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História Outro Mundo - Exigindo a verdade


Escrita por: KateMoura

Notas do Autor


Capítulo curto porém super importantíssimo

Capítulo 17 - Exigindo a verdade


    Corri em direção ao prédio dos morois, que era onde Christian estava com Lissa. Cheguei e ela estava perto de uma árvore, quase desmaiada e com Christian ao seu lado.

  -Preciso levar ela para o prédio dela, lá eles têm fornecedores. Ela está fraca e precisa de sangue.

    Eu acenei positivamente e ajudei Christian a reerguer Lissa, na verdade eu só dei minha mão para ela segurar porque ele tinha força suficiente para sustentá-la.

  -O que foi aquilo? - Eu perguntei atônita após alguns segundos de silêncio.

  -Eu não sei. - Eu olhei para Christian e ele realmente parecia confuso.

  -Foi parecido como quando a gente se encontrou - Lissa balbuciou - As sensações foram as mesmas, mas a sua foi mais intensa. Você estava lá na hora? Você sentiu?

  -Sim, foi estranho e mágico ao mesmo tempo. - Eu fiz uma cara pensativa.

    Senti uma pequena irritação subir para a minha cabeça porque eu sabia que de algum modo Dave tinha uma informação importante. Ele sabe alguma coisa sobre esse laço e eu acho que tem mais a ver com Lissa do que comigo. É confuso mas eu sei que Dave esconde algo. E eu vou descobrir.

    Levamos Lissa para a sala dos fornecedores e eu tentei não achar aquilo nojento e doentio. Humanos viciados nas endorfinas que a mordida de um vampiro proporcionava. Eca. Depois que Lissa terminou de se alimentar, ela se sentia debilitada, mas ela não falou isso, eu vi pelo laço. Não era uma coisa muito boa dentro dela. Christian não pôde nos acompanhar até o dormitório, então eu fui sozinha com Lissa mas pedi que ele me esperasse lá fora.

  -Você curou aquele corvo. Igual você fez comigo com o roxo, e... - Eu não queria falar nada, as teorias ainda se formavam na minha cabeça. Merda! Acho que isso tudo é só a ponta do iceberg.

  -Mas ele já estava quase morto. - Lissa me olhou profundamente - Pelo menos ele parecia.

  -Talvez só uma asa quebrada. - Eu suspirei - Daqui a pouco Natalie chega, acho que já vou. Combinei de encontrar o Stan para ele me passar algumas leituras.

  -Você realmente está agindo como se estivesse treinando para ser uma Guardiã. - Ela riu mostrando as presas, e eu notei que já não me assustava, mas ainda achava um pouco estranho.

  -Eu tenho que me misturar. - Eu ri de volta - Os instrutores estranham minhas faltas de habilidades, principalmente na parte teórica, já que na parte corpo a corpo eu estou dando um jeito com Dimitri.

  -Como ele é? - Lissa perguntou curiosa - Eu sei da fama de Deus dele. A própria rainha designou ele para mim. Achei desnecessário porque eu ainda estou na responsabilidade da academia.

    Lissa não estava falando aquilo para se gabar, ela só realmente achava desnecessário.

  -Ele é bem rígido. - Eu disse tentando me manter profissional - Dê graças a deus por você não ser eu. - Eu ri e ela me acompanhou.

    Eu e Lissa já estávamos bastante próximas, mas acho que falar para ela que eu estava apaixonada pelo seu guardião, e que nós ficamos perigosamente perto um do outro no dia do vestiário e que rolou um clima entre nós agora há pouco, seria informação demais, e também para todos os efeitos ela achava que eu estava interessada em Mason. Eu queria estar interessada nele, mas não estou.

    Depois de garantir que ela ficaria bem, e de assegurar que qualquer coisa era para ela me chamar pelo laço, que eu não manteria bloqueado, eu a deixei com Natalie e desci para encontrar Chris.

    No caminho não pude deixar de me sentir triste por não poder dividir uma confidência com alguma amiga. Eu poderia dividir mil segredos com Lissa, mas aquele não era o certo. Aquele era um segredo que nem para Cassie ou Ash eu teria coragem de contar, talvez Cassie. Parei meus pensamentos quando avistei Christian. Ele estava sentado em um banco, com sua pele pálida praticamente reluzindo no sol, ele devia estar incomodado, mas acho que dava para aguentar um sol fraco. 

  -Ela está melhor? - Ele perguntou me encarando com aqueles olhos azul gelo exalando preocupação.

  -Está. - Eu tentei lançar um sorriso para o tranquilizar. Acho que foi o primeiro sorriso que eu soltei para ele sem ser irônico - Eu a distraí por um tempo.

  -Aquilo foi bizarro. - Ele disse ainda sério - O pássaro estava praticamente morto. Eu sei que ela faz isso com plantas e alguns arranhões, mas exigem grande esforço dela. 

  -Isso é comum? - Eu disse olhando para baixo e mordendo o lábio - Vamos sair daqui. O sol deve estar incomodando você. 

    Fomos para o pátio que abrigava poucos alunos, já que o toque de recolher tocaria em 10 minutos. 

  -Não é comum. - Ele disse passando as mãos nos cabelos pretos e por um momento ele pareceu frustrado - Eu tentei achar algo em livros mais antigos, mas a edição mais antiga que tem na biblioteca é de 1910 e não fala nada sobre habilidades Morois. 

  -Você namora com ela há quanto tempo? - Eu perguntei tentando desviar do assunto e já imaginando o que eu iria fazer para conseguir as informações corretas. 

    Rosemarie Mazur não é nenhuma burra. Pobre do velhote e do Dave, e ocasionalmente, minha mãe, que pensaram isso.

  -Não muito. Dois meses. Por quê? - Ele parecia confuso. 

  -Isso explica porque Mia não para de deixar ela em paz e também porque vocês sempre são os motivos de fofocas nos corredores. Ainda é recente. - Eu falei casualmente. 

  -Lissa andava com a elite da realeza antes. Eu sei que você já ouviu sobre os meus pais - Por um momento o olhar dele ficou sombrio - E as pessoas daqui são idiotas o bastante para acharem que eu sou igual a eles. Então quando nós assumimos...

  -É, eu devo imaginar. Bem polêmico. - Eu o interrompi - Eu vou ativar o meu lado Mazur e vou ligar para o meu pai. Vou ver se ele consegue alguns livros Morois com edições mais antigas. 

  -Ele consegue isso? - Eu pude ver um fio de esperança passar no olhar dele - Quando eu me aproximei de Lissa, há cinco meses, ela estava confusa com as habilidades dela e não conseguia se controlar, ela as vezes ficava tão frustrada que chegava a ficar deprimida. Nós nos esforçamos tanto para achar algo e nunca encontramos. 

  -Chris, - Eu sorri - Abe Mazur consegue tudo o que ele quer, e eu também. Não se preocupe. 

    Ele acenou e nós nos despedimos de um modo meio desajeitado. Foi a primeira vez que conversamos como pessoas civilizadas e não trocando farpas e frase irônicas. Nós não nos odiávamos de verdade, apenas tínhamos personalidades parecidas e ele ficava enciumado por Lissa me dar mais atenção as vezes.

    Voltei para o meu quarto e no caminho eu vi Dimitri caminhar calmo para o prédio dos guardiões. Ele não me viu pois eu estava longe, e acho que se ele me visse eu estaria encrencada porque o toque de recolher já tinha sido ativado há alguns minutos. 

  -Hathaway, você está atrasada. - Eu ouvi a voz de Stan assim que eu entrei na recepção do meu prédio. 

  -Eu sei, Stan. - Eu revirei os olhos - E acredite, dessa vez eu tive meus motivos. 

  -É Guardião Alto! - Ele demonstrou um pouco de raiva. Pelo amor de Deus, que homem chato - Aqui está aqueles papéis que você me pediu. Se tiver dúvidas, me procure, senão não tiver, me entregue um relatório de tudo.

  -Ok, obrigada. - Eu peguei os papéis das mãos dele e suspirei. 

    Ele nem se despediu e foi embora assim que eu terminei de falar. Revirei os olhos e xinguei baixo. Fui para o meu quarto e olhei para os papéis "Técnicas de proteção Moroi em lugares públicos" Bufei e deitei na minha cama cansada. Fechei os olhos e por um momento me perguntei como a minha vida foi ficar assim. 

    Após alguns minutos pensando em coisas inúteis, eu me levantei e peguei o celular que eu tinha escondido na minha gaveta, e isso fez eu lembrar que eu esqueci meu iPod no ginásio.

  -Droga... - Gemi desgostosa. 

    Olhei para os meus deveres das matérias normais, e que realmente importavam para a faculdade, e para os de guardiões, que não importavam. Eu devia deixar os dos guardiões de lado e me focar nos deveres das matérias comuns, mas bem... De algum modo eu não queria. E era legal aprender coisas de guardiões, mesmo que eu não fosse usá-las. 

    Respondi algumas mensagens de Dave e fui tomar um banho e organizar minhas ideias. Primeiro: Eu tinha que falar com o meu pai sobre Lissa. Dave disse que eu quase morri afogada e o laço com Lissa se formou quando eu estava em um hospital. E ela tinha essa habilidade de cura. Aí tinha. O velhote sabia de algo, senão não teria me viciado em remédio controlado. Segundo: Eu tenho que organizar meu tempo entre as matérias de verdade e as tarefas de guardião. Terceiro: Eu não posso enlouquecer. 

    Saí do banho e coloquei um conjunto de moletom preto confortável. Já fazia um mês que eu estava aqui e cada dia ficava mais frio. Não quero nem imaginar minha situação no inverno. Saudades praia de Santa Monica. 

    Enquanto eu mandava um e-mail para a minha mãe, eu chequei Lissa e aquela instabilidade dela ainda continuava lá. Eu não sabia o que era aquilo, era como se ela estivesse deprimida ou algo negro estivesse dentro dela. Não era algo grande nem nada, mas com certeza não era algo bom. Terminei de escrever o e-mail na esperança de que ela me respondesse amanhã. De todas as pessoas que eu sentia falta, minha mãe com certeza era a última por ser a pessoa com quem eu tenho menos contato, mas ainda assim é bom conversar com ela por mensagens. Praticamente foi assim a vida toda. 

    Peguei o celular e liguei para o meu pai. O número dele era o segundo na discagem rápida, sendo o primeiro de Dave e o terceiro da minha mãe. Eu não ligava muito para a minha mãe pois eu falava com ela por mensagem, e uma vez por semana ela tirava um tempo precioso para falar comigo via Skype, quando a escola disponibilizava. 

  -Kiz? - Meu pai falou do outro lado da linha - Aconteceu algo? Eu disse que era para você usar esse celular só em emergências. 

  -Eu sei. - Eu disse tentando organizar meus pensamentos - E isso é uma emergência. Como você está? 

    Eu não queria falar logo de cara, até porque eu sabia que não ia ser fácil arrancar algo de Abe, mas eu também sentia saudades do meu pai. Fazia quase um mês que eu não o via e eu estava começando a me sentir perdida. 

  -Eu estou bem, e você? - Ele disse calmo mas passou para um tom de deboche - Estava com saudades do seu baba? 

  -Talvez, velhote. - Eu revirei os olhos - Como estão todos? - Eu não percebi, mas a minha voz estava embargada e eu segurava o choro. 

  -David tem viajado bastante procurando por pistas. Ana ainda continua em Los Angeles apenas aguardando sua chegada. Pavel ainda continua sendo Pavel. Joe, Paul e os outros estão fazendo alguns serviços para mim. 

  -É... Que bom, né? - Eu tentei me esforçar para não chorar - Agora que eu sei que você é um mafioso, mantenha meus seguranças fora de perigo nesses serviços. Não sei se você se lembra, mas eles são a minha família. 

  -Claro que são. - Ele falou calmo - Não se preocupe, eles são ótimos e estão fazendo isso pela sua segurança. 

  -Eu sei. - Eu sorri e alguns flashes vieram na minha cabeça - Onde você está? 

  -Agora? Estou na Rússia resolvendo alguns assuntos, daqui há três dias volto para a Califórnia para resolver assuntos do mundo humano. 

  -Rússia? - Foi tudo o que eu absorvi - Dimitri é russo. - Eu sorri involuntariamente.

  -Sim, Kiz. Conheço os Belikov e eles são gente boa. 

  -Conhece? - Eu estremeci - Quer dizer que há pessoas na família dele que estão envolvidas nesses negócios de vocês? Ou ele?

  -Não. - Meu pai riu e depois debochou - Mas eu adoraria ter o Belikov trabalhando para mim. Se você conseguir convencê-lo... 

  -Sem chance, velhote. Deixe o Guardião da minha amiga quieto. - Eu ri. 

  -Rose, o que você realmente quer? 

  -Eu quero a verdade, pai. - Eu soltei aquilo e todo aquele nosso momento de descontração se foi - Eu sei que há mais por trás disso. Lissa me contou que eu fui compulsada para esquecer que eu já estive em um hospital da corte, que foi onde nós nos encontramos. Dave me disse que eu fui atacada por um Strigoi e eu quase morri afogada. Tem alguma coisa aí e eu sei que o senhor sabe, então pare de me esconder as coisas porque eu vou descobrir de um jeito ou de outro. 

  -O que o imbecil do David te falou? - Ele parecia com raiva do outro lado da linha. 

  -Ele falou uma meia verdade, agora eu quero ela toda! Lissa tem habilidades de cura, pai. 

  -Como? - Ele falou depois de um breve silêncio. 

  -Ela curou um roxo meu que eu ganhei nas aulas de combate, e hoje curou um corvo que já estava praticamente morto! - Eu disse e senti uma irritação por estarem me escondendo a verdade - Eu estava lá, na cabeça dela! - Eu gritei - Eu sei que aquilo foi real e o senhor sabe de algo! Eu sei que é algo importante senão o senhor não teria me viciado em remédios controlados! 

  -Kiz, se acalme! Você está bem? - Ele realmente parecia preocupado pelo seu tom de voz, nas no momento eu só queria extravasar. Eu me sentia irritada.

  -Não, Baba. Eu não estou bem! - Eu o chamei de pai pela língua natal dele, que era uma coisa que eu raramente fazia - Como você realmente acha que eu me sinto? Eu me sinto perdida! E vocês me escondendo a verdade ainda piora tudo. - Eu senti as lágrimas rolarem - Se você não me contar a verdade, eu descubro sozinha. 

    Houve um momento de silêncio do outro lado da linha, achei que ele tinha até desligado quando se pronuncia novamente:

  -Espere alguns dias e eu encontro você na sua escola, e diga para a sua amiga parar de curar as coisas por aí. 

  -Como? - O que o fato da Lissa curar ou não as coisas influenciavam na minha vida? 

  -Não me questione, garota. Nos vemos em alguns dias. Tenho que ir. Beijos.

  -Beijos, velhote. 

     Eu desliguei o celular e o coloquei de volta na gaveta. Fiquei andando de um lado para o outro enquanto eu procurava montar as peças desse quebra cabeça. Por que ele pediu para Lissa parar de curar as coisas? Ele sabia de algo e pretendia esconder de mim! Ele escondeu a verdade de mim a vida toda!

    Falando em Lissa eu chequei ela novamente e vi que ela estava bem, aquela instabilidade tinha desaparecido e agora ela se preparava para dormir.

    Eu sentia toda a irritação subir novamente e eu joguei um livro de biologia na parede. Limpei as lágrimas e desci para tomar um copo d'água e ver se tinha algo para comer na cozinha do meu bloco. 


Notas Finais


Prometo que no próximo capítulo eu adianto algumas coisas romitri. Beijos.
Comentem. Me deixem feliz.


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