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História Overseas - "Água, cauda, eu"


Escrita por: thejoy866

Notas do Autor


HELLO <3.
CHEGUEI, CRIATURINHAS DO MEU CORAÇÃO.
Bom, não preciso nem dizer que amo a Maryse.

Boa leitura <3.

Capítulo 2 - "Água, cauda, eu"



EU ESTAVA PERDIDO na frente daquela mulher e situação, acabei até mesmo por esquecer do meu propósito inicial. Após a constatação de que Maryse não pararia de me encarar – e que olhos eram aqueles, Deus? Eles pareciam duas esferas com cor não identificada, de tão belos –, apressei-me em fazer-nos ir para a costa logo. Pensei anteriormente ter feito o sangramento parar mas, por ela não parar de se mexer, voltou a sangrar e parecia, infelizmente, estar doendo. Então, pedi para ela se sentar. 

– Para onde estamos indo? – Perguntou. 

– Você precisa de pontos. Enquanto não os forem feitos, não gostaria que fosse embora. Pode infeccionar. – E aquilo era o mais estranho. Para onde ela iria? O que diabos... Lembro-me bem dos livros fantasiosos os quais costumo ler para Rosie quando ela está agitada e não quer dormir, onde há mulheres assim, denominadas sereias. Mas, céus, isso não existe! Agora não posso afirmar certeza de nada. 

– Tudo bem, então. – Olhou o mar, que parecia ainda mais azul aquele dia. – Pressinto que sinta um pouco de medo de mim ainda, não é? 

– Todos nós temos medo do desconhecido. – Falei, sem olhá-la. – Você ainda não me falou o que é. E talvez possa não saber, mas... Não posso confiar em você.

– Por que não? – Maryse parecia levar tudo como uma mera brincadeira, rindo. 

– Desculpe, mas... Humanos não tem caudas. Ao menos até agora e até onde sei.

– Eu prefiro minhas pernas, mas não tenho como escolher. – Gargalhou. – Não sei como e por que acontece mas, toda vez que me molho, fico daquele jeito. Não é simples? Água, cauda, eu. Três fases.

Ri, mesmo ainda desconfortável. 

– Não, não é tão simples. Fique sentada aí, logo chegaremos. – E tudo que eu realmente queria era poder não vê-la mais na minha frente. Maryse me deixava confuso, e ainda sim, parecia divertir-se com todo o jogo que estava fazendo. 

– O que devo fazer para confiar em mim? – Levantou-se, caminhando até poucos passos de minha frente. Sem saber como reagir, engoli a seco, de costas para ela. 

– Nada. Quer dizer, só posso confiar quando souber o que acontece para você ficar... Daquele jeito. Ainda não me conformei com a explicação "água, cauda, você". – Fiz aspas com os dedos, tentando manter a voz séria.

– Tem certeza que nada? – Riu. – Ah, qual é. Para de ser sem graça. Eu garanto que sempre vai haver algo.

Sua voz pareceu mudar de tom na última frase, e um arrepio subiu por todo o meu corpo. Automaticamente, virei-me, me arrependendo logo em seguida. Os olhos alheios tiveram um brilho azul e quase pude ver o mar neles. Seu corpo foi se aproximando lentamente do meu, fazendo a boca entreaberta da mulher virar o meu foco principal em seu rosto. 

O barulho de algo caindo por conta de um arrebate de onda me fez sair dos meus segundos de hipnose, quase perdendo o equilíbrio. O que diabos havia sido aquilo?

– Maryse, sente-se aí. E não... Não venha com esses olhos para mim. – Falei, perdido. 

...

Assim que chegamos à terra firme, ajudei-a a descer do barco e, também, a conseguir ir até minha casa, que não era longe do mar, apenas o suficiente. Ao chegar lá, Joana me entupiu de perguntas. Queria saber quem era, da onde era e o principal: o porquê de estar ali. A minha cunhada sempre fora bem fofoqueira e, por mais que eu não gostasse muito, ela me ajudava a criar Rosie e tinha que agradecê-la.

– Essa é Maryse, uma... Uma amiga minha dos tempos da marinha. 

A mulher me olhou e segurou o riso.

– Prazer, Joana. – Ainda desconfiada, a acastanhada apertou a mão da que eu segurava para manter-se em pé. Maryse sorriu.

– O prazer é todo meu, Joana.

– Ahn... Tem como chamar o Marcus para mim? Maryse precisa de pontos e se mover-se, vai perder mais sangue. – Marcus era um médico local, americano como eu, que se tornara meu amigo e vizinho após a morte de Elisa. Ele me ajudava bastante, visto que eu sou desastrado e acabo me cortando, queimando ou qualquer outra coisa pelo menos umas duas vezes por semana. Acho que ele até se acostumou. 

– Claro, Richards. – Passou por nós, fazendo-me ver Rosie sentada na cadeira, com a cara suja de comida. – Termine de dar comida para ela, já volto. – E então saiu, encarando-me assim: "Quando eu voltar e essa mulher sair daqui, a gente conversa". 

Ajudei Maryse a se sentar numa cadeira de plástico e fui até minha filha, fazendo o que a outra dissera. Percebi o olhar da de cabelos negros sobre mim por todo o momento e tentei manter minha concentração na tarefa. Eu fedia a peixe e Rosie ria daquilo, o que me fazia sorrir. Era incrível a semelhança dela com a mãe, e estava ficando cada vez a cara dela.

– Então é casado e foi da marinha, uh? – Ouvi a voz dela.

– Na verdade, Joana é minha cunhada. – Olhei para Rosie. – Eu sou viúvo.

– Jovem assim?

– Faz um ano. Ela se afogou num período de maré alta.

– Ah, sinto muito. – Sua feição mudou completamente.

Coloquei a fralda de Rosie em mim e a peguei no braço, balançando levemente.

Papá! – Falou a bebê, e eu sorri para ela.

– O que foi, princesa?

Apontou e eu olhei para trás, vendo Maryse sorrir para ela.

– Essa é uma amiga. Bom, eu acho.

A mulher levantou uma sobrancelha.

– Não... Não nesse sentido! – Recusei, fazendo-a rir. – É que nós acabamos de nos conhecer. Só isso. Por isso não é uma amiga ainda.

– Eu posso ser mais que isso, sabia? – Meus olhos se arregalaram momentaneamente e ela sorriu de novo, fazendo, dessa vez, Rosie gargalhar. Quando Maryse ia falar mais, Joana entrou pela porta da frente, acompanhada de Marcus.

...

Já era fim de tarde quando Joana finalmente foi para sua casa. Eu ofereci, mesmo hesitante, a estadia, apenas por uma noite, para a misteriosa mulher. Mas, antes de tudo, eu precisava conversar com ela.

Após alguns longos minutos, consegui fazer Rosie dormir e fiquei a observando. Mal via a hora dela crescer e eu poder dormir direito todas as noites. Não, mentira minha. Crescer significa ser independente e namorar, então não, é, está bom do jeito que está.

Levantei-me e dei um beijo leve na testa da bebê, para não acordá-la.

Saindo de lá, fui até a sala, onde pedi para Maryse ficar. Ela teria que esclarecer as coisas, por que eu estava absolutamente confuso.

– Bom, eu até sei como você vai começar os seus argumentos, então vou logo me antecipando. Dean, eu não me lembro de absolutamente de nada antes disso.

– Você tinha uma vida?

– Mas é claro que eu tinha. Eu não me lembro dela, só sei que existiu. Não sei quantos anos tenho, se eu tenho uma família, só sei que essa sou eu agora. – Falou, respirando fundo. Eu olhei um lado e depois o outro, tentando raciocinar sobre aquilo. – Não tenho amigos como você e nem um lugar para ficar.

Engoli a seco.

– Maryse...

– Não precisa sentir muito. Nem eu sinto. – Sorriu sem mostrar os dentes, caminhando de modo lento para minha frente. Não sei se era por causa da perna que com toda certeza doía, ou se ela gostava de andar daquele jeito. – Deixe-me aqui só durante o tempo em que essa maldita se recupera – riu baixo –, que vou te deixar em paz. Não prometo, mas é um modo. – Levou a mão até minha nuca, fazendo-me travar.

Pela terceira vez no dia, estávamos próximos daquele jeito. Eu ainda não entendia insistência que ela tinha em tentar me beijar. Eu nem sequer sou bonito, pra começar. Talvez ela não tenha a visão tão boa.

– Talvez...

A porta da cozinha abriu e, com o susto, me separei imediatamente dela, fazendo a garrafa de água virar em seu corpo e, os olhos que antes me encaravam, se arregalarem. Virei-me e vi Francesca, minha vizinha de quatorze anos, olhando para nós dois. Ela trazia consigo a roupa que pedi para a mulher e se encontrava estática.

No tempo em que nós nos encaramos – alguns longos segundos –, vi seu olhar mudar de direção, para trás de mim. Quando olhei para o chão, lá estava Maryse, transformada do mesmo jeito que vi pela manhã.

– Mas... o que é isso? – Perguntou, assustada.

Eu ri, de nervoso, olhando para a sereia. 


Notas Finais


EITA
FRANCESCA CHEGOU NA HORA ERRADA HEIN
Acho que todo mundo sacou que enquanto a Maryse não pegar o Dean, ela não vai se dar por vencida. E ainda é o primeiro dia :v.
Enfim, gostaram?

Obrigada por ler <3.


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