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História Pais por Acaso - Quatro.


Escrita por: yoongizzz

Notas do Autor


Boa leitura ❤

Capítulo 4 - Quatro.


 

Quando eu digo que Hyungwon é uma sombra, ninguém acredita em mim. Aí está a prova. Eu não sabia nem como reagir, só queria abrir um buraco no chão e me enfiar dentro dele até definhar inteiro. 

— Minuki... Souiu... — Hyungwon repetiu. 

— Hyungwon não é isso que você está pensando. — Hyunwoo disse. 

— Hyungwon, deixa eu explicar... — Tentei falar. 

— Vocês estavam se beijando? — Ele tinha um olhar tão inocente que eu quase chorei. 

— NÃO! — Hyunwoo disse todo desesperado gesticulando feito louco. 

Ah pronto, agora a madame vai se fazer de desentendida. 

— Minhyuk estava com falta de ar e eu o ajudei. — Hyunwoo mentiu. 

Quem é que vai acreditar numa desculpa ruim dessas? 

— Minuki estava mal? — Hyungwon perguntou. 

— Sim. — Continuou Hyunwoo. 

— Então a mamãe sempre estava mal. — Hyungwon comentou. — O papai sempre ajudava ela com isso. 

— Ele sabe o que estávamos fazendo, Hyunwoo. — Suspirei. Eu já estava fazendo cosplay de tomate de tão envergonhado que estava me sentindo. 

— Hyungwon, você sabe o que é isso? — Hyunwoo perguntou. 

— Isso o que? — Hyungwon perguntou em resposta, todo perdido. 

— Bem... — Hyunwoo virou-se para mim e me roubou um beijo. To seca. — Isso. 

— É um beijo! — Hyungwon bateu palminhas. 

— Ok, ele sabe. — Eu disse já querendo me jogar pela janela. — Hyungwon, você não pode contar isso pra ninguém. 

— Por quê? — Ele voltou a perguntar. 

— Porque não, Hyungwon. — Hyunwoo respondeu por mim. 

— Mas por que não? — Hyungwon continuou. 

— Porque não! — Respondemos juntos. 

Caminhei até o pequeno e o peguei no colo, prontinho pra levar o baixinho de volta para o quarto para que ele voltasse a dormir. E foi quando olhei para Hyunwoo que a ficha caiu. Eu beijei Son Hyunwoo. Eu beijei meu melhor amigo. Eu beijei... GENTE DO CÉU! O que é que eu faço agora? Ok, Minhyuk, sem pânico... 

Já estou em pânico. 

— Hyungwon, você precisa ir dormir. — Hyunwoo disse. 

— Eu quero dormir com vocês. — Hyungwon disse me abraçando. 

— Por quê? — Perguntei. 

— Porque estou com medo da chuva. — Ele se justificou. 

A chuva, eu tinha me esquecido. 

— Tudo bem, pode ir lá pra nossa cama... — Hyunwoo disse derrotado. 

Quando eles foram para o quarto, eu segui para o banheiro. Tomei um banho um pouco demorado, me lembrando da cena do corredor, sem me lembrar que Hyungwon estava ali. Hyunwoo e eu sempre fomos muito íntimos, grudados, melhores amigos, best friends forever, mas nunca havíamos tido um contato mais intenso como um beijo. Mas não posso negar que era algo que eu queria, mas eu sempre tive medo de acabar com a nossa amizade. 

Por isso, ao longo dos anos, eu acabei ficando com alguns meninos. Não tantos, porém, até hoje dois deles correm atrás de mim. Mas eu não quero dizer que não tinha um pequeno interesse no Hyunwoo, e com o tempo isso foi se tornando maior. Nós parecíamos namorados, era algo tão legal, mas não havia um relacionamento maior do que o de uma amizade. 

E agora, eu me pergunto como vai ser... Nos beijamos, e agora? SON HYUNWOO, VOLTA AQUI QUE EU QUERO BEIJAR MAIS, MALDITO SEJA HYUNGWON, EU ACHAVA ELE UM ANJO, NÃO É MAIS! 

Sai do banho e voltei ao quarto, onde Hyunwoo brincava com Hyungwon que havia pego seus bichinhos de pelúcia. Ri e os dois perceberam minha presença no quarto. Logo estávamos deitados e bem aconchegados, com um Hyungwon dormindo em meio a nós dois. Fingi dormir por um bom tempo até pegar no sono, ainda estava com vergonha pelo que aconteceu. 

 

Acordei antes do sol, sentindo meu corpo clamar por comida, eu estava com fome, não havia jantado. Levantei-me e fui em direção a cozinha, ouvindo a chuva que caia fraca lá fora. Procurei alguns biscoitos, e um copo bem gelado de leite. Quase cuspi todo o líquido em minha boca ao me virar e dar de cara com Hyunwoo ali na porta da cozinha. Meu coração automaticamente bateu mais rápido e meu estômago revirou. 

— Ainda é muito cedo. — Ele comentou cruzando os braços. 

— Estou com fome. — Me justifiquei. 

— Desculpe pelo que aconteceu... — Ele começou a se desculpar. — Eu não sabia nem se você também queria... 

— Ei! — Intervi. — Eu correspondi o beijo, você acha que eu não queria? 

Corei automaticamente com o que eu disse, comendo um pedaço do biscoito para disfarçar isso. Hyunwoo me olhava com um sorriso nos lábios, e assim foi se aproximando. Pegou um dos meus biscoitos e comeu, estando bem perto de mim. Eu fiquei ali, estatuado, sem saber como reagir. 

— Minhyuk... Pode respirar... — Ele riu. 

— Eu estou respirando. — Eu disse, mas não estava mesmo. 

— Não está. — Ele disse com um sorriso de canto. 

Soltei o ar de meus pulmões. Sorri pequeno quando ele afagou meus cabelos. Meu coração parecia que iria saltar para fora de meu corpo, parece que tinha dado a volta em meu corpo e voltado ao lugar logo depois. Como reagir depois de beijar seu melhor amigo, pesquisar. 

Quando eu menos esperava, Hyunwoo se aproximou mais um pouco e acabou com a distância entre nós dois, juntando nossos lábios num selar demorado, cheio de migalhas de biscoito. Meu corpo inteiro parecia tremer, e eu tentava não ligar para isso, sentindo a mão de Hyunwoo adentrar dentro da minha camisa, tocando minha pele com delicadeza, o que fez com que eu estremecesse de leve pela mão dele estar gelada e eu estar super quente. Soltei um suspiro pesado ao sentir os toques dos dedos contra minha cintura, mas nos separamos rapidamente ao ouvirmos passos e eu, por acidente, derrubei o prato de biscoitos no chão. 

— Minhyuk... — Kihyun nos olhou confuso. — O que vocês estavam fazendo? 

— Nada, Kihyun, estávamos... — Hyunwoo coçou a cabeça. — Comendo, Minhyuk estava com fome, você nos assustou. 

— Ah, desculpe... — Kihyun nos olhou tão desconfiado que eu jurei que ele dizia mentalmente “Eu sei o que vocês faziam”.  

Parecia até aquelas crianças da missa que ficam te encarando, parecendo que veem sua alma e sabem de tudo o que você fez de errado a vida toda. 

— Precisa de algo? — Hyunwoo perguntou. 

— Tem uma barata no banheiro, e o Changkyun tá muito apurado. — Kihyun explicou, puxando o irmão para perto de si, e eu nunca vi uma criança tremer tanto. 

— Deixa comigo. — Hyunwoo disse e se dirigiu ao banheiro, enquanto eu limpava a sujeira que eu havia feito, tremendo mais do que tudo. 

Era o segundo beijo, era a segunda vez que algo tinha de nos atrapalhar. Eu queria realmente saber o que teria acontecido se as crianças não tivessem aparecido, e como queria. Juntei todos os cacos do prato e procurei a vassoura para acabar de limpar tudo logo. Quando terminei, Hyunwoo me observava na porta da cozinha de braços cruzados com um olhar tão bravo que eu nunca havia visto. 

Joguei todo o lixo fora e fui até o senhor cara amarrada, lhe deixando um beijo rápido nos lábios na ponta dos pés e me arrependi logo depois. Hyungwon estava ao nosso lado, e sorriu fofamente ao ver aquilo. 

— Souiu está mal? — Ele perguntou, apontando para Hyunwoo que tinha o rosto mais corado do que o meu. 

— Sim. — Respondi pegando-o no colo e subindo as escadas antes que ele fizesse outra pergunta. 

 

Quando tudo clareou, o sol não apareceu, estava nublado com nuvens carregadas, e pior, era sábado, um belo dia pra chover. Mas um péssimo dia para chover quando você tem crianças. Eu preparava o almoço com a ajuda de Kihyun, enquanto Hyunwoo brincava com Hyungwon e Changkyun, enquanto Jooheon e Hoseok brincavam sozinhos de esconde-esconde. 

— Minhyuk, você viu o Jooheon? — Hoseok perguntou. 

— Não vi, não. — Respondi. 

O menino saiu bufando da cozinha. Kihyun tentava cortar os vegetais para a sopa que eu fazia, mas não tinha coordenação motora para isso. 

— Assim, olha... — Peguei em suas mãos, auxiliando-o e ensinando-o a cortar a cenoura. — Vá para frente e para trás, assim ela corta melhor. 

— É difícil. — Ele fez uma careta. 

— Você nunca cozinhou? — Voltei a cortar as batatas. 

— Não... — Ele respondeu, repetindo o que eu havia ensinado. — Papai dizia que cozinhar era coisa de mulher. 

— De hoje em diante eu sou a Minhyuka. — Debochei. 

— E eu sou a Kihyuna. — Ele riu. 

Terminamos de fazer a sopa, que aliás, não querendo me gabar, tinha um cheiro maravilhoso e o gosto parecia estar ainda melhor. Kihyun me ajudou a servir a sopa em tigelas e a levar as bandejas até a sala, onde todos os outros estavam. Peguei Hyungwon no colo, trocando olhares com Hyunwoo que acabaram em pequenos sorrisos.  

— Está quente, assoprem para esfriar. — Aconselhei os meninos. 

Os meninos comiam e assistiam a televisão, estava passando um desenho animado aleatório e bobo, mas que prendia a atenção dos pequenos e rendia algumas risadas, que vinham até mesmo de Hyunwoo. Havia começado a chover novamente, nada muito forte, um clima bom pra dormir a tarde inteira, mas acha que eu posso pensar num cochilo depois do almoço quando tenho cinco crianças em casa? De jeito nenhum. 

Quando todos terminaram de comer, juntei as vasilhas, percebendo que Kihyun havia comido muito pouco, mas resolvi ficar na minha, não iria forçá-lo a comer. Coloquei tudo na pia, não estava afim de lavar a louça, então deixaria para depois. Quando me virei, Hyunwoo estava com Hyungwon nos braços, e me olhava num tom preocupado. 

— O que foi? — Perguntei. — Parece que viu uma assombração. 

— Então, Minhyuk... Temos um pequeno problema. — Hyunwoo disse colocando o pequeno sentado no balcão. 

— Por quê? — Indaguei preocupado. 

— Observe. — Virou-se para baixinho em cima do balcão. — Hyungwon, do que você me chamou agora a pouco? 

— Souiu appa. — Hyungwon disse todo animado e sorriu e eu me derreti. 

— Ai, deuses, que coisa mais fofa! — Surtei, não consegui me segurar, desculpa. 

— Minhyuk, isso não é fofo! — Hyunwoo retrucou. 

— E por que não? Olha essa coisa mais lindinha. — Eu disse já apertando as bochechas de Hyungwon. 

— Minhyuk, observe novamente. — virou—se novamente para o pequeno. — Hyungwon, por que você está me chamando de appa? 

— Porque você é o papai, e o Minuki é a mamãe, vocês se beijam e cuidam de mim e dos meus irmãos que nem meu papai e minha mamãe. — o menino sorriu tão grande que eu não sabia se morria de fofura ou de desespero. 

A CRIANÇA TEM TRÊS ANOS E RACIOCINA DESSE JEITO, SOCORRO. 

— Mamãe e papai? — Três rostos surgiram na cozinha. 

— Sim! Minuki e Souiu são como a mamãe e o papai. — Hyungwon repetiu. 

Onde fica o botão desliga desse neném? 

— Quê? — Jooheon perguntou confuso. 

— Hyungwon, xiu... — Falei enquanto colocava o dedo na boca do pequeno. 

— Por que ele está chamando vocês assim? — Hoseok perguntou, logo fazendo uma expressão espantada. — Vocês são namorados e nos adotaram? 

Quando eu penso que nada pode piorar... 

— Não! — Hyunwoo e eu respondemos juntos. 

— São sim, eles se beijam. — Hyungwon denunciou. 

— Se beijam? — Jooheon nos olhou um pouco incrédulo. — Mas isso não é errado? 

— Dois homens se beijando? — Kihyun se virou para o irmão. — Claro que não, é normal, é amor. 

Kihyun sensato, meu orgulho. 

— Então, o Minhyuk e o Hyunwoo se beijam? — Jooheon perguntou novamente. 

— Não! — Eu e Hyunwoo dissemos juntos de novo. 

— Sim! — Hyungwon contrariou. 

— Eu estou confuso. — Jooheon disse. 

— Então de manhã vocês se assustaram comigo e o Chang porque estavam se beijando? — Kihyun perguntou. 

— Não! — Eu disse um tanto desesperado. — Hyungwon entendeu tudo errado. 

— Eles são como a mamãe e o papai Kihun! — Hyungwon disse. — Eles se beijam, sim. 

— Chega! — Hyunwoo se irritou. — Depois nós conversaremos sobre isso. 

Hyunwoo saiu da cozinha e todos os olhares foram direcionados a mim. Me senti como se o professor me chamasse a atenção na aula e todos os olhares da classe caíssem sob mim. Me sentei na mesa assim que coloquei Hyungwon no chão e afundei meu rosto em minhas mãos. Nunca me senti tão bobo na frente de crianças. Eu me sinto patético. 

— Minhyuk, vocês estavam se beijando mesmo? — Kihyun se sentou na minha frente e perguntou. 

— Nós não vamos ficar bravos. — Hoseok disse. 

— Sim, crianças, nos beijamos... — Confessei, sentindo as mãos de Hyungwon em minha perna para que eu o pegasse no colo. — E não, vocês não podem contar isso pra ninguém. 

— Por quê? — Jooheon perguntou. 

— Porque não. — Respondi. 

— É errado beijar? — Hyungwon perguntou. 

— Não é errado, mas dois homens não são tão bem aceitos... — Expliquei. 

— Como assim? — Hoseok perguntou. 

— Há muito preconceito... — Suspirei fundo. 

— Nós não vamos contar pra ninguém. — Kihyun prometeu.  

Me senti naquele momento como um adolescente que acabara de dar seu primeiro beijo, era algo tão maluco e nostálgico. Eu sabia que as crianças não iriam contar nada, mas eu não confiava tanto em Hyungwon, porque ainda não descobri o botão de desliga dessa criança. 

 

.


Notas Finais


Opa opa. Só avisando, Hyungwon é uma caixinha de surpresas.
Obrigada por cada favorito, cada comentário, eu amo vocês pra chuchu ❤

Tapas, reclamações, amor, abraços e (muito) monsta x: https://twitter.com/foolmonstax
Até ❤


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