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História Our Strange Duet - O Baile


Escrita por: ElvishSong

Notas do Autor


Ai, gente sorry! Na época eu não sabia nem o que era um POV, direito... Perdoe-me as falhas, mas juro que eu tinah escrito a história com amor, viu?

Capítulo 10 - O Baile


POV Celine

Mais dois meses se haviam passado desde a declaração de amor mútua entre Erik e Celine; nesses dois meses, ela continuara fazendo progressos: já era uma flautista razoável, e dominara toda a técnica básica de piano e canto, além, claro, dos truques de figurino e maquiagem. De fato, melhorara tanto, que já se arriscava a dar palpites para melhorar trajes, pinturas faciais e corporais e caracterização de personagens.

Em relação à fobia que tinha de aglomerações e espaços estreitos, ela se recuperara razoavelmente bem, e seus pesadelos haviam se tornado bastante espaçados; agora, era raro que seus gritos acordassem as seis bailarinas com quem dividia o alojamento. Conversar e rir tornara-se mais fácil, e ela já conseguira se integrar á família do teatro.

Mas nada naquele período havia sido tão bom quanto o tempo passado com Erik: entre as aulas que tomava com o gênio da arte, os passeios noturnos pelos telhados e ruas ao redor da ópera e as horas de conversa próximo à lareira, ainda sobrava-lhes tempo para explorarem juntos a vasta biblioteca do Fantasma, que continha desde peças de teatro a romances de cavalaria e tratados científicos. Celine revelara-se uma leitora compulsiva, e absorvia cada gota de conhecimento como uma esponja absorvia água. Erik se divertia com isso, ela sabia.

Mais uma temporada de óperas se encerrara e, com o verão, viriam as apresentações de ballet; mas isso só ocorreria depois do próximo grande evento do Ópera Populaire: o Baile do Solstício. Havia duas grandes festas no teatro: o Baile do Solstício, que ocorria em 21 de junho, e o Baile de Ano-Novo. Eram grandes eventos, e havia muito trabalho para preparar máscaras, vestes e performances: isso tudo para dali a uma semana!

A moça nunca trabalhara tanto em sua vida! Com apenas sete dias restantes, ela se levantava às cinco da manhã, e só terminava por volta das oito ou nove da noite. Mal tinha tempo de tomar um banho antes de dormir, mas, mesmo assim, jamais fora tão feliz. Erik a visitava com freqüência, sem se mostrar, mas conversando com ela e discutindo a respeito das obras nas quais trabalhava. Isso era bom, uma vez que não sobrava tempo à jovem para descer à Casa do Lago. E, afinal, o dia do baile chegou.

POV Celine

No dia do baile, já dispensada de seus muitos afazeres, Celine foi para o alojamento; as bailarinas se preparavam para suas performances e, também, para a diversão. Ao verem sua amiga chegar, cercaram-na conversando animadamente:

– E então, Celine, o que você vai usar? – Perguntou Violette, a mais velha, uma moça ruiva de vinte e três anos.

– Com quem você vai? – Atropelou Elise, uma adolescente morena de pele cor de oliva.

– É com o seu homem misterioso? – Pressupôs Carmem, filha de espanhóis, que falava francês com um sotaque carregado.

– Calma! – Exclamou a figurinista – Uma de cada vez! – As bailarinas riram, fazendo-a se sentar em sua cama.

– E então? – Pressionou Violette.

Dando de ombros, a jovem artista começou a responder às perguntas:

– Eu não sei se vou. Não tenho roupa para ir, embora isso seja o menor problema – e para Carmem – Eu não sei se ele vai ao baile, mas, mesmo que vá, não sei se isso servirá muito... Eu não sei dançar.

– O quê?! – Exclamaram todas as bailarinas – Por que não nos disse? Teríamos ensinado!

– Não, meninas, obrigada! – Exclamou a jovem, esquivando-se das amigas – Vou resolver isso sozinha. – Assim dizendo, ela se dirigiu para a porta do alojamento. Frida, de vinte anos, filha de uma soprano alemã, comentou maliciosa:

– Ela vai ver seu romance secreto!

– Pode apostar – respondeu a maquiadora.

– Celine! – chamou Violette – Dizem por aí que seu amante é O Fantasma da Ópera. É verdade?

– Não seja tola – respondeu a moça mais nova – O Fantasma morreu no incêndio do teatro, três anos atrás. E o Anjo não é meu amante!

As bailarinas caíram na gargalhada: já haviam visto de relance o homem de máscara que vivia atrás da garota, mas ele parecia bem vivo. Onde vivia, ou quem era, não sabiam, e Celine o chamava apenas de Anjo. Elas não se importavam: desde que sua nova irmã estivesse bem, feliz e segura, que ficasse com quem quisesse, ainda que fosse um homem estranho e recluso.

Celine agradecia de coração pela nova família que ganhara: as moças do ballet eram adoráveis e gentis, e a haviam acolhido como a uma irmã. Mas havia coisas que ela não podia compartilhar com ela, pelo menos não sem a permissão de Erik, já que diziam respeito a ele. Por isso mantinha o nome de seu Anjo oculto, e nunca contara nada a respeito da localidade de seus encontros, ou sobre o que faziam nessas horas.

Encontrando a passagem sob o palco, Celine se certificou de não haver ninguém a observá-la antes de abrir a porta secreta e se enfiar pelo corredor escuro. Já conhecia bem muitas das trilhas secretas que levavam a várias partes do teatro, especialmente até a Casa do Lago.

Erik já esperava por ela. Com um sorriso, a garota se lançou em seus braços e colou os lábios aos dele. Ao se afastar, mirou seu Anjo de alto a baixo: ele deixara de lado as roupas negras para vestir uma camisa branca de gola em V, calças e colete longo vermelhos com botões dourados e máscara branca sobre toda a metade superior do rosto. Sobre uma das cadeiras da sala, uma capa negra de forro vermelho esperava para ser vestida. Ele estava absolutamente perfeito!

– Você está lindo! – Exclamou a jovem – Mas pretende ir mesmo?

– Como você disse, hoje, o Fantasma da Ópera morreu no incêndio de três anos atrás. E que ocasião melhor para o Anjo da Música passar despercebido do que um baile de máscaras?

– Você vai ser o homem mais belo dentre todos!

– E você, a mais bela das mulheres – disse ele, tomando-a pela mão e levando-a para seu quarto. Lá, sobre a cama, estava estendido o vestido mais bonito que ela já vira! De seda azul e com armação discreta, tinha um acentuado decote em V bordado com fios prateados, mangas compridas e largas, corpete branco com cordões cruzados cor de prata; a saia era composta por várias camadas de comprimentos diferentes, dando-lhe um aspecto vaporoso, e minúsculas contas prateadas adornavam as diversas barras, fazendo a vestimenta cintilar.

– Pelos Deuses, Erik! – Ela exclamou, surpresa – É maravilhoso! Onde você conseguiu isso?!

– Isso não importa – disse ele, abraçando-a pela cintura e apoiando o rosto em seu ombro – Imaginei que gostaria; é sua cor favorita.

Ela abraçou seu Anjo com força; jamais alguém havia lhe dado algo tão lindo, que significasse tanto para ela! Erik a soltou e declarou:

– Vou esperar na sala principal. Avise-me quando estiver pronta.

Celine sorriu e, depois que o Fantasma deixou o quarto, trocou suas roupas de trabalho pelo traje magnífico que ganhara. Quando foi a hora de fechar os laços do corpete, porém, seus dedos não alcançavam os cordões das costas. Algo lhe disse que Erik planejara aquilo, mas ela não se incomodou: saindo do quarto, foi até seu encantador mascarado.

– Estou com problemas com os laços de meu corpete – murmurou ela – pode me ajudar?

Com um sorriso, o homem a virou de costas para si, e a jovem sentiu os dedos quentes deslizando ao longo de suas costas enquanto amarravam cada laço. Ela quase podia ver o sorrisinho malicioso no rosto de seu mentor. Quando afinal ele terminou de lhe fechar as vestes, virou-a novamente de frente para si e elogiou:

– Maravilhosa. Venha: temos de arrumar seus cabelos e escolher uma máscara.

Celine teria protestado, mas era tão delicioso sentir as mãos de Erik em suas melenas! Ele a penteou com mãos hábeis e usou uma tiara de pedras para prender-lhe os cabelos para cima, enrolados uma volta sobre si mesmos e caindo pelos ombros e costas em ondas bem arrumadas. Em seguida, ela sentiu um pingente – que parecia ser de água-marinha – deslizar por seu colo até se acomodar pouco acima do decote. Seu amado fechou o colar e, beijando-lhe o ombro desnudo, sussurrou:

– Eu amo você, minha bela Celine.

Naquele momento, nem as duas cicatrizes em seu rosto podiam fazer a jovem não se sentir linda. Ela estava realmente deslumbrante! Faltava apenas a máscara.

Erik a conduziu até mais uma das tantas salas do refúgio no lago, onde centenas de máscaras jaziam em suportes. A garota escolheu uma que combinava com seu vestido: azul, violeta e prateada, ao ser vestida assumia o aspecto de uma borboleta. Ao ver a própria imagem refletida no espelho – Erik enchera a casa com eles, nos últimos meses – não pôde conter um sorriso. Juntos, formavam um belo par.

POV Erik

Conduzir sua amada até o salão iluminado encheu o coração de Erik, ao mesmo tempo, de orgulho, alegria e temor. A única vez em que se expusera daquele modo não terminara bem... Mas ele não estava com Christine, e sim, com Celine. As garotas Daae eram tão diferentes uma da outra quanto água e vinho. Ele confiava em sua pequena, e sabia que ela confiava nele. Por ela, ele faria daquela noite a melhor de suas vidas.

Surgiram juntos na escadaria, descendo para o meio dos dançarinos e foliões: todos os olhos se voltaram para os recém-chegados, imaginando quem seriam. Celine atraía os olhares cobiçosos dos homens, e o Fantasma, o das mulheres – muito bem, aquilo era realmente uma novidade para ele. Quando tomou sua acompanhante nos braços, ouviu-a murmurar:

– Erik, esqueci de lhe contar algo: eu não sei dançar.

– Então, deixe-me ensiná-la – Com um braço forte, ele a trouxe para bem junto de si, segurando-lhe a mão direita na sua. Começando com passos pequenos e fáceis de acompanhar, ele a guiava com firmeza, deixando que ela sentisse o ritmo da música: em poucos minutos a mulher compreendera a idéia da dança com um par, e se deixava conduzir com leveza, rodopiando e permitindo que Erik explorasse passos mais complexos.

Imerso em música e com os corações repletos de alegria, o casal mal percebia o tempo que passava; isso até serem chamados por alguém que os reconheceu:

– Olhe só quem resolveu se juntar aos mortais! – A voz alegre era de Meg, que deixara seu par momentaneamente para vir ter com a dupla. O Fantasma se alegrou ao ver a garota: nutria uma grande afeição pela menina de cabelos dourados. Com um sorriso, respondeu:

– Eu não deixaria que Celine perdesse uma festa como essa.

– Sem medo de ser descoberto?

– Que lugar melhor para um mascarado se esconder do que um baile de máscaras?

A adolescente sorriu e, após elogiar os trajes de Celine, voltou para junto de seu acompanhante: o noivo, Armand - irmão mais novo do Visconde de Chagny - um jovem gentil e bem apessoado, que parecia gostar muito dela.

– Ela é tão linda, não é? – Perguntou Erik para sua acompanhante, enquanto seus olhos se detinham em Meg Giry.

– Sim. Ela sabe que você é pai dela?

Erik levou um susto ao ouvir aquelas palavras; assombrado, perguntou a sua amada:

– Quem lhe contou isso?

– Seus olhos. São iguais aos de Meg, em cor e formato. E também as mãos dela... Madame Giry tem dedos curtos, enquanto os da filha são longos e elegantes, como os seus. Não se preocupe, eu não vou contar.

Erik se enterneceu: não conseguia mais imaginar uma vida sem Celine, sua musa e seu anjo. Ela o fitava com um olhar curioso:

– por que não deixa que ela saiba?

– Eu e Antoinette éramos apenas adolescentes... Quando ela nasceu, eu ainda não era O Fantasma da Ópera, e nós dois chegamos ao acerto de que, para a menina, seria melhor crescer sem a minha presença. Quer dizer, que criança gostaria de ter um pai como eu? Um assassino de rosto deformado. Ou pelo menos era o que eu pensava, à época.

– Eu acho que você seria um pai maravilhoso – disse a jovem, beijando-o nos lábios, sem se preocupar que os outros a vissem.

O modo como ela falou aquilo despertou uma idéia que, a princípio, ele achou absurda: talvez, um dia, pudesse formar uma família com a mulher que amava. Será que ela aceitaria? Esperava que sim.

Ao seu lado, Violette reconhecera a amiga, e a provocava;

– Então, afinal conhecemos o seu misterioso Anjo. – E para Erik – Qual o seu nome, senhor?

– Chamam-me de Erik.

– Eu sou Violette. Não me lembro de já tê-lo visto na Ópera.

– Eu não tenho o hábito de sair. – respondeu ele, lacônico. Celine se despediu da amiga, enquanto Erik a cumprimentava – Foi um prazer conhecê-la, senhorita.

A noite passou depressa e sem incidentes. O Anjo da Música tinha de concordar que caminhar entre as pessoas como alguém normal era, no mínimo, agradável. Especialmente por ter sua amada consigo.

Já era madrugada quando, discretamente, a jovem figurinista conduziu seu acompanhante para um dos tanto caminhos que levavam à Casa do Lago. Ainda rindo, conversando e dançando, eles seguiram para a casa que agora, começavam a chamar de lar, em vez de refúgio.



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