História Outras Razões Pra Ser Feliz - Apenas amigos

             POV.Mônica

O trajeto de volta pra casa foi bem divertido, e Cebola me fazia rir muito.

Depois que cheguei em casa, encontrei meus pais, que fizeram questão do Cebola almoçar conosco, na nossa mesa.

Durante a tarde, depois de acompanhar minha mãe em uma de suas séries, já que meu pai estava trabalhando, sentei - me em uma mesa perto da piscina, conversando com Magali, que veio me visitar.

— Mônica, o Cebola não ficou nem um pouco constrangido depois do beijo? — ela perguntou. Eu tinha falado do jogo de sedução, mas não que eu fingiria que não lembrava do beijo.

Olhei para os lados, me certificando de que Cebola não estaria por perto, mas eu sei que não estava, já que minha mãe pediu pra ele assistir a série com ela, e vai ser difícil ele sair de lá.

— Na verdade... Eu fingi que não lembro de nada.

— Por que você fez isso?

— Sei lá... Eu estava pensando em fazer um jogo de sedução com ele, mas depois desistir, lembra?

Mas acho melhor assim, do jeito que ele é respeitador, iria ficar totalmente constrangido com isso toda vez que olhasse pra mim.

...

             POV.Cebola

— Cebola querido, onde vai? — Dona Luiza perguntou, quando me levantei do sofá.

— Beber uma água, já volto. — falei.

Ela havia me pedido pra assistir uma série de suspense com ela e eu aceitei de bom grado.

Grande erro!

Toda vez que acontecia uma coisa que ela se surpreendia, começava falar sem parar, dizendo que nunca imaginou que aquilo aconteceria.

Dona Luiza é muito legal, mas eu não consegui aguentar e resolvi sair.

Andei pelo jardim, e vi de longe Magali e Mônica, cheguei perto pra poder cumprimentar as duas, mas ao ouvir uma coisa, parei imediatamente.

— Mônica, o Cebola não ficou nem un pouco constrangido depois do beijo? — perguntou. Como ela sabia do beijo? Eu não era de escutar a conversa dos outros, mas eu precisava escutar essa.

Mônica olhou para os lados, antes de responder.

— Na verdade... Eu fingi que não lembro de nada.

— Por que você fez isso?

— Sei lá... Eu estava pensando em fazer um jogo de sedução com ele, mas desisti lembra? — Mônica disse.

Perai... O quê?

Então ela estava pensando em fazer um jogo de sedução comigo?

— Eu fiquei muito feliz que você desistiu dessa ideia maluca. — Magali disse.

— É... Eu percebi que ele é um bom amigo. — falou.

Agora eu sou amigo dela? Pelo jeito a mudei mesmo... Um pouco.

Sai dali, e voltei pra dona Luiza, que parou de assistir a série e colocou um filme de romance. Sentei ao lado dela para assistir novamente. O filme passou, mas eu não prestei atenção, estava com a cabeça longe.

Eu só queria saber... Gostar de ver o sorriso da Mônica, olhar seus olhos, e ouvir sua risada como se fosse a mais linda melodia...Isso são coisas que amigo gosta de fazer quando está com o outro certo?

            POV.Mônica

No fim da tarde, Magali foi embora. Quando eu ia saindo do jardim e entrar dentro de casa, vi Cebola indo embora também, mas quando ele me viu, me olhou com uma expressão indecifrável e fez um gesto pra mim ir até ele, o que eu fiz

— O que foi? — perguntei

— Jogo de sedução é? — ele me respondeu com outra pergunta e com um sobrancelha erguida.

O que será que ele quis dizer?

— Como assim? — falei confusa, espero que não seja o que eu estou pensando.

— Vou ser sincero com você. — disse — Sem querer, ouvi sua conversa com Magali!

Ai.Meu.Deus!

— Como é?! — bradei.

— Por que desistiu do tal " jogo de sedução "? — perguntou fazendo aspas no ar, coisa que eu odeio quando fazem comigo.

— Bom, é que... — Ah, ele sabia mesmo, não adiantava mais enrolar. — Eu ia fazer pra me divertir, como sempre faço com alguns garotos...— me senti muito má falando isso em voz alta — Mas depois percebi que você não é qualquer um, e que seria melhor ser meu amigo do que qualquer ficante meu.

Ele me olhou por um tempo, e cheguei a pensar que estava com raiva e que nunca mais olharia pra minha cara.

— Por que fingiu que estava bêbada e que não lembrava de nada?

— Porque eu sabia que você ficaria sem jeito toda vez que olhasse pra mim. — expliquei

— Como agora? — disse rindo — Estou surpreso por falar que agora sou seu amigo.

— Também estou — falei — Amigos? — estendi a mão pra ele, que retribuiu e aquele formigamento dos infernos começou.

O vi se afastar e não me contive em falar.

— Ainda não trocou o sabonete vagabundo?! — gritei e o ouvi rir

...

Pela manhã, sai um pouco pra uma caminhada com a minha mãe. Ela faz exercício um dia sim e um mês não.

Não gostei nem um pouco de acordar 5:20 da manhã, mas de manhã é melhor que a tarde e acho que consumi mais carboidratos do que o normal.

Acabado nossa caminhada, me arrumei pra mais um dia chato na escola, que não é tão chato assim por conta da Denise que me diverte.

...

— E ele finalmente tomou coragem e me chamou pra sair! — Denise disse, toda feliz.

No intervalo da escola, por conta do barulho dos outros alunos, podemos falar a vontade e ninguém irá ouvir.

— Que legal Dê! — Magali disse — Quando vai ser?

— Vamos marcar um dia, mas sei que não será no fim de semana por causa do trabalho dele.

Continuamos a conversar, e percebi como Denise estava boba. E mesmo sem ser do seu feitio confessar o que sentia, ela falou que adorava olhar os olhos dele, quando ele a tocava — mesmo que não tenha sido muitas vezes — sentia - se segura e queria ficar perto dele toda hora.

Acho que ela está apaixonada. Estranho... Sou — agora — amiga do Cebola e o que ela sente por Xaveco são quase os mesmos sintomas que tenho com o Cebola.

Bom...Vai ver é porque ficamos muito amigos. Com certeza só amigos meus conseguem me convencer a sentar no chão pra um piquenique como no outro dia.

       Somos apenas amigos...Nada mais!