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História Out of sight, out of mind - Garotas boas também bebem


Escrita por: TiaHira

Notas do Autor


Eu sou igual aquelas tias que de tempo em tempo mostra a cara pra não esquecerem de mim (e as vezes para pedir dinheiro AUHUSAHU sqn). Até que enfim postei essa fic, tava esperando a minha onda de surtos pelo último cb passar.

Sobre a fanfic, ela é bem diferente do que eu costumo fazer, não sei se vão notar. Mesmo não shippando as duas eu achei que seria muito fofo, ainda mais depois de ver o cuidado que a LE tem com a Hyerin. É muito bonitinho! Eu espero que gostem, boa leitura. <3

Capítulo 1 - Garotas boas também bebem


Com todo aquele barulho, tudo o que se podia ouvir era o estrondo das caixas amplificadoras, que naquela hora, davam a impressão de que estavam prestes a explodir. Tornei a andar por todo o local em busca de uma distração adequada, tudo o que eu queria era espairecer, nem que fosse enchendo a cara no bar mais próximo. Parei num balcão, onde vi muitas pessoas ao lado se pegando e me sentei num banco de uma fileira vazia, pedi uma bebida fraca para o garçom que prontamente aceitou o pedido e, pareceu ponderar sobre qual seria a menos “vou te deixar loucona só com um gole” dentre as bebidas na prateleira. Era errado, eu nas minhas condições, estar bebendo para esquecer qualquer incomodo que eu possa ter? Bem, eu não sei. Sabendo o que estou passando, beber já era quase a única coisa que restava fazer.

Cada dia estava se tornando mais difícil, as dores de cabeça, tonturas, náuseas... E por mais que eu já tenha tentado dar um jeito, tudo sempre voltava maior e pior na minha vida. Esfreguei a ponta dos meus dedos delicadamente para tentar “acordar” desses meus pensamentos ruins. Fiquei parada esperando minha bebida por um bom tempo, só pensando. Boa ou ruim, aquela ideia estava me distraindo como eu queria. O garçom depois de tanta demora, finalmente chamou minha atenção com meu copo de felicidade. Peguei o recipiente pronta para mandar ver pela primeira vez em anos, quando senti um arrepio e uma voz acompanhada de um hálito quente no meu pescoço.

– Não achei que garotinhas boas bebiam tanto. – se pronunciou pegando o copo de minhas mãos e se sentando à minha frente, carregando seu típico sorriso desafiador no rosto. – Então, o que faz aqui? Pensei que você tivesse hora para dormir.

Olhei Hyojin com indiferença e peguei o copo de suas mãos. Eu que pago e ela bebe? Só que não.

– Caso você não saiba, eu ia só beber essa e ir embora. – respondi dando um gole curto. Hyojin sempre pareceu o tipo de pessoa que jogava na cara das pessoas o que elas faziam e como aquilo ia contra o que essas pessoas diziam. Mas creio que é só um jeito dela mostrar que se importa, já que ela fazia isso quando alguém estava errado.  – E também, esse é o primeiro copo. – ela riu soprado pedindo o mesmo que eu, só que com dose de álcool extra.

– Primeiro de muitos. – Hyojin sussurrou antes de beber, de forma que era possível eu ouvir. Estapeei seu braço. – Você sabe que estou brincando. Até porque, sabendo como você é, te ver bebendo é quase um evento!

– Eu sei, só não deu pra evitar. Essa é a forma mais normal que as pessoas fazem para poder se distrair. – falei olhando o resto do líquido no copo e deixando um suspiro escapar.

– E qual é a forma “anormal”? – fez aspas com os dedos e eu apenas ruborizei, fazendo com que Hyojin tivesse sua resposta sem nem mesmo precisar de palavras. – Deixa, já entendi. – riu alto enquanto espalmava suas mãos. – De qualquer jeito, eu tenho que ir. Se eu tomar mais uma vou acabar acordando em algum lugar estranho. Você vem? Bebeu o que tinha de beber e, é melhor não exagerar.

Eu só aceitei, ela tinha razão para começo de conversa. Paguei minha conta – e a dela, que cara de pau! – no bar e fomos em direção a entrada do clube. Chamando o primeiro táxi que aparecesse em nossa frente. Ambas de nós havia bebido, dirigir com certeza não era recomendável. Depois de um tempo que entramos no carro eu já estava considerando a ideia de ir com ela muito ruim, pelo contrário do que se parecia, Hyojin e eu normalmente não nos falávamos muito. Talvez por timidez minha, ou por desinteresse dela. Então usando suas palavras, vê-la conversando comigo era um evento! Ficamos quase o caminho inteiro afastadas, cada uma olhando pela janela. Ficou desse jeito até que ela puxasse assunto comigo, nada importante. Apenas uma conversa agradável para nós duas e que fosse o bastante para aguentar até o momento em que nos separaríamos.

Chegamos ao nosso primeiro destino, minha casa. Eu morava a uma quadra do apartamento dela, então logo ela sairia também. Fiz menção de pegar minha carteira na bolsa mas no mesmo momento ela segurou minhas mãos e disse que pagaria. Não adiantaria negar, pois ela já estava decidida, e com ela era isso e pronto. Felizmente eu era uma pessoa boa com negociações, disse que pagaria metade e ela a outra. Estaríamos quites dessa forma. Mas ela acabou por abrir uma exceção, ela desceria comigo e iríamos andando até minha casa, onde nos despediríamos. Eu aceitei.

Cada uma foi pagando sua parte e saindo do carro. E juntas fomos andando, a rua estava bem silenciosa. Poucos carros e as luzes dos postes ligados iluminando as calçadas, e era relativamente cedo.

– Então, aonde você mora? – Hyojin perguntou colocando suas mãos dentro de seu casaco e observando o céu. – Até agora só sei o nome do bairro, mas não sei qual a casa.

– É aqui perto, mas, por que você quis vir comigo? Era só me deixar descer. – perguntei olhando em sua direção, ela continuou observando o céu.

– O que? Não queria a minha companhia? – Hyojin virou o rosto pra mim e riu sendo irônica.

– Não! Não é isso. – respondi alto com uma voz arrastada e irritada. – Como você pode pensar algo assim? – reclamei fingindo desgosto, e Hyojin riu soprado me abraçando de lado.

– Desculpe, mas você é engraçada quando está brava. Aliás, como você ousa falar assim com uma Unnie?  – ela puxou minha bochecha e eu franzi o cenho, as pessoas costumavam fazer isso com muita frequência. Mas ainda assim, com ela parecia menos chato. – Eu decidi vir porque eu tenho uma amiga que mora próximo a você. E por que eu iria querer ir depois e sozinha, sendo que posso ir com você?

– Faz todo o sentido. – demonstrei um pouco de decepção, sorte que falei mais para mim do que para ela. – Então, você ficará por lá? – perguntei mais uma vez e ela assentiu positivamente.

– Sabe, eu sempre quis te perguntar isso... – Hyojin falou do nada um pouco pensativa. – De todas as vezes que eu te vi, acho que em todas você estava de óculos escuros. Está de noite... Pra quê está usando?

– Eu amo óculos escuros. – falei ajeitando os óculos e rindo baixo logo depois.

– Ah por favor, fala sério. – ela levantou o braço como se fosse me bater.

– Mas eu estou falando sério... Em parte. – disse me recompondo. – E eu fico sem eles, você só não percebe. – falei acabando o assunto.

– Se você diz...

Não quis falar mais nada, fiquei calada quase todo o percurso. Paramos na frente de minha casa e ela fez uma piada sobre eu ser rica. Avistei minha casa e então voltei a olhá-la tentando entender a piada. Na frente da residência, Hyojin sorriu dizendo que nos veríamos em breve, bagunçou meu cabelo e disse que me esperaria entrar para ir embora. E assim o fez, assim que entrei vi Hyojin tomar seu caminho na rua da esquerda da minha casa.

Suspirei e tirei os óculos. Já não teria problema uma vez que eu estava só. Deixei todas minhas coisas de lado para poder pegar meu cachorro no colo, agradá-lo e então servir sua comida. Ele estava sozinho a muito tempo, devo ser uma dona ruim.

– Kkomul, perdoe a mamãe. Ela está muito estressada ultimamente, okay? – falei para o animal que me olhou confuso, e se apressou em devorar sua ração. – Você parece querer esticar as pernas. Quer andar um pouco depois de comer?

Perguntei olhando para ele, parecia tão alegre. Bati uma mão na outra e me levantei para trocar a roupa por algo mais confortável e saí para uma caminhada com o Kkomul. Era bem tarde da noite quando saímos, bem mais do que eu normalmente costumo ficar acordada. As ruas estavam ainda mais desertas que antes, mas também, mais bonitas. Após uma caminhada por algumas ruas – e ter parado algumas vezes para o cachorrinho fazer suas necessidades. Droga kkomul! –, fui o guiando de volta pra casa, acho que isso daria para compensar os dias que tenho deixado ele um pouco de lado.

Eu sabia muito bem que chegando em casa eu provavelmente não comeria muito, mesmo estando com fome, a preguiça estava se tornando maior. Desculpe mãe e pai, eu sei que vocês brigariam por eu comer besteira pra janta. Pensei ao parar numa lojinha que havia ali, se eu comprasse uns salgados e um suco daria para aguentar a noite. Deixei o animal preso numa barra de ferro que estava no chão e entrei rápido para comprar meu lanche.

– Fique aqui, daqui a pouco eu volto, ok? – passei minha mão em sua cabeça e ele começou a latir depois que fui embora.

Era bem pequeno o lugar, tinha basicamente três alas: De limpeza, comida e frios. Num cantinho na parede havia uma prateleira com sachês para animais. Fui passeando pelos corredores ainda procurando o que eu queria. A primeira coisa a achar foi o suco, já que eu avistei assim que entrei no estabelecimento. O meu cachorro ainda estava latindo, dava para ouvir de onde eu estava. Um funcionário até me disse para fazer ele parar, só que eu estava fazendo compras. Logo iria sair de qualquer forma.

Cheguei nos alimentos e peguei alguns salgados e depois no final do corredor, apanhei um pacote de biscoito para cães, eu precisava me redimir com o Kkomul. Depois de tudo ser pego, fui andando até o caixa mais próximo. Dei uma olhada pela porta de vidro enquanto o rapaz colocava tudo nas sacolas e estranhei uma coisa na mesma hora. Cadê meu cachorro?

– Kkomul? – já segurando uma das sacolas, encostei minha cara no vidro para olhar melhor. Ele não estava lá. E o prêmio de pior mãe do ano vai para...? – Meu Deus do céu, cadê esse cachorro?! – gritei abrindo a porta e correndo para fora, olhando para todos os lados a procura dele.

Fui correndo mais alguns passos da loja e de longe pude ouvir uns latidos, só podia ser ele. Tinha que ser, apressei os meus passos para ver se conseguia seguir aqueles latidos altos pela vizinhança, era só o que me faltava, uma caçada não estava nos meus planos.

– Ei! Moça! Você tem que pagar, ou então chamarei a polícia! – ouvi um senhor gritar da loja com as mãos para cima em forma de raiva e vindo em minha direção.

– Olha a minha cara de quem se importa! Eu quero o meu cachorro, daqui a pouco eu volto! – gritei ao longe, olhando para trás. Os latidos aumentaram e a essa altura eu já conseguia ver meu cachorro correndo como um louco atrás de um gato laranja. – Kkomul, deixa esse gato em paz! – fui gritando, mas que teimoso! Ele nunca me obedecia completamente, não era novidade me ignorar agora.

– Garota! É melhor você parar aí e devolver essas coisas! – o senhor ainda corria atrás de mim, de onde ele tirava aquele fôlego? Me perguntei parando para respirar um pouco. Por favor aulas de educação física, não me falhem agora.

Eu correria atrás do Kkomul, mas parecia que dali eu não conseguiria sair, pelo menos o cachorro já tinha parado de correr. Estava apenas rosnando para debaixo de um carro estacionado, provavelmente o gato estava lá. E não, eu não costumo sair correndo sem pagar. Aquele cara que não deve ter ido com a minha cara, eu sempre paguei tudo certo. Eu já tinha parado para respirar e ia continuar andando se minha cabeça não começasse a latejar.

Tudo começou a girar, não demorou muito para que os mesmos sintomas ficassem me perseguindo novamente. Por favor, agora não. Pensei começando a andar novamente, desmaiar no meio da rua? De madrugada? Parecia perigoso demais para mim. Ainda que minha vontade fosse chegar em casa sã e salva, cada passo em falso e náusea fazia com que minha visão ficasse ainda mais turva. E foi assim que fiquei, cada vez mais escuro, até chegar ao ponto em que eu ouvisse um som alto seguido de uma dor nos meu braços, mão e perna. Eu caí, do nada minhas pernas falharam. Vi Kkomul assustado vir correndo em minha direção – assim como o senhor que ainda estava atrás de mim –. Quando eu iria imaginar que em uma noite eu iria a uma festa, faria uma maratona de caça ao cachorro e possivelmente seria presa? Minha cabeça doía muito, ainda mais com o senhorzinho ainda gritando do outro lado da rua.

 – Hyelin...? Hyelin!


Notas Finais


Até a próxima, obrigada por lerem meus amores.<3


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