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História Outro Mundo - Extra - Dimitri POV


Escrita por: KateMoura

Notas do Autor


Nem demorei né...
Boa leitura.

Capítulo 25 - Extra - Dimitri POV


Respirei fundo e olhei para o celular nas minhas mãos que vibrava e mostrava o nome da Tasha. Eu não podia mais adiar aquela conversa. 

-Olá Tasha! - Eu disse animadamente. 

-Dimka! - Eu quase podia vê-la sorrindo no outro lado da linha - Como você está? São meus último dias aqui em Missoula e você ainda não veio me ver. 

-Estou bem, Tasha. Nesse fim de semana é a minha folga. 

-Perfeito! Podemos nos encontrar em um shopping aqui perto. O que você acha? 

-Que horas? 

-Obviamente em um horário humano. Às sete? 

-Eu vou estar com o meu horário invertido - Olhei para o lado e notei que Rose entrou e sentou na arquibancada - Um pouco mais cedo? 

-Tudo bem, quando você chegar aqui nós resolvemos. Eu estou hospedada em um hotel e te passo o endereço. 

-Tudo bem. - Olhei para Rose e vi que ela estava um pouco emburrada - Então está tudo certo - Procurei me despedir de um modo que não levantasse nenhum tipo de suspeita para a minha pequena - Até mais. 

-Até, Dimka! Um beijo - Tasha falou alegre do outro lado da linha e desligou. 

-Amanhã eu vou tirar plantão. Desculpe. - Eu disse e sorri. 

-Tudo bem. - Ela disse sem me olhar e começou o alongamento. 

Tem alguma coisa errada com ela, normalmente ela sempre tenta roubar algum beijo antes do treino. 

Passamos o treino calados e eu não pude deixar de me sentir mal por mentir para Rose. Eu precisava conversar com a Tasha e deixar bem claro que éramos apenas amigos. 

Fiquei tão absorto nos meus pensamentos que até esqueci de hoje mais cedo, quando eu vi o Ashford entregando um rosa para ela e ela aceitando de bom grado. Como se não bastasse isso, Yuri me chamou para acompanhar a aula de hoje e eu aceitei, mas quando cheguei lá encontrei Rose fazendo uma espécie de dança do ventre e todos aqueles garotos estúpidos estavam em volta dela. Yuri até soltou um comentário que dizia "Essa garota apenas alimenta as fantasias desses adolescentes cheios de hormônios." E não sei se foi o meu ciúme me cegando, mas eu vi que até ele ficou observando a minha Roza. 

Yuri não era muito mais velho que eu, e também eu não podia culpá-lo. Rose era dona de um corpo incrível e não aparentava ter a idade que tinha. Ela era o estereótipo perfeito de ninfeta.

A minha ninfeta.

E no momento todos aqueles adolescentes estúpidos estavam olhando para ela com os olhos arregalados de desejo. E eu não fui o único a perceber isso, o Ashford percebeu e a puxou para perto, como se falasse que ela era dele. 

Eu sabia que eu não podia perder o controle, principalmente com um aluno, então eu fiz o máximo que eu podia fazer: Usei ele como meu saco de pancadas demonstrativo nas aulas. Só não contava que Rose fosse perceber isso, e o pior, achasse ruim e brigasse comigo. Eu nem machuquei o garoto de verdade, e ainda cumpri o meu papel de professor o auxiliando! Depois eu conversaria com ela. 

Dormir sem ela foi difícil, e era até estranho como em apenas uma semana eu me acostumei com o seu corpo pequeno sobre o meu peito. Alisar seus cabelos e velar o seu sono era a minha segunda atividade favorita, a primeira era beijá-la até o meu limite. Me senti estranhamente vazio e sozinho sem a morena ao meu lado, e me perguntei se ela também estava sentindo o mesmo. 

Céus, eu estou perdido! 

No outro dia foi impossível procurá-la pois estive em reunião e depois saí de escola para encontrar Tasha. Como eu saí pela parte da noite, demoraria algumas poucas horas para chegar em Missoula e o sol já teria nascido. 

Tasha tinha me passado o endereço do hotel em que estava hospedada e eu segui direto para lá. Quando eu cheguei ela já me esperava e veio correndo me abraçar, e eu não hesitei em retribuir. Ela era uma boa amiga. 

-Dimka, finalmente você teve tempo para mim! 

-Eu sempre irei arranjar um tempo para você, Tasha. - Eu desfiz o abraço e sorri. 

-Você deve estar cansado - Senti aquelas orbes azuis gelo me analisar por inteiro, como se ela procurasse algum resquício de cansaço em mim - Vamos tomar café e depois vamos para o meu quarto, lá você descansa um pouco enquanto eu vou no meu fornecedor e depois saímos. Tudo bem para você?

-Perfeito - Eu disse e a segui para o café da manhã. 

Durante o café conversamos amenidades e ela me perguntou sobre Christian, mesmo tendo falado com ele há poucas horas. Ela sabe o preconceito que Christian sofre na escola e se preocupa com ele, e ela até me confessou que achou um alívio que seu sobrinho esteja namorando a princesa pois ela viu a melhora que ele teve.

Tasha era uma mulher maravilhosa e por uns segundos eu pensei por quê eu não poderia tentar ter algo mais sério com ela, mas a resposta veio logo em seguida com a imagem de Rose na minha cabeça debochando das minhas musicas dos anos 80. 

O fornecedor de Tasha ficava pouco menos de uma hora de distância de Missoula, então eu teria quase duas horas e meia de descanso. Eu não me sentia cansado, mas tenho certeza que na viagem de volta eu me sentiria e tudo o que eu não queria era dormir no volante. 

Tasha me entregou as chaves do quarto e disse que voltaria logo e que era para eu me sentir à vontade. O quarto dela era muito bonito, organizado e bem aconchegante. Tinha uma cama de casal com uma colcha azul escuro e uma TV a cabo pregada na parede, ao lado da cama estava uma escrivaninha com alguns papéis de Delivery e eu notei que os lençóis da cama já tinham sido trocados mesmo estando cedo para os humanos. 

Tirei meu sobretudo e os sapatos, mas antes que eu deitasse na cama meu celular tocou. Era Tanaka. Ele sempre ligava nessas horas porque ele estava vivendo no horário humano. 

-Tanaka! - Atendi o celular e mantive o tom de voz neutro. 

-Belikov! - Ele tinha um tom de voz cansado, na verdade ele sempre parecia cansado - Pode falar agora?

-Posso sim. O que você precisa? 

-Daqui a pouco embarco de volta para os estados unidos. Aqui encontrei apenas humanos que foram totalmente inúteis e o máximo que descobrimos foi o nome do Strigoi. Os guardiões oficiais preferiram ficar, mas eu recebi ordens de voltar para a Califórnia, então qualquer informação é você que me passa agora. 

-Ok - Eu assumi minha voz neutra de guardião - Enviei uma solicitação ao conselho para considerarem o ataque e estou aguardando respostas. Abe esteve aqui e contou... - Eu hesitei antes de falar - Contou sobre Rose ser uma Shadow kissed e a princesa ser uma usuária do espírito. 

Tanaka ficou em silêncio antes de responder:

-Sim... Rose foi trazida dos mortos graças a princesa. Tentamos tanto esconder a verdade dela, mas pareceu impossível com essas ameaças. Abe recebia uma carta por semana e até tentamos rastrear, mas nunca deixaram rastros.

Houve um silêncio desconfortável durante alguns segundos. Acho que Tanaka sabia que eu não achava certo o que fizeram com a Rose. Eu era um guardião e sempre acreditei que nós dhampirs deveríamos proteger os morois. O fato de Rose ser criada no mundo humano e ainda se igualar a rainha no número de guardiões era algo totalmente absurdo. Rose tinha muito talento e ela seria incrível. Como Janine permitiu uma coisa dessas? 

-Ela está se saindo muito bem - Eu disse tentando desviar o assunto - Ontem conseguiu derrubar Mason Ashford, um dos melhores da turma. Ela está se destacando. 

-Eu sabia! - Ele disse alegre - Rose é incrível e aprende rápido quando se esforça. Diga-me, ela está bem? Percebi que há coisas que ela não me conta. 

Eu engoli em seco.

-Que tipo de coisas?

-O incidente com o tal Moroi da realeza. Ela nem mencionou. 

-Sim... - Eu respirei fundo - Isso já foi resolvido e esse garoto não a incomoda mais.

-Eu sei - Ele falou com um tom de voz sombrio - Você iria dar um jeito nele. Preciso desligar, ainda quero falar com essa baixinha e ver se ela já não colocou fogo em algum professor. Aliás, ela está dando trabalho quanto a isso? 

-Apenas para o Guardião Alto. Eles não se entendem muito bem e ela já pegou algumas detenções por isso. 

-Já visitou a sala da Kirova? 

-Ainda não. 

-Certo. - Ele bocejou - Qualquer informação me passe. Até mais. 

Deitei na cama de Tasha e pensei por um bom tempo sobre toda essa confusão que envolveu a princesa e a Rose. Uma hora teríamos que agir, não podemos manter elas assim para sempre. Eu vejo que há dias em que Rose só falta chorar com saudades da sua antiga vida. Me dói pensar isso, que ela um dia voltará para a Califórnia e só vai me restar a lembrança dela.

Por um momento pensei no dia em que ela me perguntou sobre o que eu faria se fosse um humano, e pensando agora, a resposta seria ficar com ela.

Se eu fosse humano eu iria me permitir viver. 

Acordei algumas horas depois, pouco depois da hora do almoço, e nem sinal de Tasha, o que era estranho considerando que a sua viagem não duraria nem três horas. Peguei meu celular e vi que ela me mandou uma mensagem avisando que me esperaria no saguão do hotel. 

Quando eu desci, Tasha me esperava sentada em um poltrona e parecia bem distraída lendo um livro. Seus cabelos negros estavam acumulados em um lado do ombro e ela usava um vestido azul escuro de lã junto com uma meia preta cobrindo o resto da perna exposta. Tasha era uma mulher bonita e suas curvas eram até avantajadas para uma moroi por conta dos anos de treinamento, mas nada que chegasse perto de Rose, ambas tinham um biotipo de corpo bem diferente. 

Ao invés de irmos para um shopping, decidimos de última hora ir para um café, assim teríamos mais privacidade de discutir os nossos assuntos. 

-Então... - Eu limpei a garganta e tentei dar início ao assunto. 

Tasha respirou fundo e olhou o ambiente que nos cercava. O café era bem aconchegante e tinha um ar vintage com cores escuras, e possuía até um retrato de Bonnie e Clyde na parede do caixa.

Estávamos do lado de dentro pois lá fora estava um tanto frio, e também os raios solares incomodavam Tasha. 

-Rose reportou o ocorrido naquele dia? - Ela começou e deu um gole no seu café. 

-Não - Eu lembrei do que nós fizemos e tentei manter uma expressão neutra - Ela apenas fez uma das suas infinitas piadas e depois fomos treinar. 

-Que bom. Desculpe por isso, Dimka. 

-Sem problemas - Eu sorri e dei um gole no meu chocolate quente e ergui minha sobrancelha - Mas... O que foi aquilo, Tasha? 

-Como eu posso começar? - Ela sorriu e colocou uma mecha de cabelo para trás da orelha - Eu sei que a sua prioridade sempre foi o Ivan, e bem... Naquela época nós não ficamos exatamente só na amizade. Eu gosto de você, Dimka. Sempre gostei. Mas eu sabia que você não deixaria Ivan por nada nesse mundo, mas agora ele se foi, e acredite, eu não fico feliz com isso. 

Eu respirei fundo e a encarei com lembranças do nosso passado vindo à minha mente. Eu e Tasha sempre fomos amigos, mas já ficamos uma vez. Só foi uma transa e soubemos bem que na época não passaríamos disso. Não quando ela era, e é, uma moroi e eu tinha meus deveres com Ivan. Foi apenas algo físico. 

-Continue... - Eu disse limpando a garganta. 

-Como eu já expliquei, Christian está crescido e em breve irá para a faculdade. Eu quero construir a minha própria família agora que estou com a sensação de dever cumprido. Nós sempre nos demos bem... Veja, você poderia ser o meu guardião, mas apenas... Hum... Seria apenas no papel. Eu estou disposta a ter filhos dhampirs e eu sei que você ama crianças. Poderíamos ver se fazemos funcionar nos próximos meses. 

E de novo ela estava ali me oferecendo o que todo homem dhampir queria: Filhos. Sabíamos que o nosso dever era com os morois e na maioria das vezes nós nos conformamos em não ter filhos. O que Tasha estava me oferecendo era uma proposta irrecusável. Ter meus filhos e a minha própria família, e ainda continuar sendo guardião. Claro que seríamos discriminados pela união inter-racial, visto que nós dhampirs somos filhos bastardos de homens morois, inclusive eu e minhas irmãs somos bastardos da realeza. 

Realmente poderíamos tentar fazer aquilo funcionar, mas no final eu sei que não daria certo. Ter filhos é uma benção e eu não duvidaria que Tasha seria uma mãe maravilhosa, mas ela não é a mulher que eu amo. Ela não é a Rose. A minha Roza. 

No fim das contas não teria graça, seria uma relação forçada e mais cedo ou mais tarde ambos acabaríamos infelizes. 

-Dimka? Dimitri, você ainda está me ouvindo? - A voz de Tasha me tirou dos meus breves pensamentos. 

-Eu pensei na sua proposta - Eu respirei fundo e vi seus belos olhos se encherem de expectativa - E eu não posso aceitar, Tasha. 

-Como? - Ela pareceu surpresa. Não a culpo, eu também ficaria - Você entendeu a minha proposta, Dimka? Você seria meu marido e guardião. 

-Eu entendi perfeitamente, Tasha - Eu desviei meus olhos do dela e olhei para o meu copo de chocolate quente, mas depois me enchi de coragem e a encarei - Eu tenho outra pessoa e não seria justo com você. 

Tasha ficou calada por um tempo, tentando absorver a informação, depois ela sorriu compreensiva e deu um gole no seu café. 

-Ela é uma moroi? 

-Não - Eu respondi um pouco desconfortável. 

-Uma dhampir... - Ela fez uma cara pensativa e me analisou por poucos segundos - Esse relacionamento de vocês é sério? 

-Não - Eu respondi e desviei meus olhos dela. Tasha me olhava de uma maneira profunda como se tentasse descobrir meus próprios segredos. Não era como Rose fazia, era diferente e chegava a ser incômodo. 

-Dimka... - Tasha sorriu incrédula e repousou a sua xícara na mesa - Não precisa responder agora, eu tenho paciência. Eu irei esperar por você. 

-Não espere. - Eu tratei de dizer - Tasha, nós só ficamos uma vez e ambos sabemos que foi apenas algo físico. Eu sei que você me fez essa proposta porque nós nos entendemos bem, mas somos apenas amigos. Você vai encontrar um homem digno de ser o pai dos seus filhos - Eu fiz uma pausa e fiquei procurando outros motivos plausíveis na minha cabeça para convencê-la - Também tem o treinamento da Rose que eu não posso deixar pela metade. 

Tasha semicerrou seus olhos na minha direção e eu senti meu coração acelerar levemente. 

-Vocês passam muito tempo juntos, certo? - Tasha endireitou a sua postura na cadeira e me olhava de um jeito estranho - Você é o mentor dela e dá aulas extras e tudo mais. 

-O que Rose tem a ver com esse assunto? - Eu assumi uma expressão neutra. 

-Eu vi o modo como você olhava para ela, como você olhava para o garoto ruivo que a acompanhava, e o modo como ela olhava para você também. - Tasha levou uma das mãos à cabeça e sorriu - Por favor, me diga que não é o que eu estou pensando! 

-O que você está insinuando? - Eu fiquei tenso. 

-Dimka, nós somos amigos e você pode me contar qualquer coisa, não use essa máscara de guardião comigo. Me diga que não é o que eu estou pensando! 

-Tasha... - Eu a encarei por alguns segundos e desviei o meu olhar do dela. 

-Meu deus, Dimka! - Tasha levou as mãos à cabeça em um sinal de incredulidade - Ela é uma criança! 

-Rose não é uma criança, e nós não... - ainda, eu pensei.

-Você sabe que você pode ser preso, não sabe? Vocês dois podem estragar a carreira de guardiões um do outro. Jogar por água abaixo a sua que você se esforçou tanto para construir e arruinar a dela antes mesmo de começar.  

-Tasha - Eu respirei fundo - Você está imaginando coisas. Eu e Rose não temos nada. Ela não é a dhampir com quem eu estou envolvido. 

-Não minta para mim - Ela ficou tensa e olhou para o outro lado - Eu vi como você a encarava, quando nós fomos apresentadas e naquela luta dos guardiões. E o modo como você encarava o garoto ruivo que a acompanhava não era nada amigável, e também eu percebi o modo como ela me olhava quando eu me agarrava nos seus braços. Eu interpretei isso como uma paixonite pelo professor, afinal eu também já passei por isso na minha época de escola - Ela riu e eu percebi um pouco de amargura. Tasha olhou para mim ainda em choque - Mas você? Isso sim é algo totalmente inesperado. 

-Nós fazemos o possível para ficar distante um do outro - Eu não menti totalmente, eu fiz um esforço sim, ele só não durou muito. 

-Eu não vou te julgar - Ela disse depois de um tempo em silêncio e em um tom gentil - Eu sou sua amiga e conte comigo para o que precisar, mas espere até ela se formar e ser maior de idade. Não sem complique, Dimka. Rose é nova mas pelo que eu pude observar não é ingênua, então ela sabe bem no que está se metendo. E a diferença de idade entre vocês não é tão gritante assim, é quase a que nós temos. É só que se isso vier à público o mais prejudicado será você. 

-Eu estou ciente dos riscos, Tasha. - Eu assumi uma expressão cansada - Eu tentei me manter longe, mas... Eu não sei. 

Eu estou tão complicado que o fato de eu ser preso nem é o que me preocupa, e sim o fato de que ela tem um pai e um guardião mafioso, e a mãe dela é uma das guardiãs mais temidas do nosso mundo. 

-Vamos... - Tasha deu leves tapinhas nas costas das minhas mãos - Estou cansada e você tem uma longa viagem antes que escureça. 

-Claro. - Eu sorri - Espero ainda contar com a sua amizade. 

-Isso você sempre terá - Ela sorriu triste. 

Deixei Tasha no seu hotel e aproveitei que estava na cidade para pagar algumas contas e ir ao shopping. Comprei alguns chocolates para Rose porque eu percebi que ela funciona à base de comida, e se ela ainda estivesse brava comigo talvez os chocolates a acalmassem. Peguei duas barras que eu percebi que eram as suas marcas favoritas e andei mais um pouco por algumas livrarias e comprei um livro de faroeste. Pedi comida para viagem e tratei logo de voltar, eu não queria chegar tão tarde para ver se eu encontrava Rose acordada. 

Depois de poucas horas voltei para a academia, e cheguei no meio do dia moroi e decidi que eu não iria atrás de Rose agora, somente depois do toque de recolher. Fui para o meu quarto e guardei as minhas compras, depois fui para o prédio dos guardiões apenas para conferir meus plantões e trocar alguns, caso fossem perto do horário onde Rose costuma dormir. As vezes ela dorme e eu vou para uma ronda e volto antes que ela acorde.

Conferi meus horários com Alberta e troquei três plantões, mas quando estava de saída ouvi duas guardiãs cochichar o nome de Rose, então eu me aproximei e fingi preparar um café. 

-Eu não sei sobre o que eles falavam, mas era algo a ver com a Hathaway. Coisa boa não pode ser, se fosse eles não discutiram isso em um lugar tão fechado. 

-O que essa garota aprontou dessa vez? Dhampirs como ela só reforçam a ideia que os morois já têm de nós. Parece que ela é amante de um moroi rico, só não sei se é da realeza.

-Não! - A outra guardiã disse - Aquilo foi só um boato de escola. Ela pode até usar roupas e acessórios de marca, mas se ela fosse amante de um moroi rico ela teria marcas no pescoço. 

Balancei a cabeça tentando conter a minha irritação e saí dali antes que eu fizesse uma sandice. Até os guardiões comentavam sobre os boatos que Rose vivia envolvida? As pessoas tinham uma imagem tão distorcida dela. Já até vi alguns morois fazendo aposta de quem conseguia ficar com ela primeiro, e eu tive que usar todo o meu autocontrole para não surrar cada um deles. E quando o nome dela não estava na boca dos morois, estava na dos dhampirs, que comentavam sobre o quanto ela era bonita porém intocável porque ela era "a garota do Mason" 

Depois ela acha ruim quando eu sinto ciúmes. Eu estou mais do que certo! 

Fui para o meu quarto tomar um merecido banho e dormir durante alguns minutos, depois eu fui pegar os chocolates. Coloquei eles no bolso do meu sobretudo e torci para que Rose já estivesse menos furiosa. Fiz a rota que eu sempre fazia e até cheguei a me sentir um adolescente correndo escondido para o dormitório de uma menina, o que eu de fato fiz na minha época. 

Bati na porta e nenhuma resposta. Será que ela ainda estava tão brava? Eu passei quase dois dias sem vê-la! Bati de novo e não obtive resposta, então encostei minha orelha na porta e escutei um som relativamente alto acompanhado de um barulho de secador. Ela não ia me ouvir nunca. Esperei pelo menos a música acabar e bati de novo, dessa vez o barulho do secador acabou e ouvi a porta sendo destrancada. 

A recepção que Rose me deu foi um tanto exagerada, pelo menos para quase dois dias sem me ver. Ela mal abriu a porta e quando se deu conta que era eu, simplesmente fechou a porta na minha cara. Não pude me impedir de revirar os olhos e bater de novo. 

-Vai embora! - Ela disse com a voz embargada. 

Ela esteve chorando? 

-Rose, o que aconteceu? - Eu perguntei preocupado. 

-Vai embora, Dimitri! Que saco! 

Me lembrei de quando as duas guardiãs estavam chochicando sobre ela e me perguntei se ela arranjou alguma confusão. 

-Rose, abre a porta - Eu disse em um tom doce. 

Não obtive resposta durante alguns segundos, mas de repente a porta se abriu bruscamente e Rose me olhava com raiva e mágoa. 

-Entra agora antes que eu comece a gritar com você no meio desse corredor. - Ela disse com a voz fria. 

Entrei dentro do seu quarto e notei que Rose tinha acabado de sair do banho e estava secando os cabelos, já que eles estavam um pouco úmidos ainda. Ela estava com um moletom cinza e um daqueles shorts que não cobrem nada. 

-O que aconteceu com você? - Eu perguntei preocupado. 

-O que aconteceu comigo? - Ela perguntou irônica e eu vi que se iniciaria outra briga. Eu só precisava saber o que eu tinha feito agora - O que aconteceu com você, seu cretino! - Ela gritou e eu a olhei confuso. Ela viu que eu ainda não tinha entendido e ficou mais furiosa ainda - Você só faltou surrar o Mason na frente da classe inteira mas não perdeu tempo em mentir para mim sobre seus plantões, quando na verdade você foi ver a Tasha! 

Merda.

-Como você ficou sabendo disso? - Eu perguntei cauteloso. 

-Eu não sei se... - Ela gritou mas depois se calou. Acho que percebeu que não podíamos chamar atenção - Eu sou amiga do sobrinho dela, e melhor amiga da sua protegida. Lissa percebeu que você não foi procurar ela para saber se ela estava bem, aí o Chris soltou algo como "Minha tia ainda está em Missoula e o Dimitri tirou folga para relembrar os velhos tempos com ela" - Ela me olhou com fúria e eu percebi seus olhos marejados - Seu filho da mãe! 

-Rose, não é... - Eu tentei me explicar mas ela me interrompeu. 

-Não é o que eu tô pensando? - Ela sorriu irônica - Me poupe, Dimitri! Christian também falou dos planos da Tasha sobre formar uma família. Já escolheram a data do casamento? E o tanto de filhos que vocês querem ter, já escolheram também? 

-Rose... - Eu a olhei com desespero e alterei um pouco o meu tom de voz. Por que ela não me deixava falar? 

-Eu não acabei! - Ela apontou o dedo na minha cara - Agora me diz, foi divertido tirar uma casquinha da sua aluna gostosa? Seu imbecil! 

Eu passei minhas mãos pelos meus cabelos em um ato de nervosismo. Minha paciência tinha se acabado naquele instante. 

-Eu não sou esse tipo de homem! - Eu falei com uma voz firme que a fez se calar - Eu não tenho nada com a Tasha além de amizade. Sobre a proposta dela de ter um relacionamento e filhos... 

-Então ela realmente te propôs isso? - Rose perguntou baixo e me olhou surpresa - Oh meu Deus! Como eu fui burra! Dimitri, sai do meu quarto agora! 

-Não! - Eu disse firme - Você falou tudo o que quis, agora é a minha vez. Eu recusei a proposta dela! - Eu a olhei nos olhos e vi ela ficar confusa, mas não durou muito. 

-Mentiroso! - Ela disse com fúria - Por que você recusaria algo assim? Tasha é linda e pode te dar filhos. Por que você recusou uma proposta dessas? 

Menina boba! 

Eu levantei minhas mãos em exaspero e me aproximei dela, pegando seus pulsos e a prensando na parede. 

-Porque eu amo você! - Eu disse com um pouco de fúria, mas também havia um tanto de desespero ali. 

Notei que a peguei de surpresa e me amaldiçoei, mas já era tarde. 

-Eu amo você, Roza... - Eu sussurrei e a beijei intensamente. 


Notas Finais


O que acharam? Finalmente ele disse que ama ela! E o que vcs acham que vai rolar no próximo capítulo? Bjsss


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