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História Out Of Nowhere - Eu Durmo Muito


Escrita por: ODivergente

Capítulo 3 - Eu Durmo Muito


   - Felipe… Felipe… Felipe! - Despertei do transe com meu pai me chamando, mas ainda não conseguia assimilar o que tinha acabado de ouvir. Como não falei nada, ele continuou.
   - Você está bem? - Nesse momento senti uma onda de raiva que não consegui conter.
   - Ahh, claro pai, estou ótimo, afinal O FATO DA MINHA IRMÃ DE ONZE ANOS TER MORRIDO NÃO É NADA DE MAIS NÃO É? - Eu não sabia porque estava gritando, e sabia que não devia colocar toda a culpa em cima dele. Me arrependi de ter falado aquilo quando olhei para o meu pai e ele estava chorando, me senti muito mal, não só por ter falado desse jeito com ele, mas também pela minha irmã, finalmente a minha ficha caiu, minha irmã morreu, nunca mais vou vê-la.
  Naquele momento não sei o que aconteceu, mas eu comecei a ter dificuldade para respirar e meu peito começou a doer, não conseguia puxar ar suficiente para os pulmões, meu pai, vendo minha situação se desesperou e começou a gritar por ajuda. Depois disso, eu só lembro da enfermeira entrando no meu quarto correndo e injetando algo na minha perna, então apaguei.

  Acordei algumas vezes durante o meu sono, mas estava cansado até para abrir os olhos, mesmo assim pude ouvir uma conversa.
  - Ele precisa ir, é a ultima oportunidade para ele se despedir. - Ouvi a voz do meu pai falando com alguém, senti que estava falando de mim, mas, ir pra onde?
  - Ele não pode sair do hospital nessas condições. Está se recuperando da cirurgia, e você não ajudou dando a má notícia pra ele, isso só agravou sua situação. - Falou uma voz grossa, não consegui reconhecer de quem era, provavelmente do médico que me operou.
  - É o velório da irmã dele, ele tem que ir! - Meu pai falou com irritação na voz. O enterro? Já? A quanto tempo estou nesse hospital? Só se pareceram algumas horas.
  - Não posso ajudar, ele não está em condições de ir a lugar algum, e só poderá sair do hospital quando receber alta. - Falou o provável médico, então o cansaço me atingiu como uma pedra e caí no sono sem terminar de ouvir a conversa.

Quando despertei não vi meu pai, mas um doutor estava lá, quando ele notou que eu tinha acordado tentou puxar papo comigo.
  - Olha só se não é meu paciente mais forte acordando, sabe garoto, muitas pessoas não resistiriam ao que você passou, você é muito forte sabia? - reconheci a voz dele da conversa do meu pai, mas não queria nem um pouco conversar então simplesmente falei:
  - Legal, quando eu vou sair daqui? -  perguntei, porque ja estava cheio daquele quarto branco.
  - Apressadinho você viu? Mas não se preocupe, se as coisas continuarem bem em um ou dois dias você ja poderá ir pra casa. -  Fiquei calado. Um tempo depois dele falar isso a enfermeira entrou com uma bandeja de comida pra mim e ele saiu do quarto. O resto do dia eu passei olhando pro teto do quarto e desejando poder quebrar aquela máquina irritante que não parava de bipar.



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