História Owned - Arquivos

Camila se virou para subir novamente as escadas, e Keana se virou para encará-la.

- Ela esta morando aqui? - A outra mulher perguntou.

- Sim, está. E enquanto ela estiver aqui, gostaria que você não estivesse. - Lauren disse enquanto passava por ela.

- Isso é uma piada? - Ela disse friamente. - Nós estivemos juntas por quase seis meses.

Lauren olhou para o relógio. Ela realmente não tinha tempo para lidar com isso.

- Keana, não tenho certeza se você entendeu nosso relacionamento. Eu tenho dormido com você durante os últimos seis meses, mas nunca estivemos juntas. E nesse tempo, eu lhe garanto, eu vi muitas outras mulheres. E agora planejo ver a Camila.

- Sem ver outras mulheres? Fala sério, Lauren. Eu não me importo em dividir. - Keana adulou enquanto colocava os braços ao redor dela. Dessa vez, Lauren se afastou e removeu os braços dela.

- Adeus, Keana. Saia, ou vou chamar alguém para retirá-la. E, por favor, não venha ser avisar novamente. - Lauren disse enquanto virava-se de costas e partia. Atravessando a área do salão que era uma série de escritórios. No primeiro escritório, ela abriu a gaveta e puxou alguns arquivos. Após garantir que o arquivo certo estava ali, ela os retirou e deixou sobre a mesa. Ela não tinha dúvidas de que Camila não conseguiria resistir dar uma olhada neles. Satisfeita por deixá-la ocupada durante o dia, ela fechou a porta do escritório e pegou o telefone.

- Drew, você pode garantir que nossos convidados sejam recebidos apropriadamente na porta. Eles devem chegar dentro de uma hora.

E por recebidos, Lauren quis dizer revistados minuciosamente.

- Sim chefa. Você quer que eles entrem pela porta da frente?

- Absolutamente não. - Lauren soltou. Ela não queria que nenhum deles visse Camila. Talvez ela tivesse deixado Keana na casa em favor do entretenimento. Exceto que essa não era a forma com a qual ela trabalhava. Mesmo se Keana fosse a maldição de sua existência, ela não a serviria num prato e ofereceria aos seus inimigos.

...

Camila sentou-se na cadeira de frente para a mesa e ficou se balançando para frente e para trás por alguns minutos. Lauren estava atrás da porta fechada à sua esquerda, e ela desejava desesperadamente colocar o ouvido contra a madeira e descobrir o que estava acontecendo. Lauren havia espalhado alguns arquivos sobre a mesa que era para ela olhar, e Camila suspeitava que nenhum deles teria algo para incriminar a gangster. Era impossível que Lauren iria entregar assim alguma prova de suas operações ilegais. Não. Camila precisaria seduzi-la, figurativamente, e ganhar a confiança dela. Ela precisaria provar que podia ser confiável antes de conseguir sua vingança. Só que isso seria difícil de fazer se Lauren continuasse seduzindo-a. Camila simplesmente não conseguia resistir. Um perfume pesado e doce pairou no ar, e ela enrugou o nariz de desgosto. Era a Keana? Quantas outras mulheres Lauren tinha em sua mansão? Um sentimento desagradável se desenrolou em seu estômago. Isso era... ciúme? Ridículo. Após uma noite com Lauren, não era possível que ela estivesse com ciúmes de outra mulher. Na verdade, ela devia ficar feliz que outra mulher lhe prendesse a atenção. Ela teria mais liberdade para bisbilhotar pelos escritórios. Tentando se segurar a esse pensamento e não no sentimento dentro de si, ela suspirou alto e abriu uma das pastas à sua frente. Era o perfil de alguém chamado Stephen Frederick. De acordo com o arquivo, Stephen havia trabalhando para o chefe anterior durante vinte e sete anos antes dele ser morto em um tiroteio pela cidade. Camila estudou a imagem com uma pontada de interesse. Por que Lauren puxara o arquivo de pessoas que haviam morrido antes dela tomar o controle? Abrindo as gavetas, ela passou pelos arquivos até encontrar um nomeado de 'falecidos'. Seu peito se apertou quando ela percebeu que essa sessão consistia em metade daquela gaveta e as duas gavetas de baixo. Aparentemente, poucos saíam da máfia com vida. Ela correu os dedos sobre os arquivos antes de encontrar um lugar para o pobre Stephen Frederick e o colocar de volta na gaveta. Não que ela sentisse pena do homem morto. Ele provavelmente também tirara muitas vidas. O outro arquivo consistia de alguém que também estava morto e que também trabalhara para o chefe anterior. Morto na jovem idade de vinte e quatro anos. Camila estremeceu, Olhando o arquivo, ela percebeu que o jovem havia trabalhado para a máfia por dez anos. Isso significava que ele começara aos quatorze anos. Como isso era possível? Sua raiva se amontoava quando ela abriu a gaveta para guardar o arquivo do jovem. O garoto nem ao menos tivera a chance de viver uma vida. Era isso o que Lauren fazia? Ela encontrava jovens adolescentes e vulneráveis e entregava uma arma na mão deles? O que ela lhes prometia? Dinheiro? Prestígio? A porra de um doce? O próximo arquivo que ela abriu fez seu coração ficar gelado. A foto, tirada há três décadas, era de um rosto familiar.

- Pai? - Ela sussurrou enquanto encarava a jovem feição de Alejandro. Não era possível que ele tivesse trabalhado para a máfia. Simplesmente não era possível. Engolindo com força, seus olhos passearam pela página. Parte de si gritava para que ela fechasse o arquivo e nunca mais olhasse-o novamente, mas ela precisava saber. Aparentemente, ele trabalhara para o chefão da máfia anterior aos vinte anos, e se aposentara há dez anos. Aposentou? Todos os outros tinham morrido, mas seu pai conseguira sair. Como isso era possível? Suas mãos tremiam de raiva. Lauren deixara esse arquivo de propósito. Ela queria que Camila descobrisse o que seu pai tinha feito. Talvez nem fosse verdade. Talvez fosse apenas uma forma de manipulação emocional. Bom, ela não dava a mínima a respeito das ordens que Lauren dera para ela ficar dentro do escritório. Se ela queria foder Camila desse jeito, teria que encarar as consequências. Ela queria respostas. E queria agora.