História Pair of wings - Parte 16

Justin havia voltado de viagem. Me ligou dizendo que seu pai e seus irmãos estavam vindo a NY e ele iria me apresentar á eles. No que dizia respeito á sua mãe e seu padrasto, eles teriam que esperar já que teríamos que ir até Memphis pra vê-los, mas isso seria muito em breve!

 E então, numa quinta feira á noite, me arrumei e fui até o apartamento dele. Ia ser apenas um jantar, apenas isso. Bati a porta e ele veio me atender. Ainda não havíamos nos visto e a saudade era enorme, porém, nos contivemos e demos apenas um selinho demorado antes que alguém no visse. Comemorações somente mais tarde!

 -Eles já chegaram?- sussurrei- Me desculpe o atraso, cheguei um pouco tarde do trabalho!

 - Já!- ele sorriu grande, me puxando pela mão- Não tem problema, amor!

 Os três estavam na sala. Randy, Stephen e ele… JONATHAN! Senti meu estômago revirar ao vê-lo, todas aquelas lembranças, as discussões, as declarações que não faziam sentido algum pra mim e muito menos tocavam meu coração…

 - TESSA?- ele diz meio confuso. Quase três anos sem nos vemos!

 - Oi- sorri sem graça enquanto ele me estreitava em um abraço apertado.

 -Vocês já se conhecem?- Justin pergunta achando no mínimo estranho, como todos ali.

 - Claro!- Jonathan fala animado demais- Tessa Scott!- e dá um sorriso de cumplicidade a Justin. Sua feição muda rapidamente e seu rosto empalidece.

 -E então, ela é a sua… Namorada?- Stephen, o irmão caçula pergunta.

 - Não- ele é taxativo em dizer- Apenas uma amiga que convidei pro jantar.

 Meus olhos se enchem de lágrimas. E eu sabia exatamente o porque ele estava me tratando assim. O segui até a cozinha, andando firmemente.

 - O que tá acontecendo?

 - Não é nada- ele mal olha pra mim.

 - Amor, não precisa ter ciúmes, você sabe que…

 - NÃO É CIÚMES!- ele grita.

 - Acho que devo ir embora, não?- falo mais pra mim mesma.

 Dou meia volta e saio com a esperança de que ele me peça pra ficar, mas não. Sinto uma mão pegar em meu braço.

 - Tess, você já vai?- Jonathan me para- Preciso falar com você, é muito importante.

 - Agora não, por favor- fecho a porta atrás de mim, voltando pra casa. (…)

JUSTIN ON

 Voltei pra sala, dei uma desculpa qualquer e esperei que todos acreditassem. Disse que Tess tinha vindo avisar que não poderia ficar pro jantar e que Liza (minha namorada fictícia!) também não poderia vir.

 Após comermos, Jonathan me chamou até a sala pra uma conversa em particular. Eu não podia errar, não podia pisar em falso ou ele acabaria me odiando mais do que tudo no mundo.

 - Se lembra daquela garota, a Tess?- ele começa.

 -O que tem ela?- disfarço.

 - Ela é a Tess, a sua amiga, a moça que estava aqui…

 - Imaginei pela sua cara de felicidade- descontraio

 - Não acreditei quando a vi. Cara, isso é… Não dá pra explicar!-  o vejo dar um sorriso enorme, me dando coragem pro que eu deveria fazer.

 - Mas já faz tanto tempo, você ainda gosta dela?- pergunto á ele.

 - Isso não é gostar. É amor, sempre foi, desde aquele dia, Mas ela nunca me correspondeu apesar de eu ser capaz de dar a vida por ela!

 As palavras dele são como facas entrando em meu peito. Me lembrei da noite em que passamos juntos na praia, que fiz amor com ela… No quanto Tessa era incrível única! Quem poderia culpa-lo por se apaixonar tão instantaneamente?

 - Tenho o telefone dela e sei aonde mora- me peguei dizendo. A culpa me consumindo.

 - Obrigada- Jonathan me abraça- Espero conseguir, finalmente, depois de longos anos, conquistá-la!

 Ele saí e me deixa com meus pensamentos. Eu precisava fazer, era o certo. (…)

Três longos dias se passaram e nada dele. Nem uma ligação, apenas o nada. Me vesti com uma roupa qualquer naquela manhã e fui até o apartamento dele. Era cedo ainda e chovia uma garoa fina, o Sol se escondendo a todo custo por entre as nuvens carregadas e o frio cortante.

 Subi, toquei a campainha e fiquei esperando. Não demorou muito até ele abrir a porta.

 - O que você tá… Fazendo aqui?- o desprezo dele cortando meu coração em pedaços.

 - Precisava falar com você- falo baixo- Posso entrar?

 Justin abre a porta e eu entro. Noto que ele está sem camisa, apenas de calças largas e descalço. Minha vontade era me jogar nem seus braços… Não sei por onde começar e isso me aflige.

 - Por que você não me ligou?- Começo como se nada de errado tivesse acontecido, me iludindo- Fiquei esperando…

 - Não tive tempo- sua resposta é rápida e seca.

 - O que tá acontecendo?- suplico, meus olhos marejando já.

 - Acho que você sabe… – me encara.

 - É por cauda dele não é, do seu irmão?- me arrisco apesar de saber a verdade- Isso foi há muito tempo, nós não…

 - ELE TE AMA!- Justin praticamente grita.

 - Não, não é verdade- digo já imaginando o que viria a seguir.

 - Mundo pequeno esse- ele anda de um lado pro outro da sala- Tessa Scott, a Tess do Jonathan- sorri nervosamente, com raiva.

 - E o que isso tem a ver…?- finjo não entender. Eu não quero entender.

 - Terminou Tess, eu e você- me fala e vejo lágrimas em seus olhos.

 - O QUE?- grito sentindo o chão sair debaixo dos meus pés- NÃO DIGA ISSO!

 - Saia, por favor- me pede de cabeça baixa.

 - Não faça isso comigo, com a gente… - me aproximo e passo a mão pelo seu rosto, beijando sues lábio enquanto ele continua imóvel, olhando fixo pra algum lugar através da janela.

 - Ele é meu irmão- diz num sussurro.

 - Isso foi há muito tempo, não tem importância, você sabe disso- tento convence-lo.

 - ELE É MEU IRMÃO, TESS- grita novamente- UMA DAS PESSOAS QUE MAIS AMO E PREZO NO MUNDO E ELE ESTÁ APAIXONADO POR VOCÊ, SEMPRE ESTEVE.

 - Então é isso?- coloco as mãos sobre a cabeça- Você está escolhendo ele ao invés de mim?

 Justin senta no sofá, fitando o chão.

 - Você não sabe o que é ouvir seu irmão te ligando no meio da noite, chorando, desesperado, sem saber o que fazer pra ficar com você de novo, pra ter a sua atenção…

 - Você está me culpando? Pelo amor de Deus, foi apenas uma noite, alguns malditos beijos nos cantos de uma boate escura… O QUE VOCÊ ACHA QUE FOI, HEIN?!- me revolto com ele, com Jonathan, com o mundo, com tudo.

 - ELE SE APAIXONOU POR VOCÊ! VOCÊ NÃO ENTENDE?- volta a gritar comigo- E eu não o culpo…

 - Nossa, não sabia que eu era assim, tão especial… - ironizo- Passei a vida toda me achando uma idiota completa e olha agora… Vocês dois me disputando. MARAVILHA!- bato palmas na cara dele. E TUDO POR CAUSA DE UMA BEBEDEIRA MAL RESOLVIDA. ME DESCULPA, MAS SEU IRMÃO É UM IMBECIL!

 - Você nunca… Gostou dele?- me pergunta e vejo um fio de esperança em seus olhos. Minha vontade era ir contra ele.

 - NUNCA!- me imponho- E não pense, nem por um segundo sequer, que eu vou ficar com ele, que vai me jogar nos braços dele… Faça o papel de irmão resignado, mas não conte comigo.

 - Eu te amo e você sabe- Justin me olha fixo, amorosamente- Mas não podemos ser felizes, eu não posso ser feliz ás custas do sofrimento dele.

 - E é assim que você me ama?- rebato- Me deixando ir?

 - Não vamos voltar a isso, por favor…

 - EU TE AMO E SEMPRE VOU AMAR VOCÊ, NÃO IMPORTA O QUE ACONTEÇA!- grito me jogando nos braços dele- VOCÊ ME AMA TAMBÉM, EU SEI. NÃO DESISTA DE MIM, POR FAVOR…

 - Eu não posso, Por Deus, eu não posso…- ele me afasta- Vá embora, por favor!

 -Ele sabe?- pergunto secando as lágrimas- Que você e eu…?

 - Não, mas acho que desconfia.

 - Então é isso, é assim que tudo vai terminar?- meu coração estraçalhado por dentro.

 Ele apenas assentiu. Me viro e dou um ultimo beijo, nossas lágrimas misturadas uma a outra.

 - Não vou desistir de você!- e saio porta afora. (…)