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História Pais por Acaso - Um.


Escrita por: yoongizzz

Notas do Autor


Olá.
AVISOS IMPORTANTES: Essa fanfic é de minha total autoria e é postada SOMENTE AQUI no Spirit Fanfics, qualquer outra obra de mesmo enredo é plágio e peço para que avise-me sobre se encontrar algo. Não autorizo nenhuma postagem fora do site e nem adaptação da fanfic. Por favor, não copie a fanfic com outro couple e poste-a em outra categoria, ainda assim é plágio, e relembrando: Plágio é crime.
Quer ajuda para criar uma boa fanfic: Chame-me no privado, irei adorar ajudar.
Boa leitura ❤

Capítulo 1 - Um.


 

— Eu declaro que Hoseok, Kihyun, Jooheon, Changkyun e Hyungwon estão sob a custódia de Son Hyunwoo e Lee Minhyuk a partir de hoje. — O juiz bateu com o martelo na mesa e deu o caso como encerrado. 

Depois de horas sentado no banco de madeira desconfortável daquela sala, finalmente pude sair daquele lugar. Deus me livre trabalhar em cartórios, ave Maria. Minha vida está uma total confusão, e total eu quero dizer como se os polos da Terra estivessem invertidos. Em menos de três míseros dias minha vida conseguiu tomar outro rumo. Eu, Minhyuk, um aluno de faculdade com um futuro brilhante pela frente, ou nem tanto assim, tive a bela surpresa de perder meus amigos em um acidente de carro e como brinde, ganhei a guarda de cinco demônios. Digo anjos. 

Son Hyunwoo, apelidado de Shownu, meu melhor amigo desde não tão sempre, também foi metido nessa loucura. Apenas fomos informados de que havia ocorrido um acidente, haviam mortos, haviam crianças órfãs e havia uma carta que dizia que era para nós cuidarmos delas. Pronto, sem protestos. Pensamos muito sobre aceitar a loucura, eu queria muito recusar, mas quando os meninos souberam que iriam para orfanatos e que seriam separados, eu nunca vi pessoas chorarem tanto. E são crianças que nem dez anos de idade possuem. Morri de chorar junto com eles porque sou um bebê chorão. 

E agora, no fim das contas, estou aqui, a caminho do orfanato onde cinco crianças estavam assustadas e desesperadas. Pessoa mais sortuda que eu nesse mundo? Imagina. A todo momento eu somente me pergunto: Por que eu? Por que comigo? O que eu fiz pra merecer isso? Como eu vou cuidar de crianças sendo que não cuido nem do meu próprio nariz direito? Como vou dizer pra minha mãe que virei pai junto com Hyunwoo e que agora ela é avó de cinco crianças super lindinhas? Ou ela vai desmaiar ou eu vou parar dentro de um caixão. Estou pagando por todos os meus pecados. 

O orfanato – nada bonito, diga-se de passagem – mais sem cor que meus cabelos, logo fora avistado por mim e por Hyunwoo, que dirigia o carro, que era chique e bem espaçoso. Descemos e procuramos pelo documento para retirarmos os pequenos filhos dos falecidos daquele local que estava dando medo até em mim. Fomos levados até um quarto onde quatro das crianças estavam, era de partir o coração ouvir o choro alto delas. 

Nunca vi pessoas tão felizes ao me ver, e olha que minha mãe até chora de felicidade quando eu a visito. Hoseok, o mais velho, correu gritando meu nome e logo me abraçou. Deus do céu o que esse garoto come pra ser tão forte assim? Logo, eu estava no chão, com quatro crianças em cima de mim me abraçando. Santo senhor, lá se vai um Minhyuk. 

— Assim vocês vão matar o Minhyuk. — Hyunwoo disse rindo da cena. 

— Vocês vieram tirar a gente daqui? — Changkyun perguntou segurando a mão de Hyunwoo. 

— Viemos. — Respondi recuperando meu ar. — Onde está o Hyungwon? 

— Não sei, aquela moça feia o levou daqui. — Jooheon apontou para a funcionária na porta. 

Quis me enfiar num buraco ali mesmo com a cara da moça. Criança é algo lindo, só que calado. 

— Jooheon... — Hyunwoo repreendeu o menino. — Não se diz coisas assim. 

— Mas ela é feia... Me assusta. — Jooheon continuou. 

— Jooheon se você ficar quietinho vai poder tomar sorvete assim que nós sairmos daqui. — Chantageei mesmo, ou então ele continuaria falando asneiras. 

Dito e feito, Jooheon calado, problemas resolvidos por hora. Sorri forçado para a moça na porta, e a mesma me olhava como se fuzilasse todo o meu rosto, mas ignorei, indo até ela e pedindo para que me levasse até Hyungwon enquanto Hyunwoo levava os outros meninos até o carro. Hoseok, Kihyun, Jooheon, Changkyun e Hyungwon. Cinco crianças que eu sempre mimei muito — e agora começo a me arrepender. Hoseok tem nove anos e Kihyun tem oito, e os dois são os únicos que sabem sobre a morte dos pais. Jooheon tem seis e Changkyun tem cinco anos, dois demoniozinhos. Hyungwon, o mais novinho, apenas três anos. 

Segui pelo corredor longo junto da funcionária e logo chegamos até a sala das crianças menores. Haviam tantos berços que eu nem pude contar, gente do céu, quanta criança. Varri o quarto com os olhos, literalmente, e logo pude ver a figura sorrindo animada pra mim, no berço bem no fundo do quarto. 

— Minuki! — Adivinhem quem não sabe pronunciar meu nome direito e me derrete todo com isso? Isso mesmo, Hyungwon. 

— Hyungwon. — Respondi todo feliz, caminhei até o berço e o peguei no colo, sentindo seus braços minúsculos me abraçarem como podiam. 

— Cadê a omma e o appa? — Ele perguntou. 

E então um Minhyuk sem chão. Que eu vou dizer pra essa criança? A verdade que não pode ser. 

— Bom, eles estão... — Pensa Minhyuk, pensa, PENSA. — Em uma viagem muito importante e vão demorar pra voltar, e aí eu e o tio Shownu vamos tomar conta de vocês. — Boa desculpa, isso mesmo, cabeça pensante. 

— E por que nós viemos pra esse lugar? — Hyungwon perguntou. 

— Bem... — Pensei um pouco. — Porque... Porque tinham bichinhos na casa de vocês, bichinhos do mal. 

— Bichinhos? — Ele perguntou ainda mais curioso. 

— Sim, todos aqueles bichinhos que voam e fazem barulhos irritantes. — Respondi enquanto caminhava pelo corredor em direção à saída daquele lugar. 

— Eu não gosto desses bichinhos. — Ele começou a brincar com meu cabelo. 

— Por isso nós verificamos a casa toda para que eles não voltem! — Respondi sorrindo. 

Desci as escadarias do lugar e me dirigi ao portão de metal em preto da saída. Andei até o carro e pude ouvir a barulheira de longe. Ok, acho que ficarei surdo em pouco tempo. Cheguei perto do carro e o barulho só aumentava. Deus, me puxa. Abri a porta do carro, respirei fundo e berrei alto, bem alto mesmo. 

— Silêncio! — Apertei os olhos com força, me assustando com o meu tom de voz. 

— Xilêncio. — Hyungwon disse, colocando o dedinho na frente da boca e fazendo carinha de bravo. 

Criança, eu vou te apertar! 

— O Kihyun disse que eu não vou tomar sorvete. — Jooheon bufou. — Minhyuk nós vamos tomar sorvete, não vamos? 

— Se vocês continuarem brigando assim, ninguém vai tomar sorvete. — Ditei. Sinto-me um pai, que orgulho. 

Orgulho, risos, estou com medo isso sim. Se parar pra pensar, eu sou mais criança que todos esses cinco seres juntos. Tanto eu quanto Hyunwoo. Coloquei Hyungwon na cadeirinha e coloquei o cinto de segurança em Hoseok que insistia em tirar o objeto de seu corpo. Deus me dê paciência porque se me der forças eu cometo um crime. 

— Não sou um bebê! — Ele gritou. 

— Com a birra que você tá fazendo, você parece um. — Retruquei todo calmo, mas por dentro eu estava era surtando. 

E assim a paz reinou. Sorri vitorioso assim que fechei a vã depois de colocar o maldito cinto no garoto. Vai achando que eu não vou fazer essas crianças me obedecerem. Bom, pelo menos eu vou tentar né. Sentei-me no banco da frente ao lado de Hyunwoo, e o mesmo riu ao me ouvir suspirar. Suspirar pela milésima vez em apenas um dia, porque tive que ter muita paciência pra tudo.  

— Está preparado? — Hyunwoo perguntou, dando partida no veículo. 

— Pra sofrer? Isso eu já estou acostumado. — Respondi. 

— Muito drama queen, Minhyuk, menos. — Ele riu. 

— Escuta, eu vou apertar o Hyungwon com todas as minhas forças, já viu como aquele anjo é fofo? — Perguntei indignado. 

— Eu vejo você todos os dias, você é um anjo, uma fofura e nem por isso saio de apertando. 

E lá estava eu, como um tomate, encarando Son Hyunwoo que tinha um sorriso lindo nos lábios. Bufei e me virei para a frente, rezando para ter colocado meus fones na mala que fiz para levar para a casa que agora seria minha moradia, porque se for pra ficar surdo, que seja ouvindo música, e não ouvindo esses seres gritarem 24 horas por dia. 

Depois de meia hora, uma leve – lê-se enorme – dor de cabeça e um sono terrível, chegamos a casa. Senti-me pobre, a casa devia valer meus rins e mais alguns órgãos, tipo todos. Ou até mais, mas isso não importa. Os meninos saíram correndo em direção a casa, menos Kihyun e Hyungwon. Kihyun entrou caminhando lentamente, e Hyungwon, bem, ele não sabe sair da cadeirinha sozinho. Tirei-o dali e fechei a porta, batendo no vidro para que Hyunwoo fosse estacionar o veículo em outro lugar. Desci Hyungwon no chão e o mesmo saiu saltitante para dentro da casa. Quase morri de amores quando ele teve de parar e subir degrau por degrau para chegar à varanda e finalmente entrar na casa. 

Sobre a casa valer meu corpo todo em questão de órgãos, eu acho que deve valer o meu corpo mais o do Hyunwoo e das crianças. A casa era um luxo enorme e aquilo me incomodara tanto, me fazendo sentir péssimo. Como está tudo intacto com cinco crianças dentro dessa porcaria? Santo senhor, eles viravam estátuas quando estavam aqui, só pode. Andei até a cozinha, observando como tudo era moderno e organizado. Dá até dó de usar as coisas, bagunçar ou sujar. Abri a geladeira e meu queixo foi ao chão. A fartura de comida ali era enorme, enquanto onde eu vivia era um lanche pela metade e um refrigerante e olhe lá.  

Sai de meus pensamentos ao escutar gritos no segundo andar. Santo senhor, eu não vou ter nem um minuto de paciência? Corri subindo os degraus de dois em dois e segui o som. O quarto enorme com as paredes em azul possuía duas beliches e um berço, com um guarda roupa enorme que ficava inserido na parede. Os brinquedos estavam todos espalhados, e duas crianças brigavam. 

— Devolve, Changkyun! — Hoseok puxava o brinquedo que Changkyun também puxava. — Isso é meu. 

— Mas eu quero brincar com ele. — Changkyun retrucou. 

— Mas ele é meu. — Hoseok se defendeu. 

— Mas eu quero brincar. — Changkyun soltou o brinquedo, fazendo Hoseok cair no chão. 

E assim, a briga se tornou uma luta. Hoseok iria partir pra cima de Changkyun, se eu — lê-se babá — não tivesse interferido. Uma criança no hospital nessa altura do campeonato não seria nada bom. 

— Sem brigar, sem bater, sem gritar. — Entrei no meio dos dois. 

Péssima escolha. Senti algo me acertar na barriga e cai no chão, tentando recuperar o ar perdido. Senti-me um balão sendo estourado, Deus, socorro. 

— O que está acontecendo? — Ouvi a voz de Hyunwoo. — Minhyuk! O que aconteceu? 

— Hoseok deu um soco no Minhyuk. — Changkyun denunciou. 

— Foi sem querer! — Hoseok se defendeu, e realmente foi. 

— Não foi sem querer, Hoseok não gostou do Minhyuk e quis que ele odiasse a gente para que ele fosse embora. — Jooheon inventou. 

— Chega! — Hyunwoo disse num tom tão autoritário que até eu fiquei com medo. — Não quero saber os motivos, não quero agressão aqui dentro, Hoseok peça desculpas ao Minhyuk. 

— Desculpe, Minhyuk... — Hoseok disse baixo. 

— Tudo bem... — Respirei ofegante. — Peça desculpas ao Changkyun também, e você também Chang, peça desculpas ao Hoseok. 

— Desculpa. — Os dois disseram em uníssono. 

— Tudo bem... — Hyunwoo me ajudou a levantar. — Cadê o Kihyun e o Hyungwon? 

É só piscar os olhos que eles somem? Que truque de mágica legal, viu, Deus, me ensina depois. E lá estávamos nós, procurando duas crianças, como loucos, enquanto outras três tentavam manter a paz no quarto. Eu já havia vasculhado a casa inteira, já havia me perdido umas cinco vezes, entrado no mesmo cômodo umas vinte vezes e não encontrava os dois meninos. 

Sai procurando pelo jardim, olhando toda a volta da casa. E foi quando cheguei ao quintal que o desespero bateu forte. Havia uma piscina na casa. Santo anjo da guarda, proteja meus meninos de qualquer mal, amém. Corri rápido até a piscina e respirei aliviado ao ver que não havia ninguém dentro dela e nem por perto. Menos mal. Continuei a procurar pelos meninos, dando voltas e mais voltas, até que encontrei uma figura familiar. 

Kihyun estava sentado num ponto aleatório do gramado verde, parecia estar em outra dimensão. Caminhei lento até o menino e sentei-me ao seu lado. O mesmo me olhou com os olhos marejados, e ali eu quis chorar também. 

— Por que eles se foram? — Ele me perguntou, brincando com a grama em sua mão. 

— Isso eu não sei te responder... — Eu disse sincero. 

— Vai demorar muito pra isso parar de doer? Eu estou com tantas saudades deles... — Kihyun perguntou. 

— Bom, eu não sei se vai doer menos em algum momento... — Abracei-o de lado. 

— Eu sinto como se nada fizesse mais sentido. — Ele confessou. 

Kihyun, para sua idade, parecia ser muito maduro. Ele estava lidando com uma dor que eu nunca senti, nada parecido aconteceu comigo, e isso me dói, porque não sei como ajudá-lo. Apenas o abracei, deixando que chorasse, apertando-se no abraço. Quando ele finalmente parou de chorar, levantei seu rosto e sequei-o com as costas das mãos. Sorri e o mesmo apenas sorriu de canto. 

— Sempre que precisar, pode conversar comigo, estou aqui se quiser desabafar. — Disse a ele. 

— Ok... — Ele assentiu. 

— Minhyuk! — Ouvi a voz do Hyunwoo me chamar e ele se aproximar de nós correndo. — Encontrei o Hyungwon. 

 

Eu não sabia se queria apertar o Hyungwon, não sabia se ria, não sabia se chorava, não sei nem como reagir. A criança, de três anos, havia conseguido alcançar o pote de chocolate da geladeira e estava a comer no chão da cozinha, o único lugar que eu não passei pela casa toda. E estava ali, todo melecado, sorrindo marrom com o doce na boca, e havia se sujado todo.  

Hyunwoo ria da cena, e eu apenas observava com um meio sorriso e Kihyun ria como louco atrás de nós. 

— Hyungwon... — suspirei, pensando que eu, papai de primeira viagem, terei de limpá-lo.  

— Minuki! Souiu! — Hyungwon disse comendo mais um pouco do doce. — Vocês querem? — Ofereceu. 

— Souiu? —  Hyunwoo alto. — Essa criança não existe... 

— Agora você entende minha vontade de apertar ele. — Ri baixo. 

— Sim. — O Son assentiu. 

— Hyungwon, o que você está fazendo? — Perguntei ao menino. 

Ele não respondeu, apenas pegou mais chocolate e colocou em sua boquinha, balançando os bracinhos. Andei até ele e retirei o pote dali, colocando-o no balcão e pegando o pestinha no colo. Como dar uma bronca nesse ser humano? Me diz? 

Depois de ter dado um banho em Hyungwon, eu e Hyunwoo colocamos todos os meninos para assistirem um filme aleatório que foi escolhido depois de muita discussão, gritos, choros e chantagens. Hyunwoo parecia não ligar, apenas observou como eu discutia com as crianças, e o palhaço ainda ria de mim. Pronto, estou no circo, só pode. 

— E aí, o que vai fazer para o jantar, omma? — Hyunwoo me provocou. 

— Se você não quiser que seja assado de Son Hyunwoo, é bom parar com as piadinhas. — Respondi irônico. 

— Quanto estresse, isso dá rugas, viu...— Ele brincou. 

Ameacei jogar a colher que estava em minha mão, mas ele apenas riu e voltou a mexer em seu celular, enquanto eu preparava o macarrão que havia decidido fazer para o jantar. Juntei todos os ingredientes do molho e os coloquei numa panela, levando ao fogo enquanto a massa cozinhava na panela ao lado. Não sou nenhum chefe de cozinha renomado e famoso, mas sei me virar com o que aprendi com minha mãe. Aliás, ainda estou pensando em como contar que estou com a guarda definitiva de cinco crianças desconhecidas por ela. 

Desde que eu e Hyunwoo fomos informados sobre os meninos, a pergunta que se passava pela nossa mente era “por que nós?” e o advogado que cuidou do caso nos explicou. Eu e Hyunwoo éramos muito amigos dos pais dos meninos. Os dois tinham uma empresa, que continua funcionando, e nós procuramos emprego por lá quando chegamos a cidade. Não tínhamos dinheiro e nem especialização em alguma área. Fomos contratados como cafeteiros do local e logo criamos uma amizade incrível com os donos de tudo aquilo. Eles nos ajudaram sempre, gostaram muito de nós pelo nosso esforço, dedicação e simpatia, e assim, passaram-se alguns anos, e nós conseguimos um emprego na área que estávamos cursando na faculdade. E assim, quando tinham que viajar, por confiarem em nós, pediam para que cuidássemos das crianças. Quando os conhecemos, Hyungwon era um bebezinho de poucos meses.  

E aqui estamos nós, com uma confiança imensa e uma responsabilidade do caralho nas costas. E o que mais me assusta, é pensar que vai ser assim para sempre. 

Assim que o macarrão estava pronto, chamei todos para comerem depois de arrumar a mesa espaçosa. Coloquei Hyungwon na cadeirinha especial para ele e servi cada um dos meninos. Todos estavam comendo, até eu perceber que Kihyun nem tocara na comida.  

— Não vai comer Kihyun? Está ruim? — Perguntei. 

— Não Minhyuk... deve estar ótimo, mas eu estou sem fome. — Ele respondeu sem ânimo. 

— Mas você precisa comer... — Tentei incentivar. 

— Estou sem fome... — Kihyun suspirou. — Posso ir para o quarto? 

— Pode. — Deixei, não adianta discutir se ele não quer comer. 

Assim ele saiu, sumindo pela porta da cozinha. Me senti horrível por vê-lo daquele jeito e encarei Hyunwoo. Parecia que ele lia meus pensamentos, apenas sorriu pra mim e voltou a comer, como se dissesse que tudo iria ficar bem. Assim que terminei de comer, ajudei Hyungwon com sua comida, antes que ele fizesse uma bagunça com o macarrão. Quando os meninos terminaram, saíram correndo como loucos para a sala e logo começou a gritaria, santo senhor. 

Hyungwon terminou de comer e assim que pude, limpei suas mãos sujas de molho e seu rostinho também. É o tipo de criança que come tudo, sem fazer birra, mas que se lambuza inteirinho e quer comer sem usar os talheres. 

— Minuki, nós podemos ir ao parque? — Ele perguntou assim que o peguei no colo. 

— Podemos sim, quando estiver um dia com bastante sol nós iremos, tudo bem? — Prometi. 

— Ou quando a omma e o appa voltarem! — Ele sorriu largo, mostrando os dentinhos que cresciam. 

Eu quis chorar, mas me segurei.  

Eu queria realmente entender por que as crianças acham que tomar banho é ruim? Hyungwon é realmente um anjo, tomou banho sem fazer alvoroço, foi um amor de bebê, e aí chegou a vez de Jooheon e Changkyun. Tive de correr a casa toda para capturar Jooheon e procurar Changkyun que havia se escondido. Jooheon eu consegui levar até o banheiro e depois de muita insistência, consegui colocá-lo na banheira, e assim fui atrás de Changkyun. O menino havia se escondido tão bem que eu já havia revirado a casa toda de cabeça pra baixo e nada do demônio. Só o encontrei porque ouvi a risadinha vindo de debaixo da cama do quarto de hóspedes. E assim, arrastei — literalmente, o menino não queria ficar em pé e se debatia no meu colo — até o banheiro e tranquei a porta para não ter mais problemas. 

— Vamos Chang, colabore comigo! — Pedi, tentando retirar sua blusa. Deus, dai-me paciência. 

— Eu não quero tomar banho. — Ele disse bravo. 

— Mas você precisa tomar banho. — Respondi. — Olhe o Jooheon, ele também não queria. 

— Eu não estou sujo! — Ele gritou. 

Deus tá me testando, e eu não vou aguentar não. 

— Isso não é desculpa. — Disse sério. 

— Mas eu não quero! — Ele bateu o pé no chão, gritando mais um pouco.  

Retirei Jooheon da banheira e o sequei, colocando logo depois o pijama no menino. Ainda consegui pentear os fios do menino, que logo saiu saltitante pela casa com suas pantufas de abelha. Virei-me para Changkyun e bufei. Mesmo estando acostumado com o jeito teimoso dele, eu ainda fico bravo por ele forçar tanto a barra. 

— Se você não tomar banho, todos os bichinhos vão voltar pra casa. — Inventei. — E irão todos atrás de você. 

— Eu não tenho medo deles. — Disse se fazendo de corajoso. 

— Tem uma barata ao lado do seu pé. — Brinquei. 

E meus amigos, nunca, jamais, em hipótese alguma, falem isso pra uma criança. NUNCA MESMO.  

Changkyun começou a gritar tão alto e a chorar de uma maneira tão dramática que eu, Minhyuk, quase morri do coração por não saber o que fazer. De onde essas crianças criam timbres tão agudos? Santa mãe, me ajuda.  

Shownu entrou no banheiro a toda velocidade acompanhado de Hyungwon que se escondia atrás de suas pernas. E eu estava ali, observando tudo com o olhar mais assustado do mundo, enquanto Changkyun chorava e gritava. 

— O que aconteceu? — Ele perguntou. 

— Tinha uma barata aqui. — Changkyun berrou ainda mais, batendo os pés no chão. 

— Não tem barata nenhuma aqui Changkyun, eu só falei isso pra você tomar banho. — Me defendi. 

— Não tem barata nenhuma aqui Changkyun. — Hyunwoo repetiu. — Você tem que tomar banho. 

— Mas eu não quero. — Ele ao menos parou de gritar, abençoado seja Son Hyunwoo. 

Suspirei pesado e me encostei na banheira atrás de mim, mas que droga. Nem dar banho em uma criança eu consigo, sério isso? Eu devo, realmente, ter colocado fogo em um orfanato em alguma vida passada pra merecer uma coisa dessas. 

— Minhyuk, deixa que eu dou banho no Changkyun. — Hyunwoo disse.  

Sai do banheiro com Hyungwon me seguindo, e logo desci as escadas, me dirigindo até a cozinha. Bebi um grande copo de água gelada e encarei a pequena figura a minha frente querendo colo. HYUNGWON, ASSIM VOCÊ DESTRÓI MINHAS ESTRUTURAS. 

— Minuki, por que o Chan estava gritando? — Hyungwon perguntou. 

— Por um motivo bem besta... — Fui breve na explicação. 

— O que é besta? — Ele me perguntou curioso. 

— É algo bobo. 

Lembrei-me de Kihyun naquele momento e que o mesmo não tinha comido nada durante o dia todo. Procurei por algo que o mesmo não fosse recusar e achei biscoitos com gotas de chocolate. Coloquei-os num prato aleatório assim que sentei Hyungwon no balcão ao meu lado e procurei pelo leite na geladeira, logo misturando-o num copo com achocolatado.  

— Venha. — Coloquei Hyungwon no chão e peguei o prato e o copo. — Vamos animar o Kihyun. 

— Kiun tá triste? — Ele perguntou. 

— Sim, um pouquinho. — Respondi sem ânimo. Aquilo me partia o coração. 

Subimos as escadas degrau por degrau e fomos até o quarto dos meninos, encontrando apenas Hoseok e Jooheon ali dentro. O desespero bateu em minha porta e eu abri, senhoras e senhores, agora eu estou em pânico. 

— Cadê o Kihyun? — Perguntei. 

— Ele está no quarto dos nossos pais. — Jooheon informou. 

— Ah, obrigado. Se precisarem é só chamar. — Avisei. 

Hyungwon e eu fomos até o quarto no final do corredor e batemos na porta, entrando logo em seguida. Kihyun estava sentado no sofá do cômodo, segurando uma almofada enquanto chorava. Quantas vezes meu coração foi destruído só hoje? 

Sentei-me no chão a sua frente e coloquei o prato em sua frente no sofá. Hyungwon tentava cruzar as pernas, tentando me imitar, o que fez Kihyun soltar um riso pequeno. AH HYUNGWON, EU AMO VOCÊ. 

— Por que você tá triste Kiun? — Hyungwon perguntou ao irmão. 

— Nada não, Hyungwon... — Ele respondeu. 

— Ah, Hyungwon, vai lá com o Hyunwoo, ele vai fazer seu leite com chocolate. — Disse ao pequeno. Eu precisava ficar um pouco sozinho com Kihyun. 

— Tá bom, Minuki. — O mesmo se levantou e saiu saltitando pela porta. 

Virei-me para Kihyun e esperei ele comer os biscoitos. Eu sabia que fome ele tinha, e sem comer ele não iria ficar. 

— Você está triste pra caramba... — Comentei. 

— Eu sinto que nada mais faz sentido. — Ele disse com uma seriedade que até eu estranhei. 

— Eu sei que tudo parece sem sentido, mas você precisa ser forte pelos seus irmãos. — Respondi num tom calmo, pensando bem no que dizer. — Eu e Hyunwoo estamos aqui também, você sabe que se precisar estaremos aqui. 

— Eu só queria ter abraçado eles mais uma vez... — Ele fungou. 

Minhyuk's feelings successfully destroyed. 

 

Depois de Hyunwoo ter dado banho em Changkyun, Hoseok e Kihyun tomaram os seus sozinhos, e logo estavam todos limpos e arrumados para dormir. Já era quase onze da noite quando os meninos começaram a bocejar e coçar os olhinhos, denunciando o sono que tinham. Hyungwon quase dormia em meu colo e por Deus, que vontade de o apertar. Levamos os meninos para o quarto e acomodamos cada um deles em suas camas, depositando um beijo em cada bochecha gordinha. Luzes apagadas, abajures acesos, porta fechada. 

Primeiro dia concluído com sucesso. 

Suspirei pesado e quase desabei na cama do quarto de hóspedes, o qual eu dividiria com Shownu. Nós tínhamos o costume de dormirmos juntos, então não tínhamos motivos para nos incomodarmos com isso. 

— Eu não aguento mais. — Desabafei, abafando o som com o travesseiro. 

— Mas é o primeiro dia ainda. — Hyunwoo riu. 

— Eu quero minha vida de volta. — Abracei o travesseiro. 

— Calma, Minhyuk... — Ele riu. — Logo nós domamos essas ferinhas. 

— Até lá eu só quero estar morto. 

Depois de um longo banho, me joguei na cama e senti o cansaço e o sono tomarem conta de mim. Me pergunto como os pais dessas crianças viviam? Tinham uma empresa enorme, mil assuntos para resolverem e ainda filhos que davam mais trabalho do que qualquer coisa. Como? Deixei os pensamentos de lado e dormi, concluindo que seria o maior desafio da minha vida. 

Onde eu clico para quitar do jogo?

 

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Notas Finais


Quem quase morreu de fofura com o Hyungwon?

Surtos, beijos, tapas, reclamações: https://twitter.com/foolmonstax

Um beijão e até ❤


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