1. Spirit Fanfics >
  2. Padre >
  3. 04

História Padre - 04


Escrita por: hellblazer

Notas do Autor


Notas finais

Capítulo 4 - 04


04

Esmero.

Engolindo a seco, Dean observou com mais cautela o rapaz presente no leito. Estava magro, mas não chegava a obter uma aparência bizarra como estava acostumado a presenciar, embora em seu subconsciente, ele acreditava que o moreno poderia possuir aquela fisionomia em algum momento não tão distante. Sentiu-se perverso pelo pensamento, mas não conseguia evitar a verdade. Ele provinha também machucados expostos, mas Benny haveria de cuidar de cada detalhe destes. Seu olhar era profundo e havia bolsas arroxeadas abaixo dos olhos, indicando noites mal dormidas. Apesar de toda a situação, o olhar transferido ao Novak não fora penoso ou austero. O loiro sabia abordar vítimas tanto quanto sabia guiar um Impala e o azulado que o abraçara era um tanto quanto atrativo.

Suas pernas tornaram-se imóveis, sólidas porém, ao mesmo tempo tão ridiculamente gelatinosas. Era esquisito e familiar estar presente naquele quarto, mesmo sendo sua primeira vez de estada. Ele não era capaz de mover-se nem mesmo se desejasse, embora não possuísse uma vontade sincera para fugir do misterioso enlace. Seu lado racional parecia resistir á aquele olhar cativado, ele não se imaginou reagindo contra tal momento. Seu subconsciente soava como uma grande bolha vaga e profundamente escura, uma vez que olhos azuis irrompera a ausência de cor, sem permissão alguma, invadindo um local maculado e tão só. Dean sabe que o homem têm medo daquilo que não conhece, mas era aquela estúpida curiosidade que fazia o seu corpo formigar em um momento tão importuno. Ele não teve medo e não desejava romper a troca de olhares. Talvez aquilo o assustasse futuramente. 

O aprendiz viajou na imensidão azul não importando se soaria petulante. A confusão que havia pairado em sua mente havia ido embora, como todas as suas indagações sobre um verdadeiro caso por ali. Olhos fixos um no outro deu início há uma conexão indireta que aparentava não romper-se em qualquer circunstância. Seu lado racional parecia resistir á aquele olhar cativado, mas ele não se imaginou reagindo contra tal momento. Contemplou um silêncio respeitoso e admirável. Não era necessário dizer muito ali, uma vez que aquele choque ainda percorria os olhares vibrantes.

Em todos os casos que já participara, nenhum tivera um contratempo tão incomum quanto aquele momento. Não conseguia explicar ou desvendar o mistério, também não sabia se o moreno fazia aquilo de modo proposital, embora o aprendiz estivesse crente de que o Novak sabia tanto quanto ele próprio, e que não desejava coloca-lo em situação embaraçada e demasiada desconfortável. O jovem aparentava e estava muito partido, tão acanhado em seu leito, quase implorando por ajuda apenas com o olhar brilhante. Todavia, os Hunters não haviam acatado o caso da maneira correta e formal. Não deveria ser incômoda a localização, porque Dean sabia que não era correto permitir que o local apurado afetasse-o de modo pessoal, visto que ele estava a trabalho e não desejava se estabelecer em Kansas por muitos. Ele apenas censurava sua antiga casa e amaldiçoava toda a desgraça que havia lhe ocorrido por lá.

O moreno não estava tão diferente dele quanto imaginava. Ele via-se igualmente inerte na situação, incapaz de todas as maneiras possíveis de lutar contra. Castiel analisava com cautela as expressões do loiro qual invadira-lhe o quarto, até mesmo o acusara intrinsecamente de insensível. Pois era isto que Dean aparentava soar, insensível em relação ao seu corpo ferido e estado completamente leso. Ainda assim, havia uma certa admiração por esta exata revelação. Pela primeira vez em muitos o olhar direcionado em sua direção não era penosa como costumava ser. Ele cumprimentaria o desconhecido com total sinceridade por não receber aquele olhar.

O Novak estava verdadeiramente agraciado com o belo intruso, conquanto, finalmente a flama de curiosidade crepitou em seu peito. O homem estava neutro demais para a atual situação, dado a sua aparência abatida. Quando exaltou-se a protestar, um ruído de madeira rangendo fora captada atrás do loiro, e não demorou muito para ele reconhecer Rowena, sua mãe, e mais dois indivíduos desconhecidos passando pelo batente. A matriarca aproximou-se de sua cama, sorrindo amarelo ao depositar afagos caridosos em seu rosto. Havia um brilho diferente em seus olhos e ele quase reconheceu por esperança. 

Quando sua atenção curvou-se aos demais presentes ele percebera que estes o observava intensamente, e o que ia em sua direção não cumpria com um sentimento de pena. O ato acabou deixando-o confuso, atordoado e enjoado. Desejava saber quem eram estas pessoas misteriosas, porque eles não estavam surpresas ao vê-lo de tal maneira e por qual razão entraram em seu quarto, seu mundo particular qual passava suas dores e angustias de modo escondido. Não compreendia o motivo de ser tão exposto, e em algum momento daquele pequeno devaneio, sua confusão tornou-se ira, tão rapidamente que ele próprio sentiu-se sufocado.

— O que... O que está fazendo? — Sua voz saiu baixa e abalada como ele já esperava, e por mais que respeitasse sua mãe com toda veemência, afastou-se de seus toques com a maior rudeza que conseguira alcançar. — Que está acontecendo?

Não havia uma justificação para desconfiar dos atos de sua progenitora, uma vez que sempre mantivera uma relação boa e saudável com a mulher, mas o embaraço em sua cabeça tornava tudo mais difícil e suspeito. Eventualmente, ela queira apenas livrar-se dele, pois já não poderia suportar a conjuntura que estava vivendo. Talvez ele esteja somente agindo incorreto e amargurado, acusando inocentes por nenhuma razão, o que o deixava ainda mais magoado. Os sentimentos mútuos estavam acabando com o seu psicológico e ele desejava que tudo acabasse de uma vez.

 A tensão fora notada por todos no recinto e quando o moreno percebeu, sentira vontade de chorar, embora estivesse com muita vergonha de faze-lo na frente dos desconhecidos. Deus sabia o quão mau ele sentia-se quando passava na frente de um espelho ou via-se acidentalmente em um reflexo de vidro qualquer, mas usualmente estava sendo terrivelmente exposto. Em um doce pigarrear, Dean tomou a frente, procurando esclarecer vossa estadia ali, sabendo ser tão cobiçada pelo Novak.

— Meu nome é Dean, Dean Campbell. Estes são Robert Singer e Benjamin Lafitte. — indagou com uma calma que não sabia ser capaz de possuir. Não era a primeira vez que lidava com uma suposta vítima, sabia exatamente o que ele estava sentido, mas Castiel já demonstrara que era diferente. — Sabe a razão de estarmos aqui?

O moreno assentiu negativamente, mas Dean pôde jurar que a matriarca, ainda quando negociava com os exorcistas, prometera contar ao filho o verdadeiro pretexto dos novos convidados. Não que fosse de fato uma novidade para ele, mas o Campbell não queria ser o autor da voz que sairia tão pesada e acusadora; ele não queria ter de dizer o motivo de sua generosa visita, não novamente. Ele engoliu em seco e balançou a cabeça rapidamente, espantando da mente todas as reações negativas que poderia lhe acontecer. Certa vez, ocorrera de uma vítima agitar-se tão grande e verdadeiramente, que quase chamara as autoridades para os exorcistas. Dean recorda-se muito bem deste caso. Houve um trabalho e tanto com Malays, um demônio cruel e desasseado que titulava-se filho legítimo do Primeiro dos Caídos.

— Estamos aqui por ajuda — iniciou ele com cautela — Faremos o que estiver em nosso alcance, mas não se preocupe, não há nada realmente concreto.

— Que quer dizer com isto? — Rowena reagiu contra o comentário de Dean, demasiado alarmada.

— Não há nada sólido aqui. Não é certo se ficaremos ou não.  — indaga ele, óbvio em sua conclusão. 

Castiel, que com o cenho franzino aparentava ainda mais confuso, sentiu-se repentinamente cansado, como acontecia de uma hora à outra. As vozes tornaram-se murmúrios e zumbidos distantes, e todo o seu corpo pareceu duplicar de peso; suas pálpebras formigaram, a escuridão invadia-o com precisão e lentidão, que aos poucos levava-o à uma escura e cruel dimensão. Instantes após, ele já estava desmaiado.  

— Ele está a dizer,  senhora — Robert irrompeu a conversa e intrometeu-se sem ser chamado; não era obrigação do loiro dar-lhe devidas explicações, e a ruiva estava agitada demais para alguém já ciente do acordo — Que não podemos interferir físico ou psicologicamente sem uma razão. Ajudando ou não, todos aqui possuem moral e questões suficientes para agir com sabedoria e honestidade. É contra nossas regras agravar o estado de seu filho. Para trabalharmos, precisamos de uma confirmação de que ele esteja portando um hospedeiro.

— Céus, oh céus!

Benny, que nada proferira até então, precisou intervir e pedir para que todos se retirassem, pois Castiel precisava de devido descanso. Antes de todos rumarem para o primeiro andar do casarão, Bobby instruiu com insistência para que Dean permanecesse no quarto velando o rapaz, pois se algo acontecesse, o arrimo estaria ao alcance do Novak. Apesar de não estar confirmado um suposto hospedeiro em seu corpo, ele era prioridade. 

• • •

Dean lia com atenção e relia as partes que considerava mais importantes, e somente quando realmente necessário ele circulava palavras ou frases, sendo elas de grande valor. Não quantificou por quantos ficara lendo o livro sobre exorcismos, mas com sua falta de atenção com o seu redor, não notara que o céu a fora já possuía estrelas e uma cor absoluta escura e bonita. Observava por vezes Castiel, mas ele sequer mudara de posição durante o longo descanso. Suas feições estavam mais calmas, e embora abatido, não deixava de ser belo. Todavia, ele não se esforçara olhando o jovem, queria respeita-lo acima de tudo, pois não estava autorizado a examina-lo, e também compreendia que ele não queria uma atenção exclusiva para si. Não era diferente com as outras vítimas. 

Quando o Novak finalmente despertara, sentia-se melhor e menos enjoado. Não exigiu de si mesmo movimentos severos e bruscos, apenas o mais rentável ao seu atual estado. Era racionalmente impossível deixar de sentir as dores, e por mais que desejasse, sua angústia física não esvairia de seu corpo de uma maneira rápida. Castiel observava o teto branco, entediado e sem muitos para cumprir, mas aquela mesma força esquisita rondava-o novamente, também sua curiosidade, pois sentia que não estava sozinho no recinto. Pela primeira vez, ele compreendia que não era uma figura malevolente. Erguendo o olhar lentamente o rapaz encontrou o loiro, mas não era capaz de atingir seu rosto ou suas feições. Havia um livro de capa dura e aparentemente de couro sobre suas mãos, bem à frente do local que o moreno desejava observar uma vez mais. Dean, assim batizado, pareceu não notar o de olhos azuis, pois ficara daquela forma pelos próximos cinco ou dez minutos. Não conseguia qualificar com exatidão.

Castiel não sentiu-se insultado. Usualmente, gostara de sua companhia muda e certamente desatenta. Aproveitara o tempo que obteve para observá-lo além dos cumprimentos confusos e esquisitos. Os fios loiros escuros estavam espetados para cima, formando um quase topete. Por vezes, o indicador direito batia contra a capa do livro repentinamente, como se estivesse a formar uma canção ou até mesmo produzir uma. Quando os olhos pairaram sobre o peitoral, compreendia tamanha calmaria do Campbell, pois possuía uma respiração leviana. Calma como a dele não era mais capaz de ser. Estava sempre rarefeita ou veloz demais.

O Novak não se desesperou com sua breve conclusão, hodiernamente, estava mais aliviado por começar a encarar sua nova vida da forma que era. Estava exausto das lamúrias de Rowena, amava-a mais do que seu coração poderia suportar, mas em um momento sua dor começou a suprir-se de seus choros e olhares penosos. Esta era a verdade nua e crua. Sua mãe não enxergava outras maneiras de encarar o seu estado, ele não a culpava, mas estaria a mentir se alegasse que os choros e lamúrias não os deixavam furioso. Ele não podia ajudar contra. 

Castiel acabou soltando um suspiro, e fora a brecha perfeita para Dean tornar a nota-lo. O loiro abaixara o livro e pousara o olhar imediatamente no moreno, e para sua surpresa, ele retribuía. Respirando profundamente, ele sorriu sem jeito e fechou sua fonte de conhecimento após usar o tecido marca-páginas que nele habita. Depositou-o em seu colo e com a cadeira sobre rodas aos pés, ele arrastou-se até ficar de frente com o rapazote, não permitindo que este se esforçasse tanto para o olhar.

Dean colocou um sorriso pequeno, porém, simpático em seus lábios. Havia pensado e muito em uma forma de aborda-lo, mas o fato não obteve muito efeito, tão pouco sucesso. Ele necessita criar um laço com o Novak, precisa obter acima de tudo, respeito, compaixão e confiança, mas as coisas tornavam-se mais embaraçosas quando estavam conectados pelo olhar. É muito próximo de uma energia que os ronda sem permissão. Apenas acontece.

— Como se sente? — Dean entoou de modo leviano. Castiel teve a impressão de que o Campbell dominava muito bem as palavras a cada instante que sua voz atravessava-lhe os ouvidos. Ele deu de ombros, não sabendo ao certo um como sentia-se naquele exato instante. — Pode me dizer se nota alguma melhora?

— Talvez — ele franziu o cenho tornando-se adorável — Onde está Rowena?

— Eu não sei — agora Dean franziu o cenho, notando que ele não sabia muita coisa, afinal, passara um bom período naquele quarto — Você precisava descansar e então nos deixaram aqui. É tudo o que posso dizer.

— Que faz aqui, senhor?

— Apenas Dean. — ele sorriu de maneira encantadora. Não compartilhava o desejo de tamanha formalidade, mas apreciava a sutileza do outro para consigo. O Campbell admirava o fato de ser bem tratado pelo moreno. — Fiquei para observar você... Caso precisasse de ajuda.

— Verdade?

— Sim. Verdade.

Castiel assentiu devagar e desviou o olhar do loiro pela primeira vez. Não sabia o que dizer, mas estava confortável com sua presença. Não partilhava um receio ou temor, talvez estivesse apenas impressionado com a compreensão de Dean, que de certo modo, servia como um estímulo. O Campbell, entretanto, estava muito interessado a conversar com o moreno, deveras disposto a implantar uma relação de convivência boa, sutil e mutualmente respeitosa.

— Castiel? — chamou-lhe atenção.

— Sim?

— Posso fazer algo por você neste instante?

— Não. Não acho que possa fazer algo, por hora.

Dean assentiu fraco e complacente. Enfrentar demônios com sua família é um trabalho duro e fatigante, mas não o torna um guerreiro no final. Castiel tinha suas dores e atualmente ninguém poderia retira-las de seu corpo ou sua mente, todavia, isto fazia dele um combatente.

— Você é médico? — indaga curioso. Queria acreditar que o loiro não fosse, pois havia uma certa decepção com todos os rapazes de jalecos brancos e longos que já visitara.

Dean franziu o cenho, atento a todos os movimentos e esforços do rapaz. Era visível que havia uma certa dificuldade, mas não chegava a ser proposital. A voz embargada e severamente baixa entregava a falta de exercícios fonológicos do moreno, e acima de tudo, determinava sua mágoa e incompreensão. Suas frases, no entanto, eram gentis e sinceras.

— Ajudo algumas pessoas, mas não significa que sou um.

O Novak consentiu e se calou por um instante. Ele aparentava pensar por um longo instante, procurando entender o sentido daquela resposta.

— O que faz aqui, então?

— É complicado.

Castiel franzira o cenho, tombando a cabeça para o lado. Seus olhos não deixaram de mirar o Campbell por um instante sequer, mas o loiro parecia não ceder. Dean não tinha culpa sobre a matriarca esconder um segredo do moreno, entretanto, ele precisava estabelecer uma ligação com este e a sua falta de acessibilidade prejudicava a sua ação. Ele adoraria manter uma conversa, mas deveria escolher com demasiada cautela as suas palavras.

— É o primeiro a não me olhar horrorizado, ou transmitindo pena. — ele para por um segundo, respirando profundamente — Não é um insulto, mas não me parece uma atitude comum.

— Não pretendo esconder nada de você, mas a senhora Novak assume que vai lhe dizer a razão da nossa estada.

— Nossa?

— Não foi apresentado à todos ainda. Nos veja como uma equipe, por favor. Viemos por ajuda.

— O que significa isso tudo?

— Você tem muitas perguntas que não posso responder agora. Essa é uma delas. — Dean percebe que não fora a coisa certa a se dizer pelo modo que os ombros de Castiel curvaram-se no minuto seguinte. Não era essa sua intenção. Rowena estava realmente o prejudicando. — Eu posso sair, se quiser.

— Deseja sair?

— Não.

— Não me importaria se ficasse.

— Está certo. Obrigado.

• • •

Robert havia ganhado um dolorosa enxaqueca após a conversa com Rowena. Apesar de transparecer sempre a elegância e uma calmaria invejável, a matriarca Novak sabia como irritar um velho homem e persuadi-lo. Com seu jogo convencido de palavras, o ex-padre precisou prometer à moça que ajudaria o seu rapaz, mesmo insistindo no fato de precisar de uma confirmação de um caso. Em sua equipe não havia relatos sobre prejudicar uma vítima, por ela não estar realmente portando um hospedeiro, mas o mundo sobrenatural é extenso e antigo, ele conhecia algumas histórias e não queria que elas se repetissem com eles. Todo o cuidado era pouco.

Depois de ajudar os seus garotos a se estabelecerem no grande casarão, dividindo os quartos e apanhando lençóis e utensílios necessários, ele precisou ir até o quarto do moreno. Um dos seus estavam por lá, e ambos precisavam se alimentar. O dia fora longo e a viagem deveras cansativa, mas isto pareceu não incomodar o Campbell, que sequer protestara ao permanecer no local com Castiel. Robert sabia que o loiro provinha um instinto protetor muito grande, mas sua saúde importava igualmente. Ele bateu na porta com educação, logo após já se encontrava no mesmo recinto que os demais. A julgar pelos murmúrios, eles estavam conversando, só então o exorcista notara que havia atrapalhado. 

— Sinto muito, Castiel. Deve ter sido horrível aguentar o Dean durante todo este tempo — ele brincou, arrancando um pequeno sorriso do Novak — Se sente melhor, garoto?

O Novak assentiu. Não estava familiarizado com o mais velho, mas não se sentira desconfortável com a levada brincadeira. 

— Benjamin pode estar a caminho para te examinar. Você poderá se alimentar logo depois, tudo bem?  

— Eu não... Não tenho fome, senhor. Mas agradeço a gentileza. 

Dean olhou para o Novak com admiração. Ele era capaz de propagar sofisticação e pureza em cada frase, era como se ele não estivesse ferido e abatido. O seu físico mostrava muito, mas a sua maneira de guiar uma conversa era de uma leveza apropriada. 

— Há quanto tempo você não têm uma refeição completa? — Robert questiona interessado.

— Eu não sei.  

O moreno abaixou o olhar, envergonhado e cismado. Ele não tinha vontade alguma de se alimentar e odiava o fato de sua mãe tentar lhe encher de alimentos que ele não se sentia a vontade para ingerir. Não desejava tocar no assunto, mas o homem lhe surpreendera. Dean sentia que se ele não intervisse, todo o momento que ele passara com o moreno não teria eficácia. 

— Não precisa insistir, Bobby — ele propõe, sem desviar dos olhos azulados por um momento sequer — Tenho certeza que Castiel vai se alimentar em um futuro não muito distante. Estou certo? 

— Sim, sim eu irei. — o Novak proferiu em um quase gaguejo. Robert fora muito gentil em seu tom, mas o assustara por entrar em um assunto delicado.  

Dean não estava menos preocupado com Novak, mas ele o defenderia o quanto precisasse para mante-lo próximo. Depois do evento um tanto tenso, ele mudara de assunto para descobrir mais sobre a vida do rapaz. Ele absorvera algumas informações que certamente deveria dividir  com o grupo, portanto por hora, ele apenas precisava manter o moreno estável e em um ciclo amigável de relacionamento. Campbell sabia que não deveria tê-lo feito, mas acabara falando um pouco de seus gostos para conseguir manter a conversa. Seu amor por seu carro e sua preferência musical foram citados. Seria inteligente de sua parte não revelar isso para os demais, pois ele poderia levar uma bronca. Seres malignos são extremamente espertos e obscenos, qualquer informação errada passada poderia tornar uma grande arma contra o aprendiz, mesmo aquelas que não julga relevante. Com sorte, o rapaz estava limpo e nada do que haviam falado poderá os afetar futuramente.  

Quando Benjamin chegou no quarto, Dean soube que era ele quem deveria se ausentar. Robert aparentava estar ansioso para ter conhecimento sobre o que haviam feito durante o tempo que passaram juntos e mais tarde o loiro deveria escrever um relatório. 

— Eu preciso ir. Você pode me chamar se precisar de qualquer coisa. — Dean colocou sua canhota na perna coberta do Novak, e sua mão formigou quando o fez. Ele sorriu gentilmente, não sabendo que o rapaz sentia aquele mesmo formigar no local onde a mão pousara. — Qualquer coisa, Castiel. 

 

 


Notas Finais


Eu sei, demorei pra caramba, mas de toda a forma, é bom estar de volta. Eu entendo que é chato esperar por tanto uma atualização, mas o bloqueio bateu e eu deixei de gostar de tudo o que escrevia.

Eu tenho sim a base de escrita, mas eu procuro modificar para poder deixar melhor do que era.

Mil desculpas pela demora, não é proposital :(

Obrigada por continuarem a ler, é muito importante pra mim.

beijos e até a próxima ♥

ps: perdoe-me qualquer erro, não foi revisado.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...