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História Outro Mundo - Extra - Dimitri - Segredos descobertos


Escrita por: KateMoura

Notas do Autor


Oi amorecas, a faculdade estava me lascando por isso demorei.
Boa leitura : )

Capítulo 46 - Extra - Dimitri - Segredos descobertos


Agarrei Rose quando percebei ela cair desacordada. O que ela fez me deixou transtornado, principalmente porque ela tinha pavor que qualquer moroi que tivesse a intenção de transformá-la em uma prostituta de sangue se aproximasse. Isso foi um verdadeiro ato de coragem.

-Roza! - Eu acariciei suas bochechas e o desespero tomou conta de mim - Precisamos sair daqui! - Eu disse para Lissa.

A princesa pareceu não me ouvir enquanto estava de olhos fechados, agachada ao lado de David que estava de olhos fechados e respirando fracamente, com o enorme buraco na barriga. Não era uma cena linda de se ver. A strigoi deve ter perfurado ele com suas unhas afiadas e ainda enfiou toda a mão, fazendo uma bagunça feia nas suas entranhas.

Lissa se concentrou durante mais alguns segundos enquanto eu acariciava os cabelos de Rose. A princesa começou a suar e eu não via nenhuma melhora em David, pelo menos física. Foi quando ouvi barulhos diferentes logo atrás de mim, passos se aproximando e eu virei alerta deixando Rose deitada no chão e peguei minha estaca.

Não foi preciso lutar. Era Janine. Uma Janine completamente ensaguentada e com alguns machucados superficiais, mas com um machado em mãos. Olhei mais para trás e vi o corpo de Rupert no chão, ainda dando pequenos choques e sua cabeça pálida mais pra frente, formando um poça de sangue ao redor. Ao lado do corpo Paul falava no telefone, e eu acredito que ele entrava em contato com os alquimistas.

Me virei para ver Lissa de novo e dessa vez eu quase engasgo ao olhar para David e ver que o buraco na sua barriga desapareceu e agora tinha uma cicatriz vermelha e grande, do tamanho do buraco. Lissa abriu os olhos e se impressionou com o próprio trabalho, mas ao olhar para o rosto de David e ver que ele ainda não estava acordado, ela pegou a mão dele e eu a parei imediatamente.

-Não! - Eu disse e ela me olhou confusa - Ele não corre mais risco de morrer e logo mais ele acorda. Temos que sair daqui.

-Rosemarie… - Janine sussurrou ao olhar a filha desacordada nos meus braços - O que aconteceu com ela? O que aconteceu com o David? - Ela olhou para a barriga dele e por um breve momento deixou transparecer que estava atordoada - Eu vi quando aquela Strigoi…

-Fui eu! - Lissa disse se levantando - Ele está bem agora. Daqui a pouco acorda - Ela olhou para mim e veio na direção de Rose e mexeu nos seus cabelos, mas eu vi que era para esconder a marca da mordida.

-E Rose? - Janine perguntou preocupada e veio na minha direção.

-É… Ela… - Lissa abaixou a cabeça e olhou para trás de mim e ficou paralisada. Ela viu o corpo de Rupert - Meu Deus… - Foi como se ela tivesse se dado conta de todo o horror que a rodeava naquele minuto.

-Vamos tirar vocês daqui - Janine pegou nos ombros de Lissa que ficou imóvel olhando para Rupert.

-Não sem o David - Lissa disse piscando algumas vezes e depois olhou para Rose - Ela não ia querer isso, e ele está vivo.

-Logo a ajuda chegará para ele, mas no momento quem precisa de ajuda é a Rose - Eu disse vendo a pequena pálida e sentindo ela fria nos meus braços.

Logo Joe se aproximou do amigo e perguntou o que ocorreu. Eu dei uma breve explicação enquanto Janine ficava com Rose em um sofá, e de longe eu via Lissa tímida e nervosa se explicando para Janine.

-Levem ele para um hospital e façam exames. Tanaka ainda necessita de cuidados. Ao chegar lá inventem qualquer desculpa mas não mencionem o uso do espírito e muito menos a princesa - Eu disse para Joe que ainda encarava Tanaka no chão surpreso.

-Ele agora vai ser que nem a Rose?

-Não, ele ainda estava vivo.

Ao sairmos da casa, após os alquimistas chegarem para limparem toda a bagunça, Abe chegou com duas equipes médicas e logo foram atender Tanaka e Rose. Minha pequena estava pálida e fria, mas ainda respirava.

-Por que ela está assim? - Abe perguntou se aproximando da filha estendida em uma maca e ficou petrificado assim que seus olhos alcançaram o pescoço dela.

-Sr Mazur… - Lissa começou envergonhada.

-Ibrahim, venha comigo - Janine puxou o moroi para longe.

Ao chegarmos no hospital, um hospital de alquimistas a propósito já que Miami não possuía muitos morois, Joe disse que Tanaka levou uma forte pancada no estômago e que isso pode ter afetado seus órgãos. O guardião da minha pequena foi submetido à uma série de exames e depois ficou internado.

-Vou ligar para a namorada dele e mandar um jatinho para ir buscá-la – Abe comentou comigo – Você devia levar a princesa para descansar, Belikov.

-Ela não quer – Eu disse um pouco cansado. E nem eu quero – Tasha está trazendo Christian para o hospital, e acho que as alimentadoras vão vir também.

-Ah sim... – Ele disse mexendo no seu iphone dourado – Belikov, Rose realmente me deixou muito orgulhoso – Ele suspirou – Não pela mordida... Jamais. Mas pelo fato de ter protegido uma amiga e de ainda ter se sacrificado por outro amigo. Eu nunca a eduquei assim, mas vejo que David e os outros fizeram um bom trabalho com ela.

-Rose é uma garota especial, Sr Mazur – Eu disse tentando não demonstrar todo o meu sentimento ali.

-Eu sei – Ele deu um sorriso triste – Mas mesmo assim não é agradável ver a minha princesa daquele jeito – Ele se levantou – Acho que agora ela vai receber a transfusão, ou sei lá o que, e eu quero estar presente. Se me der licença, Belikov.

O Moroi se foi e eu fiquei ali me remoendo de preocupação. Rose, por conta de estar há dias sem comer e ainda ter dado seu sangue para Lissa, acabou ficando fraca e mesmo com soros, e após alguns exames, os médicos avisaram que ela precisaria de uma transfusão de sangue. Seu tipo sanguíneo era B- e Abe disse que faria a doação para a transfusão, mesmo tendo que ser submetido à uma série de exames sem sentidos já que ele era um vampiro e não pegava doenças.

Me levantei e fui ao banheiro jogar uma água no meu rosto. Era o que eu fazia nas últimas três horas desde que eu cheguei nesse maldito hospital e não podia ver a minha pequena. Peguei meu celular novamente e pensei em ligar para a minha mãe, mas seu nome na tela apareceu primeiro.

-Mama? - Confusão e alívio passavam por mim.

-Não, sou eu: Yeva - Ouvi a voz um tanto rabugenta da minha avó e um longo suspiro - Eu estava dormindo quando tive um sonho com você. Vou passar para a sua mãe.

-Mas… - Eu estava completamente confuso. Segundo os meus cálculos era começo da noite na minha terra natal.

-Não discuta comigo! - Ela disse enquanto eu ouvia as escadas rangerem - Você se mete em cada enrascada. Seu destino já está selado ao da Shadow Kissed, mas vocês terão que ser sábios se realmente quiserem ficar juntos, afinal ambos têm vidas e mundos completamente diferentes. Seja sábio, Dimka.

-Mas…

-Alô? - Ouvi a voz da outra mulher e, já sabendo o que Yeva quis dizer, eu respirei fundo e comecei a falar com minha mãe.

Três horas depois

Eu já estava ficando louco e estava para mandar o meu auto controle pelos ares. Enquanto Tasha veio com Christian e conseguiu convencer Lissa a voltar para casa para descansar um pouco, eu inventei uma desculpa para esperar Tanaka acordar, e Joe e Paul foram na mansão buscar algumas coisas para quando isso acontecesse. Abe e Janine não saíam da sala de espera onde foi arrumada para eles, pois Rose estava na UTI após a transfusão e segundo os médicos ela, como tem o metabolismo rápido, acordaria em menos de 24 horas.

Como eu me ofereci para ficar supostamente com Tanaka, eu estava no leito onde ele estava, sentado em uma poltrona enquanto eu mexia no meu celular e via uma das minhas infinitas fotos com a Rose que tinha no meu aparelho. Parei em uma relativamente especial, que foi quando ela viu a neve pela primeira vez e parecia uma criança fazendo anjos de neve.

-Camarada, eu ainda não sei porque você me arrastou pra essa parte de trás. Aqui tá frio.

-Você é uma Californiana resmungona e que só gosta do calor - Eu disse enquanto a guiava e desviava do caminho dos guardiões.

-Claro, especialmente do seu calor - Ela disse com aquela pitada de malícia.

Ignorei seu comentário ou íamos nos agarrar no meio das árvores, e por mais que Rose amasse meu calor, nesse caso eu iria matá-la de hipotermia.

Eu estava guiando ela para a cabana norte, onde se tinha uma boa visão das montanhas.

-Você tá me sequestrando? - Ela perguntou cruzando os braços.

-Não, Roza - Eu gargalhei e vi ela me olhar de um jeito que eu sempre gostava quando ela me fazia rir.

-Ok então - Ela sorriu e continuou andando.

Chegamos e assim que ela viu a vista, e diga-se de passagem, era uma bela vista, Rose ficou encantada. Sua orbes pretas passaram quase dez segundos olhando tudo sem piscar, e a morena piscou apenas porque uma forte rajada de vento veio na nossa direção.

-Eu não acredito que estamos escondidos entre essas montanhas - Ainda era perceptível na sua voz que ela estava encantada.

-Sim - Eu disse a abraçando por trás e ela se aconchegou em mim - É assim que nós vivemos.

Ela ficou calada durante alguns segundos, e na hora em que eu ia perguntar o que ela tanto pensava, a pequena se virou para mim, ficando na ponta dos pés e me dando alguns selinhos.

-Você sabe o que eu sempre quis fazer?

-O quê? - Perguntei erguendo minha sobrancelha.

-Anjos de neve - Ela sorriu - Na praia eu posso enterrar e fazer formas falsas sob a areia, mas com a neve? - Ela olhou em volta e praticamente se jogou no chão - Isso é uma coisa que eu tenho que fazer, Camarada.

Rose começou a balançar os pés e braços e eu ri, me deitando ao seu lado e fazendo o mesmo. Naquele instante eu pensei que ninguém mais saberia que na cabana norte um professor e uma aluna, ambos apaixonados, estavam fazendo anjos de neve como duas crianças.

Me coloquei por cima dela e observei sua face incrível que fazia um pequeno contraste com a neve. Dei uma pequena risada antes de beijá-la e pensar que talvez sua alma pertencesse à ambientes onde tivesse praias, areias e calor. Ela mesma vinha falando isso nos últimos dias quando o inverno chegou com todas as forças, e apesar das suas piadas, eu via que ela realmente sofria, e o outono não era nada comparado ao que ela estava passando agora.

Senti algo gelado vir contra o meu rosto e Rose cair na risada ao mesmo tempo em que separava seus lábios dos meus.

-Você não fez isso, Roza! - Eu disse me levantando e pegando um pequeno punhado de neve.

A foto que eu olhava agora, e que me trazia tantas lembranças, era uma em que não mostrava o rosto da minha pequena, como sempre, mas deixava em evidência seus cabelos negros cheios de neve e ela afundava seu rosto no meu pescoço, e eu estava com um enorme sorriso, talvez o melhor e mais sincero sorriso da minha vida.

-Belikov? - Ouvi a voz de Tanaka e me virei imediatamente para o homem deitado na cama. Ele havia acordado - Eu estou vivo? O que aconteceu? - Ele estava claramente confuso.

Passei alguns poucos minutos explicando o que aconteceu e como ele sobreviveu. David era prático e ia direto ao ponto, então não ficamos enrolando e nem voltando muito ao que acontecera em menos de 5 horas.

-Entendi - Ele disse ainda um pouco confuso e levando sua mão ao local onde a Strigoi o atingiu - Então acabou tudo?

-Sim - Eu disse aliviado.

-Ótimo - Ele se deixou cair na cama e fitou o teto durante poucos segundos - Rose, pouco antes de fazer o que fez, disse que eu seria pai de gêmeos. Acho que eu estava delirando - Ele disse dando um pequeno sorriso - Onde está meu celular? Eu quero sair dessa cama, me sinto ótimo e quero ver Rose quando acordar, além de ligar para a mulher da minha vida e pedir ela em casamento.

Acho que ele estava animado demais por quase morrer e no final das contas não morrer. Quem se pede uma pessoa em casamento por telefone?

-Você não estava delirando - Eu disse soltando um pequeno sorriso enquanto ele me olhava com os olhos arregalados - Sua namorada realmente está grávida, já está na mansão e logo mais estará aqui no hospital - Respirei fundo - Acho que um pedido de casamento funciona melhor pessoalmente.

-Eu sou o filho da mãe mais sortudo desse mundo - Ele sorriu - Eu vou ser pai de dois bebês com a mulher da minha vida!

-Sim… - Soltei um sorriso genuíno ao ver sua alegria - Parabéns, David.

-Obrigada, Dimitri - Ele me olhou mas depois seu sorriso se desfez - Mas ao longo dos anos eu meio que treinei como ser pai com a Rosemarie - Ele me encarou e eu vi perigo passar por suas orbes castanhas - Agora que tudo acabou… - Ele levantou da cama e pegou sua calça jeans, que uma enfermeira dobrou e deixou ao lado da sua cama, e vestiu sem se incomodar com a minha presença, depois cerrou os punhos e me olhou com um sorriso no rosto - Você não acha que temos assuntos a resolver?

-Sim - Respirei fundo e estranhei o frio na barriga que me deu - O que você quer resolver?

-Ah você sabe - David se aproximou de mim ao mesmo tempo que passava a mão na barriga - A princesa me curou direitinho, me sinto novinho em folha - Ele respirou fundo e começou a andar ao redor da sala - Eu deixei Rose sob a sua proteção, para ela aprender com você, para caso ela se sentisse perdida até mesmo com a princesa, ela enxergasse você como eu, mas advinhe, Belikov, não foi isso que aconteceu, não é?

-Não - Eu disse firme e olhando para ele.

-Eu notei seus olhares para ela na segunda semana em que eu estive lá, e eu notei o dela para você também - Ele cruzou o braço - Mas eu pensei Eu eduquei bem a Rosemarie e ela sabe ficar longe de caras que só querem se aproveitar, e eu sei bem que se aproveitar de uma adolescente de 17 anos não é da índole do Belikov, mas de novo eu estava errado - Ele suspirou falsamente e não me encarou, e continuou a andar ao redor do quarto - Quando eu fui embora, no café da manhã, eu percebi que tinha algo entre vocês, só pelo modo como ela te provocava e você erguia uma parede de proteção enorme perto dela, e também porque vocês brigaram quando eu estive fora e ela não me contou - Eu o olhei surpreso e ele sorriu vitorioso - Como eu sei disso? - Ele disse isso e fechou a cara - Você achou mesmo que eu ia embora e eu ia deixar a minha menininha completamente só? Se você achou que Mason era o meu espião, você achou certo, mas o que ele não enxergava outro enxergava - Ele veio rápido na minha direção e me deu um forte soco no estômago, me pegando de surpresa e fazendo eu ter uma repentina falta de ar - Como quando no dia em que eu mandei você entregar os remédios dela e você parecia não ter mais saído do quarto, hum?

-Eu não me aproveitei dela… - Eu disse com dificuldade pela falta de ar.

-Não? Ou sempre quando eu ligava para ela e ela parecia estar com alguém no quarto… Com você! - Outro soco incrivelmente mais forte me atingiu - Ou quando fomos ao shopping e ela não tirava os olhos de você, e só faltou matar todas as vendedoras que se aproximaram. Vocês realmente acham que me enganaram no natal? Eu sei que você foi para o quarto dela.

-David, me escuta - Eu disse voltando a minha postura normal, com dificuldade e puxando o ar - Eu a amo.

-É bom você amar ela mesmo! - Ele disse me dando outro soco no estômago, fazendo eu ficar curvado novamente e buscar o oxigênio desesperadamente pela boca - Eu juro que isso não é nem 2% do que eu tenho planejado se você estiver se aproveitando dela.

-Não estou - Eu o olhei firme - Como você mesmo disse, eu coloquei uma barreira entre Rose e eu, e só fui entender o porquê depois disso e me achei o cara mais sujo, afinal ela só tem 17 anos. Os dias se passaram e Rose me mostrou que ela era muito mais que uma garota de 17 anos com pensamentos adolescentes. Eu tentei afastar ela, mas você deve a conhecer para saber que não foi tão fácil assim. Prometemos para nós dois que não íamos pensar nas barreiras que nos impediam de ficar juntos, mas elas chegam e não tem como ignorar - Respirei fundo e ainda continuei olhando para ele, que ainda me encarava com raiva - Rose vai voltar para a Califórnia, e eu posso tirar folgas e ir vê-la nos fins de semana. Vou falar com Abe e Janine.

-Você sabe que pode ir preso, não sabe? - Ele me encarou com desdém - As regras no mundo moroi pra esse tipo de coisa são as mesmas do mundo humano.

-O estado moroi pode ter jurisdição na academia, mas não em lugares como Miami ou até mesmo a Califórnia, e só o estado moroi pode me julgar.

-Isso soa como alguma coisa que Rose falaria - Ele revirou os olhos e se recostou na cama - Eu sabia, sempre soube e se você não está morto é porque eu estou, com muito esforço, te dando uma chance.

Eu o olhei surpreso mas não demorou muito, logo ele veio na minha direção tão rápido quanto uma águia e disse:

-Eu só não te perdoo por uma coisa - Antes que eu perguntasse o que era, eu ouvi um “crack” e uma dor latejante atingir o meu nariz - Você tirou a virgindade da minha menininha.


Notas Finais


Esse foi o último pov do Dimitri, e só faltam mais dois ou um capítulo e o epílogo para encerrarmos a fanfic. Vou tentar não ficar off por tanto tempo. bjs.
Comentem e me façam muito feliz ahahaha


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