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História Overcome - And warm as spring


Escrita por: mingyuspuppy

Notas do Autor


surprise bitch
i bet you thought you'd seen the last of me

Capítulo 6 - And warm as spring


Fanfic / Fanfiction Overcome - And warm as spring

Já tinha dado muitos passos quando pensou em voltar. Sua mente gostava de lembrar dos sorrisos de mais cedo, implorando-o que desse a volta e buscasse Baekhyun. Os punhos fechados e os olhos baixos encarando o concreto da calçada, Chanyeol parou de andar e respirou fundo, finalmente parando para analisar o que tinha feito. 

Devia ter discutido com Junghyun, mandado ele embora, talvez até ter esmurrado a cara dele. Se arrependia da consciência ter lhe atingido justamente naquela hora, assim como o olhar temeroso do loiro e o sorriso confiante do ex-namorado deste. 

Merda, por que tinha deixado Baekhyun com aquele idiota? 

Não, ele mesmo tinha pedido para que saísse. 

Mas será que era pra ter esperado fora do apartamento?

Céus, estava tão confuso. Não sabia o que realmente tinha acontecido: não sabia se fora o Byun que errara consigo ou se tinha entendido tudo de outro jeito. E o mais importante era que não sabia se queria voltar lá. 

A ideia de voltar e encontrar o escritor sozinho era excelente. Poderia enchê-lo de beijos, desculpar-se, pedir para que esquecessem aquilo e voltassem ao que acontecia antes de Junghyun aparecer. Mas, em contraposição, tinha medo de voltar e encontrá-lo com o ex. Sorrindo daquele mesmo jeito, mas não para si. Só de pensar, sentia uma pontada no peito e quase anunciou que estava tendo um infarte, mas sabia bem que não era aquilo. 

Cerrou os punhos na tentativa de tomar uma decisão. Seu coração dizia "vá!" enquanto sua cabeça pronunciava um "não!". O céu continuava ensolarado, mas o vento era frio. Baekhyun era uma doce tempestade, que o envolvia e o destruía ao mesmo tempo. E o pior que ele estava adorando aquela tempestade. Era como amar o perigo, mas ficar confuso em quem mais saía prejudicado naquilo. E, bem, como já estava naquele jogo, arriscar era uma opção muito tentadora. 

O Park respirou fundo, ajeitou o boné e deu meia-volta, correndo para o apartamento do Byun o mais rápido que podia. Já não se importava se Junghyun estivesse lá ainda; se estivesse, ótimo, porque não iria mais segurar suas palavras. O caminho nunca lhe pareceu tão longo, já havia andado aquele tanto antes de voltar? E o pior de tudo foi saber que Baekhyun também já não estava mais lá. 
Assim que chegara às grades do prédio, o porteiro falou:

— Senhor! — Os fios ruivos se viraram para o lugar alto de onde vinha a voz. — O senhor Byun saiu faz 5 minutos, todo apressado. 

— Ah, sim... — Chanyeol falou meio cabisbaixo. — Ele saiu junto com outro homem?

— Junghyun? — O cantor acenou, confirmando. — Não, ele saiu um pouco depois de você. — Conseguiu observar um sorriso do porteiro. — Acho que estava bem irritado, aliás. 

Uma esperança faíscou no peito do Park, que se curvou em agradecimento ao homem para então pegar o celular e discar o número de Baekhyun. A ansiedade a cada toque o fazia querer roer as unhas, principalmente quando a chamada caiu na caixa de mensagem. Aonde ele tinha ido?

— Ah, senhor! — O porteiro gritou novamente. — Baekhyun foi para aquele lado. Se der sorte... Acho que ele ainda não foi muito longe. 

Ah, por que Baek tinha pegado o sentido contrário? 

Agradeceu novamente e saiu em disparada. Precisava encontrá-lo. Precisava se desculpar por ter sido ligeiramente idiota. Mas, mesmo com seus passos largos, não conseguia ter a visão dos fios loiros do escritor. Por Deus, onde ele estava? 

— Com licença, por favor, você viu um menino loiro? — Chanyeol se impressionou por aquilo não ter saído da sua boca, mas sim de uma senhora. A mulher, que aparentava ter mais de 50 anos, agarrava-se ao seu casaco. — Eu pedi pra ele cuidar dos meus cachorrinhos por alguns minutos e, quando eu voltei, ele tinha sumido! Por favor, eu preciso encontrar os meus bebês! — O rosto da mulher se tornava desesperado a cada palavra. 

E, por mais que não quisesse demonstrar, também estava desesperado; melhor, estava aflito. 

— E-Ele estava usando uma blusa rosa? 

— Sim! Você o conhece? 

— Acho que sim... — Sua mente rezava para que fosse Baekhyun, mas, ao mesmo tempo, esperava que não fosse. 

— Chanyeol! — Seu rosto virou-se rapidamente procurando pelo outro quando ouviu aquela voz doce que tanto esperava. Baekhyun. Estava tão encantado com aqueles fios loiros caindo no rosto dele, vindo em sua direção, que nem percebera a situação que se passava ali. — Pega os cachorros, Chanyeol!

O Park acordou daquele transe e logo viu a senhora gritar com ele também, o puxando pela mão para correr. Os dois labradores passaram por eles como um jato enquanto, atrás deles, vinha um Baekhyun correndo cambaleante para capturar, ao menos, as coleiras. Num piscar de olhos, via-se parte de uma cena que parecia ter saído de um filme de comédia.

Três pessoas. Dois cães. Uma missão. 

A dona gritava pelas ruas, chamando a atenção de todos, e continuava grudada no Park, dificultando-o de correr corretamente; apesar de que, com aquelas pernas tortas, não havia jeito de fugir disso. Parou por um momento e desprendeu-se da senhora, pedindo que ela os esperasse ali. E então desatou a usar aquelas pernas para alcançar o Byun. 

O menino já respirava ofegante ao seu lado, mas continuava a correr. Era tão bonitinho ver o esforço dele. Chanyeol pararia para admirar se não fosse pela situação que se encontravam. Os cães já viravam outra esquina e o ruivo sabia que teria que pará-los naquele momento antes que fugissem de sua visão. 

Acelerou seus passos, disposto a pegá-los a todo custo, porém os animais se detiveram no meio do caminho, encantados por um gato em cima do muro. E o problema era que, na velocidade em que se encontrava agora, seria difícil parar, então sua cabeça acertou em cheio uma placa de proibido estacionar.  

Baekhyun riu como o inferno, mas aproveitou a deixa e segurou os cães pela coleira, usando toda a força que tinha para que não escapasse de seus dedos novamente. Ajudou Chanyeol que estava sentado no chão, ainda meio atordoado. 

— Você tá bem? — Perguntou o escritor, tentando sufocar os risos e recebendo em troca um olhar irônico. 

— Não é o melhor dia da minha vida, mas eu tô legal. — O Byun riu mais ainda da resposta, o que obrigou o Park a abrir um sorriso de canto também. Adorava ver ele sorrir. — Vamos, eu quero só ver o que aquela senhora vai falar do seu comportamento. 

— Acho que ela vai gritar comigo.

— Com certeza. 

— Será que ela vai me bater?

— Provável. 

O menino suspirou e os dois voltaram a caminhar ao ponto de encontro com a dona dos cachorros. Ela estava nervosa e julgou Baekhyun como um irresponsável, deu alguns tapas na cabeça dele e ficou fazendo carinho nos "bebês" dela. O escritor apenas ouviu de cabeça baixa, pedindo desculpas, enquanto Chanyeol observava ao longe. Quando voltou para perto do ruivo, ele tinha um sorriso de canto gravado no rosto. 

— Como foi?

— Como o esperado. — Soltou mais um suspiro e ergueu os olhos para a testa do mais alto, tendo que esticar os braços para tirar os fios vermelhos do meio e visualizar o galo que queria se formar ali. — Isso aí vai ficar feio. 

— Pior que a dor que você deixou no meu coração, não vai ficar. 

— Eu não acredito que você tá jogando cantadas numa hora dessas, Chanyeol. 

— Não pode perder o espírito, né?

O Park riu fraco e se desviou da mão de Baekhyun, que lhe olhou feio e rapidamente o puxou para uma farmácia que tinha ali perto. O que achou estranho foi se sentir tão bem ao ver a mão do loiro presa à sua, assim como vê-lo atrás de band-aids por entre os corredores da loja e o olhar preocupado que lhe era lançado. 

Era incrível como o menino lhe despertava sentimentos tão estranhos. Sentimentos estes que faziam seu coração disparar. 

X ————————————— X

— Tá com vontade de vomitar?

— Não.

— Nem um pouco enjoado?

— Não.

— Tá se sentindo tonto?

— Também não.

— E quantos dedos tem aqui? 

— Eu bati a cabeça, não sou um míope! — Um olhar ameaçador lhe atingiu. — Quatro dedos, Baek, agora para com isso. — Pediu Chanyeol, recolocando a compressa fria na testa. 

— Eu precisava confirmar, agora para você de ser teimoso. — Baekhyun soltou um muxoxo e arrumou o band-aid no cotovelo arranhado do Park. — Espero que isso resolva logo.

— Acho que com um beijinho vai sarar mais rápido... — O maior o puxou pela cintura.

— Chanyeol, estamos em público... — Fez questão de lembrar que estavam num parque.

— É só um beijo, Baek, não é como se fossemos nos comer aqui na frente de todo mundo. 

— Mas as pessoas vão ficar olhando...

— Não é como se elas tivessem o direito de julgar a gente. — Os dedos se apertaram ao redor da cintura e os olhos grandes imploraram. — Por favor.

— Não, para. — E, ao ver um bico se formando na boca do ruivo, sentiu seu coração ser ameaçado. — Você joga baixo comigo. — Permitiu depositar ali um selinho carinhoso. — Pronto.

— Só? — Chanyeol prolongou a palavra monossilábica de um jeito manhoso. 

— Sim, Channie, por favor. — Baekhyun pediu, se desviando das feições emburradas de Chanyeol e indo sentar-se de frente a ele, num daqueles bancos com mesa de madeira, típicos de parques e suficientes para piqueniques. 

O anoitecer trazia uma brisa leve, permitindo que as famílias pudessem brincar por ali. Muitos cachorros, casais, grupos simpáticos de velhinhos, crianças presenteava-os com conversas paralelas e risadas. Nenhum dos dois se sentia incomodado com aquilo. Na verdade, aquilo parecia preencher ainda mais seus corações. Vez ou outra, desviavam o olhar para admirar as crianças brincando por entre as árvores e respirar um pouco do ar puro enquanto acariciavam suas mãos por cima da mesa. 

Chanyeol não fez questão de largar Baekhyun desde a farmácia. Gostava de segurar a mão dele, já que aquilo o fazia se sentir inexplicavelmente seguro, principalmente depois de terem se separado daquela forma...

— Baekhyun! — O vocalista gritou, lembrando-se de algo e colocando a mão na testa do menino, agora assustado, para depois soltar um suspiro aliviado. — Como você teve coragem de sair de casa? Você ainda está se recuperando da gripe!

— Já disse que era só um resfriado. Eu estou bem, Chanyeol, não me dá um susto desses, caralho. Aliás, quem me fez sair de casa foi você.

— Eu?! O que eu tenho a ver com isso?

— Você saiu lá da minha casa como se fosse o fim do mundo!

— Não tenho culpa se você me enxotou!

— Era pra você ter esperado lá fora! — O escritor jogou por último, ouvindo um muxoxo zangado e o olhar do ruivo voltar para as mãos em cima da mesa. Os dedos tinham parado de brincar um com o outro enquanto discutiam, mas Chanyeol fez questão de voltar com aquela carícia — embora estivesse um pouco irritado com aquilo. O loiro suspirou alto. — Na verdade, eu senti que precisava pedir desculpas pela burrada que eu fiz, ia comprar um daqueles achocolatados que você gosta antes de ir pra sua casa. Quero dizer, nem sei se você gosta tanto assim, mas... — Os olhos se firmaram nas mãos entrelaçadas. — Acho que eu deixei as coisas mal interpretadas, Chanyeol, não queria que você fosse embora. 

— Então por que me mandou sair? 

— Porque, ao mesmo tempo, eu queria ouvir o que Junghyun tinha para falar e eu sabia que ele não iria fazer isso até que você saísse. Era pra você ter me esperado lá fora, mas eu fui rude e, quando eu percebi, já era tarde demais.

Um silêncio se instalou. Mas não era mais um daqueles silêncios confortáveis; era aquele tipo de silêncio corrosivo, que clamava pelo som de qualquer palavra que fosse. Naquele momento, a respiração de Baekhyun já apresentava falhas, os olhos percorriam a mesa de madeira e mordia seus lábios, querendo conter qualquer vontade que fosse de chorar. 

— Baek, eu também sinto muito. — A voz grave do Park soou baixa, porém o suficiente alta para chamar a atenção do menino. — Eu fui um babaca em ter deixado você sozinho com aquele idiota... — Ele dizia aquelas palavras com um biquinho nos lábios e analisando a compressa fria em sua outra mão. 

Baekhyun, por ter achado aquilo extremamente fofo, apenas riu antes de deitar a cabeça na mesa, cancelando o contato entre as mãos dos dois. O silêncio tonara-se agradável, confortante, e eles começavam a analisar as estrelas que salpicavam o céu agora escuro. 

— Baek.

— Hm?

— O que ele te disse? 

— Ele foi pedir outra chance. 

O Park não poderia negar: seu coração deu um salto naquele momento. Ele sabia que Baekhyun ainda gostava do ex, mas, se estava ali, é porque também gostava de si. 

— E o que você disse?

— Eu neguei, obviamente. 

— Ah... — Sorriu, sentindo-se vitorioso. 

— Você é muito besta, Chanyeol. — Baekhyun não conseguiu evitar o riso. — Não tinha como eu deixar ele voltar comigo depois de tudo que fez pra mim. 

— Mas você ainda gosta dele.

— Mas eu também sei o que é melhor pra mim. 

Os dois suspiraram antes de sentirem a mesa vibrar junto ao celular de Chanyeol. O visor marcava o nome de Sehun.

— Alô?

— Cara, onde você tá que não parou em casa o dia todo? — O menino soou meio irritado através do telefone.

— Eu estou com Baekhyun.

— Puxa, então a coisa é realmente séria... Ou será mais um recorde?

— Cala a boca, Sehun. Diz, o que aconteceu?

— O Soo e o Kai estão aqui, sujando toda a minha cozinha, tentando fazer uma pizza. 

— Hm...

— E eu comprei um jogo novo, então...

— Estaremos aí em 10 minutos.

— Ótimo.

— Segura essa pizza!

— Do jeito que o Kai está brincando com a massa, acho que vai demorar pra sair...

— Até logo, Sehunnie.

— Venha logo!

Assim a ligação se encerrou, deixando um Baekhyun com o olhar curioso para Chanyeol. Não tinha nem percebido que estava com fome até a dita hora que ele mencionou a pizza. O ruivo se levantou, oferecendo a mão para o outro que o seguia com os olhos. 

— Para onde vamos agora?

— O Sehun chamou a gente pra casa dele e, bem, acho que você não vai querer perder a comida do Kyungsoo. — Assim que Chanyeol disse aquilo, o escritor agarrou sua mão e levantou também. 

— Quantos dedos você vê aqui? — Mostrou os dígitos livres para o mais alto.

— De novo com isso? — O Park resmungou antes de responder irritado. — Três.

— Só queria confirmar se você não estava se sentindo tonto ou coisa assim. 

— Não se preocupe com isso, tá bom? Não foi nada demais. 

— Você foi com tudo pra cima daquela placa, como que eu não ficaria preocupado? — Baekhyun queria ter dito aquilo de forma repreensiva, mas não conseguia falar daquele acontecimento sem rir. — Ai, isso será uma grande história para contar pro Kyungsoo.

— Meu Deus, Baekhyun, não fale pro Kyungsoo ou eu serei zoado pelo resto da minha vida. 

— Eu não preciso falar pro Kyungsoo pra você ser zoado pelo resto da vida...

— Até você?!

— Lide com isso, Chanyeol. 

— Aonde eu fui me meter...

Os dois riram até que a barriga do Byun alegou a sua fome e a sua pressa, então os dois foram caminhando de volta para o prédio do mesmo para que Chanyeol pegasse a moto antes de partirem para a casa de Sehun. 

X ————————————— X

Enquanto atravessavam os corredores cheios de portas, Baekhyun ficou se perguntando o que faziam ali. Estavam destinados a irem para a casa de Sehun, mas por que estavam indo para a de Chanyeol?

— Por que estamos indo pro seu apartamento?

— O Sehun mora do meu lado.

Wow. — O ruivo lançou-lhe um olhar curioso. — Eu queria fazer esse tipo de coisa com o Kyungsoo, mas ele disse que eu dava muito trabalho. 

— É a cara dele dizer esse tipo de coisa.

— Verdade. — Ambos riram imaginando a voz do rapaz baixinho invadindo seus ouvidos, como uma bronca. 

Com as mãos ainda entrelaçadas, eles alcançaram a porta da casa de Sehun. Quando pressionaram a campainha, conseguiam ouvir uma confusão lá dentro. A voz de Jongin soava chorosa e Kyungsoo reclamava, pedindo calma. Chanyeol e Baekhyun se olharam, arqueando as sobrancelhas, até o dono do apartamento abrir a porta. 

Sehun continuava o mesmo aos olhos do Byun. O que diferenciava, agora, era a camiseta lisa cinza que lhe dava um ar mais casual e leve, tranquilo, e tinha um sorrisinho esboçado no rosto. Na verdade, Baekhyun o achou mais bonito daquele jeito. Na primeira vez que o vira, não tiveram muito contato, já que ele estava focado em seu celular, mas o escritor também não poderia dizer muito pois estava bêbado ainda na mesma noite e poderiam ter conversado sobre coisas banais — ou Baek poderia ter mandado cantadas ruins pra ele também. Tentou não focar muito naquele pensamento ou nem olharia na cara dele naquela noite.

— Cara, o que aconteceu com a sua mão? — Apontou o Park para as palmas de Sehun, predominadas por uma tinta rosa artificial, que Baek nem mesmo tinha conseguido perceber. 

— Cara, o que aconteceu com a sua testa? — Ele perguntou logo que visou Chanyeol.

— Tá tão visível assim? — O ruivo tentou esconder o machucado atrás de seus cabelos. 

— Tá visível o suficiente para o Soo tirar sarro da sua cara.

— Foi o que eu disse pra ele, Sehun. — O menor comentou, chamando a atenção do dono da casa pela primeira vez.

— Você devia dar mais ouvidos ao seu namorado, Chanyeol. — O Oh passou seus braços ao redor do pescoço de Baekhyun, lhe abraçando de lado e o puxando para dentro do apartamento, ignorando completamente as mãos entrelaçadas do casal. — Ei, Baekkie, fique à vontade, certo? 

— Obrigado. — Um tom roseado tomou conta das bochechas do rapaz, que virou pra trás somente para averiguar uma feição incrédula no rosto do Park.

— O Baek chegou? — A voz de Kai soou anasalada. Ele saiu às pressas da cozinha e rapidamente tirou o loiro dos braços de Sehun para um forte abraço. 

"Oi, Chanyeol, tudo bem com você?" — O ruivo ironizou, forçando uma voz mais fina, ao fechar a porta atrás deles. 

— Oi, Chanyeol, ninguém quer saber. — Dessa vez, foi Kyungsoo quem respondeu ao sair do mesmo cômodo que Jongin e passar pelo vocalista sem falar mais nada.

— Grosso.

— Realista. — Corrigiu, recebendo alguns resmungos da parte do maior. Se aproximou do namorado e do amigo. — Ei, seu idiota, você não me mandou nem uma mensagem me dizendo se estava vivo ou não.

— Desculpe, Kyung, eu estava meio ocupado... — Baekhyun olhou para Chanyeol enquanto ainda estava preso ao abraço de Kai. 

— Estou vendo... — Os grandes olhos do Do se cerraram para o loiro. — Jongin, larga o Baekhyun, tenho que fazer o seu curativo. 

— O que aconteceu? — Perguntou o Byun.

— Eu machuquei a minha mão. — O Kim saiu de perto do escritor para deixar Kyungsoo colocar o band-aid. 

— Enquanto cortava uma cebola! Quem se machuca desse jeito? — Sehun exclamou, indo para a cozinha. 

— Aposto que ele fez um drama desgraçado também. — Comentou Chanyeol. 

— Se ele derramasse uma lágrima, eu mandaria ele fazer uma audição pra ser ator. — Kyungsoo terminou de ajeitar o curativo de Jongin, que mantinha um tremendo bico nos lábios. — O quê?

— Você é muito mau comigo, Kyunggie.

— E você é muito dramático.

Baekhyun riu baixinho e, ao sentir Chanyeol aproximar-se de si novamente, agarrou-se à cintura do mais alto, que o acolheu com os braços ao redor de seus ombros. Os dois, ainda presos um ao outro, dirigiram-se ao sofá e ligaram a TV para abafarem a discussão de Jongin e Kyungsoo. 

Enquanto o Park desmanchava carinhosamente alguns nós dos fios claros, Baek perseguia com o olhar cada detalhe do apartamento de Sehun. Era bem vazio, para ser sincero. Tinha alguns livros enfeitando algumas prateleiras ao lado da televisão e, pelos títulos, pareciam ser de ficção, além de alguns quadros que aparentavam ser bem caros também. Oh Sehun, provavelmente, tinha um quê de intelectualidade que Baekhyun não entendia, mas que tornavam seus olhos num admirável brilho encantado por saber que existia uma camada por cima do verdadeiro eu daquele homem. 

Seus pensamentos foram interrompidos por um Jongin cabisbaixo e com passos fortes passando por sua frente, demonstrando que a discussão com o namorado não terminara da melhor maneira. O Kim jogou-se contra o conforto do sofá e deixou seus olhos correrem vagamente pela TV, mas logo uma euforia tomou conta de si e ele se levantou rapidamente, apontando para a tela com um enorme sorriso.

— Eu não acredito! O Luhan pintou o cabelo de rosa! Minhas previsões estavam certas!

Ao ouvir aquele nome, a cabeça de Baekhyun virou instantaneamente para o televisor. 

— Cabelo rosa? 

— Quem? — Chanyeol perguntou, mas nenhum dos dois respondeu. Quando um menino com traços extremamente delicados apareceu, ambos saltaram do sofá e começaram a soltar gritinhos fanáticos. Sehun e Kyungsoo até foram obrigados a sair da cozinha para ver o que acontecia. — Não me perguntem, eu também não sei. 

— Ah, esse é o ator que o Jonginnie e o Baek gostam. — Constatou o Do.

— Qual é o nome mesmo? — O Park voltou a analisar o rosto da TV, sentindo certa familiaridade naquelas feições.

Xiao Luhan. — Um sorriso terno brotou no rosto pálido de Sehun ao pronunciar aquele nome de forma doce, o que fez Chanyeol e Kyungsoo o olharem um tanto desconfiados. 

— Ah, você gosta dele também, Sehunnie? — Soo indagou, trazendo a atenção do Oh de volta para a realidade ao seu redor. O rapaz apenas limpou a garganta e não respondeu nada, voltando a fitar a televisão sem muita profundidade. Kyungsoo apenas caminhou de volta para a cozinha, sendo seguido pelo mesmo. 

No entanto, Chanyeol não estava satisfeito com o que acabara de ver ali. Sabia que ele conhecia aquele menino de algum lugar e sua mente começava a faiscar com as memórias que surgiam. Enquanto Baekhyun e Jongin continuavam postados na frente do televisor, comentando e reagindo histericamente à entrevista, o ruivo analisava com cuidado o ator. 

Sehun havia agido de uma forma muito suspeita para seu gosto, negando-se a responder algumas coisas desde que havia chegado ali. E a tinta em suas mãos combinavam perfeitamente à cor de cabelo do menino de traços delicados. No dia que empatara a foda de seu amigo, sabia bem que ele estava com um rapaz, sabia disso por ter visto o torso nu deste. Mas e seu rosto? Como era exatamente? O Park fechou os olhos, forçando-se a lembrar dos detalhes daquele dia. Bufou nervoso por não ter conseguido memorizar aquelas feições, apesar de tudo estar sendo mais do que uma bendita coincidência; queria ter absoluta certeza de que era ele. 

Levantou-se do sofá em um pulo e chamou Sehun na cozinha, disposto a fazê-lo confessar. Os dois seguiram até o corredor escuro, onde o mais alto retorcia-se de curiosidade. 

— Por que me chamou aqui, Chanyeol? 

— É ele, não é? 

— Ele quem? 

— Xiao Luhan. — Só de ter dito aquele nome, o olhar de Sehun mudou e se tornou mais atento. Estava tão explícito.

— O que tem ele?

— Foi ele que estava contigo naquele dia no sofá. — Chanyeol afirmou convicto, esperando que ele não escapasse. E deu certo. Sehun engoliu em seco e encostou-se na parede, os olhos vagando pelo chão, procurando por alguma desculpa. — Por que não quis me contar?

— Cara, de onde você tirou essa ideia absurda? — O Oh levantou a cabeça e abriu um sorriso de canto meio nervoso. 

— Pare de fugir, Sehun! Se não é ele, quem é? 

— Você não precisa saber quem é, Chanyeol, não é ninguém importante. 

— Eu sou seu amigo, claro que eu preciso saber! — O maior tentou mostrar sua indignação com o tom mais baixo possível, com medo de alguém escutasse a conversa dos dois. 

Ambos se encararam, tentando decifrar seus olhares, mas a campainha tocou, trazendo um sentimento de alívio em Sehun. Era isso que precisava, um motivo para fugir dali. Porém, rapidamente, o ruivo segurou um de seus braços, o impedindo de ir embora. 

— Quem é? — Baekhyun perguntou para Jongin. 

— Deve ser o cara com as cervejas.

— Eu atendo! — Kyungsoo berrou da cozinha. 

O modelo praguejou mentalmente ao ver que passaria um tempo ali até que encontrasse algo que satisfizesse a curiosidade do Park. 

 — Se não é importante, então não tem o que esconder. — Chanyeol comentou, ainda o segurando pelo braço, recebendo um olhar irritado deste.

Enquanto isso, o Do confirmava se não tinha nada preocupante no fogo antes de abrir a porta. Ele atravessou a cozinha em passos apressados, com um pano de prato sobre seu ombro e um saco esquecido de farinha de trigo. Ele nem mesmo tentou se ajeitar e atendeu a porta sem se preocupar de olhar pelo olho mágico. Quando deslizou o olhar para a pessoa do lado de fora, seu queixo caiu.

— A-Ah, eu acho que errei o apartamento... — O sotaque soou fofo de seus lábios enquanto olhava o celular desajeitadamente por conta da garrafa de vinho que segurava. — O senhor conhece Oh Sehun? 

Kyungsoo deixou a farinha de trigo cair sobre seus pés, sujando o chão de branco, e um grito escapou de sua boca, preocupando os outros dentro do apartamento. Jongin veio primeiro com um coração batendo forte, sendo seguido por Baekhyun. Sehun e Chanyeol deixaram de discutir para averiguar aquela bagunça — até porque, para o Do gritar do nada, era algo bastante importante.

Os dois rapazes que chegaram por último viram os outros três parados na frente da porta, paralisados. Baekhyun estava boquiaberto, Kai piscava freneticamente sem conseguir acreditar e Kyungsoo tinha seus olhos mais arregalados do que o normal. E foi só perceber quem era o dono dos fios rosas do lado de fora que Chanyeol pode entender o que estava acontecendo ali. Sehun passou na frente de todo mundo, tentando esconder o quanto estava exasperado. 

— Luhan, o que aconteceu? 

Bingo. 

— Acho que cheguei em má hora, não é? — O ator baixou a cabeça e mordeu o lábio inferior, o que fez o Park perceber que ele estava nervoso. 

Chanyeol relaxou e só lançou um olhar acusador ao Oh, que mantinha seus ombros tensos. E, mais uma vez, Park Chanyeol desvendava um caso por um simples acaso. 

Xeque-mate. 

X ————————————— X

Do Kyungsoo fora o primeiro a acordar de seu transe e pedir desculpas para o Luhan, fazendo um favor de dar um tapa na bochecha de ambos Jongin e Baekhyun. Quando a ficha deles caiu, encheram o ator de perguntas, cutucando a si mesmos, sem conseguirem acreditar que o menino de cabelo rosa estava ali realmente. Oh Sehun tentava esconder seus batimentos cardíacos acelerados através de uma expressão impassível no rosto. E Chanyeol ria internamente disso, sem querer perder uma ruga que aparecesse na cara do amigo. 

Os braços voltaram a envolver Baekhyun, que sentia-se agoniado por não saber o que fazer perto do seu ídolo. O Byun começava a rir do nada contra o tórax do ruivo quando Luhan lhe dirigia qualquer olhar que fosse, batia palmas toda vez que o rapaz se curvava diante seus amigos, confessava para Chanyeol o quanto ele era mais bonito pessoalmente. E o mais alto não evitava em sorrir ao ver aquele lado todo bobo do mais velho. Só mesmo Baekhyun para fazer toda aquela situação parecer mais bonita. 

Enquanto isso, Kai conseguiu superar sua timidez e oferecer um lugar no sofá para Luhan, porém dava alguns tapinhas nervosos no braço de Kyungsoo, que o pedia para se controlar. Sehun pegou o vinho das mãos do rapaz para guardar na geladeira, trocando um olhar indecifrável com ele, na opinião de Chanyeol. Era como se estivesse pedindo ajuda e, ao mesmo tempo, dando uma bronca. O ator, no entanto, o olhou pedindo desculpas, os dedos brincando nervosamente sobre a tela do celular. 

Luhan tinha um sorriso no rosto, mas seu olhar pedia tempo para que se acostumasse àquelas pessoas ao seu redor. Aqueles eram o amigos de Sehun, aqueles que ele tanto falava para si. Era fresco em sua memória o dia que tivera o primeiro jantar com o modelo, quando ele lhe contara um pouco sobre seus relacionamentos e sua vida pessoal. E foi aí que percebeu que Sehun era mais do que um rostinho bonito.

Oh Sehun era fechado, quieto e falava somente quando fosse necessário. Isso ocorria até mesmo com amigos, porém o Xiao não se contentou com poucas palavras. Ele queria mais. Não se importou de ser o primeiro a convidá-lo para sair, ignorando o medo de ser julgado ou até mesmo revelado para a mídia. E um sorriso enorme nasceu nos lábios encharcados de gloss quando o mais novo aceitou. 

E o modelo sentia-se despertado, tanto pela atitude quanto pela beleza do outro. Normalmente, tanto as mulheres quantos os homens, não se aproximavam de Sehun daquele jeito tão direto como o ator fizera. Se não fosse por Luhan a tomar o primeiro passo, talvez tudo o que teriam se basearia somente numa conversa profissional. 

— Então... Como tivemos essa honra de ter Xiao Luhan entre nós? — Chanyeol se pronunciou, vendo que todos ainda estavam um pouco afobados. Baekhyun, que estava abraçado a ele, estremeceu ao ouvir sua voz falar de repente no meio daquela bagunça. Luhan ergueu o olhar para os dois.

— O Sehun nunca nos contou sobre ser amigo seu. — Kyungsoo detalhou.

— Mais que amigos, você quer dizer. — Dessa vez, o Park que corrigiu o outro e recebendo um olhar quase mortal de Sehun e outro confuso de Luhan. 

— Fique quieto, Chanyeol. — O rapaz esguio ordenou entredentes. 

— Mais que amigos...? — O tom curioso de Jongin foi o suficiente para atiçar a todos. 

— O que você sabe, Park? — Kyungsoo cerrou os olhos.

— Deixe que Sehun nos conte agora, zoiúdo. — Chanyeol disse provocante. 

— O que você acabou de dizer, seu orelhudo? —  O Do o olhou com raiva, tirando o sapato do pé e ameaçando levantar.

— Não vou repetir. 

— Inteligente da sua parte. — Voltou a se sentar e então fez um sinal para que Sehun explicasse tudo. 

O modelo puxou todo o ar para então suspirar fundo, dando um olhar piedoso para Luhan, que ainda se encontrava ligeiramente encolhido no sofá. 

— Isso é tão complicado, eu nem sei por onde começar...

— Como vocês se conheceram? — Baekhyun perguntou com os olhinhos brilhando, pois sentia que sua vida estava realmente virando um daqueles filmes ou livros de comédia romântica. 

— Ah, bom.. — Sehun passou as mãos pelos próprios fios negros, claramente desconcertado. O garoto de cabelos rosas riu baixinho e tomou as rédeas daquela conversa. 

— Foi numa sessão de fotos. Ele estava terminando de posar quando eu entrei e então... Eu tomei coragem e chamei ele pra sair quando eu terminasse. 

— Eu sempre soube que o Sehun era um virjão mesmo. — Kyungsoo comentou, bebericando seu copo d´água, fazendo todos rirem exceto pelo que fora caçoado. 

— E você que recusou o Jongin por dias e agora fica gemendo o nome dele bem alto quando vocês se trancam no meu quarto de hóspedes? — O Oh revidou, o que levou Chanyeol a rir exageradamente e apontar para o menor. 

— Cale a boca, Chanyeol! — Kyungsoo gritou com ele, que ainda se jogava no chão de tanta graça, e tentou esconder o rosto vermelho atrás do copo. O Byun segurava o riso e ajudou o mais alto a parar de rir. Enquanto isso, o ator se divertia com aquelas pessoas novas. 

— Por que não contou para a gente antes, Sehunnie? — Kai perguntou, deixando todos atentos novamente. 

— Não podíamos, isso não pode nem passar pela cabeça da mídia ou a carreira do Luhan irá por água abaixo. 

— Então como o Chanyeol sabe? 

— Eu peguei eles no flagra. — Contou o ruivo depois de se recuperar. — Foi meio traumatizante.

— Ah, então foi você. — O tom rosado que dominou o rosto do Xiao combinou perfeitamente aos fios de seu cabelo. — Sinto muito por aquela cena.

— Não é sua culpa, relaxa. — Desfez as desculpas do rapaz, escondendo o rosto no cabelo de Baekhyun. 

— Então, isso quer dizer que o Sehun não é mais um virjão...? — Kyungsoo voltou a fazer sua piada, soando maliciosamente ao vê-lo bufar nervoso. 

— Virjão é o Chanyeol que veio me pedindo conselho, todo apaixonadinho pelo Baekhyun. Parecia esses menininhos prestes a dar o primeiro beijo. — Dessa vez, o alvo do Oh fez questão de se enterrar ainda mais nos fios claros do Byun. 

— Chanyeol é outro que só presta pra ser retardado, não sei como o Baek consegue. 

— Isso é verdade, Channie? — Baekhyun perguntou, ouvindo-o afirmar abafadamente em seu cabelo. O escritor segurou um sorriso e pôs a mão por cima das do vocalista, que pousavam tímidas sobre seus ombros. Sentiu-se preenchido daquele jeito que só o Park sabia fazer. Soo, que observava os dois, também limitou-se a uma careta; estava com medo de seu amigo se entregar e passar por uma desilusão novamente, mas também sentia-se feliz por ele estar bem como nunca esteve em meses. — Enfim, Lu, relaxa que, enquanto você estiver conosco, você é gente como a gente, tá?

— Lu? — O ator perguntou, piscando. 

— Ah, desculpa, eu posso te chamar de Luhan se preferir...

— Não! Eu gostei, é... diferente, mas bonito. Ninguém nunca me chamou assim. — Ele sorriu largo e sincero, sentindo que, aos poucos, se tornaria parte daquela família também. 

— Então, Lu, espero que você não tenha frescurite com comida e tudo mais, porque eu fiz pizza e é só o que temos para hoje. — Kyungsoo falou assim que o cheiro invadiu a sala e o apetite de todos. 

— Eu vou adorar. Aliás, obrigado por me acolherem tão bem. 

— Bom, se você nos dá essa classificação, quem é a gente pra contrariar? — O mais baixo voltou para a cozinha, indo verificar o forno. 

Os outros se aconchegaram no sofá, perguntando um pouco mais sobre a carreira de ator do rapaz e sobre ele e Sehun — enquanto este último apenas apreciava aquela cena, com um sorriso mínimo no rosto. 

Quando eles foram se apresentando, o Xiao acabou descobrindo que estava próximo de Byun Baekhyun, um dos seus escritores favoritos. Os dois começaram uma batalha sobre quem era mais fã de quem, deixando um Jongin enciumado, felizmente, por pouco tempo já que os dois começaram a incluir o moreno naquilo. Chanyeol sentia-se um tanto cansado, então descansava confortavelmente no ombro de Baekhyun. O ator achou tão bonitinho e precisou fazer pergunta sobre os dois. 

— Ah, então além do Kai e do Kyungsoo, vocês também são um casal? 

— Bem... Não sei se já nos consideramos um casal...

— Vocês já transaram? — A pergunta indecente de Luhan, em alto e bom tom, fez Baek corar e querer esconder o rosto embaixo da terra. 

— A-Ainda não...

— Se não fosse pelo ex do Baek, isso já teria acontecido. — O Park explicou, com os olhos fechados. 

— O Junghyun? O que aconteceu? — Kai se meteu, perguntando veloz e preocupado. Assim que ouviu aquele nome, Kyungsoo saiu correndo da cozinha com os olhos arregalados. 

— O Junghyun foi atrás de você? 

— E-Ele só foi pedir outra chance. Aí disse que eu estava cego e que eu tinha entendido errado. — O Byun explicou calmamente, no entanto, nervoso. — Que eu deveria confiar nele... Que o nosso amor era forte o suficiente para que uma hora a ficha caísse e que eu iria me ajoelhar e implorar para voltar com ele. Bobagem, sabe...

Chanyeol ouviu o menino revelar a história toda para seu amigo e, então, sentiu-se meio cabisbaixo. Baekhyun não havia lhe contado daquela maneira, ele resumira de um modo que disfarçasse toda a história, como se quisesse que Chanyeol não soubesse daquilo. O músico tentou não pensar muito e apenas viver o seu presente, talvez ainda não tivesse a repleta confiança e intimidade de Baekhyun 

— Caralho, ele não cansa de ser otário? — Kyungsoo queixou-se com uma careta de nojo. — Olhe, Baek, não deixe essa criatura pegajosa encostar em você novamente, ele é um filho da puta, nem pense em dar ouvidos para ele. 

— O que esse cara fez? — O menino de cabelos rosas procurou sanar suas dúvidas. 

— Ele traiu o Baek. — O sussurro de Chanyeol fora ouvido por todos. O ruivo continuava de olhos fechados, tentando não se incomodar com as perguntas que invadiam sua cabeça e apreciando a pele fria de Baekhyun.

— É, Luhan, e ainda disse merda depois. Agora, acha que uma desculpas bestas dessas vai mudar alguma coisa. — Complementou o Do. 

— Não encham os ouvidos do Lu com essa história, gente, já chega. — Baekhyun deu um basta, suspirando. 

— Não me incomodo com isso, é até melhor para conhecer vocês. — O ator riu descomedido e balançou as mãos livremente. —Digamos que... O Sehun falava muito de todos aqui, acho que ele é muito feliz em ter vocês por perto. 

O dono da casa, que estava silencioso até o momento, olhou fixamente para o Xiao, sentindo aquela faísca se acender novamente. Ele apenas abaixou a cabeça, um tanto embaraçado, depois que se encararam por um momento. Jongin voltou a puxar assunto, contando um pouco mais sobre a banda e perguntando sobre o novo casal. Entretanto, os olhos do ator estavam focados em outro lugar.     

Luhan queria ficar um pouco sozinho com Sehun, mas estava cercado de tantas coisas novas, que estava numa situação meio complicada. E estava gostando daquilo, pois recebia uma atenção diferente daquela de quando era exposto para todos. Dentro daquele apartamento, com aqueles 5, ele se sentia cada vez mais a vontade para ser ele mesmo. Porque Luhan era um passáro enjaulado que finalmente tivera sua gaiola destruída. 

Enquanto isso, o silêncio de Chanyeol incomodava Baekhyun. Em pouco tempo, desvendara que o sossego dele significava uma navegação profunda naquele mar de pensamentos. Resumindo, algo o perturbava também. Decidiu que não era melhor tocar no assunto no momento, mas que, com toda certeza, iria investigar tal coisa mais tarde. 

Todos as cabeças viraram ansiosas quando Kyungsoo saiu da cozinha carregando cuidadosamente a pizza que acabara de sair do forno. Sehun buscou o vinho trazido por Luhan e serviu devidamente a todos com taças, o que fez Baek rir sozinho e chamar a atenção do Park. O Byun se lembrou de que não havia comprado novas taças, substituindo-as por xícaras, o que tornava tudo engraçado. Um sorriso foi se abrindo nos lábios de Chanyeol, deixando o escritor mais satisfeito por saber que a tal coisa que o perturbava estava dando uma trégua. 

Adicionando Luhan ali, tudo se tornara ainda mais alegre: os amigos comendo e bebendo, comentando os acontecimentos trágicos de suas vidas de forma cômica. 

E alegria era exatamente o que Baek precisava. 

E também era exatamente o que recebia de graça de todas aquelas pessoas. 

X ————————————— X

Após tantas risadas e relatos engraçados, a reunião terminou com todos quase caindo de sono e praticamente bêbados. 

Jongin estava desmaiado de tão cansado, então Sehun deixou que ele e Kyungsoo se abrigassem no quarto de visitas — por mais perigoso que aquilo fosse. Luhan também decidiu ficar, mas somente após muito insistir ao seu secretário. Baek achou até bonitinho o sorriso que o Oh tentou esconder quando soube que o ator passaria a noite com ele. E desde logo Chanyeol tratou de não deixar Baekhyun beber tanto, já que as duas taças foram mais do que o suficiente para deixarem o loiro sorridente. 

Era engraçado como o álcool afetava o Byun tão facilmente enquanto o Park permanecia de pé, sem sentir nenhum dos efeitos. O escritor começara a sentir o clima ficar mais abafado, o corpo quente... Saíra até para a varanda para ver se refrescava, mas nada mudou. Chanyeol constantemente o perguntava se ele estava bem, e não poderia estar melhor se não fosse aquele calor desgraçado! Maldito seja o vinho, era o que Baek praguejava. 

Deu um último abraço em Sehun e Luhan antes de ir com Chanyeol para o apartamento deste. O percurso que não durava nem 2 minutos naquele corredor enorme tornara-se demorado devido ao silêncio cheio de palavras de ambos. Havia coisas a serem ditas, a serem questionadas, mas nenhum deles tomava a iniciativa. Somente quando adentraram o apartamento do ruivo e as luzes foram acesas que os olhares se encontraram um tanto ansiosos. 

— Por que não me contou tudo? 

— Por que você estava tão quieto? 

Os dois falaram ao mesmo tempo, assustando um ao outro. Chanyeol decidiu responder primeiro. 

— Fiquei tentando decifrar o porquê de você não ter me contado direito o que o Junghyun falou quando foi na sua casa. 

— Chanyeol...

— Eu já sei, Baekhyun, eu sei que você precisa de tempo para confiar em mim. — O mais alto virou o rosto pro lado, os lábios presos enquanto escolhia suas palavras. — E eu espero, eu prometo que eu espero. 

— Mas você não precisa esperar tempo nenhum. — Disse o Byun por entre um sorrisinho. 

— Entretanto, você não confiou em mim para contar a história toda. 

— Eu só não contei para não trazer um clima desconfortável entre nós dois.

— Eu acho que você piorou, tá? — O mais alto o olhou chateado, cruzando os braços e se jogando no sofá preto com um bico. 

Baekhyun suspirou ainda com aquela risadinha leve antes de passar rapidamente as mãos nos cabelos que queriam grudar em sua testa. Estava quente. E ele sabia um jeito perfeito de lidar com aquilo. Seguiu até o sofá e sentou-se sobre Chanyeol, como fizera mais cedo em sua casa, pegando em seu rosto. O ruivo o olhou interessado e desfez-se de sua pose irritada por um momento, apoiando as mãos nas coxas do outro. 

— O que foi, Baekhyun? 

— Você está chateado comigo? — O loiro perguntou manhoso. 

— Sim. — Respondeu curto, voltando a sustentar o olhar anterior. 

— Por quanto tempo?

— Eu não sei. 

— Então... você não pode me perdoar logo? — Foi distribuindo alguns beijos no rosto de Chanyeol enquanto descia os dedos para os tecidos da roupa do ruivo numa carícia libidinosa. 

— Baekhyun... — Chamou a atenção do outro quando este tomou rumo a sua calça com os dedos finos, massageando-o. 

— Por favor, Channie, vamos terminar o que começamos mais cedo. — A voz do Byun soava cada vez mais dengosa. — Está tão quente.— A mão adentrou a calça do vocalista, que suspirou nervoso ao ver o olhar ferino do escritor. Enquanto os dedos dele brincavam ali dentro de sua roupa, decidiu participar também daquele jogo de Baekhyun. 

As unhas curtas passeavam pelas pernas do menor e subiam até um pouco acima da cintura, delineando suas curvas com alguns arranhões leves, que só serviam para atiçar ainda mais o menino. Chanyeol achava cada detalhezinho bonito e seus olhos faíscavam ladinos por saber que ainda havia tanto a ser explorado na imensa e exótica paisagem que Baekhyun era. Porém a falsa calma do Park provocava o loiro e o deixava irritado num momento daqueles. Chanyeol jogava baixo. 

Num gesto rápido, levantou-se para tirar suas roupas apenas para voltar a sentar sobre o ruivo, atacando seus lábios com pressa e quase sem gentileza alguma. Se era daquele jeito, então Baekhyun jogaria da mesma forma que o outro: o provocaria até que conseguisse o que desejava. 

Passou a se esfregar mais forte contra o rapaz, apoiando as mãos em seu peitoral, antes de começar a brincar com o zíper da calça deste. Os cantos dos lábios do Park estavam curvados em satisfação, os olhos abertos e atentos a cada movimento de Baekhyun. O ruivo arfou e jogou a cabeça para trás quando o menino tirou sua roupa também e envolveu seu membro com delicadeza, entretanto com malícia.

Chanyeol manteve suas mãos firmes na cintura do loiro já que toda aquela provocação estava o distraindo um bocado e apertou-as ainda mais ali assim que percebeu que ele, com certeza, estava conseguindo o que queria. 

O escritor, com seus dedos longos e finos, passou a fazer movimentos calmos no pênis do mais alto enquanto rebolava sobre o colo do mesmo para então, logo em seguida, envolver o próprio membro também. Quando aquelas áreas sensíveis se tocaram, Baekhyun não evitou soltar o primeiro gemido daquela noite. Os dígitos do Byun acariciavam eroticamente ambos os sexos numa masturbação dupla. 

— Porra, Baek. — O Park xingou, deslizando os dedos para os fios loiros do menino e puxando-os de leve. 

Os movimentos passaram a ser mais agressivos, fortes e rápidos, como o mais baixo queria. E ele adorava estar no comando. O líquido pré-seminal melava um ao outro, fazendo a mão do Byun deslizar mais e mais rápido. Os gemidos do menor também tornavam-se frequentes cada vez que seu falo rígido se chocava ao de Chanyeol, que arfava excitado. Baekhyun estava tão perto de gozar que agora ele se movia com impaciência até o momento que seu corpo todo estremeceu e o branco manchou o tórax do mais alto. 

A cabeça do escritor tombou no ombro do rapaz para recuperar o fôlego enquanto este o segurava contra si, a respiração rouca em seu ouvido. O loiro se afastou o suficiente para poder olhá-lo no fundo dos olhos e então chocar novamente suas bocas para mais um beijo enérgico. 

— Baekhyun, você me deixou duro... — O Park interrompeu o ósculo para escorregar a língua pelo pescoço dele, seu ponto fraco, fazendo-o arrepiar-se por completo. — Não seja um garoto mau, termine o que começou. 

— A-Acha que dá tempo de chegar no quarto? — O rapaz perguntou mesmo com a respiração cortante. 

— Acho que acabaríamos no corredor. — Chanyeol riu contra a pele dele.

— Sinto muito pelo seu sofá, Channie. 

— Depois a gente resolve isso, o que importa agora é que eu quero você. E logo. 

O vocalista segurou a cintura do Byun, provocando-o a se mexer sobre sua ereção. O loiro, ainda sensível pelo seu recente orgasmo, não pôde evitar gemer daquele jeito extremamente indecente ao sentir o falo rígido de Chanyeol brincar sobre sua entrada. As lágrimas surgiram nos olhos pequenos e uma lufada de ar fora solta quando penetrado de surpresa e suas unhas cravaram no ombro do Park em busca de apoio e um pouco de alívio. 

— Doeu? — O ruivo questionou enquanto acariciava preocupado seus cabelos loiros. 

Baekhyun negou ainda preso ao ombro dele e passou a rebolar delicadamente, deixando escapar grunhidos baixinhos. Mesmo com as pernas bambas, usou-as como seu suporte para começar a se mover para cima e para baixo. Enquanto isso, as mãos de Chanyeol queimavam sobre sua pele, deixando marcas em si, e subiam para seu rosto afim de limpar o molhado das lágrimas. O maior colou seus corpos novamente com um beijo, rastejando o nariz sobre a derme quente do pescoço do menino. Baekhyun arfou e caiu sobre seus joelhos de novo, olhando para o mais alto que logo entendeu o seu pedido. 

O Park ajeitou-se no sofá, deitando-se totalmente sobre ele com o menino ainda sobre si. Os dígitos desceram para as nádegas do Byun, apertando-as com vontade e deixando um tapa estalado antes de erguer o quadril para penetrá-lo. As mãos de Baekhyun se espalmaram sobre o peitoral do rapaz e, cada vez que Chanyeol lhe estocava daquele jeito, os lábios proferiam um gemido sôfrego. Por mais cansado que estivesse e o suor deslizasse em pequenos fios rosto abaixo, Baekhyun estava excitado como a porra, pois já fazia muito tempo que se sentira daquela forma; para ser mais sincero, Chanyeol era ainda mais intenso.

Quando o mais alto acertou sua próstata, as lágrimas voltaram a cair e os lábios tremularam mudos, contraindo ao redor do membro rígido de Chanyeol, que rosnou duro. Afastou mais as nádegas de Baekhyun e passou a meter em um ritmo mais frenético, observando o menino chacoalhar em cima de si e ter seus gemidos interrompidos. Ele ficava ainda mais bonito com aquela boquinha aberta, os olhos fechados e os fios loiros grudando no rosto...

— Baekhyun, eu não vou aguentar. — Embora quisesse desgrudar-se do menino para não gozar dentro dele, este o empurrou ainda mais contra o sofá e começou a rebolar. A ardência de ter Chanyeol dentro de si já não parecia mais importar e a fricção contra seu ponto era gostosa demais para parar daquele jeito. E foi só sentir o Park derramar-se ali que logo arquejou ao sentir o ventre repuxar e, pela segunda vez naquela noite, o sujar com seu gozo.

O escritor caiu sobre Chanyeol, sentindo a respiração descompassada dele e o seu peito subindo e descendo rápido. Os dedos grossos do ruivo descreviam linhas imaginárias em suas costas carinhosamente enquanto recuperava o fôlego. 

— Você acabou comigo, Chanyeol. 

— Apenas entrei no seu joguinho, Baekhyun.

— Até parece que você não gostou.

— Mas eu gostei, aliás, gostei muito, por isso tive que retribuir da mesma forma. — O maior sorriu provocante para o loiro, que apenas bufou e se afastou, sentando-se do outro lado do sofá. 

— Bah, você é muito vingativo. — Os braços se cruzaram quando Chanyeol lhe mostrou a língua, se levantando e pegando as roupas jogadas no chão. 

— Vamos tomar banho, Baek. — Já estava virando as costas em direção à suíte quando ouviu aquela voz manhosa novamente.

— Channie... — O menino ergueu os braços para ele. — Colo. 

Chanyeol suspirou e voltou-se para ele, que se pendurou como um pequeno coala em seu tórax, arrodeando os braços ao redor de seu pescoço e enroscando o rosto em seu ombro. 

— Você é um bebezão, Byun Baekhyun. 

— Eu sei, eu sou seu bebezão, Park Chanyeol. 

E um sorriso apaixonado, e um tanto confiante, surgiu no rosto do maior, porque aquelas palavras significavam que havia conquistado nem que fosse apenas um pedaço do coração derretido de Baekhyun. 
 


Notas Finais


eu estou ouvindo aleluias? pedras em minha direção? o cheiro de fogo queimando na minha casa? gritos de odio?
EU DEMOREI MUITO E JA PEÇO DESCULPAS, MAS MEUS DEDOS NÃO QUERIAM ESCREVER, PARECE QUE ELES NÃO SABIAM TECLAR
e ja aviso que tive que colocar o nome do luhan assim pq ne ia ficar meio vazio grrrrr
mas enfim
feliz ano novo super atrasado
o cap foi betado pela carol s2 obrigada mia suma vez vez nem sei como agradecer
e me matem no meu twitter se quiserem @chwegiwa
alias quem chegou ate aqui eh um campeao vencedorrrrrrrr akakrrsjjj nao sei to mal to feliz por postar isso
e eu fiz um videozinho pra overcome pq eu nao sabia escrever entao vamo de otra forma https://twitter.com/chwegiwa/status/797584696364400640
EH ISSO AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA GRAÇAS A DEUS MEU SNEHOR AMEM PAI AMADO


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