História Pai de Primeira Viagem - 01

— Eu não acredito! – exclamei pela milésima vez desde que havia recebido a notícia de que seria pai.

— Não acredita em que JungKook? – Jimin perguntou secando com seu cabelo com sua toalha. — Por causa do seu “eu não acredito!” perdemos no basquete. – o menor parecia irritado.

— Provavelmente é algo que a Soo In contou. Ele estava com ela lá fora. – Tae apareceu me puxando pelo pescoço.

— Ah, claro, a doce Soo In-ah. – o loiro riu junto com TaeHyung. — E o que ela disse pra você estar assim? – se aproximou de mim e bateu a toalha úmida em minha panturrilha esquerda.

— Aish! – levantei a perna logo me sentando no banco. — Bom, ela me disse que… Está grávida e eu vou ser pai. – animado e desesperado eram dois termos que me caracterizavam naquele momento.

— Como é? – os dois arregalaram os olhos e TaeHyung se desvencilhou de mim.

— JungKook, você ficou maluco? Você não pode ser pai agora! – Jimin levantou os braços logo se apoiando sobre um armário que estava atrás dele.

— Jimin tem razão. Você ainda está no segundo ano, falta apenas um para completar os estudos, vai mesmo botar tudo a perder no melhor momento da sua vida?

— Eu não posso deixar apenas a Soo In “por tudo a perder”, eu tenho que ajudá-la! Sem contar que eu quero muito cuidar do meu filho…

— Você sabe quer ser pai não é as mil maravilhas, né? Sabe que requer muitas responsabilidades e vocês dois são adolescentes ainda, tem muito pela frente. Ser pai não é só tirar foto com a criança e comprar brinquedos pra ela. – o menor cruzou os braços e TaeHyung assentiu com a cabeça.

— Qual é hyungs! Vocês deviam me apoiar e não ficar contra mim! – levantei-me bastante irritado.

— Jeungguk, somos seus amigos, mas não podemos passar a mão na sua cabeça e dizer: “Parabéns! Você será pai ao dezesseis anos!”. Isso não é certo! – Tae apenas concordava com a cabeça tudo o que Jimin dizia.

— E vocês querem que eu faça o que? Mande ela abortar? – naquele momento, todos que estavam no vestiário nos encararam e eu, envergonhado, sentei-me novamente. TaeHyung mordeu os lábios, olhando para o chão e Jimin passou sua destra sobre sua nuca. — Aliás, vocês não podem saber tanto sobre isso se nunca passaram por isso… – falei baixo assim que todos pararam de olhar para nós.

— Não queremos que você mande ela abortar, seria desumano fazer uma coisa dessas. – o garoto de cabelo castanho ao meu lado murmurou, dobrando a camisa que usava na educação física sobre seu colo.

— E não precisamos passar por isso para saber como é. Eu não preciso engravidar uma de minhas namoradas pra saber como é ser pai ao dezesseis, sem contar que eu sou bastante cuidadoso com essas coisas… – revirei os olhos.

Sabia que Jimin estava certo com isso, foi um erro meu, admito. Mas ele não poderia perder a oportunidade de se dizer que tem várias “namoradas” tanto nessa escola, como na escola próxima a nossa.

— Eu sei, fui um idiota mas agora eu só preciso focar no futuro e como farei. – suspirei e olhei para o chão. Senti braços me abraçarem e risadas, seguido de cafunés.

— Kookie, fique tranquilo. Somos seus amigos e estamos aqui para ajudá-lo em tudo o que precisar. – Tae riu.

— Só brigamos com você porque queremos que saiba que nem tudo o que faz é certo. – Jimin sentou-se ao meu lado. — E, também, te preparamos para a bronca que levará de seus pais e de seus sogros tão queridos.

— Aigoo! – coloquei minha desta sobre minha testa e apertei meus olhos. — Eu tinha me esquecido completamente disso!

— Ei vocês! – o treinador Seo nos chamou a atenção. — A aula já acabou, vão direto para a sala de aula! – sem esperar uma segunda ordem, nos levantamos rapidamente e nos curvamos logo correndo para fora do vestiário.

Depois de horas apreensivo, finalmente o sinal para o fim das aulas tocou. Guardei rapidamente todo o meu material e corri para fora da sala, indo direto para a sala de Soo In.

— Olha quem está aqui! – Dawoon, melhor amiga de Soo In, sorriu assim que me viu ao sair da sala. — Bom, tomamos o sorvete outro dia já que seu namorado está aqui. – Soo In riu enquanto eu segurava em sua mão e a morena de cabelos curtos largou o braço da loira. — Mas, já que hoje não iremos juntas, vou chamar o Yoongi oppa! – cantarolou correndo pelo corredor.

— Eu já te disse que sua amiga tem problemas? – ri puxando Soo In para sairmos da escola.

— Já. – riu. — Kookie, aproveitando que hoje eu não sairei com Dawoon, vamos comer hambúrguer? – a menor parou em minha frente e segurou em minhas mãos, as balançando de um lado para o outro.

— Isso é um desejo? – arqueei uma de minhas sobrancelhas. Soo In sorriu negando com a cabeça. — Nesse caso, acho melhor você ir para casa e contar aos seus pais que eles serão avós. – beijei sua testa e a loira fez bico.

— Jeungguk-ah! – bateu em meu braço esquerdo. — Meus pais estão no Japão a negócios, estou sozinha e queria que você dormisse lá em casa…

— Soo In, não é uma boa ideia eu dormir lá agora…

— Então deixa eu dormir na sua casa, por favor. Não quero pensar como contarei para os meus pais sem você por perto. – olhou para o chão e colocou uma mecha de cabelo detrás de sua orelha.

— Olha… Acho que minha mãe hoje está de plantão no hospital. Vou ligar para meu pai e, se ele deixar, você dorme lá. – acabei por me render logo pegando meu celular que estava no bolso detrás de minha calça.

— Sério mesmo? Muito obrigada oppa, você é o melhor namorado do mundo! – me abraçou e me deu um selinho, antes de eu ligar para meu pai.

— Olha só quem está aqui! – virei-me para trás e vi Namjoon, meu vizinho, se aproximar de Soo In e eu.

— Ah, é você. – sorri.

Namjoon, além de ser meu vizinho, estudava na mesma escola que eu — a diferença é que ele estava já no último ano. Eu gostava muito dele, afinal, foi ele que me fez criar minha paixão por futebol e basquete — mesmo que, as vezes, ele tente dar em cima de Soo In.

— Quer dizer que hoje a linda Soo In-ah dormirá na casa do Kookie? – o loiro se meteu entre nós dois e segurou nossas mãos. — Sua mãe sabe disso? – olhou para mim sorrindo maroto.

— Minha mãe não deixa Soo In dormir lá porque diz que somos muito “novos”. Ela está de plantão hoje e, como os pais de Soo In não estão, meu pai deixou ela dormir lá. – o mais velho riu.

— Acho tão engraçado o jeito dos seus pais. Um diz que sim, outro diz que não… Como eles ainda podem estar juntos? – soltou nossas mãos e correu para a árvore que havia na frente de sua casa. — Bom, eu vou ficando por aqui. Amanhã eu tomo café na sua casa, hein Kookie! – sorriu antes de subir pelas escadas que fizera na árvore para chegar mais rápido em seu quarto, que ficava no segundo andar.

— Eu sou a única que acho Namjoon oppa estranho? – Soo In riu subindo a pequena escada que havia na frente de minha casa.

— Não, eu também acho. Mas esse jeito estranho dele o torna engraçado. – ri logo abrindo a porta. — Primeiro as damas. – a loira riu e entrou.

Olhei para a rua vazia e suspirei pesado. Não poderíamos esconder por muito tempo que nossos pais seriam avós, não é mesmo?