História Outsider - 3

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—Exatamente. Elena é uma nefilim*.-Vanessa disse abrindo um largo sorriso, meu estômago deu várias voltas, agora eu acho que vou vomitar.

—Nefillim? -Sam perguntou erguendo as sobrancelhas. -Mas por que os anjos estariam atrás dela? Quer dizer, garanto que existem outros por ai.

Vanessa balançou a cabeça em negação e riu, eu não estou nada bem.

—Ela não é qualquer nefilim, Samuel. -Vanessa disse me encarando. -Elena foi concebida em um ritual, um plano b de seu pai.

—Que seria? -Perguntei sussurrando.

—Lúcifer.

Agora

Calma, respira, você deve ter escutado errado e tudo não passou de um completo erro, você certamente não está no mundo de Supernatural e com certeza não é filha do Lúcifer, mas que piada de mau gosto.

—Ótima piada Vanessa. -Eu disse rindo sem humor, entrando em pânico, na verdade. -É impossível eu ser filha do próprio Diabo.

—Eu adoraria que fosse uma piada, porque infelizmente você representa um dos piores maus que pode haver no mundo. -Vanessa disse séria, ok, eu vou vomitar.

—Ela é filha do Lúcifer? Tipo, o arcanjo? -Dean perguntou com um ar risonho.

—Sim. -Vanessa disse.

—Eu ouvi falar algo sobre isso, mas não achei que fosse remotamente possível. -Sam disse, pareceu mais para si mesmo. -Quando Lúcifer não estava me torturando na jaula, ele sussurrava coisas desse tipo, dizia para ter paciência porque sua " queridinha " estava voltando.

—E você só menciona isso agora? -Dean perguntou elevando a voz, eu não estou nada bem.

—Achávamos que Lúcifer traria Elena de volta quando você quebraram o primeiro e o último selo, trazendo o apocalipse. -Vanessa disse voltando a andar de um lado para o outro. -Então vocês salvaram o mundo mais uma vez e o trancou na jaula.

—E eu estou aqui. -Eu disse baixo, ai meu Deus. -Você quer dizer que eu posso tirá-lo da jaula?

—Sim. -Vanessa disse, os irmãos me encararam, eu tive que encostar no capô do impala para não desmaiar.

—Eu certamente não farei isso, eu não vou liberar Lúcifer no universo. -Eu disse. Vanessa balançou a cabeça em negação e riu.

—Quando chegar o momento certo, você vai. -Vanessa disse sorrindo. -E eu voltarei.

Então do nada Vanessa desapareceu. Dean e Sam me olhavam como se eu estivesse prestes a explodir, não vou culpar, eu disse que não estava gostando nada nada dessa história. Primeiro eu venho parar no mundo de uma série, depois descubro que consigo ver como os demônios são de verdade, faço um carro voar e agora descubro que sou filha do Lúcifer com uma humana? O que falta mais? Eu não quero mais estar aqui, quero voltar pro meu mundo, onde eu não sou ninguém.

—Você está bem? -Sam perguntou, eles me olhavam com cautela.

—Se eu estou bem? -Perguntei irônica. -Óbvio que eu não estou bem, eu acabei de descobrir que meu pai é o maldito Diabo e que eu possivelmente vou trazer ele de volta. Então sim, claro, eu estou ótima.

—Elena, se acalme e por favor, faça a árvore parar de pegar fogo, sim. -Dean disse olhando sobre minha cabeça.

Olhei para onde ele olhava e ali no canto havia uma árvore pegando fogo de baixo para cima, mas que porra está acontecendo comigo? Respirei fundo e a árvore parou de queimar. Fui envolvida em um abraço por Sam e senti meus olhos arderem, ótimo, agora estou chorando.

—Tudo bem, nós estamos aqui e vamos te ajudar no que for preciso, vamos te proteger e ninguém aqui mais vai abrir a jaula. -Sam disse me olhando.

Assenti. Eles sorriram e fomos para o impala, Dean deu partida e seguimos para o Kansas.

[...]

Estávamos nos aproximando do bunker, já havia anoitecido, estávamos todos em silêncio, nesse momento eu gostaria muito de saber o que se passava na cabeça dos irmãos e se eles estavam me odiando. Embora Sam já não confiasse em mim antes, agora sabendo que sou filha do seu particular inimigo, ele provavelmente me odiaria, mesmo tendo dito que eles estariam ali por mim, imagino que só não me mandaram embora, porque nas mãos errados eu meio que poderia fazer um estrago.

—Dean. -A voz e Castiel surgiu ao meu lado no banco de trás do Impala.

No susto Dean freou o carro com tudo, nos levando para frente, meu coração estava quase na minha boca, puta que pariu.

—Cass, já conversamos sobre aparecer assim do nada. -Dean disse voltando a dirigir, ele estava guardando o carro na garagem do bunker.

—Desculpe. -Castiel disse abaixando a cabeça.

Em seguida ele a levantou e ficou me olhando, eu já disse que não estou gostando disso? Já, pois bem, irei repetir, eu não gostando nada disso. Saímos todos do impala e nos dirigimos para o salão principal do bunker, que é como irei chamar o lugar com a mesa do mapa mundi.

—Então, vocês descobriram o que Elena é? -Castiel perguntou olhando para os irmãos e depois para mim.

—Sim, uma mulher muito pálida, com um sotaque inglês apareceu no meio da estrada nos dizendo. -Sam disse, me sentei em uma das cadeiras.

—Uma mulher? -Castiel perguntou erguendo as sobrancelhas.

—Gata. -Dean disse sorrindo, balancei a cabeça em negação.

—Vanessa Ives. -Eu disse olhando para um ponto qualquer, esse nome não me é estranho. -Esse era o nome dela.

—Por que não nos disse logo de cara lá no hospital? -Sam perguntou.

—Não tínhamos muito tempo, eles estavam vindo. -Castiel disse apontando para o céu, no caso, os anjos. 

—E onde esteve? Por que não respondeu nossas orações ou o telefone? -Dean perguntou entregando uma cerveja a cada um de nós.

—Eu estava ocupado. -Castiel disse olhando para todos os lados, menos para os meninos. Imagino que ele estava com Naomi, e se estava, ele provavelmente vai querer me levar para o céu, onde ela irá me colocar em uma gaiola ou algo pior.

—O que os anjos fariam se me encontrassem? -Perguntei, cogitando a ideia de me entregar a eles.

—Se estiver pensando em se entregar a eles, tire a ideia da cabeça agora mesmo, não faremos isso. -Dean disse autoritário.

—Mesmo depois de saberem o que sou e filha de quem sou, ainda me querem vagando por ai? -Perguntei me levantando.

—Você não vai se entregar para ninguém, Elena. -Sam disse.

—Você faz parte da família agora, e não é assim que vamos resolver as coisas. -Dean disse.

Algo aqueceu meu coração com as palavras dele, Sam concordou, Cass também, e um momento de felicidade apareceu nessa maré de azar. Afinal, eu nunca tive uma família antes.