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História Pacto Secreto - Capítulo 3


Escrita por: LizzaGray

Notas do Autor


Bom, meninas, quase não deu para postar esse capítulo hoje. Mas enfim, consegui.

Caso vejam erros, gentileza, me digam.

Agradeço a todos os comentários e favoritos, nem sei como agradecer.

Capítulo 3 - Capítulo 3


Fanfic / Fanfiction Pacto Secreto - Capítulo 3

Wendy ficou em pé, parada, olhando para Gideon e Reid.

— Acho que o que temos é muito pouco e é circunstancial — disse Wendy.

— Sim, nós sabemos — retrucou Gideon. — No entanto, com um mandado de busca e apreensão conseguiremos ter acesso a casa de Christopher Stanley e certamente conseguiremos mais provas através da análise do perfil.

— Se o perfil estiver correto — falou Wendy —, Mike Stanley é o responsável pela morte de três mulheres e tentativa de outra, Kaley Larson. Então, um primo dele assassina Kaley Larson para tentar livrá-lo da acusação?

— É isso que vamos descobrir — respondeu Gideon.

— Muita coisa não faz sentido.

— Por que não se senta e conta — pediu Gideon.

— Eu pensei que o nosso suspeito fosse Mike Stanley, mas agora estamos atrás de Christopher?

— Não se pode correr atrás de dois coelhos ao mesmo tempo — respondeu Gideon. — Os crimes cometidos por ambos estão de alguma forma ligados e é isso que vamos descobrir.

A garota ficou pensativa, tentando decidir qual seria o próximo passo. Ela precisava de uma resposta urgente, pois o promotor ficava ligando para ela a cada cinco minutos.

— Okay. Eu vou falar com o promotor — disse Wendy. — Com a influência do senador Baynes, logo, logo esse mandado estará em nossas mãos.

 

 

***

 

Washington (DC)

 

Ela estava deitada em uma mesa de madeira que possuía cordas fixadas nas áreas superiores e inferiores. As cordas se prendiam aos seus pés e mãos. Ela não sabia o que estava acontecendo; do seu lado esquerdo estava, sentado em cadeira de balanço, uma pessoa vestida num hábito franciscano com a cabeça coberta com um capuz.

Ele a torturava girando as maçanetas para que os membros da garota fossem esticados em pura agonia.

— Ellen — disse uma voz masculina de impacto grave. — Você sabe o que tem que fazer para acabar com esse sofrimento.

— Eu não sei o que aconteceu a Megan, eu juro que não sei...

Desconhecido irritou-se e novamente girou as maçanetas, só que dessa vez com mais raiva, o que fez com que os ligamentos da garota partissem provocando uma imensa dor.

— Está bem, está bem! — ela gritou desesperada quando sentiu que faltava pouco para seus membros serem arrancados. — Eu vou contar tudo que aconteceu.

 

***

 

Nova Iorque (Nova Iorque)

 

No final da tarde, enquanto ainda aguardavam o mandado de busca e apreensão domiciliar para a casa de Christopher, Wendy foi à copa da delegacia tomar um café. Novamente lembrou-se do bilhete que recebera mais cedo e sua tensão aumentou.

O espaço da copa era pequeno, havendo somente uma geladeira branca, um fogão de quatro bocas, um micro-ondas, uma mesa com as garrafas de café e um pequeno armário. Ela escolheu uma xícara verde cilíndrica dentro do armário e encheu de café. Depois colocou bastante açúcar e começou a mexer.. Em seguida bebeu.

— Argh! — ela exclamou assim que sentiu o gosto da bebida na boca.

— O que foi? — perguntou Reid que já estava ali há algum tempo esperando sua vez de servir café.

— Está muito doce — ela respondeu virando-se para ele.

— Você colocou sete colheres de açúcar.

— Eu sei... é que eu preciso do açúcar para me acalmar.

— Na verdade, o açúcar não ajuda em nada a se acalmar.

— Não? — Wendy indagou franzindo a testa.

— Não — ele respondeu seguro. — Quando ingerimos açúcar, ele é metabolizado pelo nosso organismo transformando-se em glicose e frutose, duas importantes fontes de energia, que, no entanto, não possuem nenhuma propriedade sedativa sobre o sistema nervoso.

Wendy o encarou, interessada no assunto, enquanto ele continuou com seu discurso.

— O açúcar pode provocar uma sensação de bem-estar por causa da produção de neurotransmissores, como a serotonina. E é por isso que as pessoas costumam confundir essa sensação de bem-estar com o tal efeito relaxante que muitos acreditam que o açúcar pode proporcionar.

— Resumindo: eu consumi esse tanto de calorias à toa — ela falou colocando a xícara sobre a mesa, ao tempo que Reid foi servir-se.

— Se seu objetivo era que ele desse um efeito calmante, a resposta é sim. Você consumiu calorias à toa — ele disse com um sorriso.

 

 

***

 

Hotch e JJ chegaram à delegacia e logo foram para sala onde Gideon estava. Ele continuava analisando cada relatório, cada foto de cena de crime, tudo minuciosamente, tanto que nem a chegada dos dois agentes fez com que ele parasse sua análise.

— Onde está o Reid? — perguntou Hotch.

— Ele foi fazer a pausa do café junto com Wendy — respondeu Gideon sem olhar para o agente.

JJ sentou-se à mesa enquanto Hotch continuou em pé.

— Como foi com Wendy aqui? — indagou Hotch.

— Bem melhor do que eu imaginei que seria — Gideon respondeu encarando o amigo.

— Tem muitos papéis  — falou JJ se levantando. — Eu vou pegar um café antes de iniciarmos os trabalhos. Alguém quer?

Os dois negaram com a cabeça. Então JJ saiu e Hotch sentou-se do lado do amigo que nem por um segundo parava de olhar as fotos de Kaley Larson.

— Veja essa foto do corpo de Larson — falou Gideon. — Está faltando um pedaço da batata da perna.

— Talvez algum animal tenha comido — retrucou Hotch —, mas o corte está bem preciso, parece que foi feito com faca ou estilete.

— As outras vítimas não tinham isso — falou Gideon consigo mesmo enquanto continuou analisando as fotos da cena do crime.

Ambos examinavam os documentos que tinham sobre a mesa, até que Gideon resolveu abandonar um pouco os papéis.

— Hotch — falou Gideon —, sua filha é muito esperta e foi de grande ajuda para avançarmos com a investigação, mas essa garota está com um problema muito grande.

— Problema? — foi a vez de Hotch largar os papéis sobre a mesa.

— Sim. Eu não sei o que é, mas dar para ver só de olhar nos olhos dela que ela está pedindo socorro.

Hotch ficou sério e pensativo.

— Eu vou tentar falar com ela, mesmo sabendo que eu vou ser a última pessoa com quem ela vai querer falar.

— Muito pelo contrário — retrucou Gideon. — Com a mãe dela longe, acredito que você é a única pessoa com quem ela vai querer falar. Hotch, essa garota te adora, ela só está magoada, muito magoada, pois ela não sabe os motivos que levaram você e a Emily a se separarem. Quando ela souber, tenho certeza que vai te pedir perdão.

Hotch voltou a ficar pensativo.

— Quando soube que ela retornaria para os Estados Unidos para estudar, acreditei que reconstruiríamos nossa relação. No entanto, nos afastamos mais ainda. Talvez, eu seja maior culpado disso tudo. Eu deveria ter feito de tudo para não deixar as coisas chegarem a esse ponto. Eu deveria ter lutado mais, tanto por ela quanto pela Emily.

— Nunca é tarde para consertar — argumentou Gideon.

 

 

***

 

— Os carboidratos são a principal fonte de energia do organismo — Reid continuava explicando para Wendy, o que a deixava de boca aberta, pois o rapaz falava com entusiasmo e parecia não respirar. — Como eles encontram-se presentes em diferentes alimentos, o seu consumo em excesso pode causar doenças como obesidade e diabetes. A Organização Mundial de Saúde recomenda que a ingestão de açúcar refinado não ultrapasse 10% do consumo diário total de calorias. Isso equivale numa dieta de 2.000 calorias diárias, o que dá quatro colheres de sopa rasas, aproximadamente.

— Uau!

Wendy ficou sem palavras quando o rapaz concluiu seu raciocínio. Ela o encarava sem nada dizer e ele sentia-se incomodado com ela o olhando daquela forma: assustada e ao mesmo tempo admirada.

Mas logo as feições dela mudaram.

—  Nossa. Onde aprendeu isso tudo?

Spencer apenas riu tímido e em seguida foi se servir.

— Eu posso te fazer uma pergunta? — indagou Wendy insegura.

— Pode.

Wendy ficou hesitante por alguns minutos e pensou em desistir, todavia criou coragem.

— Meu pai ainda namora com aquela tal de Beth?

— Eu não sei te dizer, não costumo me informar sobre a vida pessoal do meu chefe.

Wendy mais uma vez encarou Reid, que ficou rubro com o olhar que ela lançou.

— Você não se sentir à vontade de falar é uma coisa, mas dizer que não sabe é outra totalmente diferente.

— Tudo bem, eu não me sinto à vontade de falar sobre a vida pessoal do meu chefe, ainda mais com a filha dele.

— Bem melhor — ela falou séria, apoiando a sua mão na mesa. — Sabia que meu pai não foi para minha festa de 15 anos porque ele tinha outro compromisso mais importante com a Beth?

— O Hotch não faria isso — retrucou Reid.

— Ah, fez. Ela me disse…

— Só eu acho que você deveria parar de ouvir o que os outros dizem do seu pai e ouvir mais o que ele tem a te dizer.

— Você fala como se soubesse do que aconteceu, mas até há pouco, você nem sabia quem eu era. É sinal de que nunca viu nenhuma foto minha. Se não você se lembraria, não é Spencer? Você nunca esquece um rosto.

Um silêncio pairou no ar, mas Reid sentiu que ela ainda queria falar alguma coisa, por isso permaneceu ali. Mesmo sabendo que deveria voltar para onde Gideon estava e continuar trabalhando no caso.

— Como é trabalhar com meu pai? — ela perguntou com muita dificuldade.

— Bem, o que eu posso dizer — respondeu Reid, pensando bem nas palavras que usaria. — Ele é muito bom no que faz, um dos melhores analistas de perfis que já conheci. Além de ser uma pessoa com quem sempre podemos contar.

— Engraçado você dizer isso — ela retrucou como se não acreditasse no que ouvia. — Eu nunca pude contar com meu pai para nada.

— Você pode contar com ele, você só não sabe.

De novo o local ficou silencioso, até que JJ entrou.

— Olá — disse a loira. Wendy logo reconheceu que se tratava da agente que saiu com o pai e deduziu que ele já havia chegado. — Sou agente Jennifer Jareau.

A voz de JJ era doce, pois queria passar confiança para a garota que mostrava-se arisca.

— Eu sou Wendy Prentiss, assistente do promotor do Berger — ela falou virando-se de costas para encher outra xícara de café.

— Eu já fiquei sabendo. — disse JJ estendendo a mão para um aperto.

— Nossa, como ficou sabendo? — ela retrucou virando-se de frente. Foi quando sentiu seu celular vibrar no bolso. Ela pegou o celular e viu no visor que era o promotor. — Um minuto, eu preciso atender.

Wendy saiu.

— Ela é bonita, não é? — perguntou JJ retoricamente ao observá-la de longe falando ao celular.

— Quem? — falou Reid sem jeito.

— A filha do Hotch.

— Ah, sim.

JJ franziu a testa e olhou para o amigo que estava do seu lado.

— Por que ficou nervoso?

— Eu não fiquei nervoso.

— Sei — ela falou, não se convencendo. — Sobre o que vocês conversavam quando eu cheguei?

— Acho que está na hora de voltarmos para a sala de reuniões — Reid mudou de assunto.

JJ tentou fitar Reid, que desviou o olhar. Wendy desligou o celular e voltou para onde eles.

— O Promotor conseguiu o mandado — ela disse guardando o celular no bolso da calça.

— Eu vou avisar o pessoal — antecipou-se JJ já saindo. — Vamos Reid!

O rapaz de pronto acompanhou a loira.

— Doutor Reid — chamou Wendy fazendo o rapaz virar-se, todavia JJ seguiu seu caminho.

— Me chame de Reid ou só de Spencer — ele pediu com o olhar tímido colocando o cabelo de trás da orelha.

— Qualquer novidade que souber, por menor que seja, me avisa — Wendy falou entregando o cartão dela. — O Senador Baynes está pressionando o promotor, e ele está me pressionando.

— Okay! Apesar de acreditar que a maior parte das informações que coletamos durante a investigação não são de grande utilidade para conclusão do inquérito. Contudo, eu te aviso sim — ele respondeu guardando o cartão no bolso e em seguida dando às costas e indo se juntar aos outros agentes.

— Mais uma coisa — Wendy falou e novamente o rapaz virou-se para prestar a atenção. — Eu queria continuar essa nossa conversa em outro momento, pode ser?

— Claro — ele respondeu rápido —, mas eu tenho que ir agora.

Wendy assentiu com a cabeça e ele saiu. Ela voltou a servir-se café,dessa vez sem açúcar. Em seguida voltou para a sala de reuniões que estava vazia, pegou seu laptop e ficou lendo sobre o caso.

 

 

***

 

Os agentes e alguns policiais chegaram em frente a porta do apartamento 206 acompanhados do porteiro e do síndico do prédio; o corredor era estreito e eles ficaram enfileirados.

— FBI, abra a porta! — gritou Morgan batendo forte na porta.

Passado alguns segundos, não ouviu-se qualquer movimento lá dentro.

— Pode abrir — disse Hotch ao porteiro. — Nós temos um mandado.

De imediato, o porteiro atendeu: abriu a porta e afastou-se, dando espaço para os agentes entrarem. Com as armas levantadas, eles adentraram o apartamento.

Era um lugar  pequeno: a cozinha era integrada com a sala. No meio, havia um conjunto de sofá de dois e três lugares ao redor de um mesa de centro que estava em cima de um tapete. E disperso neste tapete estava Christopher Stanley. Na mesa de centro cinco garrafas de cervejas vazias e um copo com um resto da bebida.

Ele dormia profundamente. Hotch se aproximou e delicadamente cutucou Christopher com a ponta do sapato. Todavia, o jovem não acordou.

Hotch agachou-se para conferir os sinais vitais do rapaz. Sim, ele estava vivo, só tinha se embriagado. O chefe da BAU começou a dar tapas de leve no rosto do suspeito para que ele acordasse, e após a insistência, o rapaz abriu os olhos.

— Hã? — ele indagou ao abrir os olhos e ver aquele tanto de agente e policiais revirando as suas coisas.

— Levante-se! — ordenou Hotch.

— O que está acontecendo? — ele perguntou levantando-se. — Vocês não podem fazer isso.

— Esse mandado diz que podemos — respondeu Hotch mostrando o documento. — Agora aguarde lá fora.

— Vocês não podem fazer isso!

— Levem-no — pediu Hotch ao policial percebendo que Christopher estava se alterando.

Depois que o levaram, os agentes começaram a analisar o perfil do suspeito. A casa estava bagunçada: louça suja na pia, bugigangas espalhadas por toda a casa, além caixas que cobriam cada centímetro de espaço vazio do apartamento.

E na geladeira muita bebida e comida estragada.

JJ olhava alguns DVD’s quando Morgan se aproximou.

— Pornografia — disse ela mostrando um dos DVD’s a ele.

— Isso não é bem uma pornografia — respondeu Morgan chamando a atenção não só de JJ como de Reid que olhava alguns livros que estavam na estante um pouco a frente de ambos. — É uma coisa bem mais adolescente. Não são cenas de sexos explícitas. São encenações de relação sexual com foco nas preliminares, parecido com o que fazem em filmes e séries.

Os dois ficaram olhando para o colega, surpresos.

— Morgan, eu não vou nem perguntar como você sabe disso — disse JJ arrancando um sorriso de canto do amigo.

Dentro de um dos livros, Reid achou várias fotos de Heather Taylor, ex-esposa de Mike Stanley, e algumas cartas. Eram cartas de amor que ele nunca teve coragem de entregar a ela. Logo o rapaz mostrou-as para os outros.

— Ele era apaixonado pela esposa do primo — concluiu Reid.

— Então ele é o assassino e não Mike Stanley — falou JJ.

— Não, Christopher pode ser o responsável pela morte de Larson, mas duvido que tenha matado as outras vítimas — replicou Reid.

— Por que acha isso? — perguntou Morgan.

— Ele é um cara deprimido, mas não é violento. Pelo relatório do legista, Larson não sofreu violência sexual e nem foi tão torturada como as outras foram. Ele ficou uma semana com ela, quando com as outras não foi mais do que três dias. Christopher não queria machucá-la, mas se viu numa situação que era inevitável — disse Reid. — Ele embriagou-se porque fez algo de que se arrepende.

— A rigidez do corpo indica que Larson foi desovada com o corpo debruçado — completou JJ. — Enquanto as três primeiras vítimas foram somente jogadas e horas depois foram colocadas com o corpo debruçado. No começo acreditávamos que o assassino retornava ao local do crime para ajeitar os corpos.

— Só que quem retornava era Christopher — completou Morgan. — Então trabalhamos com dois perfis: um sádico que nos desafia e um cheio de remorso que quer ser pego.

— Mas não explica como Christopher entrou nisso com o primo — disse Hotch que começara a prestar atenção na conversa dos agentes.

— Porém se ele viu algo quando era criança: o tio torturando alguma mulher, aquela imagem pode ter mexido com ele de alguma forma — concluiu Morgan.

— Boa teoria, mas para confirmá-la, precisamos interrogá-lo — completou Hotch.

— Tem mais cartas aqui — chamou Elle, que olhava o fundo falso de um gaveteiro da estante da sala.

As outras cartas também eram declarações de amor, só que escritas para cada uma das vítimas. Reid ficou calado e inquieto ao terminar de ler cada uma das cartas.

— O que foi Spence? — perguntou JJ.

— Ele só quer uma namorada — ele respondeu sério.

— Mas então por que as mata? — indagou Elle.

— Por que elas querem ir embora — completou Hotch.

— Só que onde entra Mike Stanley nessa história?

— Teremos que descobrir interrogando os dois — retrucou Gideon que havia ficado o tempo todo calado, apenas observando.

Depois de analisarem toda a casa de Christopher, eles voltaram para a delegacia, agora com Christopher sob custódia.

 

***

 

Wendy acabou dormindo com a cabeça sobre a mesa. Já era por volta das 2:00 h da madrugada quando foi acordada por Hotch.

— Filha, acho melhor você ir para casa descansar! — ele disse enquanto ela ajeitava os cabelos e limpava o rosto.

— Eu tenho que ficar — ela retrucou.

— Todos nós vamos descansar. O interrogatório de Christopher Stanley está marcado para às 10 horas da manhã.

A garota foi se recompondo, mas ainda estava desnorteada.

— Eu vou te deixar em casa — disse Hotch.

— Não precisa se incomodar.

— Não é incomodo algum — retrucou Hotch.

— Eu estou de carro...

— Mas está praticamente dormindo, quer correr o risco de sofrer algum acidente? — Hotch fez uma pausa esperando uma resposta, mas ela nada respondeu. — Seu carro vai continuar aqui amanhã quando voltar. Agora vamos.

— Certo — ela falou bocejando. — Segura meu celular.

Wendy entregou o celular ao pai que o colocou dentro do bolso do paletó para ajudá-la a guardar o laptop dentro da bolsa. Logo ele a segurou pelo braço e a levou para o carro. A garota tentava acordar, mas o cansaço a havia vencido. Tanto que quando entrou no carro e sentou no banco do carona, ela dormiu e Hotch colocou o cinto de segurança nela.

Enquanto Hotch dirigia, ele observava a filha dormindo e lamentava-se por não tê-la visto crescer. Quando chegaram ao prédio que Wendy morava, Hotch teve que fazer o que não queria: acordá-la. Parecia um grande pecado fazer aquilo com ela. A garota passou semanas sem dormir se preparando para o tribunal e agora tendo que acompanhar toda a investigação.

Mas ele o fez, a acordou.

— Obrigada, agente — ela falou quando abria a porta do carro para sair.

— Eu vou te deixar dentro do seu apartamento — disse Hotch.

— Eu não preciso de ajuda — Wendy respondeu sendo um pouco hostil.

Todavia quando apoiou o pé no chão, seu salto se enroscou na borda da calçada e antes que chegasse ao chão, ela agarrou-se na porta do carro. Hotch assustou-se e saiu do carro para socorrer a filha.

— É, talvez eu precise de ajudinha —  ela falou sem graça.

Sem perder tempo, o agente estendeu seu braço para a garota que o segurou firme. O susto acabou fazendo com que ela acordasse, mas mesmo assim ela não dispensou a co

mpanhia do pai. Eles entraram no prédio indo para a cobertura. Quando chegaram ao apartamento, Hotch ficou de boca aberta. Era um triplex. O imóvel era toda em tons claro e no primeiro pavimento ele via sala, ante-sala e área de serviços.

— Foi um presente do meu avô — disse Wendy ao perceber o quanto o pai ficou surpreso. —  Ganhei quando passei no Exame da Ordem.

— Tinha que ser seu avô — Hotch falou consigo mesmo.

— Eu vou tomar um banho — disse Wendy. — Se quiser, já pode ir.

Em seguida a garota subiu para o primeiro andar do triplex que era onde ficavam os quartos. Hotch não foi embora, ele sentou-se no sofá ainda admirado, quando sentiu uma vibração vir do bolso do seu paletó. Logo chegou à conclusão de que não era seu celular e sim o de sua filha, o qual ele não tinha devolvido quando ela o pediu para segurar. De imediato, ele pegou o celular, mas seu coração descompassou quando viu no visor do celular o contato que estava ligando: Mãe.


Notas Finais


Vixi e agora? Hotch vai atender ao celular da filha? E se ele atender, o que vai acontecer? Deixem suas opiniões e impressões.

Próximo capítulo teremos muitas revelações, espero que curtam.

Até sábado. Beijão!


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