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História Pain or Love? - Yui


Escrita por: isanotbela

Notas do Autor


[Yui]

"Helena vai atrás de Carla para pedir desculpas pelo ocorrido, e o mesmo ensina uma lição para ela. Ao mesmo tempo Ayato foca seu tempo para se encontrar com uma pessoa querida, e quem sabe traze-la de volta a vida..." -Pain.

Capítulo 33 - Yui


Fanfic / Fanfiction Pain or Love? - Yui

   [21:24]

  Tinha pegado o elevador para começar a procurar por Carla, e como estava vazio decidi usar meus poderes para sentir sua presença sem que ninguém visse. Fechei os olhos e me concentrei em Carla.

   Eu conseguia senti-lo e poucos metros de distância, bem poucos para falar a verdade, o que significava que ele ainda estava no prédio. O elevador que antes estava no oitavo andar já iria abrir suas portas no primeiro, e como um sinal de ironia ao sair do elevador esbarrei com Carla.

-Carla? –Falei surpresa pois não esperava encontra-lo tão rápido.

-Que foi? Achou que eu tinha ido embora? –Ele disse num tom debochado.

-Bom, sim.... Mas isso não vem ao caso! –Eu balancei a cabeça ignorando pensamentos banais e indo direto ao ponto- Onde é que você estava?

-Eu? Só fui andar mesmo... –O albino falou normalmente, como se nada tivesse acontecido.

-Como? –Me expressei confusa- Eu pensei que tinha ido para outro lugar longe daqui! Não estava irritado comigo?

-Eu não fiquei necessariamente irritado, só não gostei do tom que você falou comigo e do modo que me encheu de perguntas que eu não sei –O vampiro explicou calmamente.

-Então.... Não está bravo comigo?

-Não –Ele deu de ombro- Só não fale mais daquele jeito na minha presença, caso contrário as consequências serão piores... –O mesmo me lançou um olhar ameaçador, me fazendo ficar intimidada.

-Certo... –Apenas concordei sem mais questionar a autoridade dele.

    Falando em autoridade, Carla é como um mestre para mim. Os anos em que ele me treinou me fizeram não só respeita-lo, mas também a nunca contesta-lo em hipótese alguma. Eu sabia que ele era paciente, porém o vampiro não aceita desaforo de ninguém, nem do próprio irmão.

   A primeira vez em que o desafiei saiu caro. Carla é um sádico, e não economiza nas punições, é totalmente sem dó ou pena. Contudo, essa crueldade só serve de fachada, porque o verdadeiro Carla é uma pessoa bastante.... Legal? Eu diria.

   Por mais que ele seja grosso e frio na maioria das vezes, ele sempre está querendo ajudar com quem ele se importa. O problema é que ele leva o sadismo ao pé da letra, então as coisas ficam um pouco complicadas. Mas fazer o que...

  Esse é o Carla.

-Está com frio? –Perguntou o albino.

-Um pouco...

-Venha comigo, eu te pago um café –Viu só? É apenas fachada.

***

[21:46]

Frio.

   As ruas de Tóquio estavam cheias de arvores mortas por conta da estação. Ainda não estava nevando, mas mesmo assim o frio castigava com brisas geladas e a falta de calor humano.

   Carla me levou até uma loja de conveniência que ficava perto do apartamento, lá ele comprou dois cafés junto com sacos aquecedores de mãos. O vampiro sabia que eu ainda era dependente daquilo, por possuir um coração humano e o corpo de um vampiro isso me limitava de algumas coisas, e uma delas era a capacidade de não sentir frio.

   Era uma tortura sentir as pontas dos dedos congelando toda vez que fazia frio. Sendo sincera eu queria ser totalmente vampira só para não passar por esse tipo de coisa, e além do mais, isso me ajudaria em lutas já que a dor ainda se torna um problema com um corpo delimitado como esse.

   Eu queria ser forte como todos em minha volta. Nunca chorar por nada. Nunca sofrer. Nunca sentir dor por algo. O ser humano é fraco porque tem sentimentos, e isso eu posso afirmar por conta de todas as coisas das quais passei.

  Ser um humano é doloroso...

-Quer meu casaco? –Carla ofereceu ajuda.

-Não preciso da sua caridade... –Eu dizia bebendo meu café tentando me esquentar.

-Claro que precisa, você está morrendo de frio sua idiota, seus dentes estão tremendo –Ele argumentou contra mim.

-Eu sei disso...

-Então porque está se fazendo de durona? –O mesmo me encarou.

-Porque eu não quero parecer fraca –Respondi sem olha-lo nos olhos.

-Está assim por causa do que aconteceu? –O albino se referiu ao fato de eu ser uma humana. Eu somente balancei a cabeça concordando.

-Você só está se machucando mais, não é sentindo frio que vai te fazer ficar mais forte idiota... –Ele tirou seu casaco colocando em volta de mim enquanto eu serrava as sobrancelhas a muito contragosto.

-Porque está fazendo isso?

-Porque eu sei que você não aguentar nem mais um segundo tremendo desse jeito.

-Não é isso... –Falei encarando o chão- Eu só quero saber porque está me protegendo...

   Então Carla ficou em silencio por alguns segundos.

-Porque você é fraca... –Carla falou frio e direto.

-Não precisava cutucar a ferida desse jeito sabia? –Falei contrariada.

-Eu ainda não acabei –Disse o vampiro se aproximando de mim- Estou fazendo isso porque você é fraca, porque é um ser humano, e não consegue ignorar futilidades como o frio.

-Não está ajudando... –Bebi mais um pouco do um café.

-Você é fraca por ter que sentir frio e dor, mas ao mesmo tempo você é forte. Forte por ter que sentir algo. Forte por saber conviver com toda a dor. Ser um vampiro não é lá um mundo de maravilhas, nós somos mais fracos do que você pensa -Carla continuou falando.

-A dor faz de vocês humanos mais fortes, e a nossa dor nos faz fracos. É importante dizer que frio que você está sentindo pode ser preenchido com o calor, mas nós? Nós apenas invejamos não poder sentir o arder da pele quente de vocês, e sem isso eu garanto que você não iria aguentar mais nem um segundo –Ele deu continuidade.

   Sabe, as palavras de Carla cortavam como facas na maioria das vezes, mas dessa vez me fizeram calar a boca. Eu sei que um vampiro é quase incapacitado de sentir emoções ou sentimentos, e se sente eles fraquejam... A mesma coisa acontece com os seres humanos, porém nós sabemos lidar com esse tipo de coisa.

   Bem.... Acho que eu deveria dizer alguma coisa enquanto a isso.

-Carla... –Falei o encarando.

-Sim?

-Obrigado... –Agradeci soltando ar quente pelas narinas fazendo com que ficasse visível no ar frio.

[Helena Off]

***

[Ayato On]

Finalmente...

  Depois de um mês de espera a primeira lua cheia havia surgido, e como de costume eu iria encontrar ela...

  Já fazia cerca de um ano e meio desde que eu descobri a passagem para o outro mundo para poder vê-la. Durante a lua cheia os dois mundos se atraem, que é quando o mundo espiritual pode se cruzar caminho com o mundo humano livremente.  

  Basicamente é como se fosse uma ponte, que interliga os dois mundos. Se algo ou alguém quebra essa conexão o mundo espiritual perde contato com o mundo humano, mas para isso existem pontos específicos onde essas passagens se abrem.  

  Uma delas fica na mansão Sakamaki, que é exatamente para onde estou indo.

  Todos os meses eu reservava um taxi para poder chegar lá, como não tínhamos mais a limusine era preciso se contentar com altas tarifas de taxi da cidade de Tóquio. Porém o dinheiro não era o mais importante nessa situação, o que realmente importava era vê-la...

  Naquela noite meu relógio marcava 22:07, meu taxi logo iria chegar ao seu destino, e como a mansão ficava num lugar vazio não havia ninguém para me incomodar. Após ver as longas arvores cobrirem nosso caminho durante todo o trajeto pude por fim ver a mansão.

   Ou pelo menos uma parte dela...

  Então o taxi parou. O taxista cobrou e eu paguei. Sem questionar o motorista não questionou o fato de eu estar num lugar daquele na calada da noite, ele apenas manobrou e foi embora.

  O frio fora da cidade era mais intenso, ainda mais quando se está no inverno em um lugar que é basicamente cercado por uma floresta, e uma estrada de asfalto já envelhecida pelo tempo.

  Meu casaco pouco me protegia da brisa fria que batia violentamente em meus cabelos, mas isso não era problema, até porque o tato de um vampiro não é tão sensível quanto a de um humano, só que mesmo assim eu sentia um arrepio correr pelas minhas costas.

  De qualquer forma eu pouco me importei, apenas abri o velho portão enferrujado que nem mais tranca ou emblema tinha. Andei em direção as ruínas da mansão e me sentei no monte de pedras tumultuadas do lado do jardim que possuía rosas murchas e secas, poucas delas sobreviveram.

  Eu queria poder dizer que tinha saudades de voltar aqui para a mansão, mas as coisas que me aconteceram aqui não foram muito agradáveis, então eu somente digo que tenho ressentimentos por esse lugar. Porque falta dele, não tenha mais...

  Antes da mansão ser queimada ela levou tudo consigo. Os empregados, as fotos, os quadros, as riquezas, as roupas.... Tudo. Porém entre os escombros e as cinzas era capaz de se encontrar coisas que não foram totalmente levadas pelo fogo.

    Uma delas foi o retrato de Yui. A foto nem se quer tinha rastros de que foi queimada ou rasgada, continuava intacta e preservada. No dia em que vim aqui após o incêndio eu peguei a foto e guardei, seu retrato hoje está ao lado da minha cama.

   É incrível como certas coisas foram feitas para o momento certo. Eu chamaria isso de destino, ou acaso, mas com todos esses acontecimentos fica difícil de se acreditar.

  Ainda me lembro quando tive que largar a escola sem terminar o ensino médio, e é por isso que hoje eu não consigo um trabalho e fico em casa o dia inteiro. Eu não consigo mais ter forças para continuar estudando, e nem se quer trabalhando.

  E pensar que a 3 anos atrás eu era um idiota por achar que toda a fortuna daquele infeliz iria me servir para vida toda.

    Doce ilusão...

   É por isso que hoje Shu, Kanato e Laito trabalham para nos sustentar, para pagar as despesas do apartamento e as nossas. Eu sei que é errado deixar tudo nas mãos deles, mas o que eu posso fazer afinal? Eu sou um inútil.

  Não sirvo para servir e nem ser servido, e é exatamente isso que me faz regredir ainda mais como pessoa. A única coisa que consigo fazer é vir aqui tirar o peso das minhas mágoas, e quem sabe me perdoar um dia....

  Outro rumor que rondou sobre mim e meus irmãos foi o fato de termos sumido, na verdade constaram que morremos no incêndio. O corpo de bombeiros apagou as chamas e logo em seguida averiguaram a causa do incêndio.

  Constaram que aconteceu de modo misterioso, os corpos dos empregados queimados só deram forças para os rumores, então deduziram ser um incêndio em massa de toda a família Sakamaki.

  Nunca conseguiram contatar a KarlHeinz ao acontecido, e ele nem se quer deu importância para isso. E sem um parente próximo da família para averiguação dos corpos o caso foi encerrado e nos deram como mortos, reduzidos ás cinzas.

  Ou seja, para os “conhecidos” nós estamos mortos.

  Não que isso seja um problema, na verdade foi até bom, pois isso baixou as perseguições do ministério sobre nós. Portanto, ninguém do mundo humano ou dos demônios sabem da nossa existência, e sinceramente, nem precisam saber.

  E em 3 três anos deram “Tougo” Sakamaki como desaparecido.

  Queria saber o motivo de KarlHeinz ter desaparecido quando o ministério atacou, e porque ele não deu sinal de vida quando “supostamente” fomos mortos. Mas quer saber, que se dane ele....

    Se for para depender de um cara como meu pai eu já estaria à beira da loucura.

     Aquele homem não presta.

  Solto um longo suspiro pensando nisso, e para voltar a realidade olha para meu relógio novamente: 22: 35. A passagem já vai se abrir...

    Esqueci de mencionar, mas a passagem não se abre sozinha, tem um guia para me levar até lá. Ele não é um humano, nem um vampiro, muito menos um demônio. Eu não sei descrever bem o que ele é, se é um espirito ou um animal, eu o chamo de Mori.

   Mori é o cervo protetor da passagem do mundo humano, ele equilibra quem pode ou não entrar na fenda que divide nosso mundo do dele. Ouvi dizer que ele lê a essência da alma das pessoas, mas por enquanto é só um boato. Mas sendo um boato ou não lá estava ele.

   Entre as arvores eu avisto o enorme cervo saindo dos arbustos, ele tinha um olhar pacifico apesar de só possuir os olhos pretos e opacos. Seus galhos eram longos que chegavam a alcançar as folhas das arvores, ele não era um cervo comum.

   Com a aparição dele era minha deixa para levantar e segui-lo, e foi o que eu fiz. Ao chegar perto da criatura ela fez menção para acompanha-lo para dentro da floresta escura.

  Os vagalumes naquela noite eram tímidos, não iluminavam quase nada ao meu redor, mas graças à luz da lua conseguia enxergar o caminho à minha frente. Os animais que viviam ali não faziam um barulho se quer na presença de Mori, eles se silenciavam e davam espaço para o grande cervo passar.

    Após alguns minutos andando, Mori parou em frente à passagem e fez menção para que eu continuasse. Aliás, a passagem ficava em um buraco cravado em uma arvore, ou seja, era somente entrar que eu estaria no outro mundo.

   E com ansiedade eu atravessei.

.

.

.

 Era um mundo totalmente diferente do nosso. Isso eu posso afirmar. Não tinha nada a se comparar com aquele lugar, era cheio de vida e misterioso, como uma terra nunca explorada antes. Obviamente havia muito a se aprender com aquele mundo, por isso eu venho aqui...

 E também... Por causa dela.

   Yui.

   Lá estava ela. De costas para mim, e de frente para lua. Seus cabelos loiros balançavam de acordo com a brisa do vento, e o campo de flores ainda não abrochadas ao seu redor a deixava mais bonita.

 Logo de cara abri um sorriso. Dei passos não muito rápidos até a mesma, e de fininho sussurrei em seu ouvido.

-Surpresa...

-Eu estava esperando por você –Ela ria de leve- Ayato-kun... –Yui virou seu rosto para me ver.

-Digo o mesmo.

-Está tudo bem? Você parece diferente –A loira perguntou preocupada.

-Diferente como? –Questionei.

-Está mais branco que o normal, e as suas roupas estão diferentes –Ela explicou.

-Ah.... Isso é porque estamos no inverno, tenho que me vestir assim –Respondi.

-Já estamos no inverno?

-Sim, você não sente?

-Eu sou um fantasma, não sinto nada, não sinto frio ou calor, nem mesmo dor...  –Yui olhava para suas mãos inquieta com o assunto. 

    Acho melhor mudar de assunto.

-E então, como foi seu dia? –Falei tentando não tocar no assunto.

-Não fiz nada de mais, hoje rebemos mais uma alma e temos um visitante frequente agora –Ela apontou para o lago onde estava um urso.

-O que ele está fazendo aqui? –Disse confuso.

-Ele perdeu seu filhote a pouco tempo, está vindo aqui para ver se a alma dele consegue reencarnar, mas por enquanto nada...

-Entendi, e enquanto a você? –A encarei.

-Apenas cuidando de detalhes superficiais, porém hoje você verá uma coisa nova –Ela falou animada.

-O que é? –Comentei curioso.

-Você verá... –Brincou a loira.

-Engraçadinha –Puxei seu nariz e ela começou a rir.

-Mas agora é sério –A mesma parou de rir repentinamente- Eu.... Descobri uma forma de sair daqui.

-Como assim...? –Eu desfiz minha expressão até pouco tempo estava animada.

 -Posso conseguir sair desse plano terreno e viver dentro de um corpo humano, vou poder viver com você, eu vou poder fazer tudo... –Yui se expressava feliz, mas....

   Eu não conseguia enxergar nada de bom naquilo. Ou quem sabe, era só egoísmo meu.

-Que legal.... Você vai poder viver num corpo humano de novo, isso é bom...

-Você, não gostou, não é? –A fantasma me encarou apreensiva.

-Não é isso, é só que.... As coisas estão muito complicadas agora, se você voltar, não vai ser a mesma coisa –Falei tentando argumentar contra o fato.

 -Então.... Terei que esperar mais um mês? –Ela disse ainda esperançosa.

-Não Yui, isso pode demorar mais do que você imagina.

-Porque? Oque está acontecendo na sua vida de tão complicado assim? –A loira questionou.

-.... Olha, o que eu vou te contar agora é recente, não sei muito bem o que vou ter de fazer, pode ser que eu suma por um tempo –Dei uma prévia do assunto.

-O que aconteceu Ayato?

-Bem, para começar você deve se lembrar da minha amiga, a Helena.

-O que tem ela?

-Ela está volta, está no nosso apartamento para poder realizar uma missão com todos nós, inclusive os Mukamis.

-Helena voltou? Que notícia boa! –Dizia a mesma sorrindo.

-Você por acaso escutou o que eu disse? –Disse incrédulo- Ela não voltou para uma colônia de férias, Helena já não é a mesma de 3 anos atrás, ela mudou e muito -Continuei- A aparência mudou, o jeito dela mudou, até como fala mudou! Eu sei que eu deveria estar feliz pela volta dela, e eu estou, mas não nessas condições.

-Está dizendo que Helena não veio para vê-los? Ela veio em serviço e está envolvendo vocês nisso?

-Exatamente, só que esse não é problema principal, o ponto é: Os Tsukinamis junto com Helena voltaram com a historinha de que querem tirar Kino do trono e toma-lo de volta para fazer dela herdeira legitima.

-Tirar Kino do trono... –Yui pareceu receosa.

-Isso mesmo, eles enlouqueceram! –Joguei toda minha raiva naquele grito.

-Eu sei disso, porém... Porque Helena iria correr atrás disso? Pensei que ela iria além disso... –Falou a loira num tom chateado.

-“Além disso”?

-É... Sabe, a Helena de verdade não tomaria o trono apenas por posse ou direito, ela faria muito mais do que isso.

-Não é só você que acha isso, todos nós pensamos o mesmo, e o fato dessa mudança da Helena afetou todo mundo.... –Soltei um suspiro longo abraçando Yui- Mas o que importa é que você continue viva aqui.

-Se bem que eu não me sinto viva a um bom tempo... –Ela resmungou.

-Falamos disso outra hora, até que eu volte aqui não quero que você faça nenhuma loucura, me entendeu? –Falei sério.

-Sim... –Respondeu ela a muito contragosto.

-Ótimo –Desfiz o abraço dando um sorriso de canto para a mesma- E então, o que quer me mostrar?

-Ah, é mesmo! Já até tinha me esquecido –A loira teve um estalo na mente- Vamos ver essas flores carmesim desabrochar! –A mesma apontava para todo o jardim de flores que se estendia por todos os cantos.

-Como vai faze-las desabrochar? –Perguntei confuso.

-Olhe –Ela direcionou meu olhar até a lua, e por incrível que pareça ela havia ficado vermelha de uma hora para outra sem nem mesmo eu perceber- Essa é a Lua de Carmesim, a cada um ano ela aparece e faz desabrochar todas essas flores.

   E para a minha surpresa todas as flores a nossa volta desabrocharam num passe de mágica, todas ao mesmo tempo. Arregalei meus olhos por um segundo, nunca havia visto uma coisa tão incrível como aquela.

-Não é bonito? –Yui abriu seus braços feliz por ver todas as flores desabrochadas.

-Sim, é muito bonito... –Concordei encarando a mesma que estava com um sorriso de ponta a ponta.

-É extraordinário o que esse mundo é capaz de fazer... –Dizia a fantasma satisfeita.

-Digo o mesmo –Fiquei observando todo aquele jardim imenso admirando a beleza dele, acho que nunca iria parar para ver uma coisa dessas.

-Eu queria poder ficar aqui com você para sempre vendo essa cena –Desejou a garota.

-Eu também queria –Entrelacei nossas mãos fazendo com que suas bochechas corassem um pouco.

-Ayato –Ela me chamou.

-Sim?

-Quero que você conte para Helena sobre mim, quero ver o que ela é capaz de fazer por mim, ou melhor, por nós.... –A loira apertou minhas mãos.

-Mas Yui-! –A mesma me interrompeu.

-Conte, não quero desistir dessa chance tão fácil assim –Seus olhos transcreviam determinação- Por favor...

-Está bem, eu falo! –Cocei a cabeça nervosamente.

-Obrigado –Ela agradeceu sorrindo- Aliás, logo mais você vai ter que voltar para casa...

-É mesmo –Concordei olhando as horas no meu relógio- Já é meia noite, daqui a pouco tenho que ir.

-Que pena, nossos encontros não duram nada... –Senti a chateação no tom de voz dela.

-Desculpa –Beijei sua testa- Prometo que da próxima vez iremos aproveitar mais.

-Promete?

-Sim, prometo –Estendi meu dedinho selando uma promessa com a mesma.

-Você prometeu... –Então Yui foi trazendo seus lábios pouco a pouco perto de mim e por fim tocou os meus.

-Eu voltarei... –Encarei suas orbes róseas.

-Mas antes de ir, quero que leve isso com você –Ela me entregou um livro, ele tinha capa dura e parecia ser bem velho- Mostre para Helena, aqui tem tudo o que vocês precisam saber sobre o que eu falei.

-Certo –Guardei o livro- Bem, acho que eu já vou indo...

-Ok, volte logo... –Yui acenou em despedida para mim, eu fiz o mesmo enquanto andava até a passagem de volta para o mundo humano.

   Vou sentir sua falta... Yui.

 Então eu atravessei. Mori me esperava do lado de fora pacientemente, assim que me viu se levantou e me guiou para fora da floresta. O caminho de volta foi mais silencioso do que a ida, e isso me incomodava muito, talvez porque eu teria que esperar mais um mês para rever Yui.

   De qualquer forma eu não podia reclamar, ou era eu ter que esperar ou nunca poder vê-la. Isso está acabando comigo...

    Quem sabe Helena poderia me ajudar em trazer Yui em um corpo humano de volta, mas futuramente poderiam haver consequências, e na situação em que estamos agora não me asseguro de que tudo possa sair bem no final.

     Que droga.

   Ignorando isso eu havia chegado ás ruinas da mansão, agradeci a Mori por ter me levado de volta e ele deu de costas indo embora. Como estava tarde decidi chamar logo o taxi para voltar para casa, disquei o número no celular e um tempo depois o táxi chegou.

 Tudo o que eu mais quero agora é estar em casa....

***

[01:21]

   Tarde.

   Havia chegado mais tarde que o esperado. Reiji poderia arrancar meu coro só de saber que voltei tarde, mas decidi arriscar mesmo assim. Eu tinha acabado de sair do elevador, não havia ninguém nos corredores e não se ouvia nenhum barulho, então silenciosamente fui até o meu apartamento e abri a porta.

   Meus irmãos e os Tsukinamis já estavam “dormindo’, na verdade eles estavam deitados no sofá da sala assistindo a algum programa entediante na Tv. Eles nem ao menos perceberam a minha presença, apenas continuaram assistindo enquanto eu entrava no meu quarto.

  Adentrando o cômodo eu só podia enxergar a luz lua batendo em minha estante, onde ironicamente estava o porta retrato de Yui sorrindo. Eu queria eternizar aquele sorriso no rosto dela agora, porque no momento, só sua falta...

  Tirei meus sapatos me jogando na cama, meu corpo estava pesado e não fazia ideia do porquê, porém tratei de colocar o livro que Yui me deu em cima da estante antes de poder dormir.

   E ao ver a foto da loira ao lado da minha cama me fez pensar: Seria uma boa ideia traze-la de volta?

[Continua...]


Notas Finais


Olá pessoas!
Eu sou a Sunny <3
E espero que tenham gostado desse capitulo :)
Acharam que tinha esquecido da Yui? Nana nina não!
Esse capitulo é dedicado para você que senti falta dela kkkk
É isso!
Beijos *3*
Até!


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