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História Our Strange Duet - Atração


Escrita por: ElvishSong

Notas do Autor


Oláááá! Prontas para saber o que houve entre Erik e Celine, no passado? Então, boa leitura!
PS - como já deixei claro na fic, Celine e Christine são parecidas, embora a primeira seja mais desenvolvida e menos esguia que a prima, então vou adotar a seguinte regra nas capas de capítulo: Sierra Boggess como Celine, e Anna O'Byrne como Christine, está bem? agora, divirtam-se.

Capítulo 6 - Atração


Fanfic / Fanfiction Our Strange Duet - Atração

POV Erik

Erik não disse nada: ele se lembrava. Lembrava-se da menininha de seis anos, com cabelos castanhos e grandes olhos curiosos, que o seguira pela passagem do espelho no camarim da Prima Donna. Lembrava-se da vozinha trêmula, pedindo por ajuda para encontrar seu caminho na escuridão, e dos bracinhos delicados que passaram ao redor de seu pescoço quando ele a levantou nos braços. Aquela mulher, mesmo quando criança, jamais o temera. Seguira-o com absoluta confiança para a Casa do Lago – ele até hoje não sabia por que a havia levado -. Quando pequenina, brincara com sua máscara e, ao tirá-la por acidente, não demonstrara medo, mas curiosidade: com as mãozinhas gorduchas, tocara com carinho a face deformada do Fantasma e, ao ver as duas lágrimas que escorreram de seu rosto, beijara-lhe o lado distorcido, entregando-lhe a máscara em seguida. Ele a levara de volta ao teatro e, depois daquele dia, passara a segui-la a todos os lugares. Isso até que a pequena fora embora, quando, então, todo o universo de Erik passara a girar em torno de Christine.

POV Celine

Vendo que Erik devaneava, ela falou:

– Você se lembra.

– Fazia muito tempo. Eu não podia imaginar que você era ela.

– Eu nunca me esqueci de você – disse Celine, encarando o homem que, agora, estava perigosamente perto de si – Enquanto vivi no teatro, senti sua presença protetora ao meu redor. Lembra-se do que eu sussurrei para as sombras, no dia em que parti?

– Eu voltarei. – Respondeu o Fantasma – Não se esqueça de mim.

– Mas você se esqueceu. – Respondeu ela – Eu não o culpo. Christine também era uma criança, estava sozinha, e amava a música. Ela precisava de você, enquanto eu, mesmo involuntariamente, o abandonara.

O Fantasma segurou-lhe as mãos e, beijando-as, disse:

– Eu nunca me esqueci de você. Desde que a salvei da neve, sabia que a conhecia de algum lugar, e não apenas por você ser parecida com sua prima. – Ele acariciou a face marcada da jovem – Mas foi difícil ligar a imagem daquela garotinha à da mulher que tenho à minha frente. Não percebi quanto tempo já se tinha passado, desde aquele dia.

– Eu levei alguns dias para ter certeza de que era mesmo você. Quando era criança, não tinha se certeza se havia sido um sonho, ou real. Eu não me lembrava de seu rosto... Mas, à noite, em meus sonhos, durante anos eu o via nas sombras, cantando para mim. Eu o via em meus sonhos durante minha prisão. E hoje, quando acordei e ouvi sua música... Então eu tive certeza de que era você. – Ela deslizou as mãos pelos braços de Erik.

– E o que você sentiu, quando soube? – Seus rostos estavam a ponto de se tocar.

– Que eu tinha voltado para casa. – Respondeu ela, fechando os olhos e deixando que seus lábios se unissem aos de Erik. Ela nunca havia beijado alguém, e a sensação era absolutamente indescritível! Os lábios macios de Erik, comprimidos contra os seus, suas línguas dançando juntas, explorando uma à outra... As mãos dele, em sua cintura e cabelos... O perfume dele envolvendo-a completamente... Ela só queria que o tempo parasse. Passando os braços ao redor do pescoço dele, puxou-o para si tanto quanto pôde, estreitando-se contra o corpo firme. Se existia o paraíso, ela estava lá.

POV Erik

Era impossível descrever as sensações. No peito do Fantasma misturavam-se emoções: alegria, tristeza, pesar, raiva... E espanto. O único beijo que recebera na vida, de Christine, tinha um gosto de raiva, amargura, derrota. Ela o beijara obrigada, tomada de amor por outro homem. Celine, ao contrário, queria aquele beijo; seus lábios tinham gosto de mel, e seu perfume era de flores frescas. Suas mãos agarravam-se a seus ombros e se enrolavam em seus cabelos, acariciavam-lhe a face. Os lábios dela, macios e suaves, tocavam os seus com suavidade, sua língua explorando a dele. Aquilo era um beijo de verdade. Um beijo apaixonado e intenso.

Quando se afastaram, Erik deu dois passos para trás, angustiado e assustado: sentia-se como se estivesse traindo a memória de Christine e, ao mesmo tempo, maculando a pureza da mulher à sua frente.

– Isso está errado. – Disse ele, ofegante.

– Por quê? – Perguntou ela, também arfando após o beijo intenso, seus olhos expressando confusão.

– Celine, eu não sou digno de você. Sou uma gárgula horrível, um monstro assassino! Tudo o que eu toco é corrompido pela minha alma torpe, e não quero que isso aconteça a você. Não quero macular sua pureza.

– Minha pureza, Erik? – Perguntou ela, compadecida – Eu passei três anos no ambiente mais sórdido que havia. Sofri todo tipo de violência que você possa imaginar. Fui chamada de noiva do Diabo. Matei um homem para fugir, e não me arrependo. Mataria novamente, se fosse necessário. Desprezo os seres humanos. Que pureza é essa, da qual você fala?

– De uma alma boa. Você não merece ficar presa a algo tão pérfido quanto eu.

– Ah, Erik – ela deslizou a mão por sobre a máscara – Você não é uma pessoa ruim – E ao ver que ele afastava o rosto de sua mão – Eu não vou tirá-la. No dia em que sentir pronto, você me mostrará seu rosto. Eu respeitarei sua vontade.

“Mais uma vez, diferente de Christine” – pensou o Fantasma, sentindo o toque dela, agora do outro lado de sua face.

– Erik, ouça-me: você não é uma pessoa ruim. – Ele a fitou, sentindo que seu peito estava prestes a explodir – Você é uma boa pessoa, a quem coisas ruins aconteceram.

– As mesmas coisas que aconteceram a você. Por que não vejo amargura ou rancor em seu rosto?

– Porque eu tive coisas boas, antes de meu sofrimento, e tenho agora. Eu tive uma mãe, e uma família no teatro. Tive amigos. Eu tive, e tenho outra vez, você. Você foi abandonado vezes demais, e ouviu vezes demais que era uma pessoa ruim, até acreditar nisso. – Ela o abraçou com carinho, deitando a cabeça em seus ombros. Ele retribuiu com cuidado, com medo de machucar-lhe as frágeis costelas quebradas.

– Como pode ter tanta certeza do que diz? Como pode pensar que sou uma boa pessoa? – Ele mergulhou o rosto na massa de ondas castanhas, sentindo-lhe o delicado odor.

– Bem, vamos ver: você me salvou quando eu era pequena, e outra vez agora, quando poderia ter deixado que eu morresse. Você só matou quando foi obrigado a isso. Você é um amante da arte, um criador, quando poderia odiar tudo o que é belo. Você teve Christine à sua mercê dezenas de vezes e, ainda assim, não a tomou pela força, mesmo quando não havia ninguém para impedi-lo. Você a deixou partir, ao perceber que ela amava Raoul. Preciso continuar, Erik? Você acha que um homem mau faria essas coisas?

Ele apenas suspirou. Por que aquela garota tinha tanta influência sobre si? Pela primeira vez na vida, ele sentia que, talvez, houvesse algo de bom em sua alma. Pela primeira vez, foi capaz de ver a si mesmo não como um demônio, mas como um ser humano. Ele fitou a moça diante de si, tão serena e confiante, e sentiu seus sentimentos entrarem num vórtice alucinante: desejo intenso, amor, medo, culpa, remorso, saudades. E a sensação que se tornara sua companheira nos últimos dias: a de que, a cada segundo que respirava o mesmo ar que aquela mulher, estava traindo Christine. Não conseguia entender por que tinha esse sentimento de fidelidade em relação à mulher que o abandonara, mas o tinha. Ela era seu Anjo, e ele a estava traindo.

Confuso, com a emoções gritando e lutando dentro de si, ele falou:

– Celine, eu não posso fazer isso.

Com um sorriso, ela disse:

– Erik, foi apenas um beijo. Um beijo maravilhoso, sim, mas apenas um beijo. Isto não muda nada! Eu gosto de você, Erik, e adoraria que você nos desse uma chance de nos conhecermos melhor. – Ela lhe tocou as mãos, causando um calafrio no Fantasma – Mas eu entendo que isso está acontecendo rápido demais. Eu mesma estou confusa com a velocidade de nossa aproximação, mesmo sem ter laços que me prendam. Eu entendo que, tendo amado Christine como o fez, você se sinta preso à memória dela.

– Como você pode, tendo passado pelo que passou, ser tão irritantemente boa?

– Não com todos. Só com aqueles que merecem. – E afagando o rosto do Fantasma – Não se sinta culpado por não se sentir livre. Eu estou aqui, e não irei embora – Ela reconsiderou – Bem, talvez eu comece a trabalhar no Opera Populaire – os dois riram – Mas é o mais longe que vou ficar de você, a partir de agora. Não tenha pressa, Erik. Eu não tenho; dê-se o tempo de que precisa. Eu também preciso de tempo, pelo menos até me acostumar a viver entre as pessoas novamente. – Erik a abraçou, sentindo as palavras dela acalmarem o turbilhão dentro de si – E então, Erik, quando estivermos ambos prontos, eu vou estar aqui.

Eles se afastaram um pouco, e ela terminou:

– Até lá, o que há entre nós não vai mudar.

– E o que há entre nós, Celine?

– Eu gostaria de poder definir. – Ela sorriu – Mas acho que fiz mais do que podia... Minhas costas parecem estar se rasgando. Preciso voltar para a cama.

Erik ia erguê-la nos braços, mas ela o impediu, dizendo:

– Não mesmo. Já exigi demais de sua boa vontade. Sou capaz de andar com minhas próprias pernas. – O máximo que ela se permitiu foi aceitar o braço que Erik lhe ofereceu e, ofegando a cada passo, caminhou até o quarto.

Ignorando os protestos de Celine, Erik levantou-a nos braços e deitou-a no leito, puxando os cobertores para cima dela. Ia se afastando para sair quando, após um segundo de hesitação, curvou-se sobre ela e a beijou. Mirando-a, explicou:

– Eu tinha de fazer isso. – E acariciando-lhe a face – durma bem.

Ele saiu do quarto, sentindo algo totalmente novo: uma serenidade que nada, nem ninguém, jamais lhe havia proporcionado.


Notas Finais


E aí? Mereço reviews?


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