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História Pais por Acaso - Vinte.


Escrita por: yoongizzz

Notas do Autor


Boa leitura ❤️

Capítulo 20 - Vinte.


 

Desta vez eu não desmaiei, mas eu entrei num completo pânico ao pensar que quatro crianças com menos de dez anos de idade estariam andando sozinhas pelas ruas dessa cidade maluca. É a mesma coisa que procurar uma agulha numa piscina enorme, pode ser que você encontre, mas será difícil.  

— Como eles sumiram? — Hyunwoo perguntava pela milésima vez, falando no telefone com a avó dos meninos. — Nós estamos indo procurar, e você faça o mesmo, porque senão eu ligo a polícia e quem vai acabar mal nessa história é você. 

— Calma... — Pedi enquanto ele jogava o celular no colo. 

— Como quer que eu fique calmo, Minhyuk? — Gritou. — Esses meninos estão lá fora sem ninguém e quer que eu tenha calmo? 

— Appa... — Hyungwon me abraçou forte, por estar em meu colo. 

— Está assustando o Hyungwon! — Esbravejei. — E não grite comigo! 

— Parece até que você não está preocupado. — Ele comentou. 

— Estou, mas perder a cabeça nesse momento não adianta nada. — Gritei.  

— Depois é pra eu não gritar com você, né? — Retrucou. 

— Você me tirou a paciência, olha o que você me disse. — Bufei sentindo Hyungwon segurar minha blusa com força. 

— Eu só disse a verdade, você está muito calmo pra quem acabou de descobrir que quatro crianças desapareceram. — Hyunwoo disse revirando os olhos. 

— Ah vá se foder. — Encerrei a briga. 

— Vamos até perto da casa dela e sairemos procurando pelas redondezas. — Ele voltou a prestar total atenção no trânsito. 

— E se não os acharmos? — Perguntei. 

— Pare de ser pessimista. — Ele disse sério. 

Me senti péssimo, era a primeira vez que eu brigava com Hyunwoo dessa maneira, a primeira em anos. E pra piorar, Hyungwon chorava baixinho, sentindo medo pelo tom de voz de Hyunwoo, e porque eu também gritei. E eu também tinha sentido um pouco de medo.  

Assim que avistamos a casa da bruxa, digo, avó dos meninos, estacionamos do outro lado da rua e então descemos desesperados e fomos de encontro com a mesma. O avô dos meninos estava ao seu lado e o mesmo chorava. 

— Finalmente. — Ela disse. 

— Cale a boca. — Hyunwoo apontou o dedo na cara dela. — Se os meninos não aparecerem, você trate de ter um ótimo advogado. 

— Olha lá como fala comigo, seu abusado. —Eela respondeu. — E tire esse dedo gordo da minha cara, sabe lá onde você enfia ele. — Fitou-me. 

Eu vou socar a cara dessa vagabunda. 

— Por favor, não liguem para ela. — O avô dos meninos se pronunciou. — Os meninos fugiram por causa dela. 

— O que você disse? — Ela perguntou. 

— Você os trata tão mal que dá dó. — ele explicou de cabeça baixa. — Gritou, os proibiu de fazer tudo, brigou com eles até por não comerem toda a comida. 

— Fique quieto. — Ela disse entredentes. 

— Está explicado. — Minha mãe disse. — Eu sabia que você era uma péssima pessoa. 

— Por favor, chega. — Pedi. — Vamos procurar os meninos de uma vez por todas. 

Depois de muita discussão, nos dividimos para procurar os meninos. Minha mãe foi sozinha, o avô dos meninos foi com a avó, Hyunwoo foi sozinho, e eu fui com Hyungwon. Decidi ir procurar mais para o centro da cidade. 

— Minuki, estamos indo passear? — Perguntou. 

— Sim, Hyungwon, nós estamos indo passear. — Menti. 

— Por que você e o appa estavam gritando? — Ele perguntou num tom preocupado. 

— Porque... — Suspirei. — Porque nós somos idiotas. 

— Idiotas? — Ele repetiu. 

— Sim, nós as vezes não sabemos o que fazemos. — Respondi. 

— Vai ficar tudo bem? — Perguntou. 

— Vai sim. 

Enquanto andávamos pela rua, eu entrava em algumas lojas e perguntava se as pessoas viram quatro crianças sozinhas andando por ai. Era horrível pois todos perguntavam a cor da roupa e eu não sabia que roupas eles estavam usando. Hyungwon e eu caminhamos o suficiente para nos cansarmos e sentarmos num degrau de uma escada que levava há uma porta, provavelmente de uma casa. 

— Chegamos? — Ele perguntou. 

— Não... — Deixei as lágrimas, que lutei para não aparecerem, correrem pelo meu rosto. 

–Minuki... — Ele passou as mãozinhas por minhas bochechas. — Não chora, appa. 

— Hyungwon... — Funguei. — Eu não sei o que fazer... 

Estava anoitecendo, e eu realmente não sabia o que fazer. Ninguém havia me ligado dizendo que havia achado os meninos e o pior de tudo, eles não atendiam o celular que eu havia dado para eles. 

E agora, eu estava em pânico, chorando feito um bebê na frente do Hyungwon. E o mesmo me olhava assustado, mais perdido que eu. 

— Minuki, não chora... — Ele pedia. 

— Desculpa, Hyungwon... — Pedi enquanto o abraçava. — O que você acha que eu devia fazer? 

Hyungwon me olhou, desviou a atenção para os lados, para seus tênis, e voltou sua atenção a mim. 

— Buscar meus irmãos... — Ele disse. 

— Tem razão. — Tentei parar de chorar. — Hyungwon, se você fugisse, pra onde iria? 

— Fugir? — Ele tombou a cabeça para o lado. — O que é isso? 

— Sair de casa e não voltar. — Tentei explicar. 

— Eu iria atrás de você. 

Eu rezava mais do que quando ia a igreja com minha mãe quando era criança. Apenas sai correndo com Hyungwon a caminho da nossa casa. Esse baixinho devia ganhar o prêmio de mente brilhante, por que eu não pensei nisso? É óbvio que os meninos fugiriam pra casa. 

Mas aí veio a dúvida: Eles sabem como voltar pra casa? 

Por isso eu ainda não conseguia me acalmar, e saia perguntando pra todo mundo se haviam visto os quatro diabinhos. Felizmente, uma senhora disse ter visto-os passar aqui, estavam juntos e perguntaram como chegar ao shopping perto de casa, e isso não fazia mais de uma hora. 

Conclusão, sai correndo que nem um abestado, tendo que voltar para pegar Hyungwon no colo, já que ele não conseguia mais andar. 

Enquanto corríamos, vi de longe Hyunwoo virar a esquina, vindo até mim ofegante. Naquele momento, eu lembrei de nossa briga e quis ignora-lo. 

— Achou? — Perguntou. 

— Não, e você? — Respondi. 

— Nada... — Olhou meu rosto e arregalou os olhos. — Você estava chorando? 

— Não... — Funguei. 

— Não minta pra mim... — Disse. — O que aconteceu? 

— Ele está triste porque você gritou com ele, appa... — Hyungwon disse baixinho. 

Olhei para Hyunwoo como se estivesse afirmando o que Hyungwon disse. Não deixava de ser verdade, mas eu também tinha chorado por causa dos meninos, e porquê talvez a avó dos meninos estivesse certa: eu não tenho idade e nem responsabilidade para cuidar de crianças. 

— Minhyuk... — Chamou-me. — É verdade? 

— Não. — Respondi. 

— Então por que está chorando? — Hyunwoo tornou a perguntar. 

— Estou preocupado com os meninos, mas deixa isso pra lá, né? — Respirei. — Eu não estou preocupado com os meninos. 

— Eu disser aquilo num momento de desespero. — Tirou Hyungwon do meu colo e abraçou-me. — Me desculpa, amor.  

— Tudo bem. — Abracei-o de volta. — Eu sei pra onde os meninos foram. 

— Onde? 

— Pra casa. — Respondi. — Pra nossa casa. 

— Mas... — Me apertou mais forte no abraço. — Por que não pensamos nisso antes? 

— Agradeça ao Hyungwon. — Sorri. 

Olhei para o lado achando que Hyungwon estaria ali, mas não. Pela santa mãe da pasta de dente, mais uma criança desaparecida não. Meu coração parou e voltou assim que o vi brincando com um cachorrinho no portão. 

Amaldiçoei Hyungwon e toda sua geração por esse mini ataque cardíaco. 

Decidimos então seguir até o shopping, e quando chegamos lá, Hyunwoo disse que iria procurar lá dentro e pediu para que eu continuasse a caminho de casa. Andei com Hyungwon por mais alguns minutos, passamos por aquele parquinho, chegamos a ponte e nada, nem sinal. Eu já tinha perdido todas as minhas esperanças e não aguentava mais andar, e Hyungwon parecia procurar algo. 

— Hoseok-oppa? — Hyungwon perguntou. — Hoseok-oppa! — Gritou. — Mikuni, é o Hoseok e o Kihun! 

E Hyungwon saiu correndo, e eu sai atrás logo depois. Mas todas as nossas esperanças foram quebradas, pois era apenas um casal sentado de costas para nós, e os dois nos olhavam confusos, e eu só sabia puxar Hyungwon dali o mais rápido possível, me perguntando onde eu poderia enfiar minha cabeça. Eu pude jurar que tinha visto as crianças. 

Olhei em volta novamente, decidindo continuar a caminho de casa. Se minhas orações fossem telefonemas, elas estariam todas na caixa postal. Andamos mais e mais, o que resulto em termos chegado novamente em casa. Eu não aguentava mais ficar em pé, Hyungwon não conseguia mais andar, já havia anoitecido, e nós não encontramos as crianças. Meu celular começou a tocar em meu bolso e assim o puxei, vendo a ligação de Hyunwoo. Atendi sem pensar duas vezes. 

— Amor? — Ele disse assim que atendi. 

— Oi. — Respondi. 

— Achou?  

— Não... — Suspirei pesado. — Nem sinal. 

— Não encontrei nada também. Onde você está? — Hyunwoo perguntou. 

— Em casa. — Eu respondi. 

— Andou tanto assim? — Perguntou preocupado. — Tudo bem, vou pegar o carro e dar mais uma olhada por aÍ. 

— Ok... — Concordei. — Não demora. 

— Te amo. — Ele disse por fim antes de desligar. 

Guardei o celular e me levantei da calçada, levando Hyungwon para dentro de casa. Abri o portão e entramos juntos, mas logo paramos. A porta da sala estava aberta. Um ladrão. Ou pior, podem ser vários ladrões. Ou pior! Podem ser extraterrestes ladrões. Eu tenho que parar de ler sobre teorias de vida fora da terra. 

Peguei Hyungwon no colo e caminhei cuidadosamente até a entrada da casa, dando de cara com Hoseok, que comia um pedaço de bolo que minha mãe havia feito durante a semana. 

— Minhyuk-appa! — Ele correu e me abraçou, enquanto eu ainda tentava processar a informação. 

— Minhyuk? — Changkyun apareceu logo depois, também vindo me abraçar. 

E logo, Changkyun e Jooheon apareceram, se juntando no abraço. Hyungwon se remexeu no meu colo e então o desci, e o mesmo foi abraçar os irmãos. E eu ainda estava parado sem esboçar reação. 

— Minhyuk, onde todo mundo foi? — Hoseok me perguntou calmo. 

— Como assim para onde todo mundo foi? — Surtei. — Vocês que sumiram da casa de vocês e aparecem do nada! 

— Desculpa, Minhyuk... — Kihyun abaixou a cabeça. — É tudo culpa minha. 

— Eu estava tão preocupado, por Deus. — Me abaixei para abraça-lo. 

— Nós não queremos mais ficar na casa dela. — Changkyun disse. 

— É só por mais uma semana. Prometo. — Suspirei. — Não façam mais isso, eu fiquei realmente preocupado. 

— Desculpa, Minhyuk. — Disseram em coro. 

— E vocês sabem que vão ter que voltar pra casa dela, não sabem? — Eu suspirei fundo. 

— Então fugimos pra nada? — Jooheon perguntou. — Ah não... 

— Sim. — Respondi. 

— É culpa minha, nós estávamos com saudades. — Kihyun explicou. 

— Não é questão de culpa, mas vocês quase me mataram do coração. — Eu disse num estado tão calmo que até eu estranhei. 

— O Bolinha voltou, pessoal! — Hyungwon anunciou chegando na sala. 

E assim, eles começaram a dar atenção ao gatinho até Hyunwoo chegar, e quando o mesmo viu os meninos só faltou explodir de raiva, mas não brigou com nenhum dos meninos. Depois de insistirmos muito, levamos os meninos de volta para a casa da avó dos mesmos, e ali houve mais choro e protestos por parte do todos os meninos, e por minha parte também, que sou um baita coração de manteiga. 

Eu só queria dormir e acordar no dia do julgamento. 

 .


Notas Finais


Obrigada pelos 543 favoritos, atingimos os 500!!! Sério, eu amo vocês demais e agradeço por todo o amor que dão a fanfic, sério, vocês são demais ❤️

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Um beijão e até mais ❤️


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