1. Spirit Fanfics >
  2. Our Strange Duet >
  3. Melhora

História Our Strange Duet - Melhora


Escrita por: ElvishSong

Notas do Autor


Oláá! Ok, mandando vários capítulos de uma vez só, sim, porque como já é história muito antiga e finalizada, quero postar logo. Espero que não esteja muito ruim...

Capítulo 4 - Melhora


Fanfic / Fanfiction Our Strange Duet - Melhora

P.O.V. Celine

Celine acordou com o estômago roncando; embora ainda sentisse muita dor, esta já não era intensa como da última vez em que acordara. Vendo-se sozinha no quarto, imaginou onde estaria seu salvador: ele prometera que ficaria ali, mas ela não queria chamá-lo. Se pudesse se levantar, e surpreendê-lo com uma recuperação rápida...

Virando-se na cama com certo esforço, ela conseguiu tocar o chão com os pés descalços. Com calma, levantou-se devagar, sentindo as costas reclamarem do esforço enquanto se apoiava no leito e na parede. Perfeito! Conseguira ficar em pé! Bastava um pouco mais de esforço para que alcançasse a porta com a cortina.

Com cuidado, ela deu um passo, e então outro, e mais um. Suas pernas tremiam violentamente, mas ela não se renderia: por algum motivo, para ela era muito importante mostrar-se forte. Sua força física e psicológica sempre fora algo de que se orgulhara, mas, agora, parecia-lhe essencial deixar clara essa força. Por mais irracional que fosse tal sentimento, ela queria mostrar a Erik que não era uma mulher frágil e vulnerável.

Entretanto, chegar à porta revelou-se algo mais difícil do que ela pensara; de repente as forças lhe faltaram e, mal havendo aberto a cortina, ela caiu ao chão, fazendo um grande barulho ao bater os joelhos. Ela não gritou, mas um gemido abafado escapou-lhe dos lábios; como por magia, em poucos segundos o mascarado estava ao seu lado. Dessa vez, porém, ele parecia furioso:

– Garota tola! – Exclamou ele – Está tentando se matar?! – Ele a levantou nos braços e deitou-a no leito outra vez – Por que se levantou?

Incomodada por ter irritado tanto quem cuidara dela daquele modo, Celine o encarou fixamente, mas tentando não parecer desafiadora, e respondeu:

– Perdoe-me se o assustei, senhor, não foi minha intenção. Eu queria apenas lhe mostrar que já me sentia bem o bastante para andar. Sinto muito por não ter reconhecido que ainda não estava forte o suficiente.

A irritação do Fantasma desapareceu num segundo: os olhos dela, tão sérios e serenos – a despeito de tudo o que lhe acontecera – penetraram fundo em sua alma, repletos de confiança... nele? Aquilo o desarmou completamente, e acalmou sua fúria. Já sereno, ele lhe acariciou o lado bom do rosto, e falou:

– Desculpe-me. Não foi certo gritar com você; eu apenas me assustei ao pensar que poderia ter-se machucado ainda mais. – Erik a ajudou a se acomodar melhor no leito, e continuou – Deve estar com fome. Está aqui há quase um dia, e ainda não comeu nada.

Tímida, a moça confirmou:

– Sim. Estou, mesmo, com muita fome. – O Fantasma se levantou e foi até a sala, onde Meg deixara o caldeirão com caldo. Pegando o prato fundo que a adolescente trouxera, serviu uma concha generosa e voltou para o quarto. Com cuidado, apoiou o prato na mesa ao lado da cama e ajudou Celine a se sentar na beira do leito. Devagar, a jovem tomou a sopa fumegante, sem saber o que a aquecia mais: o alimento ou os braços de seu salvador ao redor de seu corpo.

Quando acabou de comer, ela sentiu o mascarado erguê-la delicadamente e deitá-la sobre a pilha de travesseiros. Ao afundar na superfície macia, ela percebeu o que havia de tão delicioso naquele apoio: tudo ao seu redor tinha o cheiro dele, um perfume amadeirado com tons de almíscar, absurdamente masculino e sedutor. Aquele perfume a envolvia e inebriava seus sentidos, fazendo-a sentir-se irracionalmente segura e feliz. Ah, Deus! Estaria se apaixonando por um homem a quem vira apenas duas vezes?

Tentando afastar aqueles pensamentos de sua mente, ela sorriu e falou:

– Lamento por dar tanto trabalho, senhor Erik.

– Não há necessidade de chamar-me senhor. Erik basta. – Respondeu o Fantasma – E não há motivo para pedir desculpas. Você é minha hóspede. – Ele lhe tocou o queixo com delicadeza e correu o polegar por seus lábios. Aquele toque a fez estremecer, como se um choque percorresse seu corpo, e ela arfou, rezando para que o mascarado não percebesse o efeito que lhe causava. Ele devia ter percebido, pois ergueu o canto do lábio num arremedo de sorriso, antes de cobri-la com os lençóis e sair do quarto.

Alguns minutos depois, a cortina foi afastada por Madame Giry e sua filha, que tinham um sorriso gentil nos lábios. Celine não pôde deixar de pensar que não devia confiar nas pessoas, após tudo o que passara... Mas simplesmente não conseguia deixar de confiar naquelas três pessoas! Antoinette se aproximou e perguntou:

– Como se sente, agora?

– Muito melhor. Obrigada por me ajudar.

– Foi um prazer, querida. – E ajudando Celine a se levantar – Venha: você precisa ir ao banheiro e tomar um banho.

Mesmo sem gostar de ser tocada, Celine podia sentir o carinho que Antoinette emanava, e deixou que ela a amparasse pelo caminho até o banheiro.

Quase uma hora depois, já de volta ao quarto, Meg e a mãe examinaram corte por corte suturado da moça: parecia incrível, mas os ferimentos estavam secos, e principiando a cicatrização, de modo que as faixas foram dispensáveis. As costelas, entretanto, ainda doíam terrivelmente, e Antoinette não economizou advertências em relação ao cuidado com as fraturas. Em seguida, a adolescente ajudou Celine a vestir uma camisola longa, que trouxera para ela – bem mais discreta em seu corpo do que a camisa de Erik – e a subir novamente no leito.

Já acomodada sob os lençóis, ela agradeceu mais uma vez às duas mulheres. Antoinette pegou o leite de papoula e, medindo uma dose, deu-a a Celine; a mulher mais moça fez uma careta, mas engoliu o remédio: a dor em suas costelas ainda era forte o bastante para fazê-la não reclamar do gosto horrível.

– Dentro de alguns segundos, você estará dormindo como um bebê. – falou Meg – Não tente resistir.

– Não conseguiria, mesmo que quisesse. – Respondeu Celine. Nesse instante, Erik entrou no quarto; vestia-se com calça e camisa de gola em “V”, ambas negras, colete vermelho-escuro com botões dourados e capa negra. A meia-máscara em seu rosto não era a branca, mas negra com detalhes em dourado. Os cabelos cor de ébano estavam impecavelmente penteados para trás, o rosto impecavelmente barbeado, os olhos verdes brilhando como estrelas. Quando aqueles olhos se cravaram nos dela, a moça o fitou de volta, sentindo a intensidade daquele olhar que parecia despi-la e devorá-la.

Quase um minuto se passou naquele jogo de olhares, um tentando se impor e desvencilhar do outro, até que Antoinette os interrompeu:

– Bem, agora eu e Meg iremos embora. – E para Erik – Chame-me, se precisar de qualquer coisa.

Erik anuiu, seus olhos ainda fixos em Celine, varrendo-a de alto a baixo. A moça pensou em pedir-lhe que não fizesse aquilo, mas não o fez: a verdade era que estava adorando saber que fascinava daquele modo um homem como seu anfitrião. Ia dizer algo, mas o sono começou a pesar-lhe nas pálpebras. Lutando contra o efeito do ópio, ela expressou algo que vinha lhe incomodando:

– Este quarto é seu, não é?

– De fato. – Respondeu o mascarado – Mas não se preocupe, minha jovem – Ele se aproximou e entrelaçou os dedos em seus cabelos castanhos, parecendo fascinado – Há outros aposentos igualmente confortáveis, nesta Casa. À medida em que se sentir melhor, posso lhe mostrar, mas agora, você tem de dormir.

A mulher sentiu-se arrepiar ao toque de seu misterioso anfitrião e, num gesto inconsciente, entrelaçou seus dedos aos dele. Seus olhos se encontraram outra vez e, por um momento, ela pensou que ele a beijaria – queria que ele o fizesse –. Mas no segundo seguinte eles se afastaram, e o mascarado sorriu:

– Durma bem, Celine.

– Obrigada, Erik. – Respondeu ela, afundando nos travesseiros com o perfume de Erik: aquele cheiro inebriante penetrou-lhe os sentidos enquanto ela deslizava lentamente para a suave escuridão do sono.


Notas Finais


E aí? Querem mais?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...