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História Pais por Acaso - Nove.


Escrita por: yoongizzz

Notas do Autor


Boa leitura ❤️

Capítulo 9 - Nove.


 

Quando eu acho que não pode piorar, a vida chega e traz uma coisa dessas. Não que minha mãe fosse um problema, porque ela realmente era um problema. Um problema muito grande. Como explicar que eu estava cuidando de cinco crianças, uma bola de pelos e me agarrando com o Hyunwoo em tudo quanto é canto? COMO? 

Desci correndo e fui até o jardim, onde a louca olhava as flores comentando algo para si mesma, encantada com a beleza do lugar. 

— Minhyuk, quando foi que ficou rico? — Ela perguntou me abraçando. 

— Como foi que me encontrou? — Perguntei sem me importar com a pergunta dela. 

— Ué, nos papéis que você e o Hyunwoo assinaram no outro prédio quando se mudaram fica bem explícito o lugar da próxima morada, foi fácil. — Ela sorriu. Minha mãe deve ser agente secreta do FBI, não é possível.  — Aliás, cadê o Hyunwoo? Que saudades dele. 

— NÃO! — A impedi de continuar andando. — Por que nós não ficamos aqui fora? Está um dia lindo. 

— Minhyuk, eu já vi como o dia está bonito, agora, vamos entrar e conversar melhor, sim? 

— Mas omma, olha o jardim como é bonito. — Eu tentei novamente. 

— Já vi, Minhyuk. — Ela bufou. — Agora pegue minhas malas no carro, quero um quarto bem confortável. 

— Quê? — Engasguei com o ar. — Como assim? 

— Vim passar uns dias aqui, estou com saudades. — Ela sorriu. 

Não tive nem tempo de impedir, ela mesma já estava entrando na casa, logo se deparando com ninguém menos que Hyungwon, que comia um pedaço de chocolate. Deus, se tem como piorar, guarda pra depois, por favor. 

— Minhyuk, uma criança invadiu sua casa. — Minha mãe apontou pro ser humano todo lambuzado. 

— Minuki, quem é ela? — Hyungwon perguntou. 

— A criança sabe seu nome, ok, acho que não tem problema. — Minha mãe sorriu. 

— Ela é nossa nova omma? — Ele perguntou. 

— Omma? — Minha mãe riu escandalosa. — E eu lá tenho cara de mãe? 

— Tem cara de velha. — O pouca sombra respondeu. 

HYUNGWON DO CÉU, COME TEU CHOCOLATE. 

— Que sem educação, Minhyuk, quem é ele? — Minha mãe perguntou perplexa. 

— Vem cá, Hyungwon. — Peguei o pequeno no colo. — Mãe, acho que eu teria que te contar de algum jeito e vai ser do pior. 

— O que está escondendo de mim? 

— Bom... Eu sou pai de cinco crianças. —Sorriu nervoso. — Eu e Hyunwoo. 

Minha mãe riu, apoiando-se na parede para dramatizar mais. A risada alta chamou a atenção de Hoseok e Changkyun, e os dois apareceram atrás de mim, fazendo minha mãe olhar tudo completamente apavorada. Deus, eu pedi pra piorar depois. 

— Ok, Minhyuk, chega de brincar. — Minha mãe se recompôs. 

— Quem é ela, Minhyuk? — Hoseok apontou. 

— Ela é uma amiga bruxa da vovó! — Changkyun gritou. — Fujam! 

Os dois correram gritando para dentro e eu queria enfiar minha cara num buraco e deixar a terra me sufocar. Olhei pra minha mãe que me fitava como ela sempre me olhou quando eu ia apanhar. Meu bumbum dói só de lembrar.  

— Eu disse, nós somos pais adotivos de cinco crianças. — Suspirei. 

— É bom você parar de brincar, aquela cinta ainda está guardada. — Ela ameaçou. 

— Olá, senhora Lee. — Hyunwoo apareceu atrás da mesma. — Como vai? Quanto tempo, não? 

— Ah, Hyunwoo, ainda bem que apareceu, pode explicar o porquê dessas crianças todas? — Minha mãe pediu. 

— Bom, nós somos os pais adotivos dessas cinco crianças. — Hyunwoo sorriu. 

 

Jurei que minha mãe tinha morrido quando desabou desacordada nos braços de Hyunwoo. É isso que dá vir sem avisar. Minha mãe acabou por desmaiar, e estava deitada no sofá sendo amparada por todo mundo para que acordasse logo. Estava quase ligando para o hospital quando a mesma acordou toda zonza e sem entender nada. 

Olhou para cada uma das crianças assustada e gemeu de dor, dramatizando. Esperei tudo se acalmar, ela tomar uma água com açúcar, respirar e então me coloquei a explicar toda a situação. Quando terminei de contar tudo, ela estava sem reação e sem saber o que falar, e se eu estivesse em casa, ela provavelmente estaria com uma cinta. 

— Eu me tornei avó de cinco crianças. — Ela suspirou. — Ok Minhyuk, eu esperava uma ou duas, mas... Cinco? 

— Eu não tenho culpa... — Respondi. 

— Como essas crianças ainda estão vivas? — Ela perguntou. — Nem arrumar a cama você sabe. 

— O Hyunwoo está junto comigo nessa. — Eu respondi ignorando o comentário. 

— É, menos mal. — Ela deu de ombros. — Quando pretendia me contar? 

— Essa semana mesmo, mas aconteceram imprevistos. 

— Essas crianças não têm avós? Tios? Sei lá, primos? Por que logo vocês? — Ela perguntou. 

— Os avós dessas crianças são dois demônios, mamãe, eu fiquei com medo. — Respondi. 

— Ok. — Ela suspirou fundo. — O que me resta é aceitar, não é? Me apresente esses seres. 

Assenti com a cabeça e a levei até o quarto dos meninos onde todos brincavam junto com o Hyunwoo. Bati na porta e pedi licença para entrar, sentando-me perto de Hyungwon, que desenhava junto com Jooheon e Changkyun. 

— Crianças. — Chamei a atenção de todos. — Essa é a senhora Lee, ela é minha mãe. 

— Então ela é nossa avó? — Hoseok perguntou. 

— É. — Respondi, recebendo um olhar mortal de minha mãe. 

— Ela não é amiga bruxa dos nossos avós? — Changkyun perguntou. 

— Não. — Ri junto com Hyunwoo. 

— Ela não vai cozinhar o Bolinha como a vovó disse que iria cozinhar? — Hyungwon perguntou. 

— Meu Deus, a avó de vocês é louca. — Minha mãe comentou. 

— Ela vai ficar com a gente também? — Jooheon perguntou. 

— Por um tempo sim. — Respondi. — Querem que vocês façam ela se sentir em casa, ok? 

Hyungwon levantou-se e abraçou minha mãe, dizendo um “bem-vinda” todo animado, e minha mãe só soube me olhar não sabendo como reagir. Logo, todos a abraçavam, enquanto eu e Hyunwoo sorríamos feito idiotas. 

Durante o resto do dia, o assunto da casa foi a minha mãe. Enquanto ela brincava com os meninos, eu e Hyunwoo levamos as malas dela para dentro da casa, deixando-as no quarto de hóspedes do primeiro andar, que na verdade era o quarto da faxineira, mas como não tínhamos, deixamos minha mãe por ali. 

Cozinhei algumas coisas com a ajuda de Hyunwoo para o jantar. Paramos em certos momentos para trocarmos beijos demorados, mas logo voltávamos ao trabalho.  

— Sua mãe já conquistou todas as crianças. — Hyunwoo comentou. 

— Olha, eu espero que sim, assim nós temos um pouco de descanso. — Respondi. 

— Ela chegou do nada... — Ele riu. — É bem esperta pra te achar. 

— Quando se trata de minha pessoa, se eu estiver no inferno ela vai até lá. — Brinquei. 

— Que horror, Minhyuk. — Hyunwoo disse fazendo uma careta. 

— Mas é verdade. — Dei risada. — Aliás, seus pais já sabem? 

— Uhum, eu contei e eles aceitarem de boa, disseram que se precisássemos era para ligar. — Ele respondeu todo calmo. 

— Eles nos ofereceram ajuda e você recusou? — Gritei indignado. 

— Temos que aprender a nos cuidar sozinhos, não só de nós, como das crianças. — Ele me olhou convencido. — E outra, Minhyuk, nós estamos no saindo bem. 

— Falou o que fica bravo quando nossa transa é interrompida. — Zombei. 

— Xiu. — Ele me deu um beijo rápido. 

Terminamos de preparar a comida e arrumamos a mesa, chamando todos para o jantar. Rezei mais milhões de vezes para Changkyun não fazer birra, mas parece que minhas preces não passam do teto. Ele disse que queria sentar ao lado da minha avó, mas Hoseok e Jooheon já haviam sentado antes dele. Minha mãe não sabia o que fazer, e Hyunwoo salvador da pátria convenceu Jooheon a trocar de lugar com o Changkyun.  

Son Hyunwoo, que macumba você faz nessas crianças? 

Hyungwon segurava o Bolinha em cima da mesinha de sua cadeirinha. Estou quase fazendo sopa de gato. Pedi para Hyungwon colocar o gatinho na caixinha de papelão e o mesmo só aceitou depois que eu coloquei um punhado de ração para o mesmo. Durante todo o jantar as crianças conversaram com minha mãe. Kihyun não comeu quase nada como de costume e eu soube ali que precisava criar uma tática para que ele se alimentasse. Mais uma vez no hospital e a bruxa, digo, avó dos meninos faria tudo para tirá-los de mim e Hyunwoo. 

Peguei o prato de Kihyun e o levei até o balcão, criando um desenho com a comida. Uma nuvem com o arroz, uma grama com as verduras, o troco de uma árvore com o frango e mais algumas verduras para as folhas da árvore. Fiz questão de colocar uma batata assada pela metade representando o sol e fiz os raios com a cenoura do caldo do frango. Ri para mim mesmo e me dei por satisfeito, voltando o prato para Kihyun. Pode me chamar de Picasso da culinária. 

O mesmo me olhou confuso e eu apenas pisquei para ele. Pela primeira vez em dias, ele sorriu verdadeiramente e começou a comer com vontade. Hyunwoo me olhava sorrindo de canto e eu me senti um gênio. Hyungwon não sabe para que os talheres existem, o ser humano adora comer com a mão e de se sujar todo.  

Depois do jantar, minha mãe continuou a paparicar os meninos, que não desgrudavam dela. Hoseok, Jooheon e Changkyun adoraram a senhora Lee, e isso me deixou feliz por demais. Kihyun se ofereceu para me ajudar com a louça e eu tentei animá-lo. 

— Então Kihyun, há algo que você tenha vontade de fazer? — Perguntei. — Algum lugar que queira ir? 

— Omma e appa sempre nos levavam ao parque de diversões. Era legal. — Ele secava o prato lentamente. 

— E você gostaria de voltar a ir lá? — Perguntei. 

— Uhum. — Ele fez que sim com a cabeça. 

— Podemos pensar em ir, ok? — Prometi a ele. 

— Minhyuk... Cadê o seu appa? — Ele perguntou. 

— Meu appa morreu há alguns anos. — Eu respondi. 

— E você ficou mal? — Ele tornou a perguntar. 

— Fiquei, mas eu sabia que tinha de ser forte pela minha omma. — Eu sorri. 

— O appa sempre dizia que eu precisava ser forte pelos meus irmãos. — Ele disse parecendo pensar um pouco. — Eu comia muito feijão, mas ele sempre disse que não era esse tipo de força. 

— Forte no sentido emocional, Kihyun, um dia você vai entender isso. — Respondi a ele. — Tem mais alguma coisa que você gostaria de fazer? 

 

Kihyun havia me feito um pedido um pouco louco, mas que eu realizaria sem pestanejar. Combinei tudo escondido com o mesmo antes de dormirmos. Não contei a ninguém, nem mesmo ao vento. Adormecei profundamente durante a noite e acordei de manhã na hora correta. Kihyun também acordou e nós saímos de casa sem fazer barulho, ou ao menos tentamos. Bolinha começou a miar feito louco quando nos viu. Coloquei ele pra dormir na sala, péssima ideia. 

Não dei bola pro gato e apenas entramos no carro e saímos em direção ao nosso destino. Kihyun mantinha um sorriso no rosto, estava ansioso e levava um lápis que eu pedi para ele escolher. Kihyun queria fazer uma mexa de cabelo colorida e eu não neguei de realizar esse pedido. Estacionamos no salão de beleza que eu confiava e logo entramos. 

Expliquei tudo ao cabelereiro e ele disse que faria um trabalho impecável. Uma mecha, porque Kihyun não tinha idade para aquilo, mas eu queria melhorar sua felicidade a todo custo. Fiquei o tempo todo conversando com Kihyun, deixando ele jogar um pouco em meu celular enquanto sua mecha de cabelo descoloria.  

— Minhyuk, minha avó vai te matar. — Ele riu. 

— Eu morro feliz por ter realizado seu sonho. — Sorri para ele. 

— Kihyun, a cor está parecida? — O cabelereiro mostrou a pequena quantidade de tinta no potinho. 

— Sim! — Ele respondeu alegre.  

Em poucos minutos a tinta já agia nos fios de Kihyun, ele estava todo feliz e ansioso para ver o resultado. E eu? Eu me sentia a melhor pessoa do mundo. Com toda a certeza a avó dele vai me matar, mas quem se importa com a bruxa?  

Assim que o cabelo de Kihyun foi lavado e seco, o mesmo olhou no espelho e sorriu tão espontaneamente e verdadeiramente que meu coração só faltou sair pela garganta. Voltamos pra casa ouvindo música e cantando alegremente. Era esse Kihyun que eu queria ver. Quando chegamos em casa, Hyunwoo já havia acordado, e assim que entramos na cozinha, ele literalmente cuspiu a água que tomava ao ver o cabelo de Kihyun com uma mexa cor de rosa. 

PinKihyun. 

Os meninos adoraram o cabelo de Kihyun, elogiando, o que fez o mesmo ficar ainda melhor. Hyungwon cuidava do Bolinha e Hoseok já pedia para pintar o dele também. Expliquei que ele não tinha idade para pintar todo o cabelo, mas que eu pensaria em umas mechinhas. Nunca vi as crianças tão felizes. 

Hyunwoo me olhava sério, e eu me tremi ao perceber isso. Sorri inocente para ele e o mesmo riu de nervoso, me chacoalhando. 

— A avó deles vai nos matar! — Ele quase gritou. 

— Eu não resisti. — Fiz um biquinho. — E olha como o humor do Kihyun melhorou, que coisa mais linda! 

E realmente, o sorriso de Kihyun faltando um dentinho estava maravilhoso. A avó dele pode me falar o que quiser, mas pra fazer o meu pequeno feliz, eu faço tudo o que eu puder. Se ele estava feliz, nada mais importava para mim. 

 

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Notas Finais


Obrigada pelos 200 favoritos ❤️

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Amo vocês e até quarta feira, beijão ❤️


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