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História Over Now - Over Now - Capítulo Único


Escrita por: minklyestaoff

Notas do Autor


Primeiramente, olá, depois de tanto tempo, hehe!
Segundo, essa fanfic é meu presente de aniversário (bem) atrasado para a YoriSuzuki ^^. Pi, sua linda, não pensa que eu esqueci seu aniversário, como eu esqueço, às vezes, até do meu XD Deixei ele "passar batido" justamente para entregar-lhe essa TaoRis, pois eu sei que você ama esse couple, assim como eu também gosto mutcho, hehe!
Inspirada na música "Over Now", da banda grunge norte-americana Alice In Chains (RIP Layne), cujo link está nas notas finais.

Espero que gostem dessa minha incursão no fandom de EXO, após três anos sem escrever nada deles!

Capítulo 1 - Over Now - Capítulo Único


Fanfic / Fanfiction Over Now - Over Now - Capítulo Único

Em algum lugar de Manhattan, Nova Iorque, Estado de Nova Jérsei, EUA — 10 de Abril de 1996.

Pela fresta da porta, escondido, o oceanógrafo sino-canadense Wu YiFan observava o homem o qual prometeu amor eterno, o assistente de moda Huang ZiTao, ou simplesmente Tao, entregar-se a uma belíssima mulher. Doía ver o homem por quem sacrificou a família, que sempre foi contra o relacionamento dos dois, comemorar com ela cinco anos de traição na cama deles, doía ouvir o outro justificar tal ato devido aos longos períodos que YiFan ficava ausente do apartamento deles, por causa da profissão, doía ainda mais ouvir Tao falando “eu te amo” para aquela mulher. A sensação horrível de que todos os possíveis e impossíveis feitos para aquele relacionamento durar mais quinze anos (nos quais quatorzes eram morando juntos) foram em vão. Todas as cartas, cartões postais, ligações, envio de dinheiro e presentes quanto estava longe; as viagens surpresas de volta para casa, as conversas, beijos, abraços, afagos, carinhos, respeito, apoio, admiração e momentos felizes quando estava perto... para, no final, ser mais descartável que pilha barata de discman*.

Sem fazer nenhum barulho, deixando as lágrimas da decepção correr pelo rosto, YiFan andou até a sala, pegou suas malas, a chave do apartamento, destrancou a porta e saiu do local que, um dia, fora seu ninho de amor, carinho e compreensão.

Já fora do prédio, Wu pegou um táxi e pediu para o motorista ir até o hotel Frogs, cujo dono era o melhor amigo do rapaz. Agradeceu pelo taxista não ser intrometido e apenas dirigir, sem perguntar o motivo das suas lágrimas. Chegando ao local, o oceanógrafo saiu do táxi, andou até o porta-malas do veículo, pegou suas malas, pagou o funcionário, que agradeceu, e saiu para mais uma corrida.

Logo em seguida, abriu a porta do local, adentrou nele, dirigiu-se até a recepção. Imediatamente a funcionária, velha conhecida do rapaz, reconheceu YiFan, cumprimentou-o efusivamente e chamou o dono do hotel. Quando ele chegou e viu o oceanógrafo, percebeu que havia algo errado com ele, portanto fez a única coisa que ele mais precisava naquele momento: um forte abraço mais um ombro e ouvidos amigos para chorar suas mágoas. Sem pensar duas vezes, o amigo, de nome Zhang YiXing, ligou para seus funcionários, avisando que a estadia de Wu era uma retribuição em nome da amizade deles, ou seja, YiFan poderia morar no hotel o tempo que fosse necessário para reerguer sua vida. Ali, Wu viu um porto seguro para acolher-se, onde, em um quarto preparado especialmente ele, o oceanógrafo desabafou tudo nos braços quentes e acolhedores do amigo, fazendo cafunés nos cabelos loiros do homem até ele cair no sono.

Foi uma soneca rápida, porém suficiente para YiFan acalmar-se um pouco e organizar melhor as ideias, mas isso não significava mesmo a dor do ocorrido há horas atrás ter passado. Levantou-se do colo acolhedor de YiXing, foi até o banheiro tomar uma ducha rápida, escovar os dentes e pediu um favor para o amigo, chamando-o pelo nome em inglês, que somente o oceanógrafo era autorizado a chamá-lo:

— Lay, abre minha mala e pega aí minha cueca azul, minha calça jeans, as meias pretas, a minha camiseta do Alice In Chains e a camisa xadrez de flanela.

— Já está nas mãos, Kris. — respondeu o outro pelo nome em inglês, que somente ele era autorizado a chama-lo. Nem Tao tinha tal autorização.

Zhang andou até a porta do banheiro, cuja mão do amigo já estava estendida para pegar as vestes. Entregou-as para Wu, mas ao voltar para a cama, achou algo que chamou a atenção: dois ingressos para o show “Acústico MTV Alice In Chains”. Assim que o amigo terminou de se trocar e saiu do banheiro, YiXing, balançando os ingressos, perguntou:

— Cara, achei o que estava procurando: música, cura para alma! Vamos!

— Lay, vê o horário do ingresso e que horas são no relógio? — eram 00:30h e o show estava com horário de início marcado para a meia noite, com término previsto para 01:00h — Já era esse show, se chegarmos lá a tempo, vai dar só para ouvir 5 minutos da última música e tchau!

— Você falou a mesma coisa, quando estávamos de férias, que deu aquela confusão no Metrô para irmos no show “Acústico MTV” do Nirvana e por insistência minha e do LuHan a gente te arrastou para o show. Uns meses depois, o que aconteceu?

— Kurt se matou.

— Dois meses depois que o Kurt se matou o que aconteceu, Yifan? — perguntou Zhang aos prantos.

— O AVC fulminante... que matou o LuHan. — respondeu o oceanógrafo em lágrimas. LuHan foi um fotógrafo e grande amigo de infância de YiFan e YiXing, cujo falecimento prematuro aos 30 anos, no auge de sua vida pessoal e profissional, ainda era dolorida para a dupla, mesmo após dois anos da sua morte.

Wu enxugou as lágrimas, calçou seu par de tênis, pegou a chave e a carteira que estavam na outra calça que usava e falou para o melhor amigo:

— Ok, vocês venceram. — e partiu com o empresário para o show.

Exatamente como dois anos atrás, com as mesmas palavras.

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Após pegarem um táxi e quinze minutos depois, eles chegaram ao local do show. Andaram até a bilheteria e ao mostrar os ingressos, a funcionária do caixa fez a seguinte indagação:

— Olha, vou ser sincera. Pelo que deu para ouvir aqui, parece que eles já estão na última música. Vocês tem certeza que querem realmente entrar para ouvir só cinco minutos de música e os agradecimentos, desculpa perguntar?

— A gente pagou para isso e estamos no nosso direito, até onde eu me lembre. — rebateu YiFan sem pensar duas vezes. Percebendo a situação delicada que se formou, YiXing imediatamente tentou contornar a situação.

— Moça, me desculpe pela resposta dele, é que a gente trabalha com pesquisa e passamos por um voo infernal. Turbulência em Paris, atraso na conexão em Londres, caiu o sistema do aeroporto quando a gente chegou... resumindo, a gente só conseguiu sair do aeroporto meia noite e meia. Só deu tempo da gente ir para o hotel e vir para cá, então... a gente precisa se distrair. Nem que seja só para ver o povo já desmontando as coisas.

— Eu é que peço desculpas, moços... Podem entrar, já registrei os ingressos e vou avisar os seguranças pelo pager* para deixá-los entrar. Tenham um bom divertimento. — finalizou a funcionária, totalmente envergonhada pelo que fez antes.

Andaram até a porta do show, cumprimentaram os seguranças que deixaram eles entrar e indicaram as cadeiras onde eles poderiam sentar, conforme as instruções da funcionária do caixa.

YiFan e YiFing sentaram nas cadeiras marcadas nos ingressos e chegaram no meio da música, que transmitia com exatidão o momento atual de YiFan, a melancólica Over Now

“(...) É, agora acabou.

Mas, de algum modo, ainda estou respirando.

Quando tudo já está desgastado,

Eu prefiro deixar para trás. (...)”

A voz de timbre único do violão solo e backing vocal da banda, Jerry Cantrell, tomando a frente da canção, combinando em uma harmonia única com o vocalista Layne Staley, somado ao baixo acústico marcante de Mike Inez e a bateria eficiente de Sean Kinney; juntamente com a letra desesperadora sobre o fim acertaram em cheio os ouvidos e as emoções de Wu YiFan. Estava em lágrimas que lavavam a alma, enquanto lavava a alma, cantando baixinho o refrão.

Já YiXing tinha um momento estranhamente feliz, ao mesmo tempo em que sentia uma tristeza pelo tema visceral da letra da música combinada com a melodia em notas baixas, estava profundamente satisfeito pela banda tocar sua música favorita do álbum homônimo desta.

Após a banda terminar a música e toda a plateia aplaudi-los, a dupla preparava-se para ir embora, mas para a surpresa dele e dos presentes ali, aquela não foi a última música. Eles começaram a tocar a inédita Killer Is Me.

Com um sorriso no rosto, Wu agradeceu o melhor amigo:

— Muito obrigado por, mais uma vez, me salvar de mim mesmo.

Exatamente como há dois anos...

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Enquanto YiFan e YiFing divertiam-se no show do Alice In Chains, ZiTao e a amante, de nome Ashanti, saíam de uma danceteria de mãos dadas, visivelmente bêbados, rumando para o hotel mais próximo dali.

Com sorrisos cúmplices um para o outro e trocando selinhos mais juras de amor, o casal atravessou a rua sem perceber que o sinal da faixa de pedestres estava vermelho.

O motorista do ônibus, cansado da árdua rotina de dirigir de noite, fechou os olhos por alguns segundos, quando sentiu o baque.

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Show encerrado com chave de ouro e uma sensação revigorante única, os dois amigos decidiram parar em uma loja de conveniência para comprar uma lata de cerveja.

Cervejas pagas, enquanto bebiam o líquido, YiFan acenou para um taxis que prontamente perguntou para onde eles iriam. YiXing respondeu o endereço do antigo prédio do amigo. Já dentro do táxi, o oceanógrafo perguntou:

— Para que estamos indo no meu prédio, você tá louco?

— O Tao tem sono pesado, certo? Ele com certeza ou está dormindo, ou saiu com a mulher lá, então vai dar tempo de você pegar o restante dos seus pertences e fazer todas suas malas para se mudar. — respondeu o empresário.

Depois de um tempo, eles chegaram ao prédio de YiFan, pagaram o taxista, onde logo após o funcionário sair dali, entraram no edifício, cumprimentaram o porteiro e andaram até o elevador. A porta se abriu, entraram no local, apertaram o botão do oitavo andar e portas fechadas.

Chegando ao destino, o elevador abriu-se, andaram até a porta do apartamento. Wu pegou a chave, destrancou-a, abriu a porta, entraram na sala e a trancaram novamente. Logo em seguida, o telefone tocou.

YiXing atendeu e após ouvir que a pessoa queria falar com Yifan, imediatamente passou o telefone sem fio para o amigo.

— Alô?

— Meu nome é Emma Robbers, sou assistente social do Hospital Lennoxx Health Greenwich Village, e gostaria de fazer algumas perguntas. O Senhor conhece Huang ZiTao?

O desespero começou a bater no oceanógrafo.

— Conheço.

— O que ele é do Senhor?

YiFan respirou profundamente e respondeu:

— Meu... esposo praticamente. Apesar de não sermos casados legalmente, moramos juntos há 14 anos e eu tenho como provar isto.

— Senhor Wu, peço, por gentileza, para que compareça imediatamente ao setor de necropsias do hospital, para identificação do corpo e autorização para fazermos a autópsia no Senhor Huang ZiTao. Infelizmente, ele foi vítima de um atropelamento por um ônibus e já chegou sem vida ao nosso hospital, sinto muito. Peço também para que traga todos os documentos do Senhor Huang, seus documentos, mais todos os documentos para acionamento do plano funerário, caso o Senhor já tenha um, e uma roupa para aceleramos o processo funerário, caso o senhor opte pelo plano do hospital. Avisamos também a família do Senhor Huang. Meus pêsames pela perda.

 

“(...) Sabe, eu tenho me perguntado:

Será que eu consigo parar bem aqui,

Olhar-me nos meus olhos e dizer

Que agora acabou?

Uma hora nós pagamos nossa dívida.

É, uma hora nós pagamos nossa dívida (...)”

(Over Now – Alice In Chains) 


Notas Finais


Glossário da tia minkly:
— Discman: Caso algum de vocês tenha nascido depois dos anos 2000, o discman era "o pai" do MP3 player e "avô" dos players de celular, em uma época que Windows 95 era o "must" da tecnologia e compartilhamento de músicas pela web nem tinha dado seus primeiros passos. Em 1996, se vc queria ouvir música para onde quer que fosse, você simplesmente levava seu discman junto com seu porta-CDs, amiguinhos (fotinho do discman http://www.radiomuseum.org/images/radio/sony_tokyo/discman_d_155_1620434.jpg) e
— Pager (ou bip): Como os celulares em 1996 eram caros, mesmo para os norte-americanos, e só serviam para fazer ligações e olhe lá, o povo usava um aparelhinho como esse (http://i.ebayimg.com/images/g/XUIAAOSwZ8ZW16Vl/s-l300.jpg), onde eles ligavam para uma central, falavam a mensagem mais o número do pager do destinatário e enviavam a mensagem recodificada para o pager do outro. Empresas de shows costumavam ter uma central própria só para a comunicação interna entre os funcionários.

Link de "Over Now" - Alice In Chains - https://www.youtube.com/watch?v=rGi7YrnZIno

Até a próxima, gente ^^


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