1. Spirit Fanfics >
  2. Our Strange Duet >
  3. Ameaça

História Our Strange Duet - Ameaça


Escrita por: ElvishSong

Capítulo 13 - Ameaça


POV Celine

Nos dias que se seguiram, Celine mudou seus poucos pertences para a Casa do Lago; no teatro, sabia-se apenas que ela iria morar com seu recluso “noivo”. As bailarinas não haviam gostado da notícia, mas se haviam conformado em ter novamente uma cama vazia no alojamento. O casamento de ambos fora mantido em segredo, exceto para Madame Giry e Meg. Aquela não ocultara as lágrimas de felicidade ao ver que Erik, a quem tanto amava, finalmente encontrara a felicidade!

Celine não parecia a mesma jovem que chegara ao Ópera Populaire, tímida, assustada e receosa da proximidade de outras pessoas: agora, era cheia de vida e alegria, exibia a própria beleza e se esmerava para ser a melhor no que fazia. Por seu temperamento responsável e alegre, já se tornara querida por todos do teatro, das cozinheiras aos atores e diretores. Mas não apenas ela parecia mudada.

Erik, por sua vez, voltara a ser o Fantasma da Ópera, comunicando-se com os diretores através de cartas e enviando suas composições e trabalhos. Ele tinha um semblante luminoso e sereno, e seus olhos brilhavam com uma luz nova. Nos primeiros tempos, o teatro temera uma nova onda de terror e morte, mas, após cartas que asseguravam estarem todos a salvo, desde que o ocidente com o lustre fosse esquecido, a paz retornara – graças às palavras persuasivas de Antoinette Giry.

Dividindo seu tempo entre a vida de trabalhadora do teatro e a vida de recém-casada, seus dias eram preenchidos por costura, maquiagem, desenho e cenografia. Aos poucos, devido a seu talento, os profissionais de outras áreas solicitavam sua ajuda, aumentando as suas habilidades. Suas noites, porém, eram repletas de música e paixão; ela adormecia nos braços de seu esposo, e eram seus lindos olhos verdes a primeira coisa que via ao despertar. A vida nunca fora tão maravilhosa!

Tudo parecia absolutamente perfeito; e assim estava naquela manhã, duas semanas após seu casamento. Atarefada, terminava de tirar as medidas dos rapazes e moças do coro quando, atrás de si, sentiu a presença de seu amado. A julgar pelas expressões naturais do trio restante, ele devia estar escondido. Foi com surpresa que, ao levantar o rosto de seu trabalho, constatou que não. Vestido com a máscara e envergando a longa capa negra, ele aguardava por ela encostado ao batente da porta.

– Anjo! – Exclamou ela, numa felicidade mal contida.

– Olá, minha querida – Ele lhe beijou a mão com reverência. Lembrando-se dos cantores na sala, ela se virou e começou a apresentar, incerta quanto a como chamar seu amado:

– A propósito, este é... – Ao ver a hesitação dela, o Fantasma tomou a iniciativa:

– Erik. – ele apertou a mão do rapaz e beijou a mão das moças – Noivo de Celine.

A jovem se surpreendeu com aquilo, e quando afinal ficaram sozinhos, perguntou:

– Decidiu se mostrar, afinal?

– Não farei disso um hábito, mas é bom aparecer ocasionalmente, apenas para lembrá-los de que você não está sozinha.

– Ciúmes? – perguntou ela, fingindo-se ressentida – Não confia em mim?

– Confio plenamente em você. Não confio nas outras pessoas. – Ele envolveu a esposa em sua capa, oferecendo-lhe o presente do qual ela mais gostava: uma rosa vermelha adornada com fita de cetim negro – Bem, já que os boatos irão correr, desaparecer agora só iria aumentá-los. Você faz alguma objeção à minha companhia?

– Só uma pergunta – ela aspirou o perfume da rosa, deliciada, e acariciou o rosto de seu companheiro com as pétalas rubras - como explicaremos sua máscara?

– Simples: eu estava na platéia quando do “incidente” com o lustre. Queimei-me no incêndio, e uso a máscara para esconder as cicatrizes deixadas pelas chamas.

– Não vão engolir essa resposta. Com o tempo, deduzirão que você é o Fantasma.

– Com o tempo, as memórias de meus crimes arrefecerão, e pouco importará quem sou ou deixo de ser. – E resmungou, mais para si do que para sua amada – isso seria menos perigoso se Christine não me houvesse exposto diante de metade da cidade, mas lidaremos com as situações à medida que se apresentarem.

Satisfeita com a explicação que deveriam dar a eventuais perguntas, a mulher voltou a seu trabalho – ainda havia muito que fazer. Erik, protetor e carinhoso, apenas a seguiu, fazendo o possível para passar a imagem de ser um homem comum, apaixonado por sua jovem noiva. Ela não podia deixar de se enternecer cada vez mais com o esforço que ele fazia para protegê-la e alegrá-la – sabia que seu Anjo jamais se acostumara à proximidade com estranhos.

Já era quase fim de expediente quando algo aconteceu: terminando a entrega das vestes prontas para o chefe de produção cenográfica, ela viu que Madame Giry conversava com alguém que não fazia parte da rotina do teatro. Curiosa, aproximou-se para saber de quem se tratava.

Quando a figura se virou e a fitou, a moça sentiu o chão lhe faltar: era o Barão de Toulouse, e em seu rosto havia uma cicatriz vermelha que o fendia de lado a lado... A cicatriz que ela fizera com a tesoura, quando sofrera o ataque no beco! O sangue fugiu-lhe do rosto quando, ao cravar os olhos nela, ele deu um breve sorriso cruel; ele a reconhecera, e sabia que ela também o fizera.

Assustada, ela correu para a proteção do camarim de Bruna, a atual Prima Donna, de quem era muito próxima. A soprano não estava ali, mas Erik entrou logo atrás da figurinista e, segurando-a pelos ombros, perguntou:

– O que houve, Celine? Está tão branca que parece ter visto um fantasma!

– antes fosse – respondeu ela, ainda com vertigens devido ao susto – O Barão de Toulouse está aqui e... E... Foi a ele que eu golpeei com a tesoura! Ele tem no rosto a cicatriz que eu causei naquela noite! Era ele o líder do bando que me atacou!

– Calma – o Fantasma a abraçou – Eu estou aqui. Não vou deixar que ele a machuque.

Trêmula com o susto, Celine se agarrou a seu marido: ela poderia se defender sozinha do Barão, mas duvidava muito que ele tentasse algo sozinho. E, se fosse encurralada por um grupo novamente, a mulher não sabia se teria a mesma sorte que da primeira vez. O calor do corpo de seu amado, entretanto, afastou seus temores. Ele estava ali, e era só o que importava.

POV Erik

O Fantasma não havia gostado de saber que o atacante de sua mulher estava de volta ao teatro; preocupado, achou melhor dar a ela alguns presentes que poderiam ser úteis.

Naquela mesma noite, ao voltarem para casa, ele não estava sorridente e jovial, como era costume, mas silencioso e pensativo; ao ser interrogado por sua Estrela, apenas deu um sorriso enigmático.

Ele saiu do banho antes da mulher; enquanto ela terminava de passar no corpo um óleo perfumado, ele foi à Sala das Máscaras buscar as coisas de que precisava. Quando voltou ao quarto, encontrou-a vestida com uma camisola branca de seda fina, os cabelos úmidos e soltos, perfumados com fragrância de alfazema: linda, sem dúvida, mas ele ainda precisava conversar com ela, antes de ceder à sedução da moça.

Sentando-se no leito, ele falou:

– Minha querida, eu preciso falar com você.

– O que houve, Erik? – os olhos dela escureceram, preocupados – Por que está tão sério?

– O que você me contou hoje, a respeito do Barão, preocupou-me muito. Por mais que eu queira, não posso prendê-la aqui embaixo, nem ficar o tempo todo ao seu lado, lá em cima. Eu já vi você se defender muito bem com uma simples tesoura, então, tenho coisas que devem mantê-la segura se eu não estiver por perto.

Ela apenas silenciou, esperando. O Fantasma lhe mostrou uma caixa de madeira polida; de dentro dela, tirou um longo cordão negro de seda trançada, espesso como um barbante grosso. Colocando-o nas mãos dela, explicou:

– Um cordão sikh. É usado, na Índia, por assassinos profissionais: permite a uma pessoa menor e mais leve estrangular alguém com o dobro de seu peso e tamanho. Bastam vinte segundos para pôr inconsciente um homem adulto, e trinta para matá-lo. – Ela apenas assentiu, deixando que Erik prosseguisse. Ele tirou da caixa um punhal de dois gumes, com apenas dez centímetros de comprimento, e falou:

– Isso é uma arma de emergência. É perfeito para uma mulher, pois pode ser guardado no decote sem problemas. Um golpe na garganta, e seu atacante estará morto. – Afinal, ele pegou algo que parecia um lápis de madeira polida, adornado na base com pedrinhas brilhantes – Madeira endurecida. Use-o como um prendedor de cabelos: se não tiver tempo de usar as outras armas, servirá como um punhal.

Ela reuniu os três presentes e, com um sorriso gentil, falou:

– Você nunca deixa de me surpreender.

– Prometa-me que vai usá-los. Ou melhor, que não vai sair sem esses instrumentos.

– eu prometo – Celine o beijou com delicadeza – fique tranqüilo: especialmente depois desses presentes, eu nunca mais andarei desarmada.

Ela colocou as armas junto às roupas que separara para vestir no dia seguinte, indicando que passaria a usá-las o tempo todo; depois disso, voltou para o leito e, com um sorriso, sussurrou ao ouvido de seu esposo:

– São armas perfeitas para ser usadas com discrição, e eu as manterei sempre ao meu alcance. Agora, porém, pretendo usar uma arma diferente.

– É mesmo – perguntou o Fantasma – E qual seria?

– My Power over you... – Ela respondeu, cobrindo-lhe os lábios de beijos.

Erik correspondeu às carícias de sua mulher. Naquela noite, não houve preocupações com barão, armas ou perigo. Havia apenas eles dois.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...