consigo própria. — Só sinto que ás vezes, é como se você precisasse— engoliu em seco —, de mim.


— Acho que você está sendo convencida demais pro meu gosto.  


A Haruno aproveitou que Sasuke voltou sua atenção para o céu avaliando-o melhor. Ele estava distante. Sakura já fazia uma certa ideia de onde a mente do Uchiha estava. Parecia que olhar para o céu nublado o fazia lembrar  e se torturar muito, sobre a condição do irmão mais velho.


O semblante do garoto manteve-se ameno, então seus lábios subiram e repuxaram-se levemente para o canto em um sorriso enviesado que obrigou a rosada desviar os olhos dos lábios dele ou acabaria avançando naquela boca.  


— Quem é que está mentindo para si mesmo? — perguntou ele, ainda sorrindo. — Está me usando como desculpa para o que você está sentindo Gatinha.   


— Realmente eu não sei do que está falando. — E não sabia mesmo, ao menos pensava não saber. Estava confusa, perdida demais nos próprios sentimentos, duvidas e pensamentos. Era difícil encontrar algo que fizesse sentido no meio de tudo aquilo. 


Sasuke rolou os olhos, como que entediado. Seus braços se descruzaram e ele puxou a cadeira onde Sakura sentava para mais perto da sua, inclinando o corpo suavemente para frente, fazendo a garota à frente arfar com a proximidade de seus rostos.


— Quer saber a razão de você estar fazendo esse convite para uma amizade boba comigo? — ele disse com a voz baixa e arrastada, deslizando carinhosamente uma mão pela face de Sakura, fazendo-a sentir todo o corpo ferver com o pequeno toque e o coração acelerar com o hálito quente dele batendo em sua face. — Porque você precisa disso. Precisa de uma desculpa para poder estar perto de mim, falar comigo sem que seja por meio de uma discussão. — Sasuke sorriu ainda mais ao vê-la engolir em seco. — Sabe como eu sei disso? — ele perguntou ainda com a voz muito baixa, e então aproximou seus lábios no ouvido de Sakura e sussurrou: — porque eu ando fazendo a mesma coisa em relação à você.


Como se já não bastasse estremecer por causa daquelas palavras, Sakura também estremeceu com as mãos de Sasuke deslizando pelos seus braços, deixando uma trilha de fogo por onde passavam. Ele começou a deslizar os lábios pelo rosto dela, fazendo-a suspirar com os olhos fechados.


O rapaz sorriu. Gostava das reações que provoca nela. 


Mas foi quando os lábios estavam prestes a se encontrarem que a rosada pareceu recuperar um pouco de sua consciência e colocou a mão sobre o peito do Uchiha o empurrando para trás, afastando levemente não mais que o necessário para manter uma distancia segura entre seus lábios e poderem se olharem nos olhos.


— Não faça isso — murmurou ela num fio de voz desesperado.


— Porquê? Tem medo do que pode acontecer? — perguntou interessado. A voz arrastada em seu tom normal, gélido. 


— Droga! Por que você faz isso? Diz pra mim não me apaixonar por você e… — Sakura suspirou, escondendo o rosto entre as mãos e balançando a cabeça antes de voltar a olhá-lo nos olhos.  


A mandíbula do moreno se contraiu, mas ele continuou sorrindo com algum esforço.  


— Tem razão.


O silêncio durou até que a Haruno percebeu que a biblioteca estava quase vazia.   


—  Nós vamos nos atrasar para a próxima aula — ela o alertou, ficando de pé num pulo. 


— Eu não vou — ele respondeu, pegando o caderno.


— Porque não? 


— Estou sem saco para aturar o restante das aulas. — Sasuke sorriu para ela, mas seus olhos ainda pareciam confusos. 


— Bom, eu vou indo — Sakura disse pra ele. 


O rapaz voltou a atenção para a janela. 


— Tchau, Gatinha.

Ela hesitou, dividida, mas então o sinal tocou e saiu correndo pela porta dando uma ultima olhada para confirmar que Sasuke não tinha se movido nem um centímetro. Enquanto ela meio que corria para aula de biologia, sua cabeça estava girando mais rápida que uma hélice.  


Quer saber a razão de você estar fazendo esse convite para uma amizade boba comigo? Precisa de uma desculpa para poder estar perto de mim, falar comigo sem que seja por meio de uma discussão. Sabe como eu sei disso? Porque eu ando fazendo a mesma em relação à você.

 
Tão poucas questões foram respondidas em relação àquelas que foram perguntadas. Ao menos, a chuva tinha parado.


Notas Finais


Aqui está o link do jornal:

https://www.spiritfanfiction.com/jornais/novos-ventos-sempre-trazem-novidades-14783365

Caso queiram conferir minha short fic sobre Itachi e Izumi e claro, temos muita participação de SasuSaku como casal coadjuvante <3

https://www.spiritfanfiction.com/historia/it-was-always-you-13583947

Obrigada por tudo gente!

Grande beijo,

Lightside.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...