História Outsider - 4

Minha vida nunca foi das mais fáceis, para o grande começo eu fui criada em um orfanato, as crianças que tinham lá até me achavam diferente e hoje eu posso até entender o porque. Sempre me considerei uma criança normal, óbvio que não tinha muitos amigos, mas nunca fui muito ligada nisso.

 A primeira vez que fui adotada eu tinha 13 anos, me surpreendi pela família querer uma pré-adolescente, eu fui feliz com eles durante dois anos, até que eles conseguiram ter o seu próprio filho, eu fui assim devolvida ao orfanato. De alguma forma eu tentei não deixar aquilo me abalar e consegui colocar a culpa em mim, disse que se eu tivesse sido uma pessoa melhor talvez eles tivessem ficado comigo, eu fui uma pré-adolescente bem retardada.

 Para aqueles que estão se perguntando como eu cheguei no orfanato, ainda mais agora que sabemos que originalmente pertenço a este universo e quem é meu pai, sempre que eu perguntava quem eram os meus pais e o porque deles terem me deixado em um orfanato, as mulheres diziam que uma mulher me entregou a elas, alegando que não tinha condições de me criar, sobre o meu nome e sobrenome, elas escolheram.

 A segunda vez em que fui adotada eu tinha 16 anos, a mulher que me adotou era uma médica aposentada que havia perdido o filho no Iraque. Ela era super gentil comigo e me ajudou bastante, me incentivava nas coisas que eu queria fazer e tive seu super apoio no momento em que lhe disse que gostaria de ser médica. Quando completei 18 anos me mudei para Seattle, onde comecei a estudar direito, eu sei, eu disse que gostaria de ser médica, mas francamente, eu teria sido uma péssima médica.

 Então assim eu me tornei uma advogada. Não pensem vocês que por ter sido criada em um orfanato e não saber nada sobre o meu passado eu cresci rebelde, curiosamente eu fui uma criança tranquila, que conversava com quem conversasse comigo, lógico eu preferia ficar no meu canto, mas isso pode ser normal.

 Na noite em questão em que vim parar aqui nesse universo, eu havia saído com algumas amigas para comemorar o meu primeiro caso, eu seria a advogada de uma mulher que estava se separando do marido, minhas amigas assim decidiram que iríamos comemorar, e naquele dia eu realmente preferia ter ficado em casa fazendo uma maratona de Supernatural, porém acabaram insistindo tanto que eu fui. Agora eu sei que deveria ter ficado em casa.

 Conhecer Dean e Sam Winchester estava com certeza em minha lista maluca, ela contém todos os personagens de TV com quem eu gostaria de tomar uma cerveja. Com os irmãos Winchester isso realmente aconteceu e pensando bem eu preferia que não tivesse.

 Estar presa em uma série de TV, acabar descobrindo que você na verdade pertence ao mundo da série, não foi uma das melhores coisas que já me aconteceu, não chegou nem perto de ser a melhor coisa. Descobrir sobre a verdadeira identidade dos meus pais, quer dizer do meu pai, foi definitivamente traumático.

 Lúcifer o arcanjo caído, que não aceitou a humanidade da maneira que Deus queria que ele tivesse feito, teve o desprazer de fazer uma ritual ou coisa diferente, onde eu fui concebida. Agora que sei que meu proposito na vida não era ser advogada e sim ser a que provavelmente vai destruir o mundo, que em algum momento vai cometer a burrice de libertar Lúcifer da jaula, porém não me sinto nenhum pouco afim de fazer isso, tudo que tenho que fazer é continuar firme no caminho da luz que tudo ficará bem, assim esperamos.

 Dean disse que somos uma família agora, confesso que as palavras dele aqueceram o meu coração e me deram a coragem que achei que não tivesse, imagino agora que era exatamente disso que eu precisava.