Até broxei. Poxa, Hyungwon, sério? Você tem que acordar agora? Logo agora, Hyungwon?
Olhei para Hyunwoo com uma cara de pânico maravilhosa. Arrumei minhas vestes e dei um último beijo no mesmo que estava com uma expressão brava até demais. Desci da pia e o encarei, procurando uma resposta.
— Finja que está procurando algo. — Sussurrei. — Hyungwon? — Chamei o pequeno.
— Minuki! — Ele disse animadamente.
Abri a porta e o mesmo estava ali, segurando seu cobertor e com os olhinhos fixados em mim, porém tentava olhar atrás de mim também.
— Souiu! — Hyungwon sorriu.
— Hyungwon, você não estava dormindo? — Hyunwoo bufou.
— O que vocês estão fazendo? — O pouca sombra perguntou.
— Estamos... — Arregalei os olhos e pensei. — Procurando um bichinho.
— Um bichinho feio? — Ele tornou a perguntar.
— Sim, um bichinho muito feio. — Respondi lhe pegando no colo.
— E achou o bichinho? — Perguntou enquanto eu caminhava até o quarto das crianças.
— Sim, Hyungwon, achamos, não tem mais nenhum bichinho feio. — Respondi e o coloquei no berço.
— Nenhum? — Ele perguntou enquanto abraçava a tartaruga de pelúcia.
— Nenhum. — Sorri para ele. — Vou ficar aqui até você dormir pra garantir que nenhum bichinho vai pegar você.
Cantarolei uma música aleatória de ninar e fiquei fazendo carinho nos cabelos de Hyungwon, e só o observando dormir daquele jeitinho que descobri que ele chupa o dedo enquanto dorme. Eu não sei lidar com esse bebê. Não sei se o amo ou se o odeio por ser um empata-foda.
Dormindo parece um anjo, acordado é pior que o capeta.
Quando me certifiquei que ele dormia profundamente sai do quarto e fui até a cozinha, encontrando um homem muito frustrado e bravo. Ri do mesmo e me aproximei, começando a lhe fazer uma massagem nos ombros.
— Não sei você, mas não aguento mais. — Ele disse referindo-se a Hyungwon e sua mania nada legal de sempre nos atrapalhar.
— Ele não tem culpa de nada, Hyunwoo. — Respondi. — Nós também somos loucos.
— Minhyuk, eu quero você por demais... — Ele suspirou. — Quando acho que vai acontecer tem uma criança no meio.
Sorri pequeno e deixei um beijo em seu pescoço, eu não tinha muito o que fazer diante da situação.
Na hora do jantar fiz uma comida simples, e quando todos estavam sentados à mesa — até mesmo Changkyun, aquilo era um milagre — servi cada um dos meninos. Como sempre, Kihyun comeu duas, três colheradas e disse que iria fazer seu dever de casa.
— Jooheon, o que é isso no seu braço? — Hyunwoo perguntou apontando o curativo do menino.
— Ele caiu na escola. — Hoseok dedurou.
— Jooheon, tem que tomar mais cuidado. — Suspirei fundo.
— Eu não cai. — Jooheon olhou feio para Hoseok. — Changkyun disse que estava com medo dos meninos feios e eu defendi ele.
— E aí os meninos empurraram ele e aí já estava no chão. — Hoseok completou.
— Quem são esses meninos hein? — Perguntei bravo.
— Eles são idiotas. — Hoseok deu de ombros.
— Eu vou falar com a professora amanhã mesmo. — Hyunwoo ditou sério. — Ninguém vai mexer com vocês de novo.
— Hyunwoo é nosso super herói! — Changkyun gritou feliz.
— YEAH! — Hoseok e Jooheon gritaram também.
O sorriso que Hyunwoo deu fora tão grande que meu coração disparou tão rápido que eu pensei que iria desmaiar ali mesmo. Quando todos terminaram, Hyunwoo os levou pra tomar banho enquanto eu arrumava toda a bagunça da cozinha. Não só da cozinha, a casa toda estava bagunçada e eu precisava arrumar tudo aquilo. Quando toda a louça estava lavada, fui a sala e catei todos os brinquedos e roupas espalhadas. Guardei tudo e coloquei o cesto de roupa na lavanderia, guardando também todos os sapatos que estavam em cantos aleatórios. Quando terminei, Kihyun desceu as escadas dizendo que estava mal.
E como no último mês, deixei que ele chorasse, deixei que tirasse toda a mágoa de dentro de si. Kihyun estava assim, chorava e estava muito mal. Eu não sabia mais o que fazer, mas sabia o que ele podia estar enfrentando. Uma depressão. Eu nunca vi casos em crianças, mas sei que existe e assim pesquisei, constatando que ele podia estar depressivo.
Quando o mesmo parou de chorar, o mimei com um pedaço de chocolate e um copo de leite com achocolatado. E assim, ele quis dormir, e eu o levei até seu quarto e fiquei com ele até quando o mesmo adormeceu. Estava começando a me sentir como pai dos meninos, mas ainda me considerava um babá.
Tomei um banho rápido e antes de voltar ao quarto arrumei todo o banheiro, aquilo já havia virado costume. Voltei ao meu quarto e de Hyunwoo com a ideia de procurar uma roupa para então dormir, mas nem tive tempo de fazer isso. Hyunwoo me colocou contra a parede e eu virei um tomate quando senti minha toalha cair de meu corpo. Nunca vi um sorriso tão malicioso quanto aquele.
— Vamos terminar o que deixamos pela metade, sim? — Ele sussurrou em meu ouvido.
Ouvi a porta ser trancada e senti as mãos do mesmo me pegarem no colo. Fui deitado com delicadeza em meio aos travesseiros, nem ligando se estava nu ou não. Hyunwoo tomou meus lábios num beijo calmo e ficou por cima de mim, fazendo uma trilha imaginária com seu dedo, que percorreu todo meu tórax e chegou até minha intimidade. Senti sua mão envolver meu membro que já dava sinais de vida e a mesma se movimentar lentamente para cima e para baixo.
Arfei forte durante o beijo, sentindo os dedos do mesmo espalharem o pré-gozo por toda a glande e logo depois o mesmo começar a descer os beijos pelo meu maxilar, deixou chupões em meu pescoço sem tanta intensidade, mas se aproveitou da clavícula. Era um local que ficaria escondido. Mordi meu dedo para não gemer quando o mesmo soprou minha glande melada de pré-gozo, produzindo arrepios involuntários por todo meu corpo.
É aquele ditado, né, agora assopre como uma flauta.
Revirei os olhos arqueando as costas quando senti meu membro desaparecer dentro da boca de Hyunwoo. Segurei forte os lençóis quando ele começou com movimentos de vai e vem com a boca por toda a extensão, e eu sentia meu falo pulsar dentro da cavidade úmida. Soltei um gemido frustrado quando o mesmo parou sem aviso e me encarou. Chupou dois de seus dedos e afastou minhas pernas com um sorriso todo malicioso, me tremi inteirinho.
Meu orifício se contraiu todo ao sentir o dedo molhado forçar ali, e eu tive de morder o travesseiro para não gritar quando ele invadiu meu interior, começando com movimentos lentos e precisos. Eu me sentia indo ao céu e ao inferno com todas as sensações sentidas, e o lençol não estava mais sendo o necessário pra descontar todo o prazer que eu sentia e eu comecei a gemer baixo, o mais baixo que conseguia.
Quando penetrou o segundo dedo, voltou a me masturbar na mesma velocidade das estocadas, o que me fez involuntariamente agarrar seus cabelos. Estou rezando pra nenhuma das crianças acordarem, por Deus, se alguém acordar eu me mato.
— Hyunwoo... — Gemi arrastado.
— Porra, Minhyuk... — Ele xingou tirando seus dedos de mim.
Abri os olhos e o vi frente a frente comigo. Sorri abobado, sentindo a respiração do mesmo em meu pescoço. Ele se afastou para pegar uma camisinha que havia ali no criado-mudo, rasgando-as com cuidado e logo a colocando em seu membro, voltando a se encaixar entre minhas pernas. Gemi ansioso ao sentir sua glande tocar minha entrada e forçar contra ela. Como eu queria aquilo, por deuses, como eu queria.
— Minhyuk... — Ele sussurrou. — Posso?
— Pode. — Respondi ofegante, fechando os olhos já esperando pela dor.
Senti seu membro me invadir, me fazendo ter a sensação de estar sendo rasgado lentamente, gemi mordendo os inferiores e sentindo meus olhos lacrimejarem, puta que pariu. Fiquei imóvel até estar tudo dentro de mim, e assim que sentimos o baque de nossos corpos gememos juntos num tom mais alto.
— Finalmente, porra... — Ele gemeu sorrindo.
Rebolei — pelo menos tentei — lentamente, mordendo os lábios fortemente, sentindo o gosto férreo do sangue em minha boca. Hyunwoo se moveu lentamente, saindo de dentro de mim e voltando a me penetrar com tudo e eu me senti rasgado novamente, mas me esforcei para me acostumar com aquela sensação logo. A sensação de ter Hyunwoo dentro de mim — literalmente — era uma das melhores, mesmo com toda a dor que havia ali, e eu rezava demais para que nenhuma das crianças acordasse.
O mesmo começou a se mover com mais velocidade dentro de mim, indo em um vai e vem gostoso e ritmado, e eu me segurava muito para não gritar, mesmo sendo minha vontade. Deixei alguns gemidos mais altos escaparem e Hyunwoo saiu de dentro de mim, me virando de barriga para baixo e erguendo meus quadris, me fazendo afundar a cara no colchão. Puta posição vergonhosa, hein...
Senti-me penetrado de novo e agarrei novamente os lençóis, sem conseguir um gemido alto ao ser atingido na próstata. As mãos de Hyunwoo levantaram meu rosto e tamparam minha boca. As penetrações ficaram mais rápidas e sem pausas, me fazendo segurar na cabeceira da cama, ouvindo a mesma bater na parede diversas vezes. Silêncio era impossível.
Levei minha mão até meu membro que necessitava de alívio e tentei me masturbar no mesmo ritmo, coisa que era quase impossível por eu mal conseguir movimentar minha mão por puro prazer que eu sentia, me deixando alucinado a qualquer outra coisa. Meus gemidos estavam sendo abafados e eu mal me mexia, sentindo as estocas cada vez mais rápidas e precisas, acertando um só lugar, meu ponto doce, coisa que me estava me fazendo chegar perto do ápice. Me masturbei como conseguia e acabei deixando tudo sair, escorrendo pela minha mão e caindo nos lençóis.
Só entendi que Hyunwoo também havia chegado ao ápice quando ouvi seu gemido rouco. Ficamos parados durante um tempo, sentindo todas as sensações depois de uma transa, e eu tentava raciocinar tudo o que havia acontecido. Ok, eu e Son Hyunwoo transamos.
— Essa foi a melhor transa da minha vida. — Ele saiu de dentro de mim delicadamente e deitou ao meu lado, retirando a camisinha com cuidado.
— Então eu não sou o primeiro a provar de você? — Fiz um biquinho.
— Não. — Ele riu.
— Você tirou minha virgindade, Hyunwoo, sinta-se honrado. — Comentei como quem não queria nada, sentando-me na cama.
— Quê? — Ele gritou e eu tapei sua boca.
— Isso mesmo, agora, eu preciso de outro banho. — Bufei.
— Desculpe, princesa. — Ele riu.
Sorri para ele e o beijei. Não um beijo pornográfico como os últimos foram, mas algo que transmitisse tudo o que eu sentia por ele. Deitei-me sentindo dores no corpo e joguei o lençol longe, ele estava sujo. Abracei seu corpo e nos aconchegamos um no outro, suspirando cansados e querendo pelo resto da noite um bom sono.
Planos estragados com sucesso. Ouvimos um barulho do lado de fora da casa que nos fez pular no colchão e gritos de crianças desesperadas. Pude jurar que estava no inferno. Me levantei rápido e me contorcendo inteiro de dor, procurando uma roupa, assim como Hyunwoo. Abrimos a porta depois de nos trocarmos em tempo recorde e demos de cara com cinco crianças chorando e se tremendo inteiras na nossa porta. Abracei quantos pude e os olhei em pânico. Eu não sei lidar com crianças chorando.
— O que aconteceu? — Hyunwoo perguntou.
— Tem alguém lá fora, nós ouvimos. — Kihyun disse tremendo.
— Fiquem aqui, eu vou lá olhar. — Hyunwoo disse correndo para a escada, nem me dando tempo de dizer algo.
Puxei as crianças para dentro do quarto e deixei-as subir em cima da cama. Menos Hyungwon, ele estava grudado comigo querendo colo, e tudo o que eu pude fazer foi atender aos seus pedidos. Eu não resisto ao Hyungwon.
Olhei pela janela do quarto, vendo Hyunwoo olhando o quintal todo com a vassoura na mão. Melhor cena. Vi algo voador ir para cima dele e o mesmo começar a lutar com ar para espantar aquilo, coisa que fez as crianças, que também observavam tudo, rirem como loucas. Quando ele espantou o animal que não identifiquei, olhou para um ponto aleatório e correu até ele, saindo de nossa visão.
— Vamos. — Chamei as crianças e descemos todos até a sala.
Hyunwoo entrou na casa e trancou a porta, colocando a vassoura ao lado da porta. Olhou para nós e mostrou o filhote de gatinho em suas mãos, miando alto e fino, mais irritante do que o Changkyun fazendo birra. As crianças, como era de se esperar, ficaram loucas, queriam brincar com o bichinho e começaram com o drama.
— É tão fofinho. — Kihyun disse passando a mão no animalzinho que quase o mordeu.
— Ele é todo pretinho. — Changkyun tocou a pata e o gatinho o mordeu.
Uma criança berrando e gritando. Changkyun veio até mim segurando o dedo com dois machucados e eu ri da cena, coitadinho. Hyungwon pulava o tempo todo querendo ver o bichinho e assim Hyunwoo sentou-se no chão, mostrando o gatinho que simpatizou com o menor. Hyungwon pediu para segurá-lo e estendeu as mãozinhas, pegando-o com toda a delicadeza que tinha. Derreti quando o gatinho esfregou o rostinho no peito de Hyungwon, fazendo-o sorrir.
— Por que ele gostou só do Hyungwon? — Jooheon perguntou.
— Ele devia estar com medo, deve não ter achado o Hyungwon um perigo. — Hyunwoo explicou. — Ele me mordeu também.
Levei Changkyun até o banheiro e deixei as crianças na sala, encantadas com o gatinho. Sentei Changkyun na privada fechada e procurei a caixa de curativos. Limpei o ferimento pequeno e passei um remédio para que ele cicatrizasse mais rápido. Deixei o menino escolher o curativo que queria, e quis o rosinha cheio de flores. Ele não disse uma palavra para mim enquanto eu cuidava de si, apenas observava tudo com atenção.
Como um bom pai, mimei Changkyun com um chocolate assim que voltamos a sala. Disse que aquilo era segredo nosso e que ninguém poderia saber. Ele sorriu e nós fomos até a roda de pessoas na sala, todas fascinadas no gatinho.
Sentei-me no outro sofá sentindo uma pontada dolorida nas costas e tentei disfarçar, sorrindo para Hyungwon que segurava o gatinho e olhava pra mim.
— Minuki omma, a gente ficar com ele? — Hyungwon perguntou.
— Não sei. — Respondi sorrindo, era tão lindinho ver eles felizes assim.
— Por favor, Minhyuk omma. — Jooheon pediu e eu quase engasguei com o ar.
— Minhyuk omma? — Hyunwoo perguntou. — Acho que vocês deviam chamar ele de appa pra ficar correto.
— Appa? — Hyungwon perguntou. — Mas você é o appa, o Minuki é a omma.
— Eu tenho cara de mulher? — perguntei ironicamente.
— Não, mas numa família tem o appa, — Hyungwon apontou o Hyunwoo — a omma, — apontou para mim quase derrubando o filhote no chão. — e os filhos.
— Existem famílias com dois appas e com duas ommas, e mesmo assim eles são uma família. — Expliquei.
— Assim como a nossa? — Kihyun perguntou.
— Sim. — Assenti.
— Então vocês são nossos appas? — Jooheon perguntou. — A omma e o appa nunca mais vão voltar?
— Eles nos odeiam? — Changkyun tinha os olhos marejados.
— Eles vão voltar, sim! — Hyungwon sorriu. — Só que vão demorar, e quando voltarem iremos ao parque. — Voltou a acariciar o gato.
Quis chorar ali mesmo e abracei Changkyun que estava perto de mim, sentindo uma culpa enorme. Eu não saberia bem como contar para eles que tinham perdido os pais. Kihyun e Hoseok estavam quietos ao lado de Hyunwoo, e eu tentei tirar aquele clima ruim.
— Vamos ficar com o gatinho. — Anunciei.
— YEAH! — Gritaram todos juntos esquecendo da tristeza.
— Qual vai ser o nome? — Hyunwoo perguntou.
— Bolinha. — Hyungwon disse.
— Não! — Hoseok disse sério. — Vamos chamar ele de Selvagem.
— Não, eu quero que ele se chame Fofinho. — Changkyun disse.
— Eu quero que ele se chame Noite. — Jooheon disse.
— Eu quero bolinha. — Hyungwon sussurrou.
E a guerra começou. Tampei os ouvidos e deixei Hyunwoo resolver aquilo, e o mesmo tentava entrar num acordo com todos. Eu ria de como todos brigavam e nem perceberam quando Hyungwon saiu do meio da roda, vindo até mim e sentando-se em meu colo, fazendo eu sentir mais uma pontada nas costas. Porra, Hyunwoo, podia ter pego mais leve.
— Vamos chamar ele de Bolinha? — Ele perguntou.
— Não sei, Hyungwon, mas eu achei um nome muito bonitinho. — Sorri para ele
O animalzinho se esfregava todo em Hyungwon, e o menino fazia carinho sem parar no mesmo. Eu nunca havia visto algo tão lindinho. Depois de muito tempo discutindo feito doidos, os outros pararam e se viraram para nós.
— Vai ser bolinha. — Kihyun disse.
— Bolinha! — Hyungwon disse abraçando o animalzinho que parecia retribuir o abraço.
— Vamos colocá-lo para dormir em uma caixa e amanhã o Minhyuk pode leva-lo ao veterinário. — Hyunwoo disse.
— Ele tem que ir ao veterinário? Por quê? — Jooheon perguntou.
— Porque ele apareceu do nada, não sabemos o que ele pode ter. — Hyunwoo sorriu. — Eu vou lá no porão buscar uma caixa, quem quer ir comigo?
— Eu! — Hoseok disse se levantando.
Os dois saíram e as crianças voltaram a paparicar o gatinho, que tentava a todo custo morder os outros. Eu não sabia explicar porque aquilo estava acontecendo, mas Hyungwon transmite algo pacífico, que não vai machucar ninguém. Quando os dois outros voltaram com uma caixa, Jooheon e Changkyun procuraram um cobertor pequeno para forrar a mesma e o gatinho dormir confortável.
Levamos a caixa para o quarto das crianças e por pedidos do Hyungwon, deixamos ao lado do berço. Colocamos todos os cinco em suas camas novamente e deixamos um beijo na testa de cada um, pedindo para que todos dormissem e não ficassem atrás do animalzinho durante a noite.
Voltamos ao nosso quarto e eu me joguei na cama. Pior escolha, doeu tudo e mais um pouco. Gemi de dor e ouvi a risada de Hyunwoo. Lembram do assado de Son Hyunwoo? Ainda não me esqueci dele.
— Desculpe por ter sido um pouco bruto. — Ele me puxou para perto de si.
— Tudo bem. — Me aconcheguei em meio ao abraço.
— Uma pergunta Min... — ele suspirou. — Você se sente mal de ser chamado de omma ou appa?
— Não. Eu acho até bonitinho. — Respondi.
— Eu amo você. — Ele disse desconversando.
— Eu também amo você. — Sorri largo.
Deixei um último beijo e desliguei o abajur ligado, deixando tudo escuro. Tudo o que eu queria era dormir e logo, com algumas dores, acabei adormecendo, me sentindo a pessoa mais sortuda do mundo, mesmo não entendendo o porquê daquela sensação. Até broxei. Poxa, Hyungwon, sério? Você tem que acordar agora? Logo agora, Hyungwon?
Olhei para Hyunwoo com uma cara de pânico maravilhosa. Arrumei minhas vestes e dei um último beijo no mesmo que estava com uma expressão brava até demais. Desci da pia e o encarei, procurando uma resposta.
— Finja que está procurando algo. — Sussurrei. — Hyungwon? — Chamei o pequeno.
— Minuki! — Ele disse animadamente.
Abri a porta e o mesmo estava ali, segurando seu cobertor e com os olhinhos fixados em mim, porém tentava olhar atrás de mim também.
— Souiu! — Hyungwon sorriu.
— Hyungwon, você não estava dormindo? — Hyunwoo bufou.
— O que vocês estão fazendo? — O pouca sombra perguntou.
— Estamos... — Arregalei os olhos e pensei. — Procurando um bichinho.
— Um bichinho feio? — Ele tornou a perguntar.
— Sim, um bichinho muito feio. — Respondi lhe pegando no colo.
— E achou o bichinho? — Perguntou enquanto eu caminhava até o quarto das crianças.
— Sim, Hyungwon, achamos, não tem mais nenhum bichinho feio. — Respondi e o coloquei no berço.
— Nenhum? — Ele perguntou enquanto abraçava a tartaruga de pelúcia.
— Nenhum. — Sorri para ele. — Vou ficar aqui até você dormir pra garantir que nenhum bichinho vai pegar você.
Cantarolei uma música aleatória de ninar e fiquei fazendo carinho nos cabelos de Hyungwon, e só o observando dormir daquele jeitinho que descobri que ele chupa o dedo enquanto dorme. Eu não sei lidar com esse bebê. Não sei se o amo ou se o odeio por ser um empata-foda.
Dormindo parece um anjo, acordado é pior que o capeta.
Quando me certifiquei que ele dormia profundamente sai do quarto e fui até a cozinha, encontrando um homem muito frustrado e bravo. Ri do mesmo e me aproximei, começando a lhe fazer uma massagem nos ombros.
— Não sei você, mas não aguento mais. — Ele disse referindo-se a Hyungwon e sua mania nada legal de sempre nos atrapalhar.
— Ele não tem culpa de nada, Hyunwoo. — Respondi. — Nós também somos loucos.
— Minhyuk, eu quero você por demais... — Ele suspirou. — Quando acho que vai acontecer tem uma criança no meio.
Sorri pequeno e deixei um beijo em seu pescoço, eu não tinha muito o que fazer diante da situação.
Na hora do jantar fiz uma comida simples, e quando todos estavam sentados à mesa — até mesmo Changkyun, aquilo era um milagre — servi cada um dos meninos. Como sempre, Kihyun comeu duas, três colheradas e disse que iria fazer seu dever de casa.
— Jooheon, o que é isso no seu braço? — Hyunwoo perguntou apontando o curativo do menino.
— Ele caiu na escola. — Hoseok dedurou.
— Jooheon, tem que tomar mais cuidado. — Suspirei fundo.
— Eu não cai. — Jooheon olhou feio para Hoseok. — Changkyun disse que estava com medo dos meninos feios e eu defendi ele.
— E aí os meninos empurraram ele e aí já estava no chão. — Hoseok completou.
— Quem são esses meninos hein? — Perguntei bravo.
— Eles são idiotas. — Hoseok deu de ombros.
— Eu vou falar com a professora amanhã mesmo. — Hyunwoo ditou sério. — Ninguém vai mexer com vocês de novo.
— Hyunwoo é nosso super herói! — Changkyun gritou feliz.
— YEAH! — Hoseok e Jooheon gritaram também.
O sorriso que Hyunwoo deu fora tão grande que meu coração disparou tão rápido que eu pensei que iria desmaiar ali mesmo. Quando todos terminaram, Hyunwoo os levou pra tomar banho enquanto eu arrumava toda a bagunça da cozinha. Não só da cozinha, a casa toda estava bagunçada e eu precisava arrumar tudo aquilo. Quando toda a louça estava lavada, fui a sala e catei todos os brinquedos e roupas espalhadas. Guardei tudo e coloquei o cesto de roupa na lavanderia, guardando também todos os sapatos que estavam em cantos aleatórios. Quando terminei, Kihyun desceu as escadas dizendo que estava mal.
E como no último mês, deixei que ele chorasse, deixei que tirasse toda a mágoa de dentro de si. Kihyun estava assim, chorava e estava muito mal. Eu não sabia mais o que fazer, mas sabia o que ele podia estar enfrentando. Uma depressão. Eu nunca vi casos em crianças, mas sei que existe e assim pesquisei, constatando que ele podia estar depressivo.
Quando o mesmo parou de chorar, o mimei com um pedaço de chocolate e um copo de leite com achocolatado. E assim, ele quis dormir, e eu o levei até seu quarto e fiquei com ele até quando o mesmo adormeceu. Estava começando a me sentir como pai dos meninos, mas ainda me considerava um babá.
Tomei um banho rápido e antes de voltar ao quarto arrumei todo o banheiro, aquilo já havia virado costume. Voltei ao meu quarto e de Hyunwoo com a ideia de procurar uma roupa para então dormir, mas nem tive tempo de fazer isso. Hyunwoo me colocou contra a parede e eu virei um tomate quando senti minha toalha cair de meu corpo. Nunca vi um sorriso tão malicioso quanto aquele.
— Vamos terminar o que deixamos pela metade, sim? — Ele sussurrou em meu ouvido.
Ouvi a porta ser trancada e senti as mãos do mesmo me pegarem no colo. Fui deitado com delicadeza em meio aos travesseiros, nem ligando se estava nu ou não. Hyunwoo tomou meus lábios num beijo calmo e ficou por cima de mim, fazendo uma trilha imaginária com seu dedo, que percorreu todo meu tórax e chegou até minha intimidade. Senti sua mão envolver meu membro que já dava sinais de vida e a mesma se movimentar lentamente para cima e para baixo.
Arfei forte durante o beijo, sentindo os dedos do mesmo espalharem o pré-gozo por toda a glande e logo depois o mesmo começar a descer os beijos pelo meu maxilar, deixou chupões em meu pescoço sem tanta intensidade, mas se aproveitou da clavícula. Era um local que ficaria escondido. Mordi meu dedo para não gemer quando o mesmo soprou minha glande melada de pré-gozo, produzindo arrepios involuntários por todo meu corpo.
É aquele ditado, né, agora assopre como uma flauta.
Revirei os olhos arqueando as costas quando senti meu membro desaparecer dentro da boca de Hyunwoo. Segurei forte os lençóis quando ele começou com movimentos de vai e vem com a boca por toda a extensão, e eu sentia meu falo pulsar dentro da cavidade úmida. Soltei um gemido frustrado quando o mesmo parou sem aviso e me encarou. Chupou dois de seus dedos e afastou minhas pernas com um sorriso todo malicioso, me tremi inteirinho.
Meu orifício se contraiu todo ao sentir o dedo molhado forçar ali, e eu tive de morder o travesseiro para não gritar quando ele invadiu meu interior, começando com movimentos lentos e precisos. Eu me sentia indo ao céu e ao inferno com todas as sensações sentidas, e o lençol não estava mais sendo o necessário pra descontar todo o prazer que eu sentia e eu comecei a gemer baixo, o mais baixo que conseguia.
Quando penetrou o segundo dedo, voltou a me masturbar na mesma velocidade das estocadas, o que me fez involuntariamente agarrar seus cabelos. Estou rezando pra nenhuma das crianças acordarem, por Deus, se alguém acordar eu me mato.
— Hyunwoo... — Gemi arrastado.
— Porra, Minhyuk... — Ele xingou tirando seus dedos de mim.
Abri os olhos e o vi frente a frente comigo. Sorri abobado, sentindo a respiração do mesmo em meu pescoço. Ele se afastou para pegar uma camisinha que havia ali no criado-mudo, rasgando-as com cuidado e logo a colocando em seu membro, voltando a se encaixar entre minhas pernas. Gemi ansioso ao sentir sua glande tocar minha entrada e forçar contra ela. Como eu queria aquilo, por deuses, como eu queria.
— Minhyuk... — Ele sussurrou. — Posso?
— Pode. — Respondi ofegante, fechando os olhos já esperando pela dor.
Senti seu membro me invadir, me fazendo ter a sensação de estar sendo rasgado lentamente, gemi mordendo os inferiores e sentindo meus olhos lacrimejarem, puta que pariu. Fiquei imóvel até estar tudo dentro de mim, e assim que sentimos o baque de nossos corpos gememos juntos num tom mais alto.
— Finalmente, porra... — Ele gemeu sorrindo.
Rebolei — pelo menos tentei — lentamente, mordendo os lábios fortemente, sentindo o gosto férreo do sangue em minha boca. Hyunwoo se moveu lentamente, saindo de dentro de mim e voltando a me penetrar com tudo e eu me senti rasgado novamente, mas me esforcei para me acostumar com aquela sensação logo. A sensação de ter Hyunwoo dentro de mim — literalmente — era uma das melhores, mesmo com toda a dor que havia ali, e eu rezava demais para que nenhuma das crianças acordasse.
O mesmo começou a se mover com mais velocidade dentro de mim, indo em um vai e vem gostoso e ritmado, e eu me segurava muito para não gritar, mesmo sendo minha vontade. Deixei alguns gemidos mais altos escaparem e Hyunwoo saiu de dentro de mim, me virando de barriga para baixo e erguendo meus quadris, me fazendo afundar a cara no colchão. Puta posição vergonhosa, hein...
Senti-me penetrado de novo e agarrei novamente os lençóis, sem conseguir um gemido alto ao ser atingido na próstata. As mãos de Hyunwoo levantaram meu rosto e tamparam minha boca. As penetrações ficaram mais rápidas e sem pausas, me fazendo segurar na cabeceira da cama, ouvindo a mesma bater na parede diversas vezes. Silêncio era impossível.
Levei minha mão até meu membro que necessitava de alívio e tentei me masturbar no mesmo ritmo, coisa que era quase impossível por eu mal conseguir movimentar minha mão por puro prazer que eu sentia, me deixando alucinado a qualquer outra coisa. Meus gemidos estavam sendo abafados e eu mal me mexia, sentindo as estocas cada vez mais rápidas e precisas, acertando um só lugar, meu ponto doce, coisa que me estava me fazendo chegar perto do ápice. Me masturbei como conseguia e acabei deixando tudo sair, escorrendo pela minha mão e caindo nos lençóis.
Só entendi que Hyunwoo também havia chegado ao ápice quando ouvi seu gemido rouco. Ficamos parados durante um tempo, sentindo todas as sensações depois de uma transa, e eu tentava raciocinar tudo o que havia acontecido. Ok, eu e Son Hyunwoo transamos.
— Essa foi a melhor transa da minha vida. — Ele saiu de dentro de mim delicadamente e deitou ao meu lado, retirando a camisinha com cuidado.
— Então eu não sou o primeiro a provar de você? — Fiz um biquinho.
— Não. — Ele riu.
— Você tirou minha virgindade, Hyunwoo, sinta-se honrado. — Comentei como quem não queria nada, sentando-me na cama.
— Quê? — Ele gritou e eu tapei sua boca.
— Isso mesmo, agora, eu preciso de outro banho. — Bufei.
— Desculpe, princesa. — Ele riu.
Sorri para ele e o beijei. Não um beijo pornográfico como os últimos foram, mas algo que transmitisse tudo o que eu sentia por ele. Deitei-me sentindo dores no corpo e joguei o lençol longe, ele estava sujo. Abracei seu corpo e nos aconchegamos um no outro, suspirando cansados e querendo pelo resto da noite um bom sono.
Planos estragados com sucesso. Ouvimos um barulho do lado de fora da casa que nos fez pular no colchão e gritos de crianças desesperadas. Pude jurar que estava no inferno. Me levantei rápido e me contorcendo inteiro de dor, procurando uma roupa, assim como Hyunwoo. Abrimos a porta depois de nos trocarmos em tempo recorde e demos de cara com cinco crianças chorando e se tremendo inteiras na nossa porta. Abracei quantos pude e os olhei em pânico. Eu não sei lidar com crianças chorando.
— O que aconteceu? — Hyunwoo perguntou.
— Tem alguém lá fora, nós ouvimos. — Kihyun disse tremendo.
— Fiquem aqui, eu vou lá olhar. — Hyunwoo disse correndo para a escada, nem me dando tempo de dizer algo.
Puxei as crianças para dentro do quarto e deixei-as subir em cima da cama. Menos Hyungwon, ele estava grudado comigo querendo colo, e tudo o que eu pude fazer foi atender aos seus pedidos. Eu não resisto ao Hyungwon.
Olhei pela janela do quarto, vendo Hyunwoo olhando o quintal todo com a vassoura na mão. Melhor cena. Vi algo voador ir para cima dele e o mesmo começar a lutar com ar para espantar aquilo, coisa que fez as crianças, que também observavam tudo, rirem como loucas. Quando ele espantou o animal que não identifiquei, olhou para um ponto aleatório e correu até ele, saindo de nossa visão.
— Vamos. — Chamei as crianças e descemos todos até a sala.
Hyunwoo entrou na casa e trancou a porta, colocando a vassoura ao lado da porta. Olhou para nós e mostrou o filhote de gatinho em suas mãos, miando alto e fino, mais irritante do que o Changkyun fazendo birra. As crianças, como era de se esperar, ficaram loucas, queriam brincar com o bichinho e começaram com o drama.
— É tão fofinho. — Kihyun disse passando a mão no animalzinho que quase o mordeu.
— Ele é todo pretinho. — Changkyun tocou a pata e o gatinho o mordeu.
Uma criança berrando e gritando. Changkyun veio até mim segurando o dedo com dois machucados e eu ri da cena, coitadinho. Hyungwon pulava o tempo todo querendo ver o bichinho e assim Hyunwoo sentou-se no chão, mostrando o gatinho que simpatizou com o menor. Hyungwon pediu para segurá-lo e estendeu as mãozinhas, pegando-o com toda a delicadeza que tinha. Derreti quando o gatinho esfregou o rostinho no peito de Hyungwon, fazendo-o sorrir.
— Por que ele gostou só do Hyungwon? — Jooheon perguntou.
— Ele devia estar com medo, deve não ter achado o Hyungwon um perigo. — Hyunwoo explicou. — Ele me mordeu também.
Levei Changkyun até o banheiro e deixei as crianças na sala, encantadas com o gatinho. Sentei Changkyun na privada fechada e procurei a caixa de curativos. Limpei o ferimento pequeno e passei um remédio para que ele cicatrizasse mais rápido. Deixei o menino escolher o curativo que queria, e quis o rosinha cheio de flores. Ele não disse uma palavra para mim enquanto eu cuidava de si, apenas observava tudo com atenção.
Como um bom pai, mimei Changkyun com um chocolate assim que voltamos a sala. Disse que aquilo era segredo nosso e que ninguém poderia saber. Ele sorriu e nós fomos até a roda de pessoas na sala, todas fascinadas no gatinho.
Sentei-me no outro sofá sentindo uma pontada dolorida nas costas e tentei disfarçar, sorrindo para Hyungwon que segurava o gatinho e olhava pra mim.
— Minuki omma, a gente ficar com ele? — Hyungwon perguntou.
— Não sei. — Respondi sorrindo, era tão lindinho ver eles felizes assim.
— Por favor, Minhyuk omma. — Jooheon pediu e eu quase engasguei com o ar.
— Minhyuk omma? — Hyunwoo perguntou. — Acho que vocês deviam chamar ele de appa pra ficar correto.
— Appa? — Hyungwon perguntou. — Mas você é o appa, o Minuki é a omma.
— Eu tenho cara de mulher? — perguntei ironicamente.
— Não, mas numa família tem o appa, — Hyungwon apontou o Hyunwoo — a omma, — apontou para mim quase derrubando o filhote no chão. — e os filhos.
— Existem famílias com dois appas e com duas ommas, e mesmo assim eles são uma família. — Expliquei.
— Assim como a nossa? — Kihyun perguntou.
— Sim. — Assenti.
— Então vocês são nossos appas? — Jooheon perguntou. — A omma e o appa nunca mais vão voltar?
— Eles nos odeiam? — Changkyun tinha os olhos marejados.
— Eles vão voltar, sim! — Hyungwon sorriu. — Só que vão demorar, e quando voltarem iremos ao parque. — Voltou a acariciar o gato.
Quis chorar ali mesmo e abracei Changkyun que estava perto de mim, sentindo uma culpa enorme. Eu não saberia bem como contar para eles que tinham perdido os pais. Kihyun e Hoseok estavam quietos ao lado de Hyunwoo, e eu tentei tirar aquele clima ruim.
— Vamos ficar com o gatinho. — Anunciei.
— YEAH! — Gritaram todos juntos esquecendo da tristeza.
— Qual vai ser o nome? — Hyunwoo perguntou.
— Bolinha. — Hyungwon disse.
— Não! — Hoseok disse sério. — Vamos chamar ele de Selvagem.
— Não, eu quero que ele se chame Fofinho. — Changkyun disse.
— Eu quero que ele se chame Noite. — Jooheon disse.
— Eu quero bolinha. — Hyungwon sussurrou.
E a guerra começou. Tampei os ouvidos e deixei Hyunwoo resolver aquilo, e o mesmo tentava entrar num acordo com todos. Eu ria de como todos brigavam e nem perceberam quando Hyungwon saiu do meio da roda, vindo até mim e sentando-se em meu colo, fazendo eu sentir mais uma pontada nas costas. Porra, Hyunwoo, podia ter pego mais leve.
— Vamos chamar ele de Bolinha? — Ele perguntou.
— Não sei, Hyungwon, mas eu achei um nome muito bonitinho. — Sorri para ele
O animalzinho se esfregava todo em Hyungwon, e o menino fazia carinho sem parar no mesmo. Eu nunca havia visto algo tão lindinho. Depois de muito tempo discutindo feito doidos, os outros pararam e se viraram para nós.
— Vai ser bolinha. — Kihyun disse.
— Bolinha! — Hyungwon disse abraçando o animalzinho que parecia retribuir o abraço.
— Vamos colocá-lo para dormir em uma caixa e amanhã o Minhyuk pode leva-lo ao veterinário. — Hyunwoo disse.
— Ele tem que ir ao veterinário? Por quê? — Jooheon perguntou.
— Porque ele apareceu do nada, não sabemos o que ele pode ter. — Hyunwoo sorriu. — Eu vou lá no porão buscar uma caixa, quem quer ir comigo?
— Eu! — Hoseok disse se levantando.
Os dois saíram e as crianças voltaram a paparicar o gatinho, que tentava a todo custo morder os outros. Eu não sabia explicar porque aquilo estava acontecendo, mas Hyungwon transmite algo pacífico, que não vai machucar ninguém. Quando os dois outros voltaram com uma caixa, Jooheon e Changkyun procuraram um cobertor pequeno para forrar a mesma e o gatinho dormir confortável.
Levamos a caixa para o quarto das crianças e por pedidos do Hyungwon, deixamos ao lado do berço. Colocamos todos os cinco em suas camas novamente e deixamos um beijo na testa de cada um, pedindo para que todos dormissem e não ficassem atrás do animalzinho durante a noite.
Voltamos ao nosso quarto e eu me joguei na cama. Pior escolha, doeu tudo e mais um pouco. Gemi de dor e ouvi a risada de Hyunwoo. Lembram do assado de Son Hyunwoo? Ainda não me esqueci dele.
— Desculpe por ter sido um pouco bruto. — Ele me puxou para perto de si.
— Tudo bem. — Me aconcheguei em meio ao abraço.
— Uma pergunta Min... — ele suspirou. — Você se sente mal de ser chamado de omma ou appa?
— Não. Eu acho até bonitinho. — Respondi.
— Eu amo você. — Ele disse desconversando.
— Eu também amo você. — Sorri largo.
Deixei um último beijo e desliguei o abajur ligado, deixando tudo escuro. Tudo o que eu queria era dormir e logo, com algumas dores, acabei adormecendo, me sentindo a pessoa mais sortuda do mundo, mesmo não entendendo o porquê daquela sensação.
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