História Pais por Acaso - Dez.

Quero minhas crianças de volta. Ninguém liga mais para Minhyuk, ninguém chama mais o Minhyuk, ninguém quer brincar com o Minhyuk, ninguém quer falar com o Minhyuk, ninguém quer o colo do Minhyuk, ninguém quer incomodar o Minhyuk, ninguém. Nem o Bolinha me quer. Todo mundo quer brincar, conversar e ser amigo da senhora Lee.  

Me sinto um brinquedo, que todo mundo usa, maltrata, e depois deixa de lado sem mais nem menos. Eu seria tipo Toy Story, igual ao Buzz, porque eu gosto do Buzz, me deixem, e sairia andando pra longe, pra nunca mais ser maltratado.  

Nem Hyungwon quer minha atenção. Nem mesmo o Changkyun quer fazer birra pra mim. Ok, estou com tempo pra tudo, mas eles acabaram se tornando minha família, minha alegria, minha vida e agora... Todos se foram. Ingratidão! Queria estar morta. 

— Sem drama, Minhyuk. — Hyunwoo dizia enquanto eu recitava tudo em voz alta. 

— Drama? Eu estou abrindo meu coração que está sofrendo e você me diz para parar de drama? — Perguntei com voz de choro. 

— Até parece que você não queria um descanso das crianças. — Ele disse debochado. 

— Eu quero que elas voltem a deixar a minha vida mais legal. — Abracei o travesseiro. — Eu quero que o Hyungwon volte a me acordar todos os dias e eu quero que o Changkyun volte a fazer birra. 

— Uhum, sei que você quer a última parte. — Ele dizia enquanto arrumava suas camisetas nos cabides do guarda roupa. 

— Eu queria. — Fiz um biquinho. 

— Então... Você queria que atrapalhassem nossos beijos de novo, nossas provocações... 

— Ah, bem, não, mas... — Bufei. — Enfim, sinto saudades. 

— Lee Minhyuk está com ciúmes da própria mãe. — Ele riu. — Quem diria. 

— Vai pro inferno. — Joguei o travesseiro em Hyunwoo. 

Virei-me para o lado contrário de Hyunwoo e logo senti o colchão atrás de mim afundar e os lábios de Hyunwoo em meu pescoço. Filho de uma StarShip, nos meus pontos fracos não. Virei-me para cima e o mesmo ficou por cima de mim, me dando selinhos rápidos. Sorri abobado e ri soprado, não vale. 

— Agora nós vamos ter mais tempo para nós. — Ele sussurrou. 

— Então por isso você está todo feliz? — Perguntei. 

— Uhum. — Beijou meu pescoço e subiu até perto da orelha. — A cada dia eu fico mais louco por você. — Sussurrou pertinho do meu ouvido... 

— Hyunwoo... — Gemi arrastado. 

— Você podia parar de gemer ou então as loucuras vão ser cometidas agora. — Ele disse baixo. 

— Son Hyunwoo—ah... Estou tão louco por você. — Provoquei gemendo mais. 

— Minhyuk... — Ele disse entredentes. — Não faça isso. 

— Louco assim como você. — Apertei seu volume por cima da calça, arrancando um gemido do mesmo. 

Quando ele ia me beijar, ouvimos batidas na porta e bufamos juntos, xingando quem quer que estivesse batendo na porta. Levantei-me depois de apertar mais uma vez o membro de Hyunwoo, que quase me matou com o olhar e fui até a porta, abrindo a mesma. Jooheon e Hoseok me olhavam sorrindo e eu sorri de volta, querendo matar os dois por dentro. 

— Minhyuk, precisamos conversar. — Ouvi a voz de minha mãe e a vi aparecer atrás dos meninos. 

— Ai meu Deus do céu, o que aconteceu? — Perguntei deixando todos entrarem. 

Hoseok fechou a porta e Jooheon subiu na cama, sentando-se ao lado de Hyunwoo, enquanto o mesmo colocava um travesseiro em cima das pernas de índio. Quase gritei de rir ali mesmo pela cara do Hyunwoo, mas me contive. Se controla, Minhyuk. 

— Os meninos me contaram duas coisas e uma nós vamos resolver depois. — Ela disse fitando a mim e Hyunwoo. 

Fodeu, galera. 

— Minhyuk! — Jooheon pulou. — Semana que vem é aniversário do Chang! 

— Aniversário? Que. — Perguntei. 

— Isso! — Ele disse todo feliz. — Aniversário do Changkyun! 

— Podemos fazer uma festa? — Hoseok perguntou. 

— Podemos, mas... 

— Sem "mas", Minhyuk, chamem o Changkyun lá para nós podermos perguntar como ele quer a festa. — Minha mãe disse e Jooheon saiu correndo. 

— Omma... — Resmunguei. 

— Ah Minhyuk, ele vai fazer seis anos, por favor né. — Ela disse. 

— Mas eu nem sei se podemos. — Respondi. 

— Quieto, seu abestado, é uma festa. — Esbravejou. 

Jooheon entrou puxando Changkyun pelo braço e o ajudou a subir na cama. Ah, que lindinhos. Minhyuk, foco. Hyungwon apareceu logo depois junto com Kihyun de mãos dadas, enquanto o pequeno segurava o Bolinha. 

— Vamos fazer uma festa para o Changkyun! — Hoseok gritou. 

— Festa? — Changkyun perguntou. 

— Festa! — Hyungwon pulou e o gatinho miou logo depois. 

— É aniversário do Chang? — Kihyun perguntou. 

— Quando eu fizer aniversário vou poder ter uma festa também? — Jooheon perguntou. 

— Vai ter bolo? — Hoseok perguntou. 

— E balões? — Kihyun se alegrou. 

— Vai ter música? — Hyungwon perguntou. 

— Eu posso escolher tudo? — Changkyun perguntou. 

E assim começou uma falação sem fim. Grito de um lado, conversa do outro. Deus me puxa, me salva. Help me. Gritei junto com minha mãe para tentar acalmar as crianças, mas nada adiantava e quanto mais a gente gritava e tentava fazer todo mundo calar a boca, mais eles gritavam, mais bagunça era feita. 

— Silêncio! — Hyunwoo gritou forte e todo mundo ficou quieto. — Vai ter festa, Changkyun, de que tema você quer? 

— Frozen. — Ele disse no mesmo instante. 

— Ok, que dia é seu aniversário? — Voltou a perguntar. 

— Daqui cinco dias. — Changkyun respondeu. 

— Ok, iremos fazer uma festa, agora é hora de dormir. — Hyunwoo se levantou e pegou Jooheon no colo. 

— Mas não estamos... — Hoseok bocejou. — Com sono. 

— Uhum e eu sou a chapeuzinho vermelho. — Hyunwoo debochou. — Vamos. 

Hyunwoo saiu do quarto sendo seguido por todas as crianças. Antes de irem, cada uma me deu um abraço e Hyungwon ainda pediu para eu dar boa noite para o Bolinha. Save me, God. Minha mãe me olhava boquiaberta e quando todas as crianças saíram ela me olhou brava. Tremi o bumbum e olha que eu não estou dançando funk. 

— Ok, ele faz macumba. — Ela riu e voltou a ficar séria. — Minhyuk, os meninos estão chamando vocês de appas. 

— Sim, estão, omma... 

— E eles disseram que vocês são appas mesmo... — Ela continuou. — Que vocês se beijam e que você fica gritando o nome do Hyunwoo, e eu vou tentar fingir que não entendi o último comentário. 

— Quem te disse isso? — Perguntei corado. 

— O Hyung não sei o que. — ela gesticulou. — O baixinho. 

— Ah, tinha que ser. — Revirei os olhos. Hyungwon você me paga. 

— Enfim, é verdade? — Ela perguntou.  

— O que é verdade? — Hyunwoo entrou no quarto. 

— Vocês estão se pegando? 

— Que? — Hyunwoo arregalou os olhos. 

— Isso mesmo, andem, eu já desconfiava. — Ela disse fazendo uma careta. 

— Como assim já desconfiava? — Perguntei. 

— Meu filho amado, quando vocês disseram que iam morar juntos eu já pensei que rolaria algo... 

— Mas só aconteceu tudo agora. — Expliquei. 

— Deuses, mas que demora vocês tiveram, dois anos morando juntos e sendo gays... — Ela olhou para mim desacreditada. — Nossa gente eu esperava mais de vocês. 

— Omma! — Grunhi envergonhado. 

— Apoio, não preciso nem dizer, né. — Ela nos abraçou. — Quero que o Minhyuk use terno branco no casamento. 

— Pode deixar que ele vai usar. — Hyunwoo brincou. 

— Estou tão feliz por vocês! — ela gritou. — E Minhyuk, gema mais baixo na próxima transa. 

— OMMA! — Quis chorar ali mesmo. 

— Dá pra gemer mais baixo sim Minhyuk, seja uma passiva quieta. 

Ela saiu do quarto e eu literalmente me enterrei debaixo das cobertas querendo a morte. Me chamem de caixão e me enterrem. Ouvi Hyunwoo rir e quis lhe chutar a cara. E eu quase fiz isso quando o mesmo tirou o cobertor de mim e ergueu meus quadris, colando-se ao meu corpo. 

— Ouviu o que sua mãe disse, não é? — Ele riu. 

— Quer ir visitar Lúcifer? — Perguntei. 

— Olha, não, mas meu membro queria visitar o seu... 

— Son Hyunwoo! — Me afundei mais no colchão. 

— Eu amo você, Minhyuk. — Ele disse. 

— Você só quer me comer. — Brinquei. 

— Verdade. — Ele debochou. 

— Vai se foder. — Respondi bravo. 

— Só se for com você. 

Soltei um riso e nos aconchegamos na cama, ficando de conchinha. Coloquei meu nariz na curvatura do pescoço de Hyunwoo, respirando forte ali só para sentir o cheiro do perfume do mesmo. Já disse que amo o cheiro do Hyunwoo? Pois é, amo muito. 

— Eu quero te ver entrando de branco numa igreja. — Ele disse me deixando um beijo no topo da cabeça. 

— Sério? — Perguntei. 

— Uhum, quero muito. — Ele respondeu. — Eu te amo muito. 

— Eu também te amo muito. — Respondi. 

Adormecemos logo depois. Eu com certeza me sentia a pessoa mais sortuda do mundo todo. Talvez a mais azarada também, mas uma das mais felizes, mesmo passando por tudo o que eu passei.  

Acordei no meio da noite sentindo algo me chacoalhar. Deus do céu eu nunca mais vou dormir uma noite completa? Abri os olhos focando em Hyungwon, ou pelo menos em seus olhinhos e no cabelinho, pois era só isso que eu conseguia ver pelo tamanho dele e da cama. Sorri e o ajudei a subir, afagando seus cabelos. 

— Posso dormir aqui? — Ele perguntou apertando o leão de pelúcia nos braços. 

— Pode sim. — Abracei e voltei a me aconchegar na conchinha com Hyunwoo.  

Hyungwon deitou-se bem pertinho do meu corpo, literalmente grudado e logo adormeceu chupando o dedão. Eu não sei lidar com esse menino. Voltei a dormir assim que tive a total certeza de que o mesmo dormia e sonhei pela primeira vez em um mês, um sonho lindo, onde eu usava um terno branco. Eu não vou comentar nada sobre isso. 

O dia já tinha sido cansativo e estressante por si só. Senhora Lee e Hyungwon brincaram e gritaram o tempo todo. Dançaram e cantaram ao som de BlackPink e 2NE1, me fizeram dançar ao som de EXO e não me deram sossego em momento nenhum. Quando minha mãe saiu para ir ao mercado junto com Hyungwon eu resolvi ficar um pouco no celular. 

Abri o aplicativo de mensagens me deparando com mensagens da Senhora Lee. 

Omma Linda: Escuta você ainda gosta de bolo de chocolate?

Omma Linda: Porque o Hyung não sei o que quer bolo de chocolate.

Omma Linda: Aliás, eu só percebi que ele tá com pantufas de patinho, que amor.

Minhyuk: Gosto de bolo sim.

Minhyuk: Essas pantufas, socorro.

Omma Linda: Ele pediu para você cuidar do Bolinha. Vou comprar tudo aqui, beijo. Não joga o gato pela janela.

Minhyuk: Também te amo.

Só não jogo porque ele aparentemente está quieto. Aparentemente. Abri então as mensagens de Shownu.

Shownu: Eu não te contei, mas essa noite eu tive um sonho bem... Digamos... Pornô.

Minhyuk: UQE

Shownu: Isso mesmo Minhyuk, acordei duro por sua causa. Quase gozando.

Minhyuk: Ah é? E como era esse sonho?

Shownu: Porra, não me faz lembrar agora... Tem muita gente na classe.

Minhyuk: Então anda sonhando comigo Hyunwoo?

Shownu: Sim Minhyuk, e estou num caso de amor e ódio com esses sonhos. Acordar duro é ruim.

Minhyuk: Consegue imaginar minha boca no seu membro, chupando devagar...

Shownu: Minhyuk não começa...

Minhyuk: Ou então você dentro de mim, indo fundo.

Shownu: Lee Minhyuk, para.

Minhyuk: E eu gemendo seu nome bem alto.

Shownu: Já disse que te odeio? Porra, eu já to duro só de pensar essas coisas.

Minhyuk: E eu rebolando contra você.

Shownu: Você tá muito fodido Minhyuk, muito mesmo. Literalmente.

Minhyuk: Nossa, mas eu não fiz nada.

Shownu: Eu vou te fazer gemer tão alto que dessa vez o Wonho vai perguntar mesmo porque você estava gritando.

Shownu: Vou fazer você ficar sem sentar por uns dias. Vou te foder tão forte que porra... fico latejando só de pensar.

Minhyuk: Não é só você que está duro...

Shownu: Que ótimo. Minhyuk você tirou minha sanidade com simples mensagens, meu Deus do céu.

Minhyuk: Isso mostra o quanto de efeito eu tenho em você.

Shownu: Você me aguarde Minhyuk, isso vai ter volta.

Minhyuk: O appa está muito bravo.

Shownu: Sim Minhyuk, eu estou. Estou frustrado porque não posso te ter agora e não posso me tocar.

Shownu: Porra, eu não sei se te amo ou se te odeio.

Minhyuk: Agora se vira aí.

Shownu: Eu vou te matar.

Minhyuk: Se for de foder, eu aceito.

Shownu: Me aguarde.

Hyunwoo acabou ficando offline. Ri de todo o desespero dele e fui fuçar nas minhas redes sociais. Pouco tempo depois, minha mãe chegou com as sacolas e Hyungwon com um ursinho novo. Nem chegou e já está paparicando a MINHA criança.  

— Olha, Minuki! — Ele me mostrou o ursinho todo feliz. 

— Que bonitinho. — Eu sorri. 

— Não resisti, ele ficou olhando pro urso o tempo todo, e aí ele olhou pra mim com esses olhinhos enormes... Não consegui não comprar. 

— Tudo bem. — Eu ri. — Eu sei como é... 

— Minuki, me ajuda a escolher o nome dele. — Hyungwon pediu. 

— Bom, que tal... — Pensei alguns instantes. — Caramelo. 

— Eu gostei! — Ele abraçou o urso. — Eu te amo, Camelo. 

— Caramelo, Hyungwon. — Cai na risada. 

— Escuta, como você ainda não apertou essa criança? — Minha mãe perguntou enquanto Hyungwon ia para o quarto. 

— Olha, eu me seguro muito. — Eu ri. 

Ajudei minha mãe com as compras e quando íamos começar a fazer o bolo, Hyungwon apareceu correndo e assustado. 

— O Bolinha sumiu. 

Quando você acha que vai ajudar sua mãe a fazer o bolo só pra poder comer um pouco do que restar de cobertura para o bolo, o maldito gato some. Eu sabia que era uma péssima ideia e que esse gato só me traria problemas e não é que eu estou certo pela primeira vez? PELA PRIMEIRA VEZ EU ESTOU CERTO. Aplausos. 

O gato já é pequeno, todo pretinho, cabe dentro de uma xícara, resolve sumir nessa casa enorme. E o pior. EU NEM VI ELE SAINDO, NEM SEI SE ELE PODE ESTAR AQUI. Vai que ele pulou da janela. De qualquer forma, a culpa é do Minhyuk. 

Chamei o gato, rezei pra Deus, rezei pra São Francisco de Assis, quis chorar, e nada do bichinho aparecer. Hyungwon andava com a ração dele na mão na minha frente chamando por ele e dizendo que nunca mais o deixaria sozinho como os pais dele fizeram com ele. Quis chorar e chorar e me enterrar num buraco.  

Não sei por quanto tempo procuramos, mas foi tempo suficiente de Hyunwoo chegar com as crianças cantando Let It Go. E adivinhem quem tinha começado tudo? Changkyun, o maior fã de Frozen da história. Deus, eu não mereço. Ou mereço? 

Vi Hyunwoo se aproximar e tranquei o furico. Estou arrependido. Gente, lavagem cerebral, apaga as mensagens do celular, socorro. Ele me deu um selinho e sorriu, me deixando parado feito estátua enquanto ia dar atenção a Hyungwon que estava todo triste. 

— Appa... O Bolinha sumiu. — as lágrimas corriam as bochechas coradas. 

— Ele irá voltar logo, tenho certeza. 

— Hyungwon! — Hoseok chegou correndo. — Achei o Bolinha. 

Se alguém me contasse, eu iria rir muito da cara da pessoa e não iria acreditar em palavra alguma. Mas eu estava vendo com os meus próprios olhos: um gato minúsculo nadando na piscina. Como caralhos ele foi parar ali? 

Hyungwon quase se jogou dentro da piscina, se eu não tivesse segurado, lá se ia uma criança seca. Jooheon olhava o gato rindo assim como Changkyun, e Kihyun não estava ali. Ri bastante e quis afogar o gato dentro da piscina, mas minha mãe me impediu. 

Hyungwon acabou entrando na piscina para pegar o Bolinha, quase morri do coração porque ele simplesmente tirou as pantufas e pulou. Imaginem um ser que quase chorou? Eu mesmo, Lee Minhyuk. Depois de Hyungwon ter resgatado o bicho demoníaco, digo, o gatinho, Hoseok se ofereceu para dar banho no mesmo e eu deixei. Tudo o que eu queria era comer bolo e ir dormir. 

Enquanto ia para o quarto dos meninos ver como Kihyun estava, parei na porta entreaberta do banheiro, vendo Hoseok sentado ao lado da banheira enquanto Hyungwon brincava na água cheia de espuma.  

— Minuki disse que nós vamos ficar juntos para sempre. — Hyungwon disse. 

— Eu sinto saudades do appa e da omma... — Hoseok comentou. 

— Eu também, mas Minuki disse que eles estão nos vendo.  

— Nos vendo? — Hoseok estranhou. — Como? 

— Não sei, ele só disse, e eu acredito no appa Minuki. 

— Você não acha estranho chamar eles de appa? 

— Eu queria chamar o Minuki de omma, mas appa é o certo né? É errado chamar eles assim, Hoseok? 

— Não sei se é errado. — Hoseok começou a brincar com a espuma. — Acho que é o certo. 

— Hoseok... Nós nunca vamos nos separar né? — Hyungwon se levantou da banheira e Hoseok o enrolou na toalha. 

— Nunca, Hyungwon, eu prometo. — Hoseok abraçou o pequeno. 

Eu juro que quis gritar ali, mas expressei tudo em um sorriso, saindo rapidamente dali e indo até o quarto dos meninos, que estava vazio. Dei meia volta e fui até o quarto dos pais falecidos, não encontrando nada também. Ah não, criança desaparecida de novo não. 

Fui até meu quarto e acabei encontrando-o. O desespero bateu, o coração quase parou, mas eu tô vivo. Kihyun estava sentado de costas para a porta, e fazia algo parecendo estar bem concentrado. Aproximei-me da cama e me sentei atrás dele, chamando sua atenção de imediato. O mesmo sorriu e então eu descobri o que ele fazia: um desenho. 

— Que desenho bonito. — Comentei. — Quem são? — apontei as pessoas desenhadas. 

— Hyunwoo appa, você, Hoseok-hyung, Chang, Jooheon, Hyungwon, Bolinha e vovó Lee. — ele explicou uma a uma. 

— Que coisa mais linda. — Comentei abraçando-o. 

— Podemos colar na parede? 

Eu sou a pessoa que não resiste a nenhum pedido do Kihyun. Peguei um quadro aleatório da sala e tirei a fotografia de leão que havia nele, colocando o desenho do menino. Kihyun me abraçou todo feliz, e fez questão de chamar todo mundo para ver seu quadro. Hyunwoo sorria todo feliz e até minha mãe que nunca elogia nada falou do quadro. Eu posso dizer que amo minha família? 

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