1. Spirit Fanfics >
  2. Our Strange Duet >
  3. Sedução

História Our Strange Duet - Sedução


Escrita por: ElvishSong

Capítulo 11 - Sedução


POV Celine

A alegria estava estampada no rosto do casal, quando chegaram à Casa do Lago; a noite havia sido maravilhosa, e nenhum dos dois jamais havia se sentido tão feliz! Ainda de braços dados, falando animadamente sobre a festa e cantando um para o outro, desceram as escadas até a Sala do Órgão. Praticamente em êxtase, abraçaram-se intensamente.

Celine riu quando Erik a levantou num último rodopio antes de beijá-la. Como o amava! Tirando a própria máscara, ela se sentou no divã, puxando-o consigo enquanto se reclinava. Beijando-o, levou as mãos ao colete vermelho e começou a desabotoá-lo. Ao perceber aquilo, ele se afastou. Com um sorriso, ela se sentou e perguntou:

– O que foi? Com medo de mim, me Anjo? – A moça correu as mãos pelo peito firme do Fantasma, sorrindo provocante. Ela sabia que seu Anjo a desejava, e que só não tentara seduzi-la até agora por temer assustá-la; ah, seu querido Erik! Já chegava de esperar; queria pertencer a ele, e que ele lhe pertencesse. Aquela noite servira para lhe mostrar que poderiam ter uma vida juntos, e ela não pretendia esperar mais.

– Celine – o desejo estava claro nos olhos verdes e na voz grave quando ele correu ambas as mãos pelos flancos da jovem – Você sabe o que vai acontecer, se continuar a me provocar.

– Estou contando com isso – ela o beijou novamente, tirando-lhe o colete; não tinha medo da paixão. Já não lhe bastava a companhia de Erik! Queria ser mais do que sua companheira: queria ser sua mulher. Queria ser feliz e fazê-lo feliz!

Segurando-a com firmeza pela cintura, ele a puxou para si e colou seus corpos, os olhos verdes faiscando de excitação:

– Você não sabe com quem está brincando, garota. – Seu olhar era como o de um leão fitando a presa; ela sentiu um arrepio de prazer em saber que provocava um desejo tão intenso no homem a quem amava:

– Então, por que você não me mostra? – Mesmo que jamais houvesse estado com um homem, ela não estava assustada. Sabia que seu amado jamais a machucaria, e estava disposta a se entregar totalmente a ele. – Eu quero ser sua, meu amor.

Erik pareceu se render ao próprio desejo: no instante seguinte, suas mãos desatavam os laços do corpete de Celine enquanto ele beijava o ombro nu. A moça entrelaçou os dedos em seus cabelos e, quando seu amado ergueu o rosto para fitá-la, tirou-lhe a máscara delicadamente. Ele não tentou se esconder: pela primeira vez, sentia-se atraente e desejado. Tampouco ela sentiu qualquer constrangimento quando, afinal, seu vestido caiu ao chão: apesar das cicatrizes, sentia-se linda.

O Fantasma tirou a camisa e ergueu sua amada nos braços, carregando-a para o quarto. Logo, o que restava das vestes de ambos jazia espalhado pelo chão do aposento. Encantada com a beleza do corpo de seu Anjo, a artista correu as mãos pelos músculos firmes, conhecendo pela primeira vez um corpo masculino enquanto ele acariciava e provocava a mulher em seus braços, beijando-a e mordiscando a pele alva.

Seus corpos nus se entrelaçavam no leito amplo, os gemidos de ambos ecoando pelos subterrâneos de pedra. Naquela noite, Celine entregou-se totalmente a seu amor, confiando totalmente no coração que batia dentro do peito colado ao seu. Nos olhos dele ela via amor, adoração, confiança e, acima de tudo, felicidade. Aquele, com certeza, era o momento mais feliz da vida de ambos.

*

Celine acordou explodindo de felicidade: as lembranças da noite anterior traziam nova energia para seu corpo e sua mente. De fato, estava tão feliz que não tinha vontade de falar, apenas cantar!

Deitada de lado, sentia Erik abraçá-la pelas costas, a respiração tranqüila dele fazendo-lhe cócegas na nuca, a mão grande repousando sobre seu ventre. Ela se virou devagar, sentou-se na cama cuidando para não acordá-lo e observou seu amado: tranqüilo no sono como raramente ficava quando desperto, ele parecia totalmente relaxado e feliz, o peito subindo e descendo lenta e regularmente. Ela não pôde deixar de mirar longamente o corpo bem modelado, mal acreditando que aquele era o seu homem.

– Olhe o quanto quiser – a voz de Erik a pegou de surpresa, sobressaltando-a. O Fantasma sorriu, os olhos ainda fechados e a cabeça apoiada no braço: para Celine, ele era o homem mais lindo que já conhecera, a despeito da deformação no lado direito – que ela não achava nem um pouco desagradável.

– Como sabia que eu o observava?

– Você se sentou na cama – respondeu ele, abrindo os olhos e espreguiçando-se como um gato antes de puxá-la para si pelo braço – e depois ficou imóvel. Conheço-a o suficiente para saber que estava me observando.

Com um sorriso, a mulher deitou a cabeça no ombro de seu companheiro – queria que aquele momento nunca terminasse! Ele entrelaçou os dedos nos dela, enquanto estendia a mão livre para pegar a meia-máscara na mesa de cabeceira.

– Vai mesmo usar isso? – Perguntou a moça ao vê-lo colocar o objeto sobre o rosto.

– entenda, minha querida – ele começou – eu uso essa máscara há muito tempo. Para mim, esta é a minha face, do lado direito. A pele sob a máscara é como os ossos sob a carne... Sei que existe, mas não precisa ser mostrada. Não é o que eu sou.

– Use o que quiser, meu amor – ela o beijou, brincando com a penugem escura e espessa do peito dele – Aos meus olhos, você sempre parece lindo. – Celine acariciava o abdome firme – Sabe o que eu acabei de lembrar?

– O quê? – Ele a virou de costas na cama e deitou-se sobre o corpo esbelto.

– Hoje, todos estarão se recuperando dos efeitos do álcool e da noite em claro. Ninguém irá procurar por mim. Temos este dia inteiro só para nós.

– Fico feliz por isso – murmurou o Fantasma, antes de colar os lábios aos dela.

Foi apenas algumas horas depois que, afinal, decidiram se levantar. Vestiram-se juntos: Celine, um vestido cor-de-rosa claro amarrado na cintura por fitas da mesma cor, e Erik, uma calça negra, justa, botas e uma camisa de botões, aberta na frente. A moça penteou com carinho os cabelos de seu amor e, em seguida, foi a vez dele de fazê-lo por ela. Os dedos hábeis do artista fizeram uma trança perfeita nos longos cabelos cor de madeira, prendendo-a com uma fita branca. Prontos, seguiram juntos para as cozinhas do teatro: haveria muito que furtar! Bem mais divertido, com certeza, do que preparar a refeição por conta própria!

Voltaram para a Casa do Lago com uma cesta de tortas, frutas e vinho; seu desjejum foi tomado enquanto compartilhavam, interessados, um trecho de Ilíada. A escolha fora de Celine: ela sempre fascinava e encantava o Fantasma com seu gosto para livros, tão similar ao dele. Para a moça, a obra escrita em versos tinha uma sonoridade deliciosa – aumentada pela sonoridade da própria língua francesa – e era um ótimo modo de continuar um dia que começara muito bem.

Enquanto liam e se deliciavam com uma torta de morangos com creme, a mulher olhou para seu companheiro e mentor: ele tinha a leveza de semblante e o brilho nos olhos de um adolescente apaixonado, embora tivesse – como dissera a ela – entre trinta e dois e trinta e quatro anos. Era absolutamente maravilhoso ver como aquele homem se transformara de uma sombra soturna e deprimida em alguém cheio de vida e gênio criativo. Melhor ainda era saber que ela fora a responsável por tal mudança.

Já com a fome saciada, trocaram gracejos e carícias delicadas antes que o Anjo da Música se sentasse ao Órgão para tocar sua mais recente composição – uma obra dedicada à sua amada. Esta, por sua vez, sentou-se sobre uma grande arca em que Erik guardava os desenhos de trajes, cenários e objetos que já haviam sido construídos, e começou ela mesma a desenhar com um lápis de carvão.

Passaram quase uma hora em silêncio, ele tocando, ela desenhando ao seu lado, trocando olhares apaixonados a cada poucos minutos. Quando afinal terminaram as respectivas obras, a designer aplaudiu:

– Sua música parece composta por alguma divindade. Nem Apolo poderia realizar algo tão belo!

POV Erik

Com um sorriso, ele estendeu a mão para o desenho que ela fizera: ali viu o próprio rosto retratado, com uma meia-máscara translúcida que, embora se fizesse notar, deixava ver as feições através de si. E naquele retrato, tão perfeito que parecia ter vida própria, Erik viu a si mesmo pelos olhos de sua amante: o modo como ela o retratara – destacando os penetrantes olhos amendoados, que no papel brilhavam como uma centena de estrelas – fazia de sua imperfeição uma obra de arte, em nada parecida com a imagem que, até conhecê-la, tivera de si mesmo – a “gárgula repugnante”. Naquele papel, a sua imperfeição o tornava não apenas especial, mas belo como nenhum outro homem poderia ser.

POV Celine

Com uma lágrima de pura emoção – ou assim pareceu a Celine – escorrendo pela face, ele elogiou:

– Apenas você poderia ver tanta beleza em mim e, mais ainda, fazer-me ver esta beleza através de seus olhos. Não me atrevo a chamá-la de meu Anjo, mas sim, minha Estrela.

– Estrela? – Perguntou ela, confusa.

– Sim: a mais bela e intensa das luzes, que brilha na mais profunda escuridão.

Com um sorriso, ela escorregou para o colo de seu amante: nunca mais estaria sozinha. Ela tinha seu Erik, uma alma a cantar a mesma melodia que a sua. Na mais profunda paz, ela o fez olhar para si, e cantou uma melodia que vinha há tempos ecoando em sua mente:

Sing once again with me

Our strange duet!

My power over you

Grows stronger yet.

And if you turn from me

To glance behind,

Your Angel of the Music

Is there:

Inside your mind…

POV Erik

Erik envolveu sua amada nos braços: não sabia como ela conhecia aquela canção, mas já desistira de entender a ligação que desenvolvera com aquela mulher. A única coisa que lhe importava era que, agora que a encontrara, jamais permitiria que sofresse ou se magoasse, pois não podia mais conceber uma vida sem ela.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...