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História Padre - 03


Escrita por: hellblazer

Notas do Autor


Notas finais

Capítulo 3 - 03


03
Arrimo em base.

No meio místico de diversas crenças, a hora morta trata-se do momento em que portais para outro mundo são abertos e espíritos ficam com uma influência demasiada sobre a Terra, deixando assim um momento perfeito para muitos serem atormentados. Possuindo pesadelos, enxergando vultos, ouvindo vozes ou até vendo aparições perfeitas de espíritos, aquele quem foi atazanado têm por tempo a mente perturbada, tornando-se vítima do jogo zombeteiro daqueles que vagam na nossa dimensão. 

•••

Rowena continha um sono leviano, diferente do descendente, que consegue dormir sem pausas ou agonizantes gritos pela primeira vez em noites. O clima ameno de um dia tranquilo em Lebanon entrava em harmonia com o silêncio no cômodo, trazendo uma falsa paz por alguns instantes. A Novak desperta diante dos fechos de luz que atravessavam as frestas das amplas janelas. Nada que possa irritar suas sensíveis retinas, no entanto. Em um suspiro cansado, a mulher recorda-se das tarefas as quais pretendia cumprir durante todo o dia, já que no momento, o grande casarão não possui o trabalho dos subordinados por motivos extremamente pessoais. Erguendo a cabeça da maneira mais confortável possível, seus olhos procuram por um aparelho, buscando informação de forma veloz. Quando o criado-mudo entra em sua visão, porém, o resultado não a agrada em qualquer circunstância. Seus dedos finos atravessam suaves contra as pálpebras para possuir então uma certeza exata do que enxergava, mas o ominoso neon vermelho continua com o horário errôneo a ser informado.

O aparelho digital ilustrava com exatidão ás 03:00 ante meridiem, o que era racionalmente impossível, como mostra a clareza e a quentura gostosa solar que já emanava-se. Esticando preguiçosamente um pouco de seu braço, a matriarca deposita tapas no objeto, desejando que o erro viesse a ser reparado, mas nada ocorre no final. Embora não possua nenhuma corrente de ar gélida presente no espaçoso quarto, a ruiva pôde sentir calafrios, seguido de um arrepio na ponta de sua espinha. 

Bufando frustada, a mulher recompõe-se no devido lugar e leva a atenção ao filho ainda adormecido, observando-o por longos minutos arrastados. Era terrivelmente horrenda a forma a qual encontrava-se. Um rapaz tão belo e atencioso era agora marcado pelo desconhecido. Sua única vantagem em tempos era o descanso que tanto merecia. Um sono tão pesado, exalando a exaustão, e que infelizmente, somente desta maneira conseguia aparentar estar livre de dores que surgiam sem fim algum. Por um momento, ela viu-o livre, sem amarguras que atualmente proporcionavam o pior á seu corpo. Depositando um beijo carinhoso na testa do moreno, a progenitora levanta-se para enfim então partir em seus afazeres. A casa haveria de ter novos hóspedes, e ela desejava impressionar. 

O trabalho a fazer fora automaticamente duplicado em razão ao esforço, no que o casarão ficara sem resquício algum de funcionários. Todos dispensados de um dia para o outro, o motivo no entanto, muito mais que especial. Quando se possui uma boa e grandiosa carreira, você passa a provir muitos cuidados e vontades concluídas, mas para sempre trilhar somente a vitória, sua imagem deve ser severamente conservada, excluindo com total exatidão a negatividade, deixando-a longe da imprensa. Independente de seu emprego, uma espécie de regra é imposta e em qualquer circunstância você pode descumpri-la. Falhar é como uma cruel derrota, e não se pode dar o luxo de escolher cair sempre. É difícil reerguer-se. 

Nem mesmo o mais fiel empregado pôde compartilhar o segredo de Rowena, aquele qual poderia não somente destruir a sua imagem, como também manchar a de seu filho, aquele que nunca obteve nada relacionado a mídia. Não era justo com seu menino conter seu lindo rosto em sites de fofocas, jornais, revistas ou em outros meios de publicidades existentes com notícias falsas e prejudiciais. Ele merecia tamanha proteção. 

Não que a mulher fosse orgulhar-se cem por cento do feito, afinal de contas, parece mesmo egoísta de sua parte dispensar os trabalhadores por uma imagem, mas apesar de sua angústia pessoal, com algum estado de consciência ela compreendia que era o melhor a se fazer. Sua empresa estava conservada por hora, assim como sua imagem e seu filho, que sequer possuía estrutura e condições para tamanho estresse. 

O seu trabalho conquistado através de um longo tempo não deveria ser incluso em uma zona de perigo. Economias não poderiam ser cogitadas à ruínas por uma razão tão banal. O que mais atormentava a ruiva, era o fato da igreja acabar com tudo o que ele construira ao longo dos anos através de um simples estalar de dedos. Eram poderosos, compreendia, e por este mesmo motivo tanto temia. No momento atual estava sem contratados, logo então não haveria testemunhas oculares de uma barbárie ainda não reconhecida, assim sendo, o risco de escândalos com seu respectivo nome ficava fora de cogitação, caso contrário, a mulher faria questão de usar uma parcela de sua fortuna para abolir de uma maneira rápida e extremamente fria qualquer resquício de felicidade e bem-estar do responsável. 

Castiel era o seu bem mais precioso e de forma alguma aceitaria que o ferissem físico ou psicologicamente. A mídia é como um produto tóxico, e quanto maior o escândalo, maior o nivel de radiação. No fundo Rowena sequer importaria-se se tentassem fazer algum mau diretamente à ela, somente não poderiam envolver o seu garoto. Ele era como a sua jóia preciosa feito da mais bela matéria. Que queimem-a no fogo, mas não façam mal algum ao seu, segundo apelidos, anjo. 

— Hannah, depois das tarefas precisa aprontar-se, sim querida? Teremos visitas hoje, é importante. — a ruiva irrompe o pequeno serviço da jovem. 

— Vem para ajudar Castiel? — a moça surpreende a parente com a pergunta, mas trata de repor-se, notando o seu estado conturbado — Desculpe. 

— Não, está tudo bem — ela respira profundamente, deixando surgir nos lábios um sorriso insincero e não desejado — Somente alguns conhecidos, nada com que possa se preocupar. 

— Oh, certo. — a jovem aceita as palavras, rumando ao afazer novamente.

— Hannah? 

— O que? 

— Continua sendo o nosso segredo, sim?

— Sim, claro. 

A matriarca somente assente fraco à sobrinha numa forma de despedida e também agradecimento mudo. A mais nova compreendia tamanha segurança, pois o clima na casa estava sobre bases entre estresse e preocupação, eram como pilastras, que sem um equilíbrio, desmoronava. Realmente nada saudável, não quando ela sabia que o equilíbrio perdia-se a cada dia que se passava. 

•••

Durante muito tempo, pesquisadores de todo o mundo procuram entender a verdadeira razão de uma possessão, um motivo que possa fazer com que compreendam tamanha maldade, e para que os senhores do Vaticano possam dar uma evolução dentre os estudos em uma vitória sustentável. Contudo, até os dias atuais, tudo o que sabem é que a carne não é o principal aperitivo, tampouco possui uma relevância, está ali somente para diversão da perversidade. Humanos possuem algo de muito valor, validado no céu e no inferno, de tamanha força e poder, capazes de fazer demônios deseja-las e toma-las a força. A alma é o que possuem de maior valor, e somente ela quem importa para os caídos. 

A viagem, embora cansativa, não estava a ser tão ruim quanto esperavam. Os Hunters não possuíam noção alguma do que lhes aguardava, mas cada trabalho merece sua respectiva atenção. Em outros casos, certamente hospedariam-se em um hotel de estrada, mas agora que provinham uma estadia um tanto quanto luxuosa, precisavam descartar o pequeno problema e seguir somente com suas responsabilidades, a qual cada um ali sabia. O bom fato era a competência do grupo, que nunca descartavam a ideia do trabalho em equipe. 

Ashton fazia parte das pesquisas internas e externas. O rapaz possuía um conhecimento absurdo sobre computadores, e para alegria dos Hunters, era um ótimo hacker, disposto a fazer o feito até mesmo contra o Vaticano, isto quando necessário para um exorcismo específico. Charlie, uma das gêmeas univitelinas, possuía a mesma beldade que o amigo, mas a sua imaginação incrivelmente hiperativa levava-os muito além do que o esperado. A ruiva também cuidava dos áudios e vídeos gravados antes, durante e após a seção de Rituale Romanum, ajudando na confirmação de uma suposta entidade maligna e sua resolução. 

Benjamin, ou somente Benny, atuara como médico por um certo tempo, mas por fatos recorrentes em sua vida pessoal, viera a tornar-se um feiticeiro extremamente poderoso, o qual usufruía a arte da magia não somente para ajudar nas pesquisas dos casos, como na maioria das vezes, o solucionar. Provinha um conhecimento demasiado do assunto, e quando necessário protegia todos os Hunters, deixando-os livres da perversidade da besta. 

Celeste, a outra gêmea, provinha um humor um tanto sombrio e peculiar. Com suas variadas armas, muitas delas religiosamente convertidas, a ruiva retirava informações do malfeitor através de sua força e habilidade com ferramentas. Era mestre na arte da tortura, onde muitos demônios temiam sua devasta presença. Suas correntes personalizadas eram usadas com freqüência nos casos, necessário não somente para a proteção dos exorcistas, médico e parente, como também na restrição do afazer do demônio, decretando o local exato onde poderia alcançar. Seus treinos de lutas corporais eram sempre muito precisos, e Dean era sempre a sua cobaia. 

Garth, o bom samaritano, atuava em pesquisas em campo quando necessário. Sempre muito prestativo e super-protetor com todos os integrantes do grupo. Estudava em suas horas vagas para sempre obter uma vantagem, tão logo, somente com o nome da entidade revelada, ele era capaz de dar aos exorcistas uma forma de batalha, provindo a vitória. 

Robert, o ex-padre que fora excomungado por amar uma mulher, Karen Singer, que viera à óbito após padecer a uma doença. Indo contra o CEO do Vaticano e todos outros superiores, Bobby tornou-se exorcista, recebendo e compartilhando conhecimento com vários de seus amigos. Criou o grupo no intuito de salvar as almas corrompidas por seres malignos, solicitando toda ajuda necessária para um desenvolvimento e desfecho positivo. 

Dean, filho de criação e aprendiz de Robert, atuava como exorcista, sobretudo, igualmente ajudava os demais Hunters em todas as buscas e pesquisas necessárias. O Campbell, assim como Benny, cuidava das vitimas, estabelecendo respeito e confiança para que nada possa ser segredado, pois uma verdade oculta pode virar a maior vantagem do filho das trevas. O demônio possui demasiado conhecimento e eles precisavam igualmente, assim sendo decretado, nada poderia ser vetado aos exorcistas, ou a besta proviria maior sucesso.

O ranzinza fez o uso do rádio de comunicação uma última vez antes de irem para a residência da Novak, em um local afastado da cidade, o que contava como uma vantagem para os Hunters. O fato de compactuarem contra as regras do Vaticano acabava tornando-os em criminosos. Não continham uma licença e permissão dada pelos senhores para a pratica de exorcismos, e por mais que a situação fosse de extremo risco, gostavam da anonimidade. Ninguém poderia os encontrar, ou sofreriam devidas consequências.

Os profissionais necessitavam de uma atenção múltipla para vossa chegada, pois qualquer fato incoerente poderia prejudicar não somente a investigação, como igualmente a vida dos jovens. Era um risco que optaram por encarar diante do trabalho, compreendiam que nunca seria fácil demais. O mais velho integrante, embora estivesse aceitado a estadia na casa da vítima, havia cumprido com pesquisas de hotéis próximos caso fosse necessário a mudança repentina. Estava disposto a oferecer toda ajuda necessária, mas a sua família continha maior importância para o ex-padre, ele devia a proteção para todos. Robert sabia que a presença dos terceiros poderia causar uma irritação na possível entidade. Não era sensato colocar em risco a vida de seus filhos de criação. 

Dean observava atentamente toda a extensão do percurso. A forma inusitada a qual voltara para o Kansas lhe incomodava. As lembranças de Lawrence, sua casa, invadia a sua mente sem permissão alguma, fazendo doer o seu coração. Era como voltar a sua infância novamente, por visões e flashbacks que fluíam sem censura na sua cabeça conturbada. 

Poderia amaldiçoar o lugar o quanto quisesse, mas na sua consciência ele compreendia que ainda lembrava o seu lar. Na sua juventude ele obteve sua mãe, irmão e pai, e em uma circunstância positiva, contando com o fato de que naquela época ele continha a felicidade ao seu lado. Kansas ainda guardava o sonhos do um pequenino Campbell, não era possível ele poder negar. A residência dos Novak não se localizava na pequena cidade, o que o rapaz levou como uma vantagem, pois assim ele não teria tamanhas lembranças de quando era garoto. 

Quando o percurso chegou ao fim, os Hunter ficaram espavoridos com o tamanho da casa a qual iriam hospedar-se. A madeira escura e bem cuidada ilustrava a boa condição da família. A casa continha dois andares, uma demasiada extensão e uma avantajada varanda rente à porta que julgaram ser a principal. Surpreendente para uma cidade tão pequena, certamente marcada em um local de zona rural. 

Estacionando os carros em frente à grande residência, Robert foi o primeiro e o único a sair do veículo, rumando diretamente à residência. Singer estava nervoso, como sempre sentia-se quando alcançava um novo caso. Aquele não seria o primeiro e certamente, não o último, mas o frio na barriga era inevitável. Não deixaria a informação chegar até os filhos, pois tinha plena certeza de que gozariam de seu pequenino pânico, mas não os culpava se viesse a ocorrer, sendo ele sempre o primeiro a caçoar dos rapazes e moças quais convivia. 

Necessitou bater somente três vezes na madeira para o objeto ranger, revelando uma mulher de estatura baixa. Seus fios ruivos e volumosos caíam sobre os ombros, entrando em contraste com o vestido roxo-indigo e longo da senhorita. Um suspiro surpreso atravessou os lábios finos no instante em que avistou o desconhecido, obtendo a certeza de que pela primeira vez em tempos, alguém poderia finalmente socorrer o seu garoto. 

— Bom dia. — o ex-padre indagou incerto, observando o comportamento inusitado da mulher. — Procuro por Rowena Novak. — Sorriu gentil.

— Padre Singer? — ela declarou trêmula. Mal podia controlar suas emoções na frente do homem. 

— Somente Singer senhora, ou apenas Robert, se preferir. — o homem se viu desconfortável diante da cena. O pouco que havia proseado com a moça, alertara sobre sua atual condição, principalmente sua relação para com a igreja. — Bem, vim a seu chamado, estou certo? 

— Sim sim, claro. — Rowena ergueu o olhar no mesmo momento que o senhor em sua frente, no momento em que um estrondoso baque foi captado do andar de cima. — Vamos entrando, Sim? — com uma certa vergonha, a ruiva preferiu entrar em qualquer assunto aleatório. 

— Um instante, precisa conhecer algumas pessoas. — Robert moveu-se para dar visão dos carros à mulher. 

— Oh, perdoe-me a cabeça. Esqueci totalmente — A Novak sorriu com as bochechas avermelhadas, e para a surpresa do exorcista, passou sobre ele e rumou até os automóveis. 

De longe ele pôde avistar a moça conversar com os seus garotos, e pouco tempo depois, todos saíram dos carros e rumaram até onde o mais velho estava. 

A alegria da jovem matriarca era eminente no olhar dos Hunters. Desta vez, não era somente um profissional rechonchudo em busca de seu dinheiro, ou um Doutor de olhar penoso prestes a lhe dar notícias ruins. Havia uma certa quantia de pessoas prestes a ajudá-la, e sua gentileza não valia metade de sua gratidão, tamanha felicidade pelo arrimo. Cumpriram com a palavra, viajaram até ela e estavam mais do que preparados para ajudar Castiel. Seu sorriso não poderia ser maior. 

— Vamos, entrem depressa! Meu garoto vai ficar feliz por isso, sim, claro, ele vai adorar... — sem pausas alguma, a Novak indagou ainda histérica. 

Os recém-chegados sentiram-se satisfeitos pela capacidade de ajuda, chegava a ser divertido observar a ruiva tão feliz e gentil, os recebendo de uma maneira que nunca antes aconteceu. Era como sentir a esperança que sua aura exalava; esplêndido. 

Após a recepção deveras calorosa, Rowena apresentou-lhes Hannah e Ezequiel, os irmãos-órfãos que moravam com a moça, sendo ela a tia de sangue. Os Novak não continham ainda o consenso da parente para saber quem eram ou como trabalhavam, mas assim como a mais velha, os receberam de forma gentil e alegre. Não muito tarde após, os rapazes puderam conhecer o local onde iriam hospedar-se. A decoração do casarão era rústica, mas continha uma modernidade determinada, certamente planejado pela matriarca, que mesmo a pouco conhecida, passava a visão de uma personalidade e tanto. 

Dentre os objetos bem posicionados, na sala principal da casa uma imagem chamou a atenção do ex-padre, que com permissão da matriarca, o teve em mãos. Era um quadro simples, mas a foto continha um garoto desconhecido, o que o homem julgou ser o filho moça. O rapazote sorria com uma câmera em mãos, como que posicionado para tirar foto de alguém que não aparecia na imagem. 

— Senhora Novak — ele a chamou.

— Somente Rowena, por favor. 

— Sim, claro. — Singer pigarreou antes de proferir novamente — Onde está o garoto? — com o indicador ele apontou para o menino na foto. 

A feição da ruiva alternou-se drasticamente. O sorriso esperançoso abandonou os seus lábios e um olhar desolado arrebatou a sua felicidade, sugando a pobre moça para a mais severa escuridão. O devaneio a levou para longe do homem presente, direcionando diretamente para seu garoto e seu atual estado, que infelizmente, não era o melhor. O velho Robert não mudou o seu olhar para com a mulher, no entanto. Conhecia olhos tristes como ninguém, era exatamente desta maneira com a maioria das famílias que já auxiliou, e possuía uma absoluta certeza que sua pena iria piorar a situação, e não melhorá-la. 

Não que estivesse insatisfeito com a recepção da família, mas toda aquela bolha acolhedora não deveria durar por muitos, não quando a vida de alguém corria qualquer risco. Estava ali com os seus garotos para fornecer ajuda ao menino, que supostamente haveria de ter um hospedeiro; não poderia de forma alguma levar-se pelos afazeres gentis, afinal de contas, a moça entrou em contato durante toda semana a clamar por ajuda, agora não poderiam perder tempo, sendo este valioso por demais. 

— Onde está o garoto? — Repetiu com a voz baixa.

— Ele... — sua voz embargou, deixando um soluço doloroso rasgar sua garganta. O momento delicado chegaria o quanto antes, mas ela não estava preparada emocionalmente para o evento. — Vamos aos quartos, vou levá-lo até ele depois, tudo bem? 

— Sim, sem problemas. 

Enquanto seguiram pela escadaria, não deixaram de notar o corrimão com traços e desenhos feitos à mão, um belo e notório artesanato, tornando ainda mais bonita a matéria natural. Benny sentiu uma espécie de energia na residência, mas não sabia explicar como ou o seu motivo. Toda a casa possuía uma decoração rústica, alguns objetos pareciam até velhos demais, o que intrigou-lhe. Com o dinheiro que a mulher poderia conter, algumas peças desconhecidas levaria-o a apenas em lotes e leilões, mas algo lhe passava insegurança, como se não fosse bem-vindo ali. Entretanto, o suposto hospedeiro que supostamente habita no Novak poderia facilmente passar-te a sensação, sendo ele um bruxo poderoso. 

Quando chegaram no segundo andar, a ruiva baixa mediana atravessou um extenso corredor com o grupo, guiando-os até às últimas portas. Certamente, não havia somente um quarto para cada integrante, no entanto, os mesmos decidiram separarem-se em duplas ou trios para todos obter um conforto necessário. Garth e Celeste trocavam olhares cúmplices, estranhando ambos os dois a estadia. Apenas quatro pessoas residiam ali, o motivo de possuir uma casa tão grande ainda era uma incógnita. Talvez estivessem atirado no escuro no momento em que aceitaram a hospedaria, pois muita coisa não se encaixava no momento. As famílias tradicionais norte-americanas sempre buscavam o máximo de conforto, mas havia muito mais ali para somente quatro cabeças. 

Quando faltava apenas dois quartos para visitarem, Dean obtém sua atenção sugada para uma porta entreaberta, sendo esta consideravelmente distante dos demais presentes. Fora como um estalar de dedos próximo ao seu ouvido, convidando-o para explorar o local misterioso. Silenciosamente o rapazote separou-se do grupo, seguindo novamente para o começo do extenso corredor, parando em frente à porta. 

Por um instante, somente sua respiração calma foi captada, como se tudo ao redor estivesse parado. Um incomum arrepio subiu por sua espinha e a ponta de seus dedos formigaram. A curiosidade atiçava o seu raciocínio, não permitindo-o agir com sensatez. Obtia plena consciência de que o feito poderia o prejudicar, talvez fosse mais perigoso que ele realmente esperava, sobretudo, o fato de não saber o que encontraria através do objeto o prendia num torpor. Ele queria ver, desejava isto de um modo profundo, mesmo não compreendendo o seu real motivo. Hesitante, o Campbell levou a mão para a madeira também escura, empurrando-a fracamente, mas sendo o suficiente para deixá-la pela metade. Sobre um ou dois passos incertos, ele se viu dentro do quarto, observando um rapaz deitado em uma cama, com o corpo coberto pela metade por uma manta escura. Pele caucasiana, cabelos castanhos e pelo o que pôde observar de seu perfil, lábios fartos. Ele parecia indefeso, até mesmo vulnerável, a julgar pela sua estadia no leito.

Lentamente, o desconhecido vira o seu rosto na direção de Dean, como se soubesse de sua estadia no local, mais precisamente o sentisse. Não era como os momentos em que sua mãe, por exemplo, o visitava. Algo no fundo de sua mente o obrigava a olhar da direção onde encontrava-se o rapaz, fazendo-o lidar com este. Seu olhar viajou dos pés à cabeça do loiro, e não mais suportando a curiosidade que igualmente o apavorava, ele permite que seus olhos azuis cristalinos se encontrem com o do outro, descobrindo um verde selvagem e enigmático.


Notas Finais


peço desculpas pela demora, mas como havia alertado, com o término da outra fanfic, Padre terá toda a prioridade por tempo.

Espero que tenham gostado, e desculpar-me qualquer erro.

beijos, até a próxima.


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