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História Outro Mundo - I can't be your guardian


Escrita por: KateMoura

Notas do Autor


oi amores, demorei? espero que não...
Boa leitura :))

Capítulo 42 - I can't be your guardian


Acordei no outro dia com Dave batendo na minha porta e gritando meu nome. Se não fosse ele me irritando, seria Lissa. Levantei e coloquei meu hobby, calçando minhas pantufas de coelho que estavam no canto da cama.

-Em nome de Deus, Alá, ou qualquer outra coisa – Abri a porta irritada e regulei a luz para não irritar meus olhos – O que diabos você quer me incomodando tão cedo? Você não tem vida não?

-Minha vida é você, baixinha – Ele disse debochado e mexendo no ajustador de luz, deixando ela bem acessa enquanto eu voltava para a cama – Está na hora de acordar. É nove da manhã.

-E daí? – Empurrei-o da cama com meus pés e me cobri de novo. Eu estava cansada.

-Vamos treinar – Ele se sentou ao meu lado – Com Dimitri. Quero ver o quanto você evoluiu. Eu era o seu treinador e agora é ele – Ele limpou a garganta – Quero ver se ele tem feito um bom trabalho.

-Mentiroso! – Levantei da cama revirando os olhos – Você o convenceu de alguma aposta. Qual foi?

Eu conhecia David. Ele era uma cópia do meu pai quando a questão era ego.

-Você fazer tudo no ritmo dele e ainda aguentar prancha alta até a exaustão.

-Exaustão até quanto? – Cocei o queixo. Isso estava ficando interessante – Meu último tempo de prancha alta pelo que eu lembro é de 12’04.

-Então faça 12’05.

-O que você ganha com isso? – Semicerrei meus olhos.

-Nada – Seu olhar ficou sombrio – Apenas tiro conclusões de certas coisas.

-Credo... – Eu disse desconfiada e segui para o banheiro.

Matar os dois babacas por terem feito uma aposta para saber da minha resistência era pouco, eu queria triturar os dois. Pelo menos eles estavam me pagando com os olhares dos humanos que passavam pelas mansões, e acho que a notícia de que eu estava treinando do lado de fora da mansão se espalhou porque de repente todos os garotos riquinhos começaram a sair de suas mansões para ver o dia.

-Corra mais rápido! – Dimitri disse demonstrando irritação, mas eu sabia que não era comigo, e sim com o babaca que passou e buzinou em uma Ferrari vermelha. Credo.

Fiz mais duas voltas, duas infernais voltas para terminar esse maldito treino e quando voltei, com meus pulmões praticamente rasgando o meu peito e querendo pular para fora do meu corpo, eu vi Lissa e Christian com dois guarda-sol e óculos escuros observando tudo.

Você é incrível Lissa me enviou pelo laço.

-Quando você vai começar a apanhar dos guardiões? – Christian gritou quando eu, exausta, me sentei no chão enquanto Dave me trazia água.

-Esse não é um treino com lutas – Dimitri disse com sua voz neutra – É apenas para comparar a resistência dela quando ela treinava como uma humana e agora como o que realmente ela é, uma dhampir.

Enquanto eu bebia a água eu refleti nas palavras de Dimitri. Eu sempre me senti incomodada quando eu me dava conta de que eu não era uma humana, e sim um ser bizarro que é uma mistura esquisita de vampiros e humanos. Mas agora... agora eu encarava a frase “Eu sou uma dampira” com mais naturalidade.

Infelizmente não foi apenas eu que percebi isso. As palavras de Dimitri despertaram aqueles pensamentos em Lissa, mas ela tratou logo de esconder eles, principalmente porque ela percebeu meu olhar sobre ela e mesmo por de trás dos óculos escuros eu senti ela desviando seus olhos jades de mim.

-Prancha alta até exaustão agora – Dave falou – Vamos, baixinha.

-Eu odeio você dois – Eu disse me levantando e me ajeitando em um colchonete que eles arranjaram, apoiando minhas mãos e levantando meu tronco ao mesmo tempo que eu fazia o mesmo na região dos meus pés e empinando minha bunda – Isso é tentativa de assassinato!

-Não odeia não – Dave riu debochado enquanto ele se sentou no chão perto de mim – Você me ama.

-Cala.essa.boca.maldita – Eu disse olhando para o chão e me concentrando em ficar nessa posição pelos próximos 12’05s.

Depois do treino, e de eu ter quebrado o meu próprio record de prancha alta com 13’09, eu comi bastante, quase a cozinha inteira, mesmo com a Monica dizendo que era para eu esperar o almoço, e depois eu simplesmente voltei para o meu quarto e apaguei.

Eu estava de volta á Surfside e a praia estava vazia. Olhei confusa de um lado para o outro atrás de Dave, ou de qualquer alma viva, e nada. Eu estava com o mesmo biquíni da cor nude que eu usei da última vez e decidi dar um mergulho.

-Onde você pensa que vai, pequena dhampir? – Escutei uma voz conhecida e me senti confusa.

Virei para o outro lado, dando de cara com Adrian Ivashkov vestido com uma calça jeans e uma blusa que por um milagre não estava amassada.

-Por que diabos meu subconsciente costuma recordar de você nos meus sonhos? – Murmurei para mim mesma e me aproximei dele.

-Porque eu sou inesquecível e no fundo você é louca por mim e não pelo seu mentor? – Ele sorriu maliciosamente e eu paralisei – Você fica ótima de biquíni.

-Eu sempre fico ótima de biquíni – Cruzei meus braços – E isso que você disse sobre Dimitri é mentira.

-Será mesmo? – ele gargalhou e por um momento eu o achei bonito – As auras de vocês denunciam. Vocês podem enganar todo mundo, até a sua mãe, mas a mim não.

-Cala a boca, vampiro estúpido – Bufei e fui em direção ao mar.

-Hey – Ele gritou quando eu já estava perto das ondas – Vocês estão passando as férias em algum lugar onde tem praia, certo?

-Miami, por quê? – Fiz uma cara confusa.

-Sua aura e a de Lissa – Ele disse com confusão – Elas são diferentes. A dela é dourada, igual a minha, enquanto a sua é negra – Ele disse me analisando – É como se você estivesse à beira da loucura.

-Eu não estou à beira da loucura! – Eu disse rápido e entrei no mar. Ou estou? Minha sanidade dependia de braceletes encantados droga!

-E também a aura de vocês duas é engraçada – Ele disse entrando no mar comigo, sem se importar em molhar sua preciosa roupa de marca.

-Provavelmente porque nós somos ligadas psiquicamente – Dei de ombros. Eu estava sonhado mesmo – Nós dividimos um laço psíquico. Eu sou uma shadow kissed.

-Então é verdade... – Adrian murmurou e de repente ele pareceu sério demais para um moroi vagabundo.

-É verdade o quê? – Sorri e dei outro mergulho no mar mas voltei logo em seguida.

-Eu preciso conversar com vocês – Ele disse oscilando entre a seriedade e um sorriso nos lábios. Ele parecia um louco – Na verdade apenas com a princesa, mas você também. Me diga, em que parte de Miami vocês estão?

-Como é? – Eu disse confusa e senti tudo tremer e tudo a minha volta se desfazer.

-Rose, por favor, me diga.

-Estamos em uma mansão que fica há 18km do aeroporto e há 5 minutos da praia de surfside em Miami Beach – Eu disse enquanto sentia tudo se desfazendo, e eu me sentia confusa porque eu estava dando minha localização para um vampiro em um sonho que não era real – A mansão é...

Senti ser puxada para o mundo real, abri meus olhos e vi os lindos olhos jades de Lissa me encarando.

-Acordou? – Ela me olhava curiosa.

-Sim – Me mexi na cama e constatei que eu não estava dolorida por causa do treino, provavelmente a dor viria amanhã.

-Você dormiu bastante.

-Acontece quando seus treinadores resolvem testar a sua resistência – Bocejei e sentei na cama.

-Se isso tivesse acontecido na academia, você provavelmente seria uma espécie de deusa entre os dampiros agora – Lissa disse se sentando ao meu lado – Quer dizer, eu não entendo nada daquilo mas, uau, você definitivamente é incrível.

-Quero ver se você vai continuar falando isso amanhã, quando meus músculos reclamarem.

Ficamos um tempo em silêncio e eu refleti no meu sonho. Era tão louco. Só sonhei com o tal Adrian duas vezes, e essa última foi bem louca e assustadora.

-Você tem conversado com Oksana? – Eu perguntei me enfiando de baixo do cobertor.

-Sim – Ela sorriu – Ela disse que semana que vem vamos iniciar algumas teóricas para eu aprender a fazer amuletos.

-O que ela disse sobre a escuridão? – Eu perguntei lembrando das palavras de Adrian ‘é como se você estivesse à beira da loucura’ – Você vem usando muito os poderes? Curando plantas ou sei lá o quê?

-Não – Lissa fez uma cara confusa – Nem tem como com aquele inverno que mata tudo em Montana, quer dizer – Ela fez uma pausa e olhou para mim – Quando você e Christian estão muito ocupados eu vou para o porão da igreja e tento trazer algumas plantas de volta, mas eu não forço muito. Oksana diz que é bom eu praticar, mas o uso dos poderes tem um custo sobre nós duas, então nunca é bom abusar.

-É bom saber disso – Eu me abracei de forma protetora.

-Hey, o que é isso no seu pescoço e que não é o nosso colar da amizade? – Ela perguntou curiosa e fascinada.

-Dimitri me deu de natal – Eu falei baixo e ela soltou um gritinho.

-É linda... – Ela tocou e depois deslizou até o nosso colar da amizade, mordendo seus lábios – Eu tenho outro presente para te dar.

-A sandália linda que você me deu ontem está de bom tamanho – Me mexi desconfortável pois ela bloqueou seus pensamentos direitinho – Vai combinar com o brinco que o Dave me deu.

-Esse presente é mais especial – Ela abaixou a cabeça tímida – Não sei se você gostará – Tristeza, insegurança e medo passaram pelo laço. Fiquei tensa.

-C-claro que eu vou, Liss – Falei nervosa.

-Vou te dar no fim do dia – Ela sorriu.

-Mazur – Ouvi a voz de Christian soar pelo quarto e eu olhei para a porta. Lissa deixou a porta aberta – Se afaste da minha namorada.

-Ela que veio atrás de mim, Ozera – Debochei.

-Engraçadinha – Ele revirou os olhos e se sentou na minha cama, me entregando um pote de cookies em forma de papai noel que tinha sobrado.

Liguei a televisão e, por incrível que pareça, estava passando crepúsculo, e como eu não podia perder a chance de zoar com o Chris nós assistimos o filme e ele ficou emburrado porque toda hora eu chamava ele de Cullen.

-Mas é o meu Cullen – Lissa disse dando um beijo no namorado.

-Hey – Eu literalmente me enfiei no meio deles – Parem com isso, pelo amor de deus.

O filme tinha acabado e agora estava passando um filme que pela sinopse falava sobre o fim do mundo.

-Gostei – Eu e Christian dissemos em uníssono. Talvez no fundo fôssemos parecidos mesmo.

-Vou buscar mais cookies – Eu disse me levantando – Não transem na minha cama.

Fui rapidamente na cozinha e enchi o pote de cookie, quando voltei o filme já tinha começado e Lissa e Christian olhavam para a TV atentamente. Me sentei ao lado de Lissa mordendo o primeiro cookie e quase engasgo quando vejo uma mulher branca, de cabelos pretos lisos e olhos azuis. Tudo bem que ela não era a Tasha, até porque a vampira era bem mais pálida, e tinha menos curvas, e os cabelos eram mais cacheados, mas lembrava muito. Principalmente porque a personagem era jovem e bela.

-Parece uma versão humana da sua tia... – Eu murmurei.

-A Liv Tyler? – Christian Disse metendo a mão no pote e pegando um cookie – É, pode ser.... Minha tia quando era mais jovem era tão bela quanto ela, mesmo com a cicatriz.

-Hum... – Eu disse mordendo o cookie e de repente eu perdi a vontade de assistir o filme, mesmo ele sendo legal e eu me identificando 90% com a personagem. Tão mais bela que essa mulher? Dimitri aproveitou horrores então.

-Ela está em NY com um amigo – Christian disse depois de um tempo em silêncio – Acho que ela esperava que rolasse algo com um amigo próximo que ela tinha, como não rolou, e ela agora está se sentindo livre para viver a vida dela, acho que... não sei, vou ter um tio em uns priminho daqui uns anos.

-Entendo – Eu olhei para o outro lado reprimindo a vontade de murmurar um ‘vaca predadora viciada em macho’, mesmo sabendo que Tasha tinha total direito de procurar sua felicidade e seus sonhos, mas que Dimitri estivesse bem longe deles.

-Esse filme está chato – Lissa fez cara de emburrada – Vamos fazer outra coisa.

Saímos do meu quarto e fomos para a sala, onde encontramos todos os guardiões murmurando algo e quando nos viram tentaram disfarçar, principalmente Dave.

-Mas é isso aí, cara – Ele bateu no ombro de Dimitri que arqueou a sobrancelha e o olhou de cima a baixo. Acho que eles estavam virando amigos mas não à esse ponto – Parabéns pela sua irmã!

Oi?

-Quem vai casar? – Perguntei me enfiando no meio dos guardiões. Eu sabia que não era isso. Eles estavam muito quietos, desconfiados e até tensos, e claro que Dimitri não ia compartilhar qualquer informação sobre a sua família com os meus guardiões, ele mal compartilhava comigo.

-A irmã mais nova dele está namorando um dampiro e ele ficou preocupado, e até enciumado, por ser a irmãzinha dele – Dave mordeu uma maçã e olhou para nós dois – Afinal mesmo de longe ele se preocupa com ela, e muito. Quando você começar a namorar você vai me contar, não é Rosemarie?

-Primeiro que eu não estou namorando ninguém – Revirei os olhos, mesmo um pouco nervosa – Segundo que – Dei meia volta e sentei no sofá, cruzando as pernas e dando um sorriso enorme para os quatro patetas à minha frente – Camarada, você já está virando tão parça assim dos meus guardiões para sair falando seus problemas familiares em menos de quatro dias? Enquanto eu que treino com você dia e noite demorei quase dois meses pra saber que você tinha uma irmã mais nova que eu pouca coisa? Estou magoada – Passei as mãos pelo meu cabelo e olhei vitoriosa para Dave e semicerrei meus olhos.

Ele continuou me encarando e eu sabia que ele queria descobrir algo que eu estava escondendo, eu e Dimitri, mas eu também queria descobrir o que todos estavam escondendo de mim porque sempre que eu os via de segredinho eles mudavam de assunto. Continuamos nossa guerra silenciosa de troca de olhares até que seus olhos se desviaram para o meu pescoço, para a minha gargantilha.

-Onde você arranjou isso? – Ele perguntou um pouco nervoso.

Eu conhecia esse tom de voz dele, e não era legal, ou eu iria arrancar a verdade dele, ou ele iria arrancar a verdade de mim.

Engoli em seco antes de responder.

-Eu comprei em NY – Respondi nervosa – Quando entrei naquela loja para comprar os presentes de Lissa, Ali e Monica.

Olhei para Dimitri e vi ele se mexer desconfortavelmente ao lado de Dave. Joe e Paul ficaram tensos e Phill já tinha saído da sala assim que eu cheguei. Olhei nos olhos de cada um e vi Dave continuar a encarar a minha gargantilha.

-Vocês estão escondendo algo de mim! – Eu disse levantando do sofá e fingindo um ataque de raiva – Tudo bem que eu sou praticamente abandonada pelos meus pais e que eles contratam vocês para tapar o buraco que eles deixam – Nesse momento apelei, admito – Mas eu não tô nem aí se minha mãe não responde meus e-mails há duas semanas ou meu pai minhas ligações há cinco dias – Eu comecei a andar de um lado para o outro – O que está me incomodando é que eu sei que tem algo rolando e ninguém me conta porque vocês ficam de grupinho cochichando algo, e quando me veem dizem que não é nada ou que é somente algo sobre rondas e mais rondas, mas adivinha... – Eu gritei e olhei para todos eles – Eu não sou burra! Que merda tá acontecendo?

-Você nem sempre precisa saber de tudo, Rosemarie – Dave disse com os dentes cerrados  – Agora sente neste sofá que nossa conversa não acabou – Nesse momento Joe e Paul saíram da sala - O que você está escondendo?

-Você nem sempre precisa saber de tudo, David Tanaka – Eu disse emburrada.

Se Dave fosse me forçar a falar algo, eu iria dizer para ele falar com a Piper. Esses meninos vão nascer e ela não conta que ele vai ser pai.

-Ótimo! – Ele cruzou os braços, como sempre fazia quando nós brigávamos e saiu da sala, me deixando sozinha, com raiva e nervosa.

Percebi que Dimitri ainda continuava na sala e ele se aproximou, se sentando em outro sofá e eu olhei para ele debochada.

-Quer dizer que Viktoria está namorando?

-Até onde sei não – Ele olhou para mim e soltou um sorriso – Roza, não seja curiosa demais. Estamos aqui para te proteger. Eu estou.

-Dave sabe que estou escondendo algo – Falei baixinho com medo de alguém escutar – E na verdade estou – Eu me inclinei na sua direção e disse mais baixo ainda – Ele vai ser papai.

-Quê? – Dimitri parecia surpreso. Fiz um sinal de dois com a mão e o russo arregalou os olhos e eu comecei a rir.

-Ela disse que ia contar depois da viagem.

-Dois? – Ele ainda parecia absorto na notícia ‘gêmeos’ – Com certeza não é uma tarefa fácil, mas ele é um sortudo – Ele deu um daqueles raros sorrisos e por algum motivo eu me senti... oca – Não vejo a hora da notícia se tornar oficial para eu dar os parabéns. Era por isso que você quis ir em um loja de bebês naquele dia?

-Sim – Sorri sem graça e estalei meus dedos na sua frente, fazendo ele acordar – Esqueceu que ele quer arrancar a sua cabeça porque nós estamos juntos?

Dimitri relaxou no sofá e jogou sua cabeça para trás, fingindo divagar.

-Quando tudo se resolver, você se formar, terminar a faculdade e se realizar profissionalmente – Ele suspirou – Nós vamos adotar o nosso bebê e depois ele não vai querer arrancar a minha cabeça.

-Como é? – Eu levantei do sofá assustada e ele me olhou querendo rir – Nos vemos na hora do jantar – Eu disse nervosa.

Céus, não se fala isso para uma garota de 17 anos que só quer entrar na faculdade. Um bebê? Eu sou um bebê, um bebê bem levado mas ainda sim um bebê. Acabei por lembrar de Serena e o seu irmãozinho, kyle, ele deve ter um ano agora, mas sempre que me via ele se jogava em cima de mim e eu conseguia fazer ele dormir quando Serena estava sozinha em casa. Tirando por isso, acho que minha experiência com bebês são boas, mas eu também sei que cuidar de um bebê vai além disso, muito além.

Eu vi o sorriso que Dimitri soltou ao saber que Dave ia ser pai, sei também que ele quer filhos, e mesmo se eu fosse uma adolescente louca que quisesse dar um filho para o homem que ama nesse minuto, eu não poderia por causa dessa maldita genética. Poderia ser besteira o jeito como eu estava me sentindo, mas eu estava me sentindo oca, como se o útero que eu tivesse dentro de mim não tivesse serventia, não com Dimitri. Eu me senti triste com isso.

Sentei na beirada da piscina e comecei a lembrar da aula de genética básica moroi/dhampir que eu fiz umas três aulas assim que eu cheguei na St Vladimir antes de ser transferida para a avançada “Seres híbridos como os dampiros não podem reproduzir entre si pois possuem um cromossomo extra, então não podem fazer pares homólogos e assim não há meiose” Qualquer ser híbrido é assim, eu sou assim. Não poder ter filhos é bem diferente de não querer e...

-Ei, Rose! – Liss encostou suas mãos no meu ombro e eu estava tão distraída que nem percebi ela se aproximar – Eu... é... eu quero te entregar o meu presente.

Percebi que ela tinha um cordão nas mãos e tinha o símbolo dos dragomir nele. Franzi meu cenho e concordei com a cabeça. Fomos até o portão da mansão e Joe estranhou um pouco ao abrir para nós duas, mas por fim acabou cedendo.

-O que é isso? – Eu perguntei enquanto andávamos.

-É um Chotik – Fiz uma cara confusa e ela gargalhou – Um cordão de oração ortodoxo.

-Hum... – Suspirei – É muito bonito, principalmente o dragão com o símbolo da sua família e...

Olhei para ela que me encarava sorridente e ansiosa, fui fundo nos seus pensamentos e aquele pensamento que ela tanto evitou, e até eu, estava ali. Dimitri e eu sendo os seus guardiões, vivendo na corte junto com Christian em um apartamento, como uma família.

-Você pode ser minha guardiã ao lado de Dimitri – Ela disse rápido, provavelmente adivinhando que eu entrei na sua mente – Nós dividimos um laço que pode ser útil e a própria rainha tem interesse em você como guardiã – Arregalei meus olhos e dei um passo para trás – Você é uma das melhores da St Vladimir e ainda falta um bom tempo para você concluir seu tratamento. Eu tenho certeza que você passaria nas provas.

Eu estava imóvel quando ela puxou meu braço direito toda sorridente e começou a enrolar o cordão.

-Um amigo do meu pai me entregou quando meus pais morreram e somente os guardiões da família dragomir têm e...

-Você tá louca? – Eu gritei e balancei meu braço, jogando o chotik no chão e ela me olhou com os olhos arregalados – Eu não posso ser a sua guardiã! Eu não fui criada assim! Eu quero ter uma vida – Eu gritei – Você achou mesmo que podia me convencer... – Me calei ao perceber que eu tinha lágrimas nos olhos e ela também – Ai meu deus. Eu não sou desse mundo e nem posso fazer isso!

Eu sentia meu coração se desfazer em mil pedaços enquanto Lissa me olhava com lágrimas e chocada. Eu não queria fazer isso, eu não queria. Não queria machucar Lissa, mas eu não vivo em um mundo onde o meu lema é “Eles vêm primeiro”. Eu queria ter uma vida, queria fazer faculdade, queria me formar, queria ter uma vida ao lado de Dimitri se possível e quem sabe até concordar com a ideia maluca dele de adotar um bebê, até dois, eu queria... não sei, fazer uma loucura e desistir de direito para cursar biologia e me especializar em biologia marinha, ou até ser uma geneticista como a minha professora moroi deixou escapar.

-Entendi – Lissa disse entre lágrimas – Você odeia todos nós. Sempre odiou – Ela disse isso e saiu correndo para mais longe da mansão.

Droga!

-Lissa! – Gritei – É dia! Você vai se queimar!

Ela continuou correndo e me bloqueou, então quando ela virou a esquina eu revirei os olhos e corri atrás dela. Para onde ela pensa que está indo? Não demorei muito para alcançar ela, até porque eu sou bem mais rápida. Ela estava em baixo de uma árvore e respirava rápido e estava com a pele rosa.

-Lissa, não é isso – Eu disse a alcançando – Eu não te odeio, eu te amo e...

Ela me olhou com amargura e continuou correndo. Gritei seu nome e me preocupei pois já estávamos um pouco longe da mansão e não tinha ninguém vigiando, na verdade só tinha dois humanos maromba, e podia parecer besteira, mas com o treinamento que eu vinha recebendo meus instintos ficaram alertas para eles dois.

-Espera, Droga! – Gritei e corri novamente.

Não demorei muito para alcançá-la e agarrar o braço dela, dessa vez olhando em volta e percebendo que os dois humanos estavam vindo na nossa direção. Meu coração começou a disparar e eu empurrei Lissa para trás de mim, lembrando de todo o padrão de proteção moroi e de como sair em situações como essa.

-Fique quieta – Eu murmurei e cerrei meus punhos, tendo a certeza de que eu não aguentaria uma briga com dois humanos maromba – Se eu mandar você correr, corra! Use compulsão em quem for preciso. Quando você chegar na mansão, peça ajuda!

-Rose... – Ela murmurou quando eles se aproximaram.

-Vocês estão precisando de ajuda? – Um loiro bem bronzeado perguntou com um sorriso bonito.

-Não – Eu disse com a voz firme – Já estamos voltando para casa.

-Tem certeza? – O rapaz negro que estava ao lado do outro perguntou, mas ele tinha um certo brilho perigoso no olhar.

Ambos se aproximaram e eu dei um passo para trás junto com Lissa.

-Liss – Cerrei meu punhos – Corra!

-Se ela fizer isso, ela morre – O rapaz negro disse tirando uma arma da bermuda.

-E se você tentar algo, ela morre também – O loiro falou – Bem que disseram que você é a rebeldia em pessoa e não ia aguentar ficar muito tempo sem aprontar.

-O que vocês querem? – Perguntei já sabendo da resposta.

-Não é óbvio? – Ele riu – Queremos você.

-Ótimo – Engoli em seco – Deixem ela ir.

-A princesa? – O outro gargalhou – Nunca! A princesa será o nosso bônus. 


Notas Finais


E agora? Palpites? muahahahahahahahaha
Comentem amores, estouu sentindo a falta de vvcs


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