História Pacify Him - Capítulo 11

“Now you want to say you're sorry
Now you want to call me crying
Now you gotta see me wilding
Now I'm the one that's lying”

 

***Justin***

 

       - Por quê você fez isso, Austin?- Pergunto quase gritando ao telefone.

 

       - Não sei do que você está falando. - Responde.

 

       - Você só pode estar de brincadeira né? Sabe a quanto tempo eu estou tentando falar com você? Dois dias, Austin, dois dias.

 

       - Sério? Passou todo esse tempo desde que eu descobri que você me traiu?

 

    - Eu não te traí.

 

    Assim que essas palavras saem da minha boca sinto uma dor imensa na parte interna da minha coxa direita. Olho para baixo e Shawn está me mordendo naquela região.

 

Eu sei, continuo mentindo para o Austin mesmo depois ter terminado com ele. Mas dessa vez é por culpa do Austin, ele destruiu o meu carro.

 

    - Sério? Aquilo parecia muito uma traição. - Escuto o barulho de uma pancada e sei que Austin está descontando sua raiva em algum objeto perto de si.

 

- Escuta, eu não vou cobrar pelo carro. Mas, eu posso pegar minhas coisas que estão na sua casa? - Outra mordida, dessa vez na minha barriga. Olho para Shawn repreendendo-o e ele parece zangado.

 

- Eu levo na sua casa, coloca as minhas em uma mochila e fazemos a troca.

 

- Chegamos a esse ponto?

 

- Você fez com que chegássemos à esse ponto, Justin.- E assim ele termina a ligação.

 

    - O quê ele quer?- Pergunta Shawn sentando no meu colo.

 

- Pegar umas coisas dele que estão aqui. E devolver tudo o que é meu e está na casa dele.

 

- Isso quer dizer que ele virá até aqui?

 

- Você não está com ciúmes não é? Pode ficar aqui se quiser, escondido, e ser testemunha de que eu não vou fazer nada.

 

- Não precisa, eu confio em você. - Shawn encosta seus lábios nos meus e o beijo com vontade.

 

Austin e eu terminamos à dois dias e não, ele não quer voltar e nem parece minimamente arrependido de ter terminado comigo. Enquanto ele não volta para mim, eu tenho o Shawn. Como eu queria ter os dois ao mesmo tempo. Por quê triângulo amoroso só dá certo em novela?

 

    - O quê a gente vai fazer enquanto ele não chega aqui?- Pergunto.

 

    - A gente poderia transar. Vai fazer quase vinte e quatro horas que não fazemos isso.- Responde ele mordendo o meu pescoço.

 

    - Faz muito tempo. Como passei todas essas horas sem te ver sem roupa e pior, sem te comer, sem escutar você gemer.

 

- Você pode ter isso tudo agora.- Responde ele.

 

- Acho melhor a gente continuar isso no quarto.- Levanto com o corpo dele agarrado ao meu e o levo até o meu quarto. Assim que chegamos lá o jogo em cima da cama.

 

Deito-me sobre ele na cama para tirar a sua calça e ele aproveita para passar a mão pelo meu corpo. Abro os botões da sua calça enquanto ele está tirando sua camisa. O membro de Shawn se revela e me deixa com água na boca. A visão daquele corpo nu sempre me deixa sem palavras.

 

- Sem cueca. Você queria mesmo facilitar o meu trabalho. - Digo tirando minha cueca. A única peça de roupa que estava vestindo.

 

    Deitei ao lado de Shawn na cama e comecei a massagear o seu membro que ficou duro instantaneamente ao sentir o meu toque. Minha boca foi de encontro ao seu peito, chupando, mordendo e lambendo. Shawn apenas geme com todo o prazer que está recebendo.

 

Minha boca vai descendo por seu abdômen,que está ainda mais sarado que antes, até que chega em seu membro duro. Passo minha língua da base até a cabeça e Shawn geme mais alto que de costume.

 

Enfio o seu membro na minha boca até onde eu consigo. Passo a língua pela cabeça e depois volto a enfiá-lo em minha boca e escuto os suspiros do Shawn. Sinto suas mãos tocando o meu membro que está duro como pedra.

 

- Sua vez.- Deito-me ao seu lado e sinto sua boca envolver todo o meu membro. Como ele consegue fazer isso?

 

Ele chupava da base até a cabeça, repetindo esse movimento algumas vezes e me fazendo gemer de uma maneira ridícula e descontrolada. Shawn passa a se concentrar na cabecinha, chupando apenas aquela região.

 

Sua boca se move para as minhas bolas e as chupam com vontade. Ele volta ao meu pênis, passando a língua pela cabecinha e depois colocando todo na boca novamente. Ele ficou repetindo esse movimentos até que não aguentei e tirei o meu pau da sua boca antes que gozasse.

 

    - Acho que você está querendo pular para a parte em que eu gozo muito por sua causa.- Digo ofegante.

 

- Seria ótimo. Mas eu quero que você demore muito pra gozar, porque eu quero aproveitar muito de você.

 

Shawn volta sua atenção para o meu pau novamente, dessa vez ele alterna em chupar a cabecinha e as bolas, enquanto usa sua mão esquerda para bater uma em seu próprio membro.

 

- Fica de quatro pra mim.- Eu praticamente ordeno e ele realiza sem questionar.

 

Me posiciono atrás de seu corpo e passo a minha língua por sua entrada e Shawn delira de prazer. Quanto mais passo minha língua por aquela região mais Shawn empina  sua bunnda bunda para mim e geme mais alto,

 

- Você é gostoso em todos os sentidos, pode ter certeza.- Disse entre as linguadas.

 

Eu dava pequenos tapas na bunda do Shawn enquanto continuava o meu trabalho com a língua. As mãos dele se moviam com agilidade enquanto ele se masturbava sentindo o máximo de prazer que a situação permitia.

 

- Eu quero você dentro de mim agora.- Shawn praticamente ordenou.

 

E eu obedeci sem pestanejar. Em menos de cinco segundos meu membro estava na entrada de Shawn. Encostei meu lábios ao de Shawn e levei sua mão esquerda para o membro e ele o posiciona em sua entrada e o coloca dentro de si. Não tem como não dar um gemido alto com isso e foi o que eu fiz. Shawn rebolava sua bunda e fazia movimentos de vai e vem, me dando prazer e facilitando o meu trabalho.

 

Shawn se masturbava quando passei a me movimentar e comê-lo de uma maneira que só eu sei fazer, e diga-se de passagem ninguém reclamou, muito pelo contrário. Trocamos de posição. Shawn passou a sentar no meu pênis, e como ele é bom nisso. Shawn sabe sentar como ninguém, tá, talvez Austin seja melhor que ele. A quem estou tentanto enganar? Austin é melhor que ele nisso. Mas não é com o Austin que eu estou, é com o Shawn e ele é muito bom em me deixar perdido em meus pensamentos.

 

- Vamos mudar de posição?

 

Shawn nem responde. Na verdade, sua resposta é ficar na posição de frango assado e me dar um belo exemplar do seu sorriso safado que eu adoro.

 

Sem pestanejar, dou uma cuspida e enfio o meu pênis dentro do Shawn enquanto ele range os dentes para não soltar um grito. A visão de Shawn de pernas abertas, olhos fechados, sua boca aberta formando um perfeito o, enquanto ele dava um gemido mudo, e sua mão nervosa acariciando o seu membro era o suficiente para me fazer gozar.

 

O ritmo das minhas estocadas aumentou e senti que iria gozar a qualquer momento. Shawn também parecia prestes a gozar. De supetão, uma onda de prazer me invade e sinto o meu líquido se derramando dentro do Austin, Espera, não é o Austin. Será que disse o nome dele em voz alta? Disse. O meu subconsciente me responde na hora. Na verdade, só cheguei  falar a primeira letra.

 

Durante a minha discussão interna com os pensamentos, Shawn goza gloriosamente e para me redimir deito-me ao seu lado e passo minha língua por seu corpo e retirando os resquícios de seu esperma da sua pele.

 

- Eu já disse que gosto muito de você? - Pergunta Shawn tentando controlar sua respiração.

 

- Acho que sim. Não lembro. O Austin dizia várias vezes durante o dia, então não posso ter certeza.

 

E assim que essas palavras saem da minha boca, percebo a merda que eu falei. Como sempre, consegui trazer o Austin para nossa conversa. Shawn apenas suspira quando escuta o nome de Austin.

 

- Desculpa por falar o nome do Austin. Espera, falei de  novo. Bem, você entendeu.- Shawn apenas riu em resposta e depois me puxa para um beijo.

 

- Não precisa se desculpar. Vocês terminaram uns dois dias atrás, é normal você lembrar dele, eu não estou chateado. Agora, eu vou embora antes que ele apareça por aqui.

 

Shawn levanta da cama e começa a vestir as suas roupas. Eu passo a fazer o mesmo, dessa vez colocando uma bermuda também. Vou até o armário e recolho as roupas do Austin que estão aqui, algumas desde a primeira vez que dormimos.Um sentimento de perda começa a se espalhar por mim e percebo a falta que Austin me faz. Nunca passamos tanto tempo longe um do outro sem que um de nós estivesse em algum campeonato. Até mesmo antes de namorarmos, sentávamos juntos em algumas aulas e trocamos algumas palavras.

 

- Justin! Justin! - Shawn está na minha frente, seus olhos cautelosos me fitando.

 

- Desculpa, eu… eu, eu me distraí.

 

- Eu tenho que resolver umas coisas com o Nash. A gente se ver hoje à noite?

 

- Claro, claro. Eu passo na sua casa. As oito?

 

- Pode ser- Shawn começa a sair do quarto.

 

- Espera. Esse lance com o Nash, é algo grave? A Cara tá meio distante ultimamente e o Nash também. Ela disse que tinha algo importante pra me dizer mas teve todo essa história com o Austin e ela não me contou nada.

 

- Eu não posso te contar nada. Mas é algo bem legal, depende do seu ponto de vista.

 

- Eu vou ficar sabendo logo?

 

- Todo mundo vai, pode ter certeza. - Ele responde com um toque de ironia.

 

- Ok. Agora, me dá um beijo de despedida.

 

***

 

Shawn foi embora ainda durante a tarde e menos de uma hora depois Austin estava em minha casa.

 

A campainha tocou e assim que abri a porta vejo o Austin de pé, com uma cara de tédio e uma mochila nas costas. Está usando uma bermuda jeans e uma camisa preta além de sapatos brancos que foram presente meu. Dei-os à ele depois da nossa primeira vez. Sorrio com a lembrança e Austin parece não gostar.

 

- Do quê você está rindo? Do seu ex namorado trouxa?

 

- Não fale assim de si mesmo. E não estou rindo de você. Não totalmente.

 

- Já chega. Aqui estão suas coisas.- Ele joga sua mochila para mim.- Onde estão as minhas?

 

- Estão lá no meu quarto. Eu não sabia se algumas coisas eram suas mesmo, então eu deixei lá. Sobe comigo.

 

- Vamos fazer isso logo.- Ele entra na casa e me dá um empurrão com o ombro. Como eu amo o jeito dele. - Você vem?- Austin sobe as escadas e eu vou atrás dele.

 

Austin entra no meu quarto sem cerimônia, como antigamente. Ele vai direto para o armário e começa a procurar suas roupas. Eu apenas deito na cama e observo ele fazer tudo aquilo.

 

- Tem algumas coisas nessa mochila.- Aponto para a mochila que está aos pés da cama.

 

Austin vai até a mochila e joga algumas camisas lá dentro. Depois joga uma calça e algumas bermudas, até mesmo cuecas. Pela quantidade de pertences dele aqui diriam que somos casados, ou éramos. Ele pega uma camisa AC DC que dei de presente à ele sem ter qualquer motivo.

 

- Lembra de quando te dei essa camisa? Você ficou todo desconfiado, foi logo no início do nosso namoro. A gente tava assistindo um filme na sua casa.

 

- E dias depois você usou ela e nunca mais parou de usar ou me devolveu. - Eu consegui sentir a nostalgia e o sentimento de tristeza em sua voz.

 

- Lembra que a gente depois disso passou a dar presentes um para o outro sem nenhum motivo? Na verdade, Austin, tinha um motivo, pelo menos pra mim. - Levantei da cama e fui até ele. Era perceptível que ele estava lutando para se manter imparcial.- Você estava me mudando pra melhor, toda vez que te dava um presente era porque você mudava algo em mim, algo tão pequeno que nem você percebia.

 

- Pena que eu não te deixei mais fiel.

 

- Porra, Austin. Você sabe que isso não é verdade. - Sem pensar duas vezes agarro o seu rosto e o empurro contra a parede até suas costas baterem nela com um ruído. - Me escuta, Austin, por favor, me escuta.

 

- Justin, me solta ou eu faço uma besteira.

 

- O quê? Vai me bater? Você não consegue fazer isso, Austin, eu te conheço o suficiente pra saber que você nunca faria isso comigo. Me deixa explicar tudo. Por favor.

 

- Me solta. Eu não estou brincando. - Solto o corpo de Austin e começo a andar de um lado para o outro no quarto.

 

- Me diz o que você viu, Austin! Por favor, eu tenho certeza que posso te explicar.

 

- Eu recebi um vídeo, nele, você estava dando em cima do Hayes, Justin, a que ponto você chegou, dar em cima de um pirralho hetero. Você tem menos de cinco minutos para explicar.

 

Ao saber da circunstância fico mais aliviado, realmente eu estava dando em cima do Hayes, mas ele não é esse garoto inocente que todos pensam.

 

- Quanto exatamente? - Pergunto tentando descontrair.

 

- Menos que antes. - Ele responde com cara de tédio.

 

- É o seguinte, o Hayes e o Cameron, eles namoram. - Austin dá uma risada de incredulidade. - Enfim, isso aconteceu no dia em que eu machuquei aquele garoto. Eu estava estressado e resolvi tomar um banho de piscina, chegando lá eu encontrei os dois juntos, sabe? Como um casal.

 

- E você resolveu se juntar a eles. Já entendi tudo. - Austin faz menção de que vai embora mas volta para o seu lugar. Ele está me dando uma chance, penso comigo mesmo.

 

- Não. Hayes me chamou depois, no outro dia, a gente conversou e ele começou a dar em cima de mim, eu entrei no jogo dele, eu sei, eu não devia ter feito isso. Mas quando eu fiz, ele agiu todo estranho, como se eu fosse um tarado, sabe?

 

- Então seu argumento final é?

 

- Tentaram nos separar, eu não sei se foi o Cameron ou qualquer outra pessoa, mas usaram o Hayes pra isso e se aproveitaram de um dia que foi completamente estressante pra mim.

 

- Justin, eu não vou voltar com você. Eu posso até voltar um dia, mas não vai ser assim tão cedo. Se realmente tentaram separar a gente, você vai precisar provar isso pra mim e quando você fizer isso, eu volto pra você. Mas se não houve armação nenhuma, se você realmente tentou pegar aquele pirralho, não adianta implorar.

 

Austin não podia falar coisa melhor. Eu o faria voltar pra mim. Apesar das minhas burradas eu sei que nós temos algo diferente, eu sei que não o quê acontecer, nós vamos ficar juntos.

 

- É por isso que eu te amo. - Ando até ele, mas Austin me para antes que eu consiga tocá-lo.

 

- Por hoje chega. - E sai tão rapidamente quanto entrou na minha casa. Vou atrás dele mas é impossível fazê-lo parar e o vejo partir.

 

Uma partida breve, pois Austin vai voltar mais cedo do que pensa.

 

*** Shawn ***

 

- Se arruma, gostoso.- Justin fala do outro lado da ligação.

 

- Pra onde nós vamos?- Pergunto enrolando a toalha na minha cintura e saindo do banheiro.

 

- Um coquetel de inauguração de um novo empreendimento do meu pai com o sócio dele.

 

- Terno e gravata? - Questiono já procurando em meu guarda-roupa.

 

- Não precisa de gravata. Passo na sua casa em meia hora.

 

Pego uma calça jeans escura, camisa social branca, terno preto e uma das minhas botas pretas. Escolho uma cueca boxer azul que Justin uma vez disse gostar muito. E em meia hora Justin mandou uma mensagem avisando que já estava na frente da minha casa.

 

Desço as escadas rapidamente e gritando um “tô saindo” para os meus pais e saio de casa encontrando Justin encostado em seu carro. Ele usava uma calça jeans azul, camisa social branca e sapatos sociais. Confesso que me surpreendi com o seu visual. Nunca imaginei Justin com roupas sociais, nem que ele frequentasse esse tipo de evento.

 

- Acho que vou ter que te deixar em casa, as pessoas só vão olhar pra você e eu não quero ninguém te olhando. - Justin diz e me abraça depois. - Você tá muito gostoso.

 

- E você está um pouco diferente, mas continua gostoso.

 

- Conseguiu se sair bem. Vamos? Meu pai está um pouco estressado hoje, ele não vai ligar muito pra gente. Eu disse que você era um amigo.

 

Aquilo me magoou um pouco. Justin dizer que eu era amigo para os pais dele significa que ele não está me levando à sério ou tem medo de alguma coisa. Acho que deixo transparecer a minha decepção pois Justin pergunta: “O quê foi?”.Repondo dando de ombros e entrando no carro.

 

Justin passa pela frente do carro e entra, ocupando o lugar do motorista. Ele me dá um sorriso e dá a partida no carro. O caminho é em silêncio e logo chegamos ao local do coquetel.

 

É um hotel de luxo. A lista de espera para fazer um evento aqui é enorme. O pai de Justin deve ser mais rico do que eu imaginava. Não que isso interfira em nossa relação. Mas a pessoa mais rica que conheci foi o Nash e sua família e Cameron também não fica por baixo.

 

Nash. Lembrar dele me faz pensar o péssimo amigo que estou sendo. Ele vai ser pai e não contou isso a ninguém além de mim. Eu deveria estar ajudando ele a lidar com esse turbilhão de coisas que está acontecendo em sua vida, assim como também deveria estar ajudando Cameron e Hayes a contar a Nash que estão namorando. Que belo amigo eu sou.

 

- Algum problema? - Pergunta Justin ao meu lado depois de ter dado seu carro ao para o manobrista estacionar. Ele coloca uma mão no meu ombro e deposita um beijo na minha bochecha. - Você tá estranho.

 

- Impressão sua. Vamos entrar?

 

Justin se afasta de mim e começar a andar rumo à festa. Sua frieza está me deixando muito mais irritando. Qual o problema dele? Ele tem vergonha de mim a ponto de não querer que seus pais nos vejam juntos? Ou ele está escondendo algo mais de mim?

 

Assim que entramos na festa somos abordados por um cara da minha altura. Ele é mais velho que Justin e eu - deve ter seus vinte e poucos anos - e é muito bonito, seus olhos são intrigantes e parecem nos avaliar por inteiro. Sua roupa vale muito mais que o triplo da minha. E quando sorri, exibe dentes perfeitos.

 

- Achei que não chegaria nunca, Justin. Quem é o seu amiguinho?

 

- Esse é o Shawn. Shawn esse é o Colton. Ele é o sócio do meu pai.- Não sei porquê mas senti ciúmes do Colton. Ele olhava para Justin da mesma maneira que eu olho para ele.

 

- É um prazer conhecê-lo. E aquele outro que conheci outro dia? Acho que era Austin o nome dele. Ele tinha os olhos verdes, bem simpático.

 

- Esse não é um assunto pra ser discutido aqui. Eu vou pegar um pouco de champanhe pra nós dois. -  Justin saiu deixando Colton e eu sozinhos.

 

A presença de Colton alí me incomoda. A festa é dele. Por quê ele não está circulando e falando com todo mundo? Por quê ele permanece aqui?

 

- Isso não vai durar.

 

- Me desculpe.

 

- Isso que você e Justin estão tendo, não vai durar.

 

- Como você pode ter tanta certeza disso?

 

- Eu já vi ele e o Austin. Ele não olha pra você da mesma maneira que olhava pra ele. Ele não olha pra você da mesma maneira que olhava pra mim. - Ele pisca o olho direito e sorri.

 

- Qual o motivo da risada? - Justin volta trazendo duas taças de champanhe e me entrega uma delas.

 

- Eu apenas estava contando ao Austin, quer dizer, Shawn, sobre o dia em que idealizamos esse projeto. Agora se me dão licença, eu preciso cumprimentar outras pessoas.

 

Se não estivéssemos em uma festa eu teria partido pra cima dele, mas consegui me segurar. Bebi a taça de champanhe em menos de cinco segundos enquanto Justin apenas me observava.

 

- O que há com você? Está agindo estranho a noite toda.

 

- Não é nada. - Tento beijá-lo mas ele afasta o rosto. Seguro o seu braço e ele me lança um olhar de repreensão. - Escuta aqui.

 

- Escuta aqui você. Se você agarrar o meu braço assim novamente tá tudo acabado, você está escutando? Solta, agora.

 

Solto o seu braço e o encaro. Pego sua taça de champanhe e bebo mais rápido que a anterior.

 

- Se você acha que sou como as putinhas que você teve antes de mim, você tá muito enganado, Justin.

 

A festa foi um saco. Justin tentava agir como se não fôssemos tão íntimos quanto somos e pior, que éramos heteros. Mas finalmente conheci os seus pais pessoalmente.

 

Quase no fim do evento resolvo ir ao banheiro lavar o meu rosto. Deixo Justin conversando com um dos amigos de seu pai e sigo em direção ao toalete.

 

Assim que chego lá me deparo com Colton novamente. Ele dá uma risada debochada assim que me ver. Me aproximo dele enquanto ele lava as suas mãos e em uma atitude desesperada, passo meu braço direito ao redor do seu pescoço e aperto deixando sem ar.

 

- Fica longe do Justin, você tá ouvindo? Fica longe dele.

 

- Ou o quê? Se você me matar pode ser preso, se me ameaçar de novo eu acabo com a sua vida e ninguém vai saber que fui eu.

 

Solto o seu pescoço e ele passa a tossir se escorando na pia. Seu rosto estava vermelho e ele tentava controlar a respiração. Colton começa a rir enquanto estabiliza a respiração.

 

- O quê você fez pra separar eles?

 

- Não sei do que você está falando.

 

- Você fez alguma coisa para separar Justin e Austin. Mas sabe, você é só uma distração.

 

- Você e ele já tiveram algo?

 

- Sim. Mas depois que ele conheceu o Austin nossos encontros ficaram menos frequentes. E pelo visto, você chegou na vida dele. Mas ele vai voltar para o Austin ou então te trocar por outro.

 

- Isso não vai acontecer.

 

- Você é muito novo, Shawn. Vai descobrir muitas coisas na vida. E uma delas é que não se pode ter tudo.

 

- Eu não quero tudo. Eu só quero o Justin e isso eu já tenho.

 

- Isso é inquestionável. A pergunta é “até quando?”

 

Saio do banheiro e Justin está me esperando na porta. Ele parece entediado e sorri quando me ver sair.

 

- Por que demorou tanto…- Antes que ele pudesse terminar a frase eu o agarro e ataco a sua boca com a minha. - Você tá louco?

 

Eu apenas sorrio em resposta, isso parece deixá-lo mais chateado mas logo se desarma e repuxa os lábios formando um pequeno sorriso.

 

- Você é realmente louco. Vem, vamos pra casa.

 

- Mas a festa ainda não terminou.

 

- Essa é a questão. Assim eu tenho a casa só pra nós dois. E os meus irmãos.

 

- E o que a gente vai fazer?

             - Adivinha.