20 anos atrás
— Vamos querido, por aqui. — disse uma mulher puxando um garotinho pela mão e carregando um bebê no braço. A moça estava aflita, precisava escondê-los rápido antes que chegassem até eles.
— Mamãe, estou com medo. — choramingou baixo o garotinho de 4 anos.
A mulher parou repentinamente e olhou ao redor como se procurasse algo, puxou o menino até um beco escuro e abaixou-se entregando o bebê ao garoto.
— Filho, você precisa me ouvir. Se esconda ali naquele lugar — a mulher apontou para uma entrada escondida pelas sombras — e não faça nenhum barulho, só saia quando eu chamar, me ouviu?
O garotinho concordou e se escondeu como sua mãe havia mandado. A jovem ergueu-se e estendeu a mão direita na direção dos filhos fechando os olhos e murmurando palavras em uma língua desconhecida.
O menino viu a mãe sumir pela entrada do beco e sentou-se no chão respirando fundo. Ele olhou para sua irmã e tentou aconchega-la melhor em seus braços.
— Ei irmãzinha, a mamãe vai voltar, não se preocupe. Ninguém vai machucar você, eu não vou deixar.
Passado algum tempo, o garoto viu sua mãe chegando apressada ao beco. A moça ergueu a mão e murmurou novamente, chamando seu filho com um gesto e agarrando a mão do pequeno quando este chegou ao seu lado. Os dois correram o máximo que podiam até chegarem a uma casa bonita e meio afastada das outras. A mulher bateu na porta e a mesma foi aberta por um rapaz alto e bonito que possuía os mesmos traços da jovem.
— Rápido, entre Melindra. — disse o rapaz apressado puxando a mulher e o menino, trancando a porta depois que estes passaram. O homem respirou fundo e olhou sua irmã, só ai percebendo que a mesma sangrava na barriga e pressionava o ferimento com a mão direita, arregalou os olhos e segurou-a no momento em que seu corpo fraquejou.
O menino assustou-se vendo sua mãe ser colocada no sofá e sentou-se no chão ao lado dela, pegando sua mão e fechando os olhos tentando se concentrar, mas abriu-os novamente ao sentir o aperto leve na mão.
— Você não pode fazer isso ainda querido, é muito novo — disse sua mãe com a voz fraca e um leve sorriso no rosto — você e sua irmã ficarão bem, precisam ser fortes, entendeu? Eu amo vocês querido, pra sempre.
O garoto balançou a cabeça concordando enquanto seus olhos se enchiam de lágrimas.
— Também amo você mamãe, pra sempre. — apertou a mão de sua mãe e a mesma sorriu uma última vez antes que seus olhos se fechassem para sempre.
Continua...
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