História Our way of loving - Flashlight

Piper pov. 

O caminho até o lugar onde Alex me levou foi curto e em cerca de quinze minutos estávamos em frente a um lugar que me parecia um bar, muito bonito por sinal. A fachada era enorme  e muito bem iluminada, quando adentramos o local eu fiquei totalmente impressionada com o que via, o lugar era bem moderno, com um sistema de iluminação incrível, sem falar na decoração do lugar que exalava modernidade e bom gosto. Quando nos acomodamos em uma das mesas pude notar que bem de frente a nossa mesa havia um palco. O lugar era enorme porem o palco não tão grande. o lugar estava lotado quase todas as mesas ocupadas, e demos sorte de ter conseguido uma. Eu adorei.

- Então o que achou ? 

- É lindo, nunca tinha vindo em um desses.

- Costumava vim aqui mais vezes, mas com a correria mal da para ir no Joe´s. Quanto mais aqui.

- Estou ansiosa para começar a operar, ainda me sinto um pouco insegura, mas é tudo que eu mais quero.

- Vai demorar um pouco pra sua cirurgia solo, mas acredito que você vá conclui-la com sucesso, sabe Piper, eu estava olhando seu histórico na faculdade e, confesso que me bateu uma pequena invejinha. Nem o meu foi tão impecável. Com certeza vai se sair muito bem.

- Sempre procurei me dedicar ao máximo nos estudos, mas minha preocupação não é isso. O que eu tenho medo é de não conseguir ser uma boa médica, não ser forte o bastante, entende ? Quando você entra na SO você tem a vida de um ser humano em suas mãos, literalmente. É muita pressão, eu..Tenho medo de não conseguir segurar a onda.

- Olha Piper eu nunca falei isso pra ninguém mas, quando foi o dia da minha cirurgia solo eu não conseguia nem levantar da cama, parecia que todo peso do mundo estava sobre mim, toda essa pressão que todos nós passamos eu passei em dobro, pois na minha primeira cirurgia eu tive que operar o melhor amigo do meu pai e isso era horrível pois aquele homem tinha me visto crescer e eu tinha um apego muito grande por ele. Sem falar na pressão por eu ser filha do grande cirurgião chefe do hospital, todos esperavam muito de mim, mas eu era a única que não tinha toda essa confiança. Eu havia treinado o procedimento por semanas mas ainda assim não me sentia confortável para realiza-lo, então todos estavam me esperando naquela SO mas eu não apareci, então meu pai foi ao meu encontro e me fez acreditar que eu era capaz de fazer aquilo, ele não usou palavras como "Você deve fazer isso porque é uma Vause" nem muito menos que eu tinha a obrigação de salvar a vida do seu melhor amigo. Ele simplesmente me abraçou e me pediu para que eu fizesse isso, ele apenas disse que eu era capaz, e não porque era filha dele, mas porque ele via um futuro brilhante em mim. Depois disso eu entrei naquela SO disposta a dar o meu máximo, então foi isso que fiz,  levantei a cabeça e dei o meu máximo.

- Você conseguiu ? Quero dizer... A cirurgia, conseguiu salva-lo ?

- Bem, consegui, a cirurgia foi ótima, tudo ocorreu perfeitamente bem. Mas ele não resistiu e morreu dois dias depois, eu sabia que aquela cirurgia não seria o suficiente para que ele voltasse a ficar bem, sabia que era só uma questão de tempo...Só esperava que fosse tão pouco tempo- ela deu um sorriso fraco e abaixou a cabeça, acredito que estava tentando segurar algumas lágrimas que estavam por cair, agora pude entender o porquê dela ter ficado tão mal quando Bob veio a óbito, não foi apenas a morte, mas sim o jeito. Um tanto parecido com que havia acontecido no passado- Mas de qualquer maneira sei que você vai se sair muito bem, você vai acertar, errar, acartar de novo e errar novamente. Isso faz parte da nossa profissão mas o que eu posso dizer é para que não deixa que nada disso te faça desistir.    

- Obrigado

- Pelo o que ?

- Por aparecer na minha vida, por me fazer perder a cabeça, por ser você...

- Eu estou só começando... - ela me olha firme e da uma piscada, e eu continuo sem perder o contato visual. Sentindo que o clima começou a ficar tenso ela se preocupa em mudar de assunto e me pergunta o que eu vou beber, o garçom vem até nós.

- Uma margarita para a senhorita aqui, e uma vodka pra mim, por favor.

- É pra já senhora.

Alex pov.

Nossas bebidas chegaram e fomos levando uma conversa regada de margarita, vodka e claro muitas rizadas. De vez em quando eu parava de prestar a atenção no que ela falava só pra reparar em como ela era linda e como ficava mais ainda quando sorria. Eu adorava conversar com ela, tinha liberdade pra falar, e era impressionante a forma como me sentia a vontade de me abrir com ela. E assim seguimos a noite.

A música no local que antes estava sendo do sistema de som parou e percebemos a presença de um cantor no palco que ficava bem próximo a minha nossa mesa, ele se apresentou e começou a tocar canções diversas, algumas mais antigas, outras mais atuais. Até que começou uma música que chamou bastante nossa atenção, e a de Piper também. Era yellow da banda Coldplay, quando ele começou a cantar o primeiro verso me veio um filme com as lembranças daquela noite, de quando beijei Piper pela primeira vez. Ela estava estava concentrada com o olhar no palco, mas logo se virou pra mim com um sorriso que é capaz de encantar qualquer um.

- Lembra ? 

- Sim... esse dia... Piper me perdoa . Me perdoa por ter te deixado daquele jeito naquele dia, tudo que eu queria era ficar ali com você mas eu fui fraca, eu tive medo.

- Medo ?

- Sim medo, medo de me entregar a um sentimento novamente. Depois de tudo que eu passei eu jurei que nunca mais iria querer amar alguém novamente. Eu não queria me entregar novamente a tal sentimento, por isso fui embora daquele jeito.

- Queria ? Quer dizer que agora está disposta a se entregar a tal sentimento ? - os olhos delas brilharam ao proferir essa frase mas eu não queria iludi-la, eu ainda não estava a par dos meu sentimentos, não tinha certeza de nada. Minha unica certeza no momento era que eu estava com ela ali e agora e era isso que importava

- Piper eu.. Eu não sei ok ? Não sei de nada nesse momento eu tenho agido por impulso, viu ? é isso que você faz comigo, me faz querer está do teu lado, mas eu não quero te prometer nada que eu não tenho certeza se poderei cumprir. - ela deu um sorriso fraco, sei que essa não era a resposta que ela queria mas não havia nada que poderia ter feito a respeito. Não quero engana-la .A música acabou e  clima não estava tão leve quanto o de antes, ele cantou mais algumas músicas. Até que ele chamou algum voluntário para cantar com ele alguma música e para minha surpresa Piper se ofereceu me deixando sozinha na mesa, ela foi em direção ao palco e minha atenção se voltou inteiramente a ela. Ela falou alguma coisa com os rapazes que estavam tocando, acredito que combinando a música que seria tocada então ela se virou e me olhou, sorrio e assim a música começou.

When tomorrow comes i´ll be on my own 

Feeling frightened of the things that i don´t know      

when tomorrow comes, tomorrow comes, when tomorrow comes

i know the road is long, now i look up to the sky

And in the dark i found last hope that i won´t fly 

Then i sing alone, i sing alone, i sing alone

Ela olhava pra mim e cantava cada verso e eu já não posso medir o tamanho do meu sorriso, além de linda, talentosa, brilhante e ainda cantora. Eu com certeza devo estar com a maior cara de boba, mas eu não dou a mínima.

I got all i need when i got you and i 

I look around me, and i see a sweet life

i´m stuck in the dark but you´re my flashlight

You´re getting me , getting me through the night

I can´t stop my hearts when you´re shining in my eyes

Can´t lie, it´s a sweet life

i´m stuck in the dark but you´re my flashlight  

ainda mantendo o contato visual ela abre o sorriso mais lindo e canta o refrão 

YOU`RE GETTING ME, GETTING ME THROUGH  THE NIGHT

´CAUSE YOU`RE MY FLASHLIGHT

YOU`RE MY FLASHLIGHT...

Quando a música acabou todos a aplaudiram e eu só conseguia ficar olhando pra ela. Sem conseguir desviar o olhar por um segundo.

CONTINUA.....