Merlya
- Filha – ouvi minha mãe batendo na porta – Levante, daqui a pouco você tem que ir para o colégio – suspirei e me laventei.
Fiz minha higiene, troquei de roupa, passei meu bloqueador solar e peguei meus óculos escuros. Tomei meu café e eu e minha mãe fomos para a garagem.
Entramos no carro e enquanto minha mãe dirigia eu me preparava psicologicamente para o preconceito que eu iria sofrer por causa da minha alta taxa de albinismo.
Minha mãe estacionou o carro em frente ao Sweet Amoris. Suspirei e abri minha mochila, pegando um pequeno guarda-chuva de panda e colocando meus óculos.
- Vai dar tudo certo, querida – ela sorriu tranquilizadora.
- Sei disso – murmurei e sai do carro.
Caminhei de cabeça baixa para dentro do prédio. Quando entrei, fechei o guarda-chuva e caminhei até a diretoria, onde peguei meu horário. A diretora me guiou até minha sala.
Respirei fundo e abri a porta, que foi aberta por uma senhora baixinha e aparentemente muito simpática.
- Olá querida – sorriu – Aluna nova? – assenti – Entre – me deu espaço e eu entrei, recebendo olhares de toda a sala – Garotos, essa é Merlya, a nova colega de vocês, e espero que a respeitem – se virou para mim – Sou a professora Lucia e leciono biologia – assenti novamente – Pode se sentar – sorriu e eu me encaminhei ao único lugar vago, que era na ultima carteira da fileira da porta, ao lado de um garoto ruivo.
Assisti a aula sem nenhuma novidade. Quando o sino bateu, todos saíram da sala, mas eu preferi ficar ali, já que não conhecia ninguém e não queria ficar sozinha em meio a um corredor cheio de gente.
Estava fazendo uma música qualquer no meu caderno quando sinto que estou sendo observada. Levantei meu olhar e vi uma garota de cabelos platinados e um garoto de cabelos azuis.
- Olá – a garota disse sorridente.
- Oi – respondi sem saber o que fazer, já que ninguém nunca falou comigo sem ser pra me xingar.
- Sou Rosalya e ele é o Alexy.
- Sou Merlya – respondi.
- Nós sabemos disso, fofa – o garoto disse pegando uma mecha do meu cabelo – Adorei seu cabelo!
- Meu Deus, Alexy, olha os olhos dela, que lindos! – Rosalya disse alarmada – São violetas – sorri envergonhada.
- Vem com a gente para o pátio – Alexy agarrou minha mão, me fazendo levantar. Olhei pela janela e vi que estava muito sol do lado de fora do prédio.
- Eu... Eu não posso... – gaguejei.
- Por que? – Rosalya perguntou.
- Eu sou... – hesitei – Albina. Eu não posso sair no sol, a não ser que eu queira uma queimadura de segundo grau.
- Bem que percebi que você era mais branca do que o normal – dei um sorriso sem graça para os dois.
- Vamos para o refeitório então – Rosalya disse e começou a me puxar para fora da sala
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