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História Outro Mundo - School's out


Escrita por: KateMoura

Notas do Autor


Senhoras e senhores e é com muito orgulho que trago este capítulo escutando school's out da tia alice cooper - As rockeira de plantão me entendem hahah - mas para a minha tristeza a facul ainda não acabou ainda para mim, tenho prova terça - de uma matéria que graças a deus eu já passei então eu tô só o gif da gretchen dançando - mas aconteceu uns paranauê e eu não fiz nenhuma prova essa semana e fique pra segunda chamada, então tô logo postando enquanto n tô mergulhada na minha desgraça chorando.
Nas notas finais tem link com a música tema do capítulo numa versão moderninha de glee.

Capítulo 40 - School's out


Eu tinha acabado de arrumar minhas malas quando alguém bateu na minha porta me chamando de baixinha. Corri e assim que abri a porta, abracei aquele asiático de araque.

-Que saudades, que saudades, que saudades! – Eu dizia enquanto ele me girava e ria.

-Também senti sua falta, Rosemarie – Ele disse me botando no chão e eu vi que ele tinha feito a barba. Ele ficava bem mais bonito assim – Está pronta para Miami Beach? – Ele sorriu – A casa é linda e eu até já escolhi seu quarto. Alicia e Monica já estão lá.

-E a Ana? – eu disse enquanto preparava algumas coisas na minha mala de mão – E meu pai? Ele vai aparecer para o natal?

-Ana continuou em LA e seu pai foi para a Turquia. – Ele disse sério. Dave sabia como eu ia me sentir.

-Ah – Sooei desanimada – Tudo bem, pelo menos terei Lissa, Christian e Dimitri.

Entramos no jatinho rumo a NY, íamos fazer uma pausa de seis horas por lá e Dave me aconselhou a ficar agasalhada pois a temperatura estava baixa por.

-Certo... – Eu disse indo para um banco mais confortável onde ele estava – O que vamos fazer lá? Eu nunca fui por lá.

-Vamos andar – Ele disse sem olhar para mim, com seus pensamentos longe – Faremos compras, tiramos algumas fotos, você posta no instagram e está tudo ok.

-Ótimo – Exclamei exasperada – Então devolva meu celular de verdade!

Ele não respondeu, apena tirou meu iphone dourado do seu casaco e me estendeu. Depois ele se virou para mim com uma expressão preocupada.

-Você fala muito com a Piper? – Ele disse desconfiado.

-Claro – Sorri nervosa inclusive ela está grávida de uma menina e um menino – Por que a pergunta?

-Ela anda estranha – Ele cruzou os braços e depois se deitou no meu colo – Antes mesmo de eu chegar na academia para te buscar ela já tinha ido para casa da mãe dela. Comprei um presente para ela... – Ele fez um biquinho em dúvida – Mas não sei se ela vai gostar, não se ela continuar do jeito que ela está agindo.

Percebi que era a primeira vez que Dave se abria comigo, que ele conversava de amigo para amigo e isso me encheu de alegria. Todas as dúvidas de que eu era somente trabalho estavam se dissipando ali mesmo.

-Como ela tem agido com você? – Fiz uma cara confusa – Para mim ela só fala que está com muitas saudades de você – Resolvi deixar um dica no ar – Sei bem que é estranho mesmo uma pessoa comer um leite estranho com uma geleia de uma fruta com nome mais ainda estranho.

-Ah – Dave riu – Piper tem descendência brasileira. O que você provavelmente viu ela comendo foi creme de leite com goiabada. A avó dela enchia ela com esses doces – Ele sorriu e eu nunca vi Dave soltar um sorriso tão lindo – Você precisa ver os doces que ela sabe fazer. Um dia vou pedir pra ela fazer brigadeiro para você. Foi assim que ela me ganhou.

Acariciei os cabelos do meu amigo e vi que seus olhos brilhavam ao falar da namorada. Era até de se achar bonitinho. Como ele provavelmente devia estar cansado, ele logo adormeceu no meu colo e eu cobri nós dois com um manta que tinha por ali.

Chequei Lissa e vi que ela se sentia nervosa sem a minha presença na St Vlad, como se os velhos tempos fossem voltar. As campanhas de bullying estavam dando resultado e Lissa até se viu conversando com um grupo de morois do ensino fundamental explicando uma parte da campanha. Quem tinha dado a ideia era eu, mas quando Kirova autorizou, Lissa com toda a sua pose de princesa assumiu o controle de tudo. Eu estava muito orgulhosa dela. Mas sem eu ali, para lhe dar força e coragem, ela sentia-se um pouco insegura, e Christian com toda a sua rebeldia não ligou muito para a campanha. Ele dizia que não adiantava muito já que os alunos estavam saindo de férias, pelo menos eu que saí antes de todo mundo e nem ao menos tive a chance de me despedir do meu russo.

Voltei para o meu corpo e vi que Dave ainda dormia no meu colo, e com todo o cuidado do mundo, eu substituí minhas coxas por um travesseiro e fui me deitar em outro banco. Pensei um pouco nas minhas notas e fiquei satisfeita com o êxito que eu tive em persuadir os professores para a minha menor nota ser B+. Eu era uma perfeita Mazur, mesmo que isso implicasse em ajudar o Sr Kyle com as crianças morois menores em troca de A+ em física.

Quando eu desci em NY, com um Dave com um olhar preguiçoso, e a neve fina que caía pela cidade, eu finalmente me dei conta que estava de férias e praticamente pulei de alegria.

-Vamos, Dave! – Eu segurei sua mão enquanto ele se virava com o carrinho de malas – Estamos em NY. Vamos fazer as compras de natal!

-Ein? – Dave disse praticamente assustado – Só se for você! Eu já fiz as minhas compras faz tempo – Ele disse ajeitando o cachecol no seu pescoço – Eu sou um homem prático e adiantado.

-Então eu vou sozinha – Dei de ombros.

Nós tínhamos um acordo de que eu poderia sair sozinha durante o dia se o avisasse e não demorasse mais que três horas, só não sei se esse acordo estava válido aqui, e com strigois me ameaçando.

-De jeito nenhum – Ele revirou os olhos – Vamos.

Pegamos um táxi e eu fiquei encantada com a cidade. Los Angeles era diferente, tinha praias e prédios luxuosos e casas de luxo, com periferias simples e calmas. Já NY era uma cidade que não dormia, já era quase oito horas da noite, faltando duas para o nosso voo sair, e o fluxo de pessoas na Times Square só aumentava.

-Dave! – Eu disse encantada e com a mão cheia de sacolas – Isso é lindo! Parece uma floresta de concreto.

-A selva de pedra! – Ele disse sorrindo e olhando para mim, depois tirou seu celular do bolso e apontou na minha direção – Você está linda assim! Fica parada que eu vou tirar uma foto.

Depois de comermos um típico hot dog nova-iorquino e voltar correndo para o aeroporto, nós estávamos novamente dentro de outro jatinho e eu bocejava com sono.

-O que você tanto comprou? – Dave perguntou sentando do meu lado e nos cobrindo com uma manta.

-Nada – Menti – Só umas coisas para mim e uns presentes de natal – Nem em sonho que eu deixaria Dave descobrir que eu comprei um presente que era a cara do Dimitri.

Descemos do jatinho e eu já estava cansada, e eu juro que quase choro ao descobrir que não descemos na Flórida e sim na Georgia, e que ainda tínhamos um dia e meio de carro.

Durante a viagem enquanto eu passava alguns filmes inúteis no tablet, percebi que Dave queria puxar assunto já que estávamos nós dois sozinhos no carro.

-Então – Ele começou me rondando – Se acostumou à escola de vampiros?

-Acho que sim – Fiz uma careta – No começo foi bem difícil e assustador – Eu suspirei e achei um filme legal para eu assistir – Mas já me acostumei com o ensino médio ao modo vampírico – Sorri.

-Você em algum momento acha que ficou carente e precisou da atenção de alguém e... – Ele fez uma careta e acelerou o carro – Sei lá, alguém tentou se aproveitar de você – Ele ficou em silêncio enquanto eu esquecia que eu tinha colocado lemonade mouth para dar play e o encarava boquiaberta – Tipo um vampiro se aproximando com segundas intenções.

Ele disse isso e eu respirei aliviada. Se Dave ao menos sonhasse sobre Dimitri e eu, meu russo seria jogado em um poço de víboras e eu mandada para outro continente.

-Claro que não – Eu revirei meus olhos e comecei a passar outras opções de filme nervosa – Quer dizer, tem um dampiro – Eu comentei, afinal Dave sempre soube dos meus ficantes – Ele é legal e tudo mais, e eu não acho que ele se aproveitou de mim.

-Quem é ele? – Dave olhou para mim de relance e voltou seus olhos para a estrada.

-Um dampiro, oras – Passei mais uma vez de filme nervosa e quando vi já tinha chegado ao fim das opções – Você me conhece – Soltei uma risada e digitei um filme que eu sabia que ia tirar o foco do Dave sobre essas perguntas – Eu não fico quieta por muito tempo, e esse dampiro é legal mas eu vou dar um chute na bunda dele porque ele é chato e escuta umas músicas antiquadas – Eu falei mencionando o único defeito de Dimitri e mentindo sobre dar um chute na bunda dele.

-Rose, Rose... – Dave soltou um sorriso e olhou para o tablet mudando de expressão – Cartas para Julieta? – Ele gargalhou – Eu sabia que você realmente gostava desse filme e não era só por causa das suas amigas que te obrigavam a assistir.

-Cala a boca e deixa eu assistir – Eu disse revirando os olhos, mas feliz por ter mudado o foco da atenção de Dave, nem que isso implicasse ter que assistir esse filme sem sentido.

Paramos em um hotel de beira de estrada e Dave pediu dois quartos separados, mas eu não conseguia dormir. Já estava na estrada havia quase dois dias e eu já estava com saudades de Lissa, e isso só se intensificava pelo laço. As vezes eu checava ela só para ter a sorte de ver Dimitri mas eles raramente se falavam durante o dia.

Depois de mais 5 horas exaustivas na estrada, e eu ter me distraído tanto a ponto de ser arrastada para a mente de Lissa e ser obrigada a ver ela e o Ozera mandando ver, e claro, devidamente traumatizada com sucesso como todas as vezes. Eu botei meus pés em Miami e agradeci pelo sol forte que queimava a minha pele.

-Isso! – Eu gritei saindo do carro – Isso é sol de verdade!

-A praia fica a menos de cinco minutos de distância de carro – Dave disse saindo do carro e logo em seguida Paul e Joe brotaram magicamente do lado de fora do portão da mansão.

-Hey... – Eu cumprimentei meus outros guardiões, impressionada com o luxo do lugar, depois balancei a cabeça e fiz uma cara emburrada – O Velhote disse que seria um lugar simples!

-Pequena Rose! – Monica, minha cozinheira e alimentadora do meu pai, veio me cumprimentar com uma alegria já esperada – Todos sentimos sua falta! – Ela me abraçou – Aquela mansão não é a mesma sem você. Entre, eu fiz o seu prato favorito para o jantar.

Dave, Paul e Joe pegaram as nossas malas enquanto Monica me guiava para dentro e falava sobre o quanto eu fazia falta e estava me achando mais magra, e que a Saint Vladimir estava me sonegando comida, o que não deixa de ser verdade. Ela me mostrou toda a casa que tinha um estilo moderno, mas as janelas possuíam cortinas grandes e pesadas da cor verde musgo para o sol não entrar e incomodar os vampiros, mas eu decidi que enquanto eles não chegassem todas as cortinas dessa casa ficariam abertas. A sala era grande e ampla, tendo um sofá na cor creme em L e que se desse um jeitinho ele se transformava em uma cama gigante, uma TV gigante à cabo e um aquário com uns peixes que quando me viram se esconderam num mini navio velho que tinha lá dentro.

-Peixes idiotas... – Eu murmurei enquanto Monica me explicava que o outro corredor ficava os quartos dela, de Ali e de alguns guardiões.

-Aqui querida – Ela apontou para uma sala que tinha um sofá de couro preto e uma porta de vidro grande e sem cortinas – A piscina que eu sei que você tanto vai amar, além de uma hidro quentinha aqui do lado – Ela abriu a porta e mesmo estando um pouco escuro eu vi uma pequena hidro redonda.

Monica trancou a porta e quando eu pensei que íamos passar pela sala de jantar, ela me mostra outra sala de descanso, e essa eu achei bem mais confortável, e ela me guiou para o andar de cima, me explicando que além dos quartos o andar ainda possuía mais duas salas de descanso.

-Ótimo – Disse irônica – O que não vai faltar é lugar para eu descansar.

Monica riu e abriu a porta do meu quarto e disse para eu tomar um banho e que me esperava para o jantar.

Quando eu entrei no meu quarto eu vi que ele era simplesmente maravilhoso. Minhas malas, junto com as minhas compras já estavam postas ao lado da minha cama king size que tinha uma colcha violeta com detalhes azuis. Eu tinha um abajur em cima de uma escrivaninha relativamente grande da cor branca e quando me aproximei mais e me virei na direção oposta aonde eu estava, eu vi um TV gigante acoplada à parede. Vi onde as malas estavam mais próximas e abri uma porta presumindo ser o closet, e acertei. O Closet parecia ter saído do filme Sex and The City, e eu quase pulo de alegria e rolo pelo tapete fofo que tinha. Fui para a outra porta e vi que era o banheiro, e que lembrava o meu banheiro da minha casa em LA. Suspirei triste e olhei meu reflexo no enorme espelho e vi que eu precisava de um belo banho, mas antes eu ia relaxar na banheira. Peguei minha mala de mão e coloquei todos os meus hidratantes e produtos de higiene na ampla pia enquanto eu esperava a banheira encher.

Depois de um banho relaxante na banheira, eu desci para o jantar vestida nas minhas velhas roupas de verão, que era um short jeans e uma regata preta. Todos já estavam na mesa e enquanto me contavam as novidades e queriam saber como eu estava, eu me senti em Los Angeles novamente.

No outro dia eu acordei tarde, quase na hora do almoço, e Dave também, tanto que eu tive que acordar ele. Fomos ao supermercado comprar algumas coisas que o Ozera me pediu e a ansiedade de Lissa já tomava conta de mim. Pelos meus cálculos ela chegaria amanhã de manhã. Então eu aproveitei o resto do dia e fiquei na piscina com Dave e peguei um bronze, recuperando minhas amadas marquinhas.

No outro dia Lissa, Christian e Dimitri chegaram e eu estava a mil pois há mais de 12 horas eu sentia a ansiedade de Lissa e não queria controlar o laço, o que me fez presenciar uma briga entre ela e Christian porque Lissa tinha trocado algumas roupas com Natalie, entre elas um lindo vestido florido vermelho que destacava a sua pele pálida, e o babaca do Ozera ao invés de elogiar a namorada fez foi dizer que o vestido estava curto e que ela não ia sair com ele. Lissa obviamente não tirou o vestido e eles passaram o caminho todo sem se falar, mesmo Christian tendo percebendo que errara e que já pedia mil desculpas.

Quando eles chegaram eu sentia meu coração pular de felicidade, tanto que peguei uma camisa do Dave e vesti por cima do meu biquíni e fiquei andando na parte da frente da casa por umas duas horas.

-Você está tão ansiosa assim? – Dave perguntou parando ao meu lado e me entregando um suco verde.

-Oh sim – Eu sorri – Estou com tanta saudades de Lisssa – Admiti e soltei um sorriso ao sentir eles chegarem no aeroporto – Eles estão chegando!

-Falta muito para eles chegarem? – Meu amigo perguntou mexendo no celular.

-Um pouco – Eu disse enquanto via Dimitri pelos olhos de Lissa. Como eu sentia falta dele.

-Ótimo – Ele bufou e saiu do meu campo de visão.

Depois que os morois chegaram e foram devidamente instalados, e eu tive uma conversa com Christian sobre ele não ser mais imbecil e ir elogiar Lissa naquele vestido lindo, eu desci para o andar de baixo e vi com tristeza Ali fechar as cortinas por conta dos meus amigos.

-Hey... – Eu disse quando vi Dave – O que aconteceu?

-Nada – Ele sorriu – Vá chamar seus amigos e o Belikov para o almoço.

-Ok – Sorri – Mas antes vou tomar um banho e trocar de roupa.

Corri para o meu quarto e tomei um banho, depois coloquei um short jeans desbotado de lavagem clara e um top de crochê vermelho, que deixava em evidência minhas marquinhas. Dimitri ia ficar louco, mas infelizmente não poderíamos demorar.

Chamei Lissa e Christian e depois fui para o quarto de Dimitri. O modo como ele abraçou e me beijou... Céus! Aquilo gritava saudades! Eu só passei três dias longe dele! Como eu pude me acostumar tanto com a sua presença?

-Roza... – Ele disse me olhando após conversarmos rapidamente, mas eu já conhecia aquele olhar safado dele. Ele finalmente percebeu minhas marquinhas que ele tanto amou assim que me viu nas primeiras vezes.

-O que foi, Camarada? – Sorri maliciosa e fui em direção à porta do seu quarto – Vamos almoçar antes que Dave venha atrás de nós.

Antes que eu pudesse alcançar a maçaneta da porta Dimitri me puxou e atacou meus lábios com os seus novamente. Sua mão agarrou minha cintura e colou se corpo ao meu, mas antes que as coisas ficassem quentes nós nos separamos e Dimitri apenas passava sua mão macia pelo meu ombro e fazia um caminho com seu dedo pelas minhas marquinhas.

-Se o seu guardião me matar – Ele disse tentando recuperar o seu autocontrole – A culpa é sua.

-Ele não vai te matar – Eu ri embora duvidasse muito das minhas próprias palavras.

Eu saí do seu quarto e encontrei Lissa no corredor me olhando com um sorriso sapeca nos lábios, e assim que eu me aproximei e expandi meus pensamentos eu vi que ela fez as pazes com Christian.

-Vocês não podem arrumar outra hora para ficarem se agarrando? – Lissa revirou os olhos e eu corei – Eu mandei Christian descer, mas se vocês chegarem juntos lá em baixo eu fico sem guardião.

-Entendi – Revirei os olhos.

-Ajeite esse cabelo – Lissa riu enquanto passava a mão pelo meu cabelo, e logo atrás eu escutava a porta do quarto de Dimitri se abrir – Vamos!

Passei na frente dela e chegamos na sala de jantar onde todos já estavam esperando, e logo atrás Dimitri, que apesar do olhar neutro, eu pude detectar desconfiança ao olhar para Lissa e eu.

-Ali! – Lissa sorriu ao ver sua alimentadora do outro lado da mesa e eu quase desmaio com a possibilidade da minha amiga querer o pulso dela para um lanchinho na frente de todos.

-Princesa – Alicia sorriu tímida – Por favor, continue aquela estória sobre como Rose te defendia de uma aluna que te perseguia.

-Eu não quero ouvir sobre o quanto a Mazur é maravilhosa – Chris revirou os olhos e eu joguei um pedaço da minha bolinha de massa nele.

-Ouça e eu te conto o segredo do tempero das bolinhas de massa – Monica disse com um ar divertido.

-Cala a boca, Garoto tocha – Eu peguei três bolinhas e consegui me esticar até Chris, que estava sentado ao lado de Lissa, e enfiei as bolinhas na boca dele.

-Até aqui... – Lissa murmurou envergonhada e voltando a sua posição enquanto eu meio que saia de cima dela e voltava a sentar na minha cadeira – Bom, Ali – Lissa sorriu para a minha cozinheira e o monstrinho do ciúme me cutucou. Já não bastava ela se alimentar dela, elas ainda tinham que virar amigas? – Eu por uma época fui a mais popular daquela escola, mas quando meus pais morreram eu me isolei um pouco – Ela sorriu tentando soar natural enquanto todos olhavam para ela, e no fundo fiquei feliz porque eu vi que aquilo já não a afetava tanto – E foi por aí que eu conheci o tão esquisito Christian Ozera.

-O futuro Strigoi em formação! – Christian zombou de si mesmo enquanto se esticava e roubava mais bolinhas do meu prato.

-Ele me ajudou em uma época difícil e depois de alguns meses nos apaixonamos, mas quando nos assumimos todos repudiaram – Lissa fez uma pausa para beber refrigerante mas eu vi que foi só para controlar a ansiedade que crescia dentro dela – Os morois da realeza começaram a ser bem maldosos conosco e nos afastamos, ficando apenas próximos de uns poucos que nos queriam por perto.

-E por perto ela quer dizer apenas ela. Só ela. Eles ainda me odeiam, têm medo de mim, me acham esquisito. Eu sinceramente nã...

-Dá para você parar de comer o que tem no meu prato? – Eu bati na sua mão e o interrompi quando percebi que ele tirava do meu prato mais umas bolinhas – Você sempre come as minhas coisas. Eu vou te bater e nem o seu guardião oficial vai me impedir! – Eu disse apontando para o guardião esquisito que mandaram para ele.

-Deem um tempo e não me interrompam mais! – Lissa revirou os olhos – Como adolescentes são maldosos e idiotas – Lissa continuou olhando para Ali e Monica, e até Dave que parecia interessado na estória ao meu lado – Eles faziam coisas horríveis com nós dois – Lissa soltou um lindo sorriso ao lembrar da primeira vez que eu a defendi de Mia e eu a acompanhei – Mas um dia uma certa Californiana furiosa chegou e tentou acabar com todos eles, e na maioria das vezes foi no punho. Na primeira vez que Rose me defendeu nós mal nos conhecíamos, mas ela estava lá, se colocando na minha frente e enfrentando um ser que nem altura para ser moroi tem – Ela riu e eu a acompanhei. Agora nós estávamos olhando uma para a outra e eu juro que podia ver lágrimas nos olhos da minha amiga – Rose sempre estava lá quando eu a chamava, as vezes era até inconscientemente, e ela sempre pegava detenção porque corria pelos corredores para chegar o mais rápido possível onde eu estava. Depois que ela chegou, até tentaram, mas ninguém nunca mais conseguiu me atingir.

Ela segurou minha mão e um sentimento de gratidão enorme passou pelo laço, e não foi apenas com o bullying que eu a ajudei, foi também com os cortes e com a escuridão. Foi naquele momento que eu percebi que minha amizade com Lissa estava tão forte quanto diamante, e eu segurei o nosso colar da amizade e tentei conter minhas próprias lágrimas.

-E não se esqueça da vez que a vadia da Mia manipulou um punhado de neve para cair em cima de você e quem pegou fui eu – Eu disse tentando descontrair um pouco. Eu não queria e nem ia chorar no meio de todo mundo.

-Ah meu deus! – Lissa começou a rir – Ela só faltou morrer congelada. Como você se virou naquele dia depois que eu deixei roupas secas no ginásio?

-Hum... – Eu bebi meu refrigerante e lembrei que aquele dia foi uma das primeiras vezes que rolou um clima entre Dimitri e eu – O seu guardião me fez treinar até a beira da morte com a desculpa de reestabelecer minha temperatura corporal.

Entendi... transaram no banheiro até a beira da morte dos dois

 Lissa soltou pelo laço e eu praticamente me engasguei com a minha comida. Dave dava leves batidinhas nas minhas costas enquanto eu olhava para ela que continuava a falar outra coisa para Ali e Monica, e eu torcia para que ela olhasse para mim para eu negar aquilo. Ela sabia que não era verdade.

Christian, para desgraçar ainda mais minha vida, jogou suas mãos para trás e me olhou com um sorriso descarado enquanto se reclinava na cadeira.

-Acho que você tinha outros meios para reestabelecer a sua temperatura corporal, não é Mazur? – Ele disse dando um sorriso diabólico e malicioso, e eu acho que eu fiquei tão branca quanto ele.

-Como é que é, garoto? – Dave disse me abraçando. Com o canto do olho vi Dimitri se remexer desconfortável na cadeira.

-O Mason – Christian gargalhou e depois recebeu uma cotovelada de Lissa.

-Eu definitivamente vou te matar antes do natal – Eu disse com raiva enquanto Dave me segurava pela bitaca do meu short enquanto comia sua comida.

-Mas já é amanhã! – Christian gargalhou e fez uma pequena bola de fogo com as mãos – Seria horrível se o seu cabelo pegasse fogo, Rose.

-Pelo amor de Deus, chega! – Lissa disse irritada – Nenhuma palavra mais vocês dois!

Eu voltei a comer enquanto notava alguns olhares debochado de Christian para mim. Acho que ele achava que eu tinha uma queda pelo Dimitri. Eu podia lidar com isso. Dave e Dimitri engataram em uma conversa sobre o meu potencial dhampir e os bastardos estavam combinando uma hora de treino para mim, pois ambos queriam testas minha resistência. Lissa, Monica e Ali continuaram falando de mim e do meu senso de proteção e eu já não estava mais gostando dessa conversa, pois estava despertando em Lissa pensamentos que ela tentava esconder.

-Rose realmente é muito protetora com todos – Monica falou e sorriu com orgulho para mim – Lembro que toda vez que um amigo dela adoecia ela sempre cuidava dele, e o David ciumento do jeito que é sempre arrumava confusão, e o jeito era levar o garoto para dormir na mansão Mazur, pois a Rose se recusava a deixar ele sozinho.

-Para mim – Dave disse se intrometendo na conversa – Aquele moleque ainda não esqueceu o que vocês tiveram quando mais novos e ainda nutre sentimentos por você – Ele disse com desdém e se virou para Dimitri – Você por acaso acha necessário o moleque ficar uma semana enfiado no quarto de hóspedes enquanto tem febre e Rose dá cuidados especiais para ele?

Eu quis matar o Dave naquele momento. Tudo bem que ele sempre implicou porque Ashton ficava lá em casa por ele ser menino, e eu ficava checando a temperatura dele toda hora, mas ele precisava falar isso para o Dimitri? Precisava falar que eu e o Ash já tivemos alguma coisa?

-Dimitri tem uma irmã mais nova – Dave continuou enquanto olhava para Ali e Monica – E tenho certeza que nessa ele vai me dar razão.

As mais velhas olharam para Dimitri e ele por poucos segundos manteve seu olhar sobre mim, um olhar que eu sabia que era vamos conversar sobre isso mais tarde.

-Bem – Ele pigarreou e disse sério – Como irmão mais velho eu realmente me preocuparia se um moleque fingisse doença para ficar perto da minha irmã mais nova, e isso implica eles ficarem sozinhos em um quarto. – Dimitri falou essa última parte tão natural e neutro que eu até achei que não sobraria para mim mais tarde.

-Acontece, Camarada – Eu sorri para ele e para Dave – Que Ash não tem nenhum interesse amoroso em mim. E você, seu asiático de araque ciumento de uma figa, você sabe disso – Eu apontei o dedo na cara de Dave – Você até zoa o coitado porque ele não tem coragem de chegar na Serena. Somos apenas amigos e eu cuido dos meus amigos, assim como cuidaria de qualquer um – Olhei para as meninas e sorri maliciosa e depois me virei para Dave e Dimitri – E claro que alguns têm cuidados extras porque merecem – Eu disse isso rápido na direção de Dave e saí correndo.

Escutei apena alguns resmungos de Dave, algo como repreendendo Ali e Monica por me incentivarem e depois, quando eu já estava passando da porta de vidro que dava acesso a piscina, Dave me alcança e me pega pelos ombros.

-O que você disse lá mesmo? – Ele perguntou e eu percebi que ele tinha tirado sua camisa e eu comecei a me debater.

-Eu não disse nada! – Eu gritei – Eu não quero me molhar! Joe, Paul, Camarada! Alguém!

Percebi Lissa ficar animada pelo laço e vir na minha direção acompanhada de Christian.

-Qual é, eu acabei de comer! – Eu gritei.

Não adiantou. Dave me jogou como se eu fosse um nada dentro da piscina com mais de dois metros de profundidade, e por mais que eu não quisesse me molhar, eu amava nadar. Bolei por alguns segundos dentro da piscina e depois que senti meus seios roçarem o piso de leve eu comecei a nadar para cima, quando minha cabeça alcançou a superfície eu senti uma pressão leve na minha cabeça e era Dave me batendo com a boia de unicórnio.

-Idiota! – Eu disse rindo e afundando de novo.

Comecei a nadar no completo escuro e senti a presença de Lissa. Ela queria pular na piscina mas estava com medo. Quando voltei à superfície Christian já estava dentro da piscina também e encorajava a namorada a entrar.

-Lissa! – Eu disse me aproximando do casal – Vem! Prometemos que não vamos deixar você afundar.

-Não sei – Ela disse apreensiva – Tá escuro.

-Pegue a boia – Eu disse nadando de volta e pegando a boia de unicórnio.

Lissa pensou um pouco e depois riu de si mesma ao pensar o quão ridícula ficaria com aquela boia. No fim, depois de eu encoraja-la, ela se apoiou no Chris e quando fomos para a parte funda ela veio para as minhas costas, pois Christian queria ver a profundidade de tudo. Dave tinha saído da piscina e agora conversava algo com Dimitri que observava nós três.

-Ali e Monica têm razão em uma coisa – Lissa disse quando nós estávamos na beirada e eu já me preocupava com a demora do Ozera em voltar para a superfície.

-Em quê? – Eu perguntei e percebi um sentimento de astúcia tomar conta dela, enquanto eu sentia a água ficar morna e algo brilhar no fundo – Christian está tentando fazer da piscina uma jacuzzi gigante?

-Você é ótima em proteger as pessoas – Ela sorriu e eu abaixei a cabeça sem graça enquanto sentia a água ficar quente.

-Talvez seja extinto, no fim das contas – Eu disse sem graça e torcendo para que os pensamentos de Lissa não se expandissem.

-Sabe... – Ela disse mordendo o lábio inferior e nervosismo passou pelo laço – Você acha que poderia se acostumar à essa vida?

Droga...

-Que vida? – Me fiz de desentendida e comecei a brincar com as primeiras bolhas que Christian estava fazendo.

-Rose – Lissa não sabia como me abordar e ela achava que eu não sabia do que se tratava ainda – Você acha que poderia...

-Seu namorado está muito há tempo lá em baixo – Eu não deixei Lissa completar a frase e mergulhei na direção brilhosa onde o idiota do Christian estava gastando energia e se afogando.

Eu mergulhei e não demorei nem cinco segundos para alcançar Chris. Ele parecia bem e graças ao fogo que ele milagrosamente produzia, eu pude ver que ele não ficou feliz em me ver lá em baixo, mas eu o puxei pelo braço e, pelo menos hoje, iria tentar desviar a atenção de Lissa para qualquer coisa que não seja relacionado a eu ser sua guardiã.


Notas Finais


School's out - Cover Glee : https://www.youtube.com/watch?v=RqeRkMyuHRE
Vou ser sincera com vocês, esse capítulo é a introdução para a desgraça toda, mas como eu sou boazinha eu vou trazer um capítulo bem bonitinho de natal antes do da desgraça. Tá vendo como eu sou boazinha?? Aviso para vcs irem se preparando psicologicamente!
Comentem bastante pois senti falta de vcs. bjs


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