História Outsider - 6

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 —É o seu destino, Elena, você tem que soltar ele. -Loretta disse e sufocou os meninos um pouco mais. -Você só precisa ir para o lado das trevas.

 Fechei os olhos, respirei fundo, girei minha mão direita e escutei um barulho de ossos meio que partindo. Abri os olhos e encontrei Loretta deitada no chão, ela estava com os olhos abertos e morta. Oh meu Deus, eu a matei.

 —Não, não, não. -Eu disse me aproximando do corpo, isso não pode estar acontecendo, não.

 —Elena. -Dean disse me tirando dali. -Tudo bem, tudo bem, não foi nada, você nos salvou.

 Dean me abraçou e me fez entrar no impala. Eu só preciso ir pra o lado das trevas para tirar Lúcifer da jaula, matar uma pessoa fez o que de mim? Isso não pode estar acontecendo.

Agora

—Eu matei uma pessoa, eu matei uma pessoa. -Eu repetia.

 Estava sentada no banco de trás do impala, abraçava minhas pernas, ainda estava em choque por ter quebrado o pescoço de uma pessoa. Estar no mundo das trevas é tudo que eles precisam para que eu possa abrir a jaula que separa meu pai da destruição iminente do mundo e agora eu matei uma pessoa, eu cai na emboscada da bruxa e provavelmente estou parcialmente na escuridão.

 –Elena presta atenção, você não teve culpa, foi praticamente legitima defesa. -Sam disse se aproximando de mim, eu o encarei.

 –Não tive culpa? Sam ela praticamente me manipulou, era exatamente o que ela queria. Tudo para que eu entrasse no mundo das trevas e liberasse meu pai. -Eu disse meio que entrando em desespero.

 –Você não sabia que ela queria exatamente isso, não foi culpa sua. -Sam repetiu segurando meus ombros. Ele meio que me chacoalhou.

 Dean havia se afastado para se livrar do corpo, eu matei uma pessoa. Ok, eu deveria ter percebido que era uma armação porque quase nada aconteceu e no minuto seguinte eu estava sendo invadida por uma raiva e no instante seguinte a bruxa estava com o pescoço quebrado. Eu poderia ter feito como fiz com o outro...O outro.

 Afastei Sam e me levantei indo em direção ao lugar onde eu havia deixado o cara desmaiado, porém não encontrei ninguém lá. Olhei ao redor e também não encontrei nada.

 –Sam, o cara que estava com Loretta sumiu. -Eu disse aparecendo na estrada.

 Sam pegou a arma e saímos a procura do outro cara, nos separamos, eu fui pro lado esquerdo e ele para o direito. Me embrenhei no meio da floresta, mais a frente escutei o barulho de galhos quebrando, e lá estava o cara que nocauteei.

 –Muito bem, Elena. -Ele disse sorrindo. -Não achamos que você fosse capaz de seguir com o ato, mas acabou nos surpreendendo e agora temos certeza de que você irá libertar Lúcifer.

 –Vocês estão errados, esse foi o primeiro e único erro que cometerei, eu não vou para o lado das trevas e certamente não vou abrir a jaula. -Eu disse, fechei minhas mãos em punhos e controlei minha raiva para não fazer outra besteira.

 –Você está no caminho, querida, mais alguns assassinatos e você estará pronta. Afinal você já nos deu a prova de possuí trevas dentro de você. -O cara disse tombando a cabeça, o olhei indignada.

 –Vocês estão mesmo dispostos a se sacrificarem só pra ter Lúcifer de volta? -Perguntei, isso parece loucura.

 –Estamos. -O cara disse. -E se não colaborar por bem, será por mal.

 Ele sorriu, eu não estou gostando nada disso, o cara começou a falar algumas palavras e do nada eu comecei a ouvir outras vozes repetindo a mesma coisa que ele falava, logo em seguida eu vi as pessoas surgirem no meio das árvores, tentei me mexer porém não consegui, o que eles estão fazendo? 

 –O que está acontecendo? -Perguntei tentando me mexer, nada.

 –Você é poderosa, não podemos correr o risco. -Uma mulher disse.

 Ok, eu não posso mexer meu corpo, eles disseram que sou poderosa, eu consigo fazer coisas acontecerem do nada, eu não consigo mexer meu corpo, então, será que eu consigo usar meus poderes apenas com a mente? Vamos descobrir, essa é a hora Elena Jones, concentre-se. 

 Ok, vamos lá. Respirei fundo e fechei os olhos, limpei meus pensamentos e me concentrei, abri os olhos a tempo de ver os bruxos sendo arremessados para longe e meu corpo sendo liberado, ok nós conseguimos, agora corre. Sai correndo pela floresta, porém acabei batendo em alguma coisa ou alguém, o que me fez cair de bunda no chão, hoje definitivamente não é o meu dia.

 –Mas que porra. -Eu disse.

 –Elena. -Escutei a voz de Dean, graças a Deus.

 Dean me ajudou a levantar e logo em seguida eu me joguei em seus braços.

 –Precisamos sair daqui. -Eu disse segurando em sua mão e corremos para fora da floresta.

 –Espera, o que está acontecendo? -Dean perguntou quando paramos perto do impala.

 –Um bando de bruxas e bruxos tentaram me sequestrar ou sei lá o que diabos eles estavam fazendo. -Eu disse. -Só vamos dar o fora daqui, cadê o Sam? 

 Mais essa agora, Dean pegou o celular e começou a ligar para Sam.

 –Sam onde diabos você está? Nós temos que ir. -Dean disse, o vi fechando a expressão. -Quem é você e onde está o meu irmão?

 Dean trocou mais algumas palavras com a pessoa do telefone e eu certamente já estava pensando o pior, o grupo de bruxas com certeza deve estar com Sam, tudo isso para me provocar e me fazer ir para o lado das trevas. Isso tudo é culpa minha, eu deveria ter ido embora da vida dos irmãos assim que descobri a minha verdadeira identidade e qual o meu proposito nesse universo, se alguma coisa acontecer a Sam, eu nunca vou me perdoar. Esses meninos enfrentam o mau a cada minuto da vida deles, mas eu não tenho nada haver com isso, só que dessa vez eu tenho e não vou suportar se por minha causa, alguma coisa acontecer com eles.

 –Eles estão com o Sam. -Dean disse bravo. -E não vão entrega-lo...

 –Até que eu me renda e abra a jaula. -Completei.

 –Eis o que vamos fazer, não vamos entregar ninguém, vamos até o encontro dessas bruxas de merda e vamos chutar a bunda desses filhos da mãe. -Dean disse.

 –Vamos nessa. -Eu disse.

 Esse é o meu maior obstáculo, nada que fiz em minha vida require tanta concentração. Tenho que prestar atenção em tudo e torcer para não cair na manipulação das bruxas e acabar indo para o lado das trevas, mas isso pode acabar sendo inevitável.