História Outsider - 14

Depois de ficar um bom tempo olhando para as pessoas que passavam felizes, crianças corriam pelo lugar com cachorros, faziam brincadeiras com seus pais, eu me cansei e me teletransportei, aparecendo em seguida na sala do meu apartamento, esse aqui é o meu mais novo lugar favorito para se esconder. 

Me sentei no chão e encostei minhas costas na parede, abracei meus joelhos, abaixei a cabeça e deixei meus pensamentos vagarem. Estou tendo sérios pensamentos conflitantes sobre minha mãe.

Ela me disse que havia me mandado para outra realidade, qual é a frase mesmo, para que eu pudesse ter minha melhor chance, chance de conseguir escapar e ser criada na luz, já que se eu fosse para as trevas poderia simplesmente trazer meu pai, já que podem achar que ele seja uma pessoa melhor que ela.

Ao ver de algumas pessoas, eles devem achar que eu poderia achar que ela fosse culpada por me mandar para longe e Lúcifer fosse uma boa pessoa, já que foi trancado na jaula contra sua vontade, só porque não aceitou a gostar da humanidade da maneira que Deus queria.

Do meu ponto de vista, quer dizer, do ponto de vista que a série me deu na outra realidade, Lúcifer não é flor que se cheire e isso todos nós sabemos. Mas Maxine escondeu e roubou minhas memórias, ela foi até a outra realidade e foi minha mãe adotiva por um tempo, não sei ao certo se eu entenderia naquela época, mas entendo agora e os sentimentos estão conflitando.

Ela pode não ter ido para aquela realidade apenas para saber como eu era, talvez estivesse mesmo fugindo das bruxas do Coven que nos queria mortas. Acho que só realmente estou assim pelo fato de que ela tirou minhas memórias, afinal tenho certeza de que ela não me contou que era minha mãe biológica e o que eu era na verdade.

Fui tirada do meu básico devaneio e questionamento sobre minha vida, com o barulho do celular tocando, o peguei, era Sam, suspirei fundo e atendi.

LIGAÇÃO ON

-Hey. -Eu disse.

-Hey. -Sam disse. -Está pronta para falar sobre sua mãe?

-É, eu conheci ela. -Eu disse dando um longo suspiro.

-Como foi? -Sam perguntou.

-Foi divertido no começo, achei mesmo que poderia ter um relacionamento de mãe e filha com ela. -Eu disse me levantando do chão. -Mas ela acabou se mostrando ser uma pessoa totalmente diferente do que eu pensei.

-Como assim?

-Já nos encontramos antes, ela esteve comigo na outra realidade, foi minha mãe adotiva por um tempo. -Respondi olhando pela porta da varanda. -Eu não lembro, porque ela apagou minha memória.

-Você acreditou nela? -Sam perguntou.

-Ela tinha uma foto minha, Sam. Uma foto minha de quando eu era criança. -Eu disse. -Foi meio difícil não acreditar.

-E agora, como vocês ficam? 

-Não ficamos, nós meio que brigamos, quer dizer, eu briguei com ela.

-Sinto muito.

-Não sinta, eu passei, aparentemente, 20 anos da minha vida sem ela, eu vou sobreviver. -Eu disse sorrindo. -Agora me fale de você, Dean disse que completou o teste, como está se sentindo?

-Ah, eu estou bem. -Sam disse, parecia ter a voz um pouco distante. E se eu me lembro bem, os testes iriam matá-lo aos poucos e isso está acabando comigo, por não poder falar o que vem depois. -Sinto um pouco diferente, mas estou bem. Kevin está trabalhando com o segundo teste.

-Ótimo, eu fiquei um pouco afastada, mas me avisem caso precisarem de alguma coisa. -Eu disse.

-Cara, nós temos que ir. -Escutei Dean dizer. Parecia urgente.

-Aconteceu alguma coisa? -Perguntei.

-Castiel acabou de nos contar que Crowley mandou demônios procurar as criptas do seu pai. -Dean disse. -Seja lá o que ele quer não é bom, então vamos impedir.

-Por ser filha dele, acho que posso saber onde algumas criptas estão, vou ver o que posso fazer. -Eu disse fechando a porta da varanda.

-Ok, entraremos em contato, até mais. -Sam disse.

Me despedi e finalizei a ligação.

LIGAÇÃO OFF

Coloquei o celular no bolso e pensei. O que Crowley estaria procurando nas criptas do meu pai? Bom, boa coisa não deve ser, provavelmente mais alguma arma super poderosa pra acabar com todo mundo.

Certo, vamos lá, Lúcifer é meu pai, muitas criptas perdidas, se concentra. Fechei os olhos e pensei em alguma cripta perdida, quando abri os olhos eu me encontrava em um lugar escuro, peguei meu celular no bolso e liguei a lanterna, eu certamente me encontrava em uma das criptas de Lúcifer. 

Eu não fazia ideia em que parte do mundo eu estava, mas certamente era um lugar bem remoto, já que estava tudo no silêncio. Respirei fundo e comecei a procurar pelo local, coisas que fariam sentido para Crowley querer. 

Eu não tinha muita luz, mas dava para procurar em casa buraco que existia ali, no chão havia algumas coisas, mas nada que valesse a pena, então uma certa luz atingiu o meu cérebro e eu me lembrei o que Crowley mandou os demônios procurarem nas criptas. A tábua dos anjos.

E ela certamente não está aqui, já que os meninos é quem encontra. Eu estava pronta para desligar a lanterna e me teletransportar para outro lugar, quando um livro me chamou a atenção. O peguei e não parecia tão empoeirado ou velho, como o resto das coisas que se encontrava ali.

O coloquei em cima de uma enorme pedra e o observei. Era em um tom preto e na capa havia uma enorme letra E, dei de ombros e o abri. 

" Dez horas e quinze minutos da noite Elena Jones é encontrada inconsciente deitada no meio da rua, um casal que passava por ali logo a socorreu e chamou uma ambulância, a levando assim para o hospital de Lawrence. "

Eu li em voz alto, um arrepio atravessou todo o meu corpo e foleei mais algumas paginas, aquele livro não podia ser real, alguma coisa não estava certa. 

Esse livro conta tudo, desde como eu cheguei aqui, como a morte de Loretta, os bruxos sequestrando Sam, como Crowley me sequestrou, como encontrei minha mãe, Sam e Dean completaram o teste, como eu vim parar nessa cripta.

Esse livro está contatando toda a minha história desde que cheguei nessa realidade e um pouco mais, coisas que eu ainda não fiz. Isso não pode ser bom.