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História Pais por Acaso - Dezesseis.


Escrita por: yoongizzz

Notas do Autor


Boa leitura. ❤

Capítulo 16 - Dezesseis.


 

Acordei com uma sensação tão ruim quanto qualquer outra. Se tem algo que eu odeio é me sentir assim, e o pior, na maioria das vezes eu estou certo. Para começar, Hyungwon não estava pulando em cima de mim, não me acordou. Era algo que eu reclamava, mas não ser acordar assim depois de se acostumar, é estranho. 

Fui até o quarto dos meninos e olhei em volta, vendo o berço vazio. Segui para a sala, descendo as escadas na velocidade da luz e então encontrando Hyungwon sentado na porta. Ele olhava para fora e virou o rostinho triste para mim ao perceber minha presença. 

— O que faz aqui, Hyungwon? — Perguntei me sentando ao seu lado. — Devia estar dormindo. 

— Eu vim deixar comida pro Bolinha. — Ele respondeu mostrando o potinho com ração. 

Por mais que não demonstrasse, ele estava triste, ele estava sofrendo. Abracei-o e nos levantamos juntos, indo até a cozinha para tentar preparar algo de café. Logo, ouvi passos rápidos no segundo andar, e em poucos segundos eu via Hyunwoo descer as escadas numa velocidade de outro mundo. 

 — A avó dos meninos está aqui. — Ele disse assustado. 

 

Entendi o porquê da sensação ruim que eu estava sentindo. Saímos porta a fora e lá estava ela, com uma mulher que eu desconhecia. Apontou para nós enquanto falava com a outra e se aproximou, fechando o sorriso que tinha em seu rosto. 

— Bom dia, Minhyuk, Hyunwoo. — Ela sorriu breve. — Esses são os responsáveis pelos meus netos, Luda. 

— Bom dia, sou Lee Luda, assistente social. — A menina nos cumprimentou. 

— Assistente social? — Hyunwoo perguntou. 

— Sim, ela veio fazer uma inspeção na casa, para ver se tudo está em ordem e se vocês estão dentro do padrão. — A avó dos meninos sorriu. 

— Espera. — Fechei os olhos por cinco segundos tentando processar a informação. — Inspeção?  

— É para conferir se a casa está limpa, tenho de fazer uma entrevista com cada um dos meninos e depois irei embora, como a avó dos meninos me pediu. — Luda explicou. 

— Bom, me acompanhe, querida. — A avó dos meninos saiu andando na frente, passando por mim e Hyunwoo. — Olá, Hyungwon. 

— Minuki, por que ela ‘ta aqui? — Ele perguntou pedindo colo. 

— Porque ela é louca, Hyungwon. — Falei baixinho, indo atrás das duas. 

A sala estava arrumada, a não ser por causa dos brinquedos dos meninos que estavam espalhados. A cozinha tinha algumas louças sujas, mas nada tão alarmante, eu mantinha tudo organizado e limpo pelo menos ali. O quarto dos meninos se encontrava bagunçado, cheio de brinquedos e algumas roupas espalhadas, e a megera, digo, avó dos meninos, olhava tudo aquilo com um desgosto de outro mundo. Todos os outros meninos dormiam, então acabamos saindo rápido do lugar. Elas olharam tudo, menos o meu quarto e de Hyunwoo e o da minha mãe, pois eram cômodos pessoais. 

Quando acabamos, elas sentaram-se no sofá e pediram para chamarmos os meninos. Acordei cada um deles com dificuldade, e estranhei quando Changkyun pediu para eu segurar sua mão. Era claro que eles não queriam ver a avó. 

— Olá, crianças. — A senhora disse sorridente. 

— Ah não, você não. — Hoseok virou as costas. 

— Birra de criança é a coisa mais fofa, não é mesmo? — A avó riu sem graça. 

— Quem é ela? — Kihyun olhava Luda boquiaberto. 

— Eu sou Lee Luda, — Ela sorriu e acenou. — Sou uma assistente social e eu vim conversar com vocês. 

— Ela vai entrevistar vocês. — Expliquei.  

— Bom, vocês dois podem sair, Luda, fique à vontade e nos chame quando acabar. — A megera disse se levantando. 

A avó saiu pela porta e eu e Hyunwoo fomos para o quarto. Minhas unhas? Não existem mais de tanto que eu as roí enquanto andava pelo quarto. Hyunwoo me olhava rindo e eu só sabia dar um tapinha nele quando passava por perto. NÃO RI DO MEU NERVOSISMO! 

— Acha que as crianças vão falar mal de nós? — Ele riu. — Minhyuk, eles nos amam. 

— Eu confio em todos, menos no projeto de demônio. — Eu disse me referindo a Changkyun. 

— No Changkyun? — Ele gargalhou. — Está cada vez melhor nos apelidos. 

— Não ri. — baguncei meus cabelos já bagunçados. — Com algumas palavras ele pode me difamar. 

— Sem drama, Minhyuk. 

Depois de minutos que mais pareciam séculos, fomos chamados por Hoseok. Eu e Hyunwoo descemos as escadas de mãos dadas, escondendo-as, e assim paramos perto da porta da cozinha, vendo a avó dos meninos com um sorriso vitorioso do rosto. Luda sorria para os papéis em suas mãos e então se levantou. 

— Crianças, podem subir. — Ela disse e todos obedeceram. Kihyun acenou antes de subir e Luda retribuiu. 

— Um hétero. — a avó riu soprado. — Sabia que Kihyun não me decepcionaria. 

— Bem. — Luda sorriu. — É impressionante o quanto esses meninos amam o Minhyuk e o Hyunwoo. 

— O quê? — Perguntei observando a cara de indignação da senhora. 

— Todos eles foram sinceros. — Ela explicou. — São crianças muito especiais, escrevi tudo aqui para vocês, e também gravei, e queria dizer que não vejo nada do que a senhora falou de ruim sobre os dois. — Ela se dirigiu a avó dos meninos. 

— Já disse, não quero meus netos perto desses dois. — A senhora disse brava. — Hyungwon pode ficar, mas quero todos os outros ao meu lado. 

— Os meninos deixaram bem claro que não querem ficar com a senhora. — Luda abaixou a cabeça. — Kihyun mesmo disse que eles são as flores e Minhyuk e Hyunwoo são o sol e o céu, sem eles, as flores não sobrevivem. 

— Quanta baboseira. — Ela revirou os olhos. 

— É lindo e impressionante para uma criança de oito anos. — Luda a repreendeu. — Eu não vejo motivos para pedir a guarda das crianças. 

— Eu te trouxe aqui para me ajudar e você sabe me atrapalhar. — A avó gritou. — Eu faço o que eu quiser, com ou sem a sua ajuda. EU VOLTO COM O PROCESSO. 

Saiu batendo pés e portas. Luda nos olhava assustada, e os meninos também. Suspirei pesado e abaixei a cabeça, sentindo meu coração se apertar. Hyungwon parou frente a mim e puxou minha camiseta para chamar minha atenção. 

— Ela vai nos levar embora? — Perguntou. 

— Não, não vai. — Respondi. — Pelo menos eu acho que não... 

— Ela está louca. — Luda se pronunciou. — Ela me falou tão mal de vocês e sinceramente, nada era verdade, mas com o dinheiro que ela tem, eu acho difícil vocês conseguirem fazer algo contra. 

— Ela é uma bruxa, eu já disse. — Changkyun bufou. — Ninguém acredita em mim. 

— Será que ela raptou o Bolinha pra fazer alguma poção? — Hyungwon perguntou, arrancando risadas de todos os presentes. 

 

Como Luda não tinha maneira de voltar para casa, pedi para que ela ficasse até a hora que Hyunwoo fosse levar os meninos para a escola e ir para a faculdade, assim eles dariam uma carona para ela. A mesma aceitou de bom grado. 

Kihyun me surpreendeu, olhava a menina com os olhos brilhando, e eu só conseguia rir da cena. Seria a primeira paixão do menino? O que me dói é saber que vai ser, também, seu primeiro coração partido. 

Changkyun, para variar, fez birra para tomar o café da manhã. Ele não queria comer a omelete que ele mesmo havia pedido, e eu quase dei com a frigideira na cabeça do garoto, bem ala Rapunzel no filme enrolados. Jooheon cuidava de sua plantinha, diga-se entre aspas, pois era um feijão no algodão com água, que já havia crescido bastante. Ele me dizia que daqui um tempo, eu cozinharia seus feijões. Um amor. 

Hyungwon desenhava mais cartazes de procura-se do Bolinha com a ajuda de Hoseok. Os dois enfeitavam o papel com um desenho simples do gato, e pra uma criança de três anos, Hyungwon desenhava muito bem. 

— Será que até meu aniversário o Bolinha volta? — Ele perguntou. 

— Ele vai voltar sim, Hyungwon. — Hoseok sorriu para o menor. 

— Minuki, o que acha? — Ele me mostrou o desenho. — Hoseok me ajudou a colar os adesivos. 

— Está ótimo. — Sorri para ele, bagunçando seus cabelos. — Guardem tudo e vão se trocar, Hoseok, você tem que ir para a aula. 

— Minuki, quando eu vou poder ir pra escola? — Hyungwon me perguntou. — Eu quero ser sabido igual o Hoseok-oppa. 

Hoseok caiu na risada, e eu escondi meu rosto em uma de minhas mãos, vendo Hyungwon nos olhar confuso e começar a rir também. 

— De onde você tirou sabido? — Perguntei. — Troque isso por inteligente, sim? 

— Teligente? — Ele fez um biquinho. 

— In-te-li-gen-te. — Repeti com uma pausa entre as sílabas. 

— Inteligente. — Ele acertou. 

— Agora de onde você tirou o oppa? — Hoseok perguntou. 

— Daquele papel que você trouxe pra casa. — Hyungwon revelou. — Eu pedi pro Joo ler e ele disse Hoseok-oppa. 

— Que papel? — Perguntei cerrando os olhos para Hoseok. 

— Nenhum... — Ele corou automaticamente. — Uma garota me deu, mas eu não gosto dela. 

— Hm, tudo bem, mas, Hyungwon, o certo é hyung. — Eu disse rindo para Hyungwon. 

— Oppa é errado? — Hyungwon perguntou. 

— Talvez seja. — respondi, não dando tanta bola, além do mais, ele é uma criança. — Mas vamos, Hoseok, coloquem o uniforme logo. 

Hoseok desceu da cadeira e ajudou Hyungwon a descer também, logo se dirigindo para o quarto. Jooheon o seguiu e logo eu vi Changkyun correndo atrás dos irmãos. Kihyun não queria sair da conversa que estava tendo com Luda e Hyunwoo, e eu só sabia rir e apontar para a escada, e logo o menino me obedeceu, indo para o quarto. 

Hyungwon se ofereceu para me ajudar com o lanche dos meninos, e eu aceitei, além do mais, de que mal tem. Os lanches foram colocados nos saquinhos descartáveis e os mesmos foram fechados com adesivos que Hyungwon financiou para mim de sua cartela tão bonitinha. Adesivos de flores, a coisa mais fofa do mundo, variando desde o vermelho mais forte até o branco. 

Quando finalmente todos os meninos entraram no carro e colocaram os cintos de segurança, eu agradeci até a Poseidon por nenhum deles terem feito drama. Principalmente, Changkyun.  

— Bom... — Luda disse antes de entrar no carro. — Quero que fique com isso aqui. 

A menina me entregou os papéis em que tinha anotado, possivelmente, o que os meninos disseram, juntamente a um pen-drive. 

— O que é isso? — Perguntei curioso. 

— Descubra você mesmo, acho que é uma força para lutar pelos meninos. — Ela sorriu doce. — Qualquer coisa, pode me ligar. 

— Ok, obrigado. — Agradeci. 

Ela se curvou breve e entrou no carro, e o mesmo saiu logo em seguida, me deixando ali com Hyungwon. Peguei-o no colo e corri para dentro da casa, procurando meu notebook que estaria provavelmente perdido em algum canto. 

— Minhyuk eu vou ao mercado, quero fazer uma t... — Minha mãe apareceu na porta do quarto. — O que está fazendo? 

— Estou procurando meu notebook. 

— Oh, ok, eu vou ao mercado, quer ir comigo, Hyungwon? — Ela perguntou. Alguém aprendeu a falar o nome do baixinho. 

— Vou ficar aqui. — Ele respondeu. 

— Tudo bem. Volto logo. Não botem fogo na casa. — Disse antes de sair. 

Joguei todas as minhas roupas para fora da mala, finalmente encontrando meu notebook. Procurei mais fundo e achei o carregador. Conectei-o a tomada e ao notebook, me sentando na cama e puxando Hyungwon para meu colo. Pluguei o pen-drive e esperei a pastinha abrir. E ali estava o que Luda havia dito que seria uma força. 

Cliquei duas vezes no arquivo e então a janela de vídeo abriu, porém só havia áudio, e eu o deixei apenas fluir. 

 

“Hoseok, o que você acha de morar com Minhyuk e Hyunwoo?” 

“Eles são os melhores appas do mundo todo. Minhyuk cuida muito bem de mim e dos meus irmãos, o Hyunwoo nos defende dos meninos malvados da escola e eles deixam a gente comer chocolate a hora que queremos.” 

 

Sorri abobado ao ouvir a voz de Hoseok e suas palavras que mesmo sendo tão simples, fizeram meu coração pulsar de alegria. 

— Hoseok-oppa! — Hyungwon apontou o notebook.  

— Sim, Hoseok. — Nem me dei ao trabalho de corrigir Hyungwon. 

 

“Kihyun, o que você acha de morar com Minhyuk e Hyunwoo?” 

“Minhyuk sempre me ajuda quando preciso. Ele disse que nunca vai me abandonar e eu confio nele, e também confio no Hyunwoo, ele espanta os monstros que moram debaixo da minha cama. Eu gosto de morar com eles, é legal, e o Minhyuk gosta dos meus desenhos. Ali na parede, eu que fiz.” 

 

Meu sorriso era de orelha a orelha. 

— Kihun! — Hyungwon bateu palmas.  

— Sim, o pequeno Pinkihyun. — Sussurrei para mim mesmo. 

 

“Jooheon, como é morar com Minhyuk e Hyunwoo?” 

“O Minhyuk me ajudou com meu dente de leite e eu ganhei moedas da fada do dente, e ele deixa eu plantar, a mamãe dizia que isso não era algo tão bom. O Hyunwoo me ajuda com meus machucados, ele sempre canta pra eu dormir. E eu gosto muito da vovó Lee, ela também é legal.” 

 

Meus olhos já lacrimejavam. 

— A vovó Lee vai voltar logo? — Hyungwon perguntou. Ele não falava enquanto eu não pausava o áudio. 

— Sim, sim, ela já vai voltar. — Eu respondi. 

 

“Changkyun, me fale como é morar com o Minhyuk e o Hyunwoo.” 

“Eu acho que o Minhyuk não gosta de mim. Ele dá mais atenção aos meus irmãos, parece que ele gosta menos de mim. Quando eu crescer eu quero ser igual ao Hyunwoo, ele não tem medo dos bichinhos feios que aparecem no banheiro e ele comprou a Elsa pra mim, ele é o melhor appa do mundo.” 

 

E ai eu desabei. Me odiei e me xinguei mentalmente por talvez, não tratar o Changkyun como ele merece. 

— Minuki? — Hyungwon se levantou do meu colo, passando a mãozinha em meus cabelos. — Por que você tá chorando? 

— Não é nada, Hyungwon. — Tentei sorrir e parar de chorar, mas era quase impossível. — Eu só... 

Funguei e o abracei, sentando-o novamente em meu colo e limpando as lágrimas tão sinceras de pura tristeza. E antes de continuar, eu prometi a mim mesmo que mudaria em relação a Changkyun. 

 

“Hyungwon, você gosta de morar com o Minhyuk e o Hyunwoo?” 

“Minuki e Souiu são os melhores appas do mundo. O Souiu sempre ajuda o Minuki quando ele tá mal, e eles caçam bichinhos juntos, eles são os melhores. O Minuki disse que o Bolinha vai voltar logo, mas eu acho que ele foi atrás da omma dele. O Souiu me dá chocolate sempre. Eu amo muito o Minuki e o Souiu, um tantão assim.” 

 

Abracei Hyungwon já chorando de novo. Ele reclamava do abraço forte, então tentei ser mais delicado. Sorri para o mesmo e baguncei seus cabelos, me sentindo amado. Eu amava os meninos com todas as minhas forças e faria de tudo para ficar junto deles para sempre. 

— Eu prometo que vocês não vão ficar com ela, eu prometo. 

 

.


Notas Finais


A explicação pro Changkyun ser tão birrento, é puro ciúmes gente. É porque ele quer atenção.
Luda, das Cosmic Girls, ok gente? Vão lá dar muito amor pra minha bebêzinha, eu amo tanto ela que dói. ❤ (to decorando cosmic girls, vamos com calma) ((e gfriend também))
Poseidon: deus grego, só isso.

Muito obrigada pelos 384 favoritos gente, sério, sem vocês eu não sou nada, essa fanfic não existiria. Obrigada por tudo e eu amo muito vocês, de verdade. ❤❤❤
É isso, um beijo, um abraço, e até quarta-feira ❤


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