História Power and Love - Ataque

2 meses depois

— Nossa tô morta. — Andy jogou-se na cama que agora era sua e fechou os olhos respirando fundo.

— Sei que os treinos são pesados, mas são pra te deixar mais forte maninha.

A garota sentiu um peso no colchão e abriu os olhos observando o irmão sentado na ponta da cama.

— Eu sei Lay, nesses dois meses eu aprendi muito com você e os meninos, eu estou bem mais forte, e conseguir controlar meu poder é muito bom, tava cansada de ficar desmaiando sempre que o usava sem controle.

— Isso é normal, no começo quando usávamos os poderes, nós também ficávamos cansados.

— Tem uma coisa que me preocupa.

— E o que seria?

— É sobre o grupo que me atacou, não é?

Kris entrou no quarto e sentou-se na cadeira da escrivaninha.

— É sim, eu não entendo porque atacar você e então ficarem esses meses sem aparecer.

— Eu conversei com o Suho esses dias e nós achamos que eles podem estar esperando.

— Esperando o quê? — Andy apoiou as costas da cabeceira da cama e cruzou os braços.

— A hora certa. Acho que estão nos vigiando — Kris olhou para Lay com uma expressão séria no rosto — estão querendo algo que está com a gente.

— Mas não vão ter, nunca. — Lay apertou o lençol entre os dedos e sua voz tinha um tom ameaçador.

— Do que estão falando Lay?

— Não é nada Andy, não se preocupe.

— Pessoal, vamos comer. — Suho apareceu na porta usando um avental.

— Oba, comida! — a garota levantou-se rapidamente e saiu correndo do quarto descendo rápido pelas escadas.

— Ela não tem jeito mesmo. — Kris balançou a cabeça negativamente antes de sair do quarto.

Lay riu aproximando-se de Suho na porta.

— É só falar em comida que ela logo se anima.

— Não sei pra onde vai tanta coisa. — Suho sorriu apoiando-se na parede.

Lay olhou-o e mordeu o lábio inferior aproximando-se do mais velho.

 — A propósito, você ficou uma graça com esse avental Junmyeon. — sussurrou no ouvido do mais velho e saiu do quarto sorrindo ao notar que deixara o outro corado.

 Lay parou no meio das escadas ao sentir um tremor no chão, Suho apressou-se em acompanhá-lo descendo rápido pelos degraus que faltavam jogando o avental pelo caminho.

Xiumin apareceu correndo pela porta e parou respirando fundo.

— O que está acontecendo?

— Estamos sendo atacados Lay.

Yixing ofegou e olhou em direção da porta antes de sair correndo por ela acompanhado dos mais velhos.

A cena que observaram foi o suficiente para deixar Suho e Lay com os olhos arregalados.

Cada um dos garotos estava sendo atacado por pelo menos dois olhos vermelhos. Andy lutava ao lado de Baekhyun e vez ou outra tocava sua mão, fazendo o poder do garoto se intensificar. Chanyeol estava por perto de ambos lutando com um olho vermelho enquanto tomava conta dos dois amigos.

Kai lutava com três homens ao lado de D.O e sempre que um olho vermelho aproximava-se do mais baixo ele desaparecia e reaparecia com o garoto metros à frente. Chen lançava raios em dois homens, mas estava tão concentrado que não notou um terceiro vindo por trás de si, ele ouviu gritarem seu nome e só teve tempo de jogar-se no chão para o lado antes do inimigo cair ao chão congelado. Ergueu o rosto e sorriu ao ver Minseok estendendo-lhe a mão com um leve sorriso no rosto.

Lay ouviu um grito e olhou para o final da rua vendo Kris levantar voo segurando um homem pela perna debatendo-se e jogando-o em uma dupla que se aproximava de Suho fazendo-o arregalar os olhos.

— Vamos Junmyeon, hora de lutar. — trocou um olhar cúmplice com o rapaz ao seu lado vendo-o balançar a cabeça positivamente e criar uma bolha de água jogando-a em um dos capangas que se aproximava de Lay a esquerda dele.

A batalha seguiu por longos minutos até Lay ouvir um grito assustado de sua irmã e virar-se para ver o que estava acontecendo. Andy tinha a boca aberta e seus olhos estavam arregalados observando Baekhyun desmaiado no chão com o rosto cheio de sangue, ela tentava se aproximar, mas dois homens a seguravam e ela sentiu uma dor aguda no pescoço ao ter uma agulha injetada no local, fazendo-a gritar de dor e desmaiar nos braços de um dos homens. Os garotos tentaram chegar até ela antes que a colocassem no carro preto parado ao lado dos homens, mas foram impedidos por um carro caindo à frente deles assustando todos.

Uma risadinha foi ouvida e todos olharam ao redor procurando o dono da risada, das sombras saiu um rapaz de altura mediana com os cabelos castanhos e feições delicadas que ostentava um sorriso de lado.

— Melhor facilitarem garotos, não sejam teimosos e venham comigo sim?

— Quem é você?

— Ora Sehun, achei que já soubessem de mim.

— Ele é o outro da MAMA não é Kris?

— É ele sim Suho.

— Isso mesmo, meu nome é...

— Luhan.

Todos se viraram para Minseok que estava sério.

 — Baozi, é bom ver você de novo... — o tom de Luhan era suave e seu rosto tinha uma expressão meiga, o que fez Chen olhar de um para o outro sem entender.

— O que faz com eles?

— É uma longa historia Xiumin, talvez eu te conte depois.

— Espera um pouco — Kai apontou de um pra outro confuso — vocês se conhecem?

— Sim. Minseok pode contar tudo a vocês depois, mas acho que agora vocês deviam cuidar do seu amigo ali.— indicou com a cabeça Baekhyun que parecia estar acordando e gemia de dor mexendo-se no chão.

Chanyeol foi até o mais baixo e pegou-o pelos braços apoiando o peso do outro em seu ombro tendo ajuda de Kris para leva-lo até dentro da casa. Suho mantinha seus olhos fixos no rapaz a sua frente que parecia entretido observando Xiumin que por sua vez, olhava preocupado em direção a porta da casa.

— Porque não fez nada ainda? — a voz de D.O era séria e ele estava com os braços cruzados observando o mais velho.

— Não preciso e nem quero fazer nada. Acreditem, eu não sou o inimigo de vocês.

Lay soltou uma risada debochada e deu um passo a frente ficando cara-a-cara com o rapaz.

— Você não é nosso inimigo? Não foi o que pareceu quando jogou esse maldito carro em nós e nos fez perder minha irmã pra aqueles cretinos.

— Não tenho mais nada pra fazer aqui. — Luhan olhou os garotos uma última vez e saiu correndo até uma moto encostada em uma parede perto de onde estavam.

Todos observaram o rapaz ir embora, mas suas atenções foram para Xiumin quando ouviram o mais velho arfar e apoiar-se em Chen que o segurou pelos ombros.

— O que foi Minie?

— Merda Luhan... — disse o mais velho entredentes colocando a mão no ombro direito. Chen levantou a manga de sua camisa e observou chocado uma marca em seu ombro que brilhava em um azul intenso.

— Mas o que...

— Vamos, entrem rápido! — Kai chamou todos da porta enquanto olhava em todas as direções procurando possíveis inimigos.

****

Andy abriu os olhos lentamente e olhou ao redor tentando identificar o lugar onde estava. Sentou-se na cama e observou as paredes na cor vinho, não se lembrou de primeira como havia parado ali, mas, como em um clique, as imagens vieram em sua mente fazendo-a colocar a mão na cabeça gemendo de dor. Tudo veio rapidamente fazendo-a se lembrar: ataque, todos lutando, Baekhyun desmaiado e então uma dor horrível no pescoço antes de apagar.

O barulho da porta abrindo chamou sua atenção fazendo a garota olhar pra trás.

— Ainda bem que acordou, pensei que iria dormir o resto da vida. — o rapaz entrou no quarto e fechou a porta encostando-se a ela.

— Quem é você?

— Mais uma que nunca ouviu falar de mim — rolou os olhos antes de sentar-se em uma cadeira perto da cama — eu sou Luhan, vou garantir que não saia daqui.

— Por quê? O que querem de mim?

O rapaz inclinou a cabeça levemente para a esquerda e observou a garota curiosamente.

— Aparentemente seu poder pode ser bem útil. E eles precisam de você para chegar até os outros. — deu de ombros colocando as pernas sobre a cama.

— Chegar até os outros? — ela franziu as sobrancelhas e arregalou os olhos percebendo do que o garoto falava, erguendo-se da cama fechando as mãos em punho — Eu nunca vou ajuda-los com isso.

— Uma hora terá que colaborar se quiser continuar viva.

— Não me importo, prefiro morrer a entregar minha família.

Um brilho diferente passou pelos olhos de Luhan, foi tão rápido que Andy achou que tivesse imaginado tal coisa. Luhan levantou-se e caminhou até a porta abrindo-a.

— Vamos ver quanto tempo vai aguentar querida.

A garota observou o mais velho deixar o quarto, mas o que ela não pôde ver foi o sorriso que ele carregava ao sair do cômodo.

****

— Ok, me deixe ver se entendi direito, você e o cara lá se conhecem desde crianças e brincavam juntos na floresta do nosso mundo. — Lay andava de um lado para o outro da sala enquanto Xiumin estava no sofá e os outros garotos estavam espalhados pela sala, exceto Baekhyun, que estava no quarto de Suho descansando.

— Exatamente. — Xiumin mexia os dedos nervoso e tinha Chen ao seu lado que estava de cabeça baixa e estranhamente calado.

— E vocês são ligados por um feitiço ou pacto feito na época em que estavam juntos.

— Exato.

— Não entendo porque nunca nos contou isso Xiumin... — o tom de Suho era baixo e confuso, Minseok podia ver nos olhos do mais novo o quanto estava triste por haver esse tipo de segredo entre eles, já que os dois eram muito ligados e moravam juntos há alguns anos.

— Eu achei que o Luhan estivesse morto, há alguns anos eu procurei noticias dele e fiquei sabendo que sua família tinha sido atacada quando ainda éramos jovens, não haviam sobreviventes. Fiquei muito mal quando soube e não queria ficar relembrando o passado que dividi com ele, então decidi não comentar com ninguém e esquecer tudo...

— Mas como essa marca funciona? — o tom de Kai era curioso e ele olhava o ombro do mais velho com interesse.

— Eu nunca entendi muito bem como, já que ela não costumava ser ativada com frequência, às vezes ele se machucava e eu sentia algo apertar na região do ombro e então a marca estava lá, brilhando. Luhan também já havia me dito que quando eu precisava dele ele sempre sabia, porque a marca brilhava nele também.

— Porque exatamente esse feitiço foi feito? — D.O apareceu com duas canecas na mão e entregou uma a Suho antes de sentar-se no braço do sofá onde ele estava.

— Bom, o Luhan sempre foi o tipo de garoto que se preocupava muito, eu e ele temos a mesma idade, mas por eu ser menor ele achava que devia cuidar de mim, e eu sempre o vi como um garoto frágil que devia ser protegido, então nós fizemos o pacto.

— Você não pensou no quanto isso é sério?

— Claro que sim Kris, mas na época tudo o que eu queria era proteger o Luhan.

— Eu vou ver como o Baekhyun está. — Chen ergueu-se do sofá e subiu rápido as escadas, fazendo todos na sala observarem-no.

— Acho que devia falar com ele Minseok.

— Eu sei Chanyeol.

****

— Como se sente?

— Bem melhor Chen, ainda dói um pouco, mas já estou bem melhor. Só não me conformo em ter deixado levarem Andy. — Baekhyun apertou o lençol entre os dedos.

— Você não podia fazer nada Baek, eles te fizeram desmaiar para chegar até ela, você não tem culpa. — Chen sentou-se na ponta da cama.

— E você, como está?

— Como assim?

— Não se faça de sonso Chen, sei que não está feliz com a história do Xiumin e do garoto boneca.

— Garoto boneca? — Chen ergueu a sobrancelha e Baekhyun deu de ombros.

— É ué, eu o vi de relance e ele me pareceu afeminado demais, como uma boneca. Mas não mude de assunto, me diz como você está.

— Ainda não sei como você descobriu sobre o que eu sinto pelo Xiumin. Eu não me sinto nada bem, saber que eles tem esse tipo de ligação me deixa com medo, principalmente quando me lembro dos olhares que trocaram, Luhan parecia ainda ter algum sentimento pelo Minseok.

— Bem, se quer saber minha opinião, acho que deveria conversar com ele sobre isso e contar o que sente, para de cú doce e beija logo aquele homem!

Chen riu do jeito do amigo e balançou a cabeça negativamente.

— Vou pensar sobre a ideia de falar com ele sobre isso. Mas e você, quando pretende tomar uma atitude e contar logo pra ela o que sente?

Baekhyun ficou pálido abrindo e fechando a boca várias vezes antes de responder.

— Do que está falando?

— Você não achava mesmo que só o Chanyeol sabia sobre você gostar da Andy, achava?

— Ele contou pra você?

— Nem precisou, todas as vezes que eu fiz algum comentário sobre ela e algum dos meninos era pra ver sua reação. — Chen deu de ombros sem dar importância à expressão chocada do amigo.

— Aish, você é um idiota — jogou um dos travesseiros em Chen que riu pegando o objeto e o colocando no colo — eu estou esperando a hora certa, e também, acho que ela não gosta de mim desse jeito — começou a mexer na ponta de seu travesseiro como se estivesse envergonhado por admitir esse fato.

— Só vai saber se tentar, e não espere demais, outro pode acabar tomando a sua chance.

Baekhyun ergueu o rosto e remexeu-se na cama.

— Acha que algum dos meninos também gosta dela?

— Não, mas nunca se sabe né.

*** Dias depois ***

— Oi princesinha, como se sente hoje?

Andy ergueu o rosto que escondia entre os joelhos e observou o rapaz entrar no quarto sentando-se na mesma cadeira de sempre.

— Como sempre, todo o meu corpo dói e eu estou cansada.

— Já disse que pode se livrar disso, é só concordar com eles.

A menina balançou a cabeça negando.

— E eu já disse que nunca vou trair minha família.

Luhan suspirou passando a mão pelos cabelos.

— Você deve estar com fome, vou ver se consigo algo pra você comer tudo bem?

Levantou-se e caminhou até a porta, mas parou ao ouvir a garota chamar seu nome, virando-se ainda com a mão segurando a maçaneta da porta.

— Sim?

— Porque está me ajudando?

— Pode não parecer, mas não sou tão mal assim, você não merece passar por tanta coisa pra proteger os outros.

— Eles são minha família.

— Eu sei, esse é um dos motivos pra eu estar te ajudando.

O garoto saiu do quarto trancando a porta e deixando pra trás uma garota confusa.

Continua...